sexta-feira, 15 de março de 2013

Aeroporto de Natal: a 15 meses da Copa, 85% da obra está por fazer


Concessionária garante que aeroporto de São Gonçalo do Amarante, a 10 quilômetros da capital do Rio Grande do Norte, estará em pleno funcionamento antes do início da Copa do Mundo de 2014

Ana Clara Costa
Construção do Aeroporto Internacional São Gonçado do Amarante, na região metropolitana de Natal
Construção do Aeroporto Internacional São Gonçado do Amarante, na região metropolitana de Natal - Portal da Copa/ME/Divulgação
O Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, localizado a dez quilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte, deverá receber cerca de 6 milhões passageiros ao ano a partir de 2014, quando, em teoria, estará funcionando a pleno vapor durante os jogos da Copa do Mundo do Brasil. Tal tarefa é desafiadora para o consórcio Inframérica, que detém o controle de 100% do empreendimento. Isso ocorre porque o aeroporto ainda não existe. Com previsão de início de operação em junho de 2014, apenas 15% da obra está concluída. 
Segundo informações do consórcio Inframérica, que arrematou o direito de executar a obra em 2011, no primeiro leilão aeroportuário feito pelo governo brasileiro, o fato de 85% do projeto ainda não ter sido executado não é preocupante. Tal porcentual está dentro do cronograma, segundo dados da assessoria de imprensa do consórcio. Também consta no cronograma a data de conclusão do aeroporto: março de 2014.
A reportagem do site de VEJA visitou o local em outubro do ano passado, quando havia apenas uma pista e o início da fundação do terminal de passageiros. À época, o diretor da obra, Ibernon Martins Gomes, havia afirmado que o aeroporto seria entregue ainda no final de 2013. "Em 2014, serão feitos apenas os ajustes", disse o engenheiro da construtora Engevix, que divide com a argentina Corporación América o controle do consórcio.
Segundo o contrato de concessão, o Inframérica não tem a obrigação de entregar o aeroporto antes da Copa. A previsão inicial era de que a obra fosse concluída em 2015 - e todo o fluxo de turistas que chegasse em Natal para o mundial fosse atendido pelo aeroporto Augusto Severo, em Parnamirim, na região metropolitana da capital. Contudo, é de total interesse do Inframérica faturar a receita gerada no período dos jogos - daí a intenção de tentar cumprir o cronograma antecipado.
Ao longo do ano passado, houve atraso na liberação das licenças ambientais e também na linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A aprovação do financiamento foi dada apenas em novembro, um mês após a aprovação do crédito para o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, cujo leilão ocorreu um ano depois, em 2012. A obra de São Gonçalo do Amarante é estimada em 450 milhões de reais - sendo 329,3 milhões provenientes da linha de crédito do BNDES e o restante de investimentos do consórcio.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que homologa as obras aeroportuárias, reiterou que não tem controle sobre o cronograma de andamento das construções. Apenas afirmou que a concessionária tem até três anos, a partir da data do contrato (assinado em 24/01/2012), para construir os terminais - e um prazo de mais 25 anos para exploração do empreendimento. "Porém, é de interesse do operador realizar as obras e estar com o aeroporto funcionando o quanto antes, o que é permitido e incentivado pelo contrato", disse a Anac, em comunicado.
Ainda que o consórcio consiga concluir os terminais em tempo, há obstáculos mais graves. As obras de acesso ao aeroporto - que fica em uma região afastada da cidade e longe de grandes rodovias - ainda não começaram e estão sob responsabilidade do governo do estado, que já liberou 70 milhões de reais para amplar as BRs que ligarão a área à capital potiguar. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), visitou o aeroporto no início desta semana, mas não demonstrou qualquer intenção de empreender esforço político para apressar a construção das vias de acesso à tempo para o mundial. 
As informações são da Veja.

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