sexta-feira, 8 de março de 2013

Sete municípios da região de Sorocaba, estão entre os mais pobres do Estado.


Estudo da Fundação Seade avalia riqueza, escolaridade e longevidade


Daniela Jacinto
daniela.jacinto@jcruzeiro.com.br


Sete dos dez municípios mais pobres do Estado de São Paulo estão localizados na região administrativa de Sorocaba, aponta o Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), divulgado esta semana pela Fundação Seade. O estudo, feito em 2010, define o ranking entre as 645 cidades do Estado, de acordo com critérios como riqueza, escolaridade e longevidade. No quesito riqueza, Barra do Chapéu, por exemplo, ficou com a 645ª posição, seguida por Itapirapuã Paulista (644ª), Iporanga (643ª); Itaóca (642ª); Ribeira (641ª), Ribeirão Branco (640ª) e Guapiara (636ª). Com exceção de Barra do Chapéu, que faz parte do Grupo 3, e Itaóca, que está no Grupo 4, apresentando níveis razoáveis de longevidade e escolaridade, os outros municípios estão no Grupo 5, o que significa baixa riqueza, baixa longevidade e baixa escolaridade. Ao todo, são 98 os municípios mais desfavorecidos do Estado, do qual fazem parte 2,5 milhões de pessoas.

Apesar da pobreza desses municípios, a região administrativa de Sorocaba, que compreende ao todo 79 cidades, teve um aumento de dois pontos no nível de escolaridade e agora ocupa a 10ª posição em um ranking composto por 14 regiões administrativas e mais a região metropolitana de São Paulo. Na avaliação anterior, feita em 2008, a região ocupava a 12ª posição. Ainda de acordo com o índice, a região apresentou queda com relação à riqueza, indo da 8ª para a 9ª posição em dois anos, e se manteve na 13ª posição no item longevidade.

Ainda conforme as categorias do IPRS, Sorocaba está entre os quatro municípios da região que pertencem ao Grupo 1, formado por cidades com elevado nível de riqueza e bons indicadores sociais. Também fazem parte desse grupo Itu, Salto e Águas de Santa Bárbara.

Os dados ainda apontam que 11 municípios da região administrativa estão no Grupo 2, composto por cidades com bons níveis de riqueza (entre elas Votorantim, Alumínio, Mairinque, São Roque, Iperó, Boituva, Ibiúna e Botucatu); 17 estão no Grupo 3, que são as localidades com nível de riqueza baixo, mas com bons indicadores nas dimensões escolaridade e longevidade (entre elas Araçoiaba da Serra, Itapetininga, Porto Feliz, Tatuí, Cerquilho, Laranjal Paulista, Barra do Chapéu e Tietê); 28 pertencem ao Grupo 4, com baixa riqueza e níveis intermediários de longevidade e/ou escolaridade (entre as cidades estão Piedade, Salto de Pirapora, Sarapuí, Capela do Alto, Cesário Lange, Capão Bonito e Itaóca) e 19 são do Grupo 5, composto por localidades tradicionalmente pobres, com baixos níveis de riqueza, longevidade e escolaridade (entre elas Buri, Apiaí, Tapiraí, Guapiara, Ribeira, Conchas, Iporanga, Itapirapuã Paulista e Ribeirão Branco).


Sorocaba


Nas edições de 2008 e 2010 do IPRS, Sorocaba manteve-se no Grupo 1, que reúne 78 municípios com elevado nível de riqueza e bons indicadores sociais. A maioria deles localiza-se ao longo dos principais eixos rodoviários do Estado. São eixos que abrigam o maior complexo industrial da América Latina, com ampla diversidade setorial, tal como as indústrias automobilísticas, aeronáutica, refino de petróleo, farmacêutica e química, máquinas e equipamentos eletrônicos e telecomunicações. Tratam-se de segmentos com ligações importantes com o mercado externo, que se caracterizam por níveis mais altos de investimentos, inovação tecnológica e produtos de maior valor agregado. Sorocaba está entre os cinco, dos dez maiores municípios paulistas, que fazem parte desse grupo, assim como Santo André, São Bernardo do Campo, São José dos Campos e Santos.

A cidade ocupa, no quesito riqueza, a 42ª posição no ranking (em 2008 estava na 45ª posição), lembrando que aqui a comparação é com 645 municípios. Também melhorou na escolaridade, indo para a 204ª posição (anteriormente estava na 257ª posição). Teve, portanto, aumento na riqueza e no grau escolaridade, porém sofreu queda na longevidade, indo para a 288ª posição, quando estava, em 2008, na 262ª posição.

Para o indicador de escolaridade, as fontes de dados utilizadas foram o Censo Demográfico e o Censo Escolar, este último realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) através da Prova Brasil. No quesito escolaridade, foi constatado que no período entre 2008 e 2010, a taxa de atendimento escolar de crianças de 4 a 5 anos em Sorocaba elevou-se de 78,3% para 90,0%; a média da proporção de alunos da rede pública, que atingiram o nível adequado nas provas de português e matemática (5º ano do ensino fundamental) elevou-se de 35,8% para 50,5%; a média da proporção de alunos da rede pública, que atingiram o nível adequado nas provas de português e matemática (9º ano do ensino fundamental) aumentou de 16,4% para 21,8%; o percentual de alunos com atraso escolar no ensino médio variou de 13,0% para 12,5%.

O estudo divulgado pelo IPRS foi encomendado pela Assembleia Legislativa do Estado e acompanha o paradigma que sustenta o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Esse modelo pressupõe que a renda per capita é insuficiente como único indicador das condições de vida de uma população e propõe a inclusão de outras dimensões necessárias a sua mensuração. Assim, além da renda per capita, o IDH incorpora a longevidade e a escolaridade, adicionando as condições de saúde e de educação das populações em um indicador mais abrangente de suas condições de vida.
As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

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