sábado, 20 de abril de 2013

Armazenamento correto do lixo garante segurança à população


 

 

O Centro de Gerenciamento de Resíduos em Iperó possui o Índice de Qualidade dos Resíduos e é considerado um dos melhores do Estado (Foto: Divulgação/Proactiva)
 
 
De acordo com a Secretaria de Parcerias (Separ), os munícipes de Sorocaba produzem cerca de 14.600 toneladas de lixo por mês. Em 2010, ao atingir a capacidade máxima do aterro municipal localizado no bairro Retiro São João, os resíduos passaram a ser destinados à cidade vizinha de Iperó. A área que fica em George Oetterer pertence à empresa Proactiva Meio Ambiente que, com vida útil de 20 anos, ainda recebe lixo de mais sete municípios e mais de 100 clientes privados, entre indústrias e comércios. Para receber os resíduos é necessário que a área seja preparada e não ofereça riscos de contaminação do solo, o que poderia prejudicar a saúde da população. 

No Centro de Gerenciamento de Resíduos (CGA) em Iperó, a Proactiva afirma que cumpre diversos cuidados e exigências desde a implantação da obra de engenharia como pistas, drenagens de gás e chorume, impermeabilizações até o monitoramento de água, ar, fauna, flora, entre outros. O espaço também possui um Índice de Qualidade dos Resíduos (IQR), aferido pela Cetesb comprovando que a CGA está entre os melhores aterros sanitários do Estado de São Paulo. A capacidade inicial da central é de mais de sete milhões de metros cúbicos, mas há trabalhos em desenvolvimento para uma melhor eficiência da área, como compactação, redução, reaproveitamento e valorização dos resíduos. A demanda diária é de uma tonelada de lixo, e a Prefeitura de Sorocaba paga R$ 61,50 cada tonelada armazenada no aterro. O contrato vigente encerra em 2015. 

ARMAZENAMENTO - O armazenamento inadequado do lixo oferece sérios riscos à população. Segundo o biólogo e coordenador do curso de Gestão Ambiental da Uniso (Universidade de Sorocaba), Nobel Penteado de Freitas, o mais grave é a contaminação do lençol freático por meio de infiltração de chorume, um líquido poluente originado do processo de decomposição de resíduos orgânicos. “Demora um certo tempo para resultar um chorume significativo, mas até existe um processo para reverter essa contaminação; porém é muito caro e demorado.” Em longo prazo, os microorganismos podem causar doenças na população que receber a água contaminada, pois contém substâncias químicas nocivas à saúde. No caso de lixões, para quem se arriscar e entrar em contato direto com os resíduos, é ainda mais perigoso.  

Outro problema considerado preocupante é a emissão de gás metano, expelida pelo lixo na atmosfera. “Ele é cerca de 23 vezes mais problemático que o CO2 (Dióxido de Carbono) no aquecimento global. O ideal é capturar e queimar o gás”, explica Freitas. Em cidades pequenas que não produzem uma quantidade grande de lixo, o professor afirma que os resíduos podem ser depositados em valetas preparadas adequadamente no solo, assim como ocorre num aterro onde mantas impermeáveis protegem a terra. Esgotada a capacidade do aterro, é preciso ter um tempo de carência de aproximadamente 10 anos para que o terreno seja utilizado como praça ou área verde, explica. Edificações não são recomendadas. “Esse intervalo é necessário para que o solo se estabilize e não haja perigo de vazamento de gás ou explosão; mas depende muito da qualidade do lixo que foi depositado na área.”

BRASIL – Dados do Ministério do Meio Ambiente, informam que todos os dias cada pessoa produz em média 1,1 quilograma de lixo. Cerca de 188,8 toneladas de resíduos sólidos são coletados em todo o Brasil diariamente. Toda essa quantidade de lixo deve ser armazenada num local seguro e adequado, que são os aterros sanitários. Mesmo assim, 50,8% dos municípios brasileiros ainda enviam seus resíduos a um dos 2.906 lixões que persistem ao tempo. 

A estatística foi mais preocupante, já que nos últimos anos o Brasil avançou no setor. No ano 2000, apenas 35% do lixo era destinado a aterros; percentual que saltou para 58% em 2008. Números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, durante o mesmo período, os programas de coleta seletiva dobraram de 451 para 994 em todo o País. O maior índice de municípios onde existe o projeto encontra-se na Região Sul, com 46%, e na Sudeste, com 32,4%. Em agosto de 2010, foi aprovada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que regulamenta a coleta, armazenamento e tratamento de resíduos, como os urbanos e industriais. Uma das metas estipuladas é a extinção dos lixões até o próximo ano e a elaboração de planos municipais e estaduais para resíduos sólidos. 

As informações são do Jornal Diário de Sorocaba.

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