quinta-feira, 18 de abril de 2013

Coreia do Norte faz 'lista de exigências' para iniciar diálogo


Pyongyang cita a retirada das sanções na ONU e o fim dos exercícios militares entre Seul e Washington como condições para voltar à mesa de negociações

Imagem divulgada pelo governo da Coreia do Norte, juntamente com um comunicado, informa que os soldados estão preparados para o combate contra a Coreia do Sul e Estados Unidos - KCNA/Reuters
Coreia do Norte apresentou nesta quinta-feira uma "lista de exigências" que Seul e Washington devem cumprir caso queiram que o regime comandado por Kim Jong-un retome o diálogo para encerrar as hostilidades na península. A série de condições inclui a retirada das sanções contra o país na ONU e o fim dos exercícios militares conjuntos entre os EUA e a Coreia do Sul – além de outros tópicos menos pragmáticos, como um pedido de desculpas formal do país vizinho por seus "atos de provocação".

Embora o pacote de condições de Pyongyang seja embrulhado na exagerada retórica norte-coreana e contenha exigências que dificilmente serão aceitas por Estados Unidos e Coreia do Sul, ele representa uma significativa mudança de postura de um regime que há apenas algumas semanas ameaçava iniciar uma guerra nuclear na península coreana e transformar o rival do Sul em um “mar de fogo”. Na última quarta-feira, a Coreia do Norte já havia sinalizado com aretomada do diálogo, após as ofertas de aproximação dos EUA. Em um sinal do arrefecimento da retórica belicista, o governo do país parece até ter deixado de lado um novo lançamento de míssil balístico, que muitos analistas acreditavam que poderia ocorrer no último dia 15, quando foi celebrada a data de nascimento de Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte.

No comunicado divulgado hoje, o departamento de Defesa da Coreia do Norte também exige a “retirada de todos os meios de guerra atômica na Coreia do Sul e em seus arredores”, em referência ao sistema de “guarda-chuva nuclear” que Washington fornece para garantir a proteção do seu aliado asiático em casos extremos.

Resposta de Seul - A "lista de exigências" da Coreia do Norte, no entanto, não foi bem recebida pela vizinha do Sul, que classificou como "ilógicas" as condições impostas por Pyongyang. "O argumento da Coreia do Norte é totalmente incompreensível e ilógico", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Cho Tai-young, horas depois do comunicado da nação rival.

Histórico - As conversas sobre o fim do programa de armas nucleares da Coreia do Norte estão paralisadas desde que o regime comunista deixou as negociações com o Grupo dos Seis, em 2008. O bloco formado por Estados Unidos, China, Rússia, Japão e Coreia do Sul, além de Pyongyang, buscava desde 2003 uma solução diplomática para frear as pretensões atômicas norte-coreanas.

Cronologia do programa nuclear da Coreia do Norte

1 de 11

Década de 1970

Réplica de mísseis norte-coreanos Scud-B
Com a assistência técnica da China, a Coreia do Norte começa a trabalhar no desenvolvimento de mísseis balísticos de curto alcance, baseados na tecnologia do míssil soviético Scud, que, por sua vez, é derivado de um foguete alemão V2, usado na Segunda Guerra Mundial.
(Com agência EFE)
As informações são da Veja.

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