quarta-feira, 17 de abril de 2013

Sorocaba e Campinas respondem por 33,5% do PIB industrial paulista


Se fosse um Estado independente, as regiões formariam o segundo mais industrializado do País

As áreas produtivas de Sorocaba e Campinas foram as principais responsáveis pela desconcentração industrial da região metropolitana de São Paulo entre os anos de 2000 a 2010. A constatação é de um estudo realizado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), que mostra ainda que o eixo que interliga as duas cidades é responsável por 33,5% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Estado de São Paulo e 11,2% do nacional.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Sorocaba, Geraldo Almeida, o crescimento industrial da região é motivado por vários fatores como localização geográfica, oferta de mão de obra qualificada, escolas, universidades e proximidade de aeroportos. "Temos ótima logística, amplas possibilidades de qualificar e oferecer mão de obra e excelente infraestrutura", comenta Almeida. "Atualmente, é mais fácil, por exemplo, um empresário sair de Sorocaba e se dirigir ao aeroporto de Viracopos, em Campinas, do que sair da avenida Paulista, em São Paulo, e tentar chegar a Cumbica, em Guarulhos", compara o secretário.

Almeida destaca a importância da diversificação do setor produtivo nas regiões administrativas de Campinas e Sorocaba. "Em determinados polos de desenvolvimento, a indústria foca apenas em um segmento. Uma das vantagens do eixo Campinas-Sorocaba é que o setor produtivo é bastante diversificado, ou seja, se um setor não vai bem, os demais têm a possibilidade de compensar a queda", explica o secretário.

A participação de Campinas no valor adicionado fiscal da indústria de transformação é de 27% e de Sorocaba apenas 6,6%. A diferença decorre do desenvolvimento de cidades como Jundiaí, Hortolândia, Sumaré, Indaiatuba, Piracicaba, Vinhedo, Atibaia, Itupeva e Rio Claro. Diante deste cenário, o secretário faz uma alerta: "Precisamos induzir o desenvolvimento de cidades vizinhas a Sorocaba como Votorantim, Araçoiaba da Serra, Boituva e outras. Não adianta apenas Sorocaba crescer economicamente. A região inteira precisa buscar desenvolvimento sustentável", comenta Almeida.

O secretário acredita que, nos próximos levantamentos, a região de Sorocaba terá uma participação ainda maior no PIB industrial, já que o estudo da Fundação Seade é referente ao período que antecede a instalação da Toyota no município. "Após 2010, a Toyota e suas sistemistas entraram em operação. Outras empresas de grande porte também se instalaram ou ampliaram investimentos em Sorocaba e região, como a Case, Emerson e JCB. Provavelmente, os índices atuais já são melhores", analisa.


Outros fatores


De acordo com um dos autores do estudo, Haroldo Torres, outros motivos para a saída de fabricantes da região metropolitana de São Paulo são conhecidos: "Escassez de terrenos, valorização imobiliária, custo da mão de obra, congestionamentos, poluição e crescimento do setor de serviços. Pesam ainda os incentivos fiscais de outros governos", diz o pesquisador.

Para Torres, o que surpreendeu foi o ritmo acelerado de desconcentração. "A região de Campinas e Sorocaba ganha uma musculatura industrial que chama atenção. Se fosse um Estado independente, já seria o segundo mais industrializado do país, atrás apenas de São Paulo. Minas Gerais, o segundo, tem cerca de 10% de participação na indústria nacional", afirma ele.

"O que contribuiu muito para essa evolução é a concentração de empresas como Toyota, Hyundai, Honda, Stanley, Sumitomo, LG, Samsung, Huawei, ZTE, CJ e Ajinomoto, identificadas no estudo como "corredor asiático". Além dessas, no caso de Sorocaba acrescentam outros investimentos de porte como o da Case, a JCB, Emerson e as sistemistas da Toyota. Nos últimos 20 anos, nenhuma montadora anunciou novas unidades na região metropolitana. Em contrapartida, de 2010 para cá, a Toyota construiu nova fábrica em Sorocaba e a Hyundai, em Piracicaba", acentua.
As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

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