sábado, 8 de junho de 2013

IBGE prevê IPCA acima do teto da meta em junho

Altas das tarifas de ônibus, trem, água e esgoto em algumas cidades vão influenciar índice do mês

Fernanda Nunes e Maria Regina Silva, da Agência Estado
RIO - A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços Consumidor Amplo (IPCA) tende a ultrapassar em junho o teto da meta do governo, de 6,50%, no acumulado em 12 meses. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), neste mês, há uma série de altas de preços administrados e questões metodológicas que permitem prever uma alta relevante na inflação de junho.
O IPCA de maio ficou em 0,37% em maio ante 0,55% em abril. Em abril, ele já havia ficado praticamente no teto da meta do governo, em 6,49%.Para a formação do IPCA em 12 meses, o instituto irá desconsiderar uma alta de 0,08% relativa a junho de 2012 para utilizar outra maior, de 0,43% relativa a julho. Entre os preços administrados, o índice de inflação deste mês sofrerá influência das altas das tarifas de ônibus urbano no Rio de Janeiro (7,27%), e em São Paulo (6,75%); da água e esgoto em Belo Horizonte (5,25%) e Fortaleza (8,51%); e do trem em São Paulo (6,75).
Na divulgação, o IBGE destacou o comportamento dos alimentos e bebidas, "que apresentou forte desaceleração ao passar de 0,96% em abril para 0,31% em maio, trazendo o impacto para o índice de 0,24 para 0,08 ponto porcentual, respectivamente". O grupo, porém, na avaliação de especialistas teve impacto sazonal e nos próximos meses pode voltar a pressionar a inflação.
Mesmo com a desaceleração de maio, a dinâmica inflacionária não é das melhores. Ao excluir dos cálculos os preços dos alimentos, o índice de difusão de maio (que representa o porcentual de preços de itens em alta do IPCA) teria uma taxa de 67,60%, frente a um aumento de 67,10% anteriormente, de acordo com o Besi Brasil.
"Acreditamos que será um movimento temporário e o IPCA tende a acelerar daqui para frente, voltando para 0,50% no quarto trimestre. Não acreditamos em melhora consistente da dinâmica da inflação no médio prazo", avaliaram o economista-sênior do banco, Flávio, Serrano, e o economista-chefe, Jankiel Santos, em relatório.
De acordo com os economistas, mesmo considerando a avaliação mais "hawkish" (conservadora) do Banco Central, o governo já sinalizou a intenção de manter a expansão de gastos correntes, na tentativa de impulsionar o crescimento econômico, o que também tende a elevar a inflação, segundo eles.
"Recentemente, elevamos nossa projeção de fim de ano para a taxa básica de juros para 8,75%, mas o ajuste da política monetária não seria suficiente para trazer a inflação para 4,5% (centro da meta) em um futuro próximo. Prevemos 6,0% em 2013 e 5,7% em 2014 para o IPCA", estimaram.
As informações são do Jornal O Estado de São Paulo.

Justiça cobra Dirceu e outros 20 a repor desvios no Mensalão

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO


A Justiça Federal em Brasília abriu o primeiro processo de improbidade contra o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) para cobrar a devolução dos valores que teriam sido desviados, sob seu comando, para o esquema do mensalão.
Também respondem ao processo o deputado federal José Genoino (PT-SP), o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e outras 18 pessoas.
O Ministério Público deu início à ação em 2007, mas só agora a Justiça a aceitou.
A decisão foi tomada no início do mês passado, dias depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) publicar o acórdão com a sentença do julgamento do mensalão, que condenou Dirceu a dez anos e dez meses de prisão.
A ação de improbidade pede a devolução do dinheiro que o STF concluiu ter sido distribuído a parlamentares de cinco partidos --PMDB, PT, PL (atual PR), PTB e PP-- para garantir apoio do Congresso ao governo do ex-presidente Lula.
Dirceu chegou a ser acusado em 2007 em uma ação de improbidade, mas foi excluído ainda na fase anterior ao processo. Na ocasião o juiz entendeu que a ação não poderia ser aplicada a um ministro de Estado.
Editoria de Arte/Folhapress
VALORES
No atual processo, o Ministério Público acusa o núcleo político do mensalão, chefiado por Dirceu, de comprar o voto de parlamentares ligados ao PP --José Janene (PR), já morto, Pedro Corrêa (PE) e Pedro Henry (MT).
O pedido não fixa o valor a ser devolvido, mas acusa os parlamentares do PP de terem recebido ilegalmente R$ 4,1 milhões do esquema.
A lei da improbidade prevê a devolução do dinheiro desviado e o aplicação de multa equivalente a três vezes o valor, corrigido a partir da época dos repasses.
Há ainda outras quatro ações de improbidade contra os condenados do mensalão, mas elas ainda não foram aceitas pela Justiça.
Ao todo, o STF condenou 25 réus. O valor aproximado dos repasses aos partidos alcança R$ 23,2 milhões, segundo o Ministério Público, o que, com a multa, elevaria a R$ 100 milhões o total do eventual ressarcimento.
O processo na área cível utiliza os mesmos argumentos que a Procuradoria-Geral da República usou durante o julgamento no Supremo (área criminal).
OUTRO LADO
A defesa de José Dirceu afirmou que o Ministério Público cometeu erro na ação e diz que ele voltará a ser excluído do processo como ocorreu na fase preliminar da outra ação de improbidade na qual ele era acusado.
O advogado de Delúbio, Sérgio Renault, afirmou que ele não cometeu nenhuma ilegalidade em suas funções partidárias e não obteve nenhuma vantagem no cargo.
Marcelo Leal, defensor de Pedro Corrêa, disse que o dinheiro repassado ao PP não configurou ato criminoso e teve como finalidade pagar o advogado de um deputado e financiar a campanha eleitoral de 2004.
A reportagem não encontrou o advogado de Pedro Henry em seu escritório no final da tarde de ontem. Procurado por meio da assessoria de seu gabinete na Câmara, Genoino não comentou.

As informações são do Jornal Folha São Paulo.

Após críticas presidência torna sigilosos dados sobre viagens de Dilma

PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO

Está causando mal-estar entre integrantes do governo a decisão do gabinete da Presidência de determinar que todas as comunicações relativas a viagens presidenciais sejam classificadas como "reservadas".
Isso significa que elas terão de ser mantidas sob sigilo até o final do mandato da presidente Dilma Rousseff, em 2014, ou, em caso de reeleição, até 2018.
Na semana passada, os postos do Itamaraty no exterior receberam uma circular telegráfica pedindo para manter sob sigilo até as mensagens administrativas --isso inclui todas as comunicações relacionadas às viagens, desde número e preço de quartos de hotéis até pautas de reuniões. A determinação foi noticiada pelo portal iG na semana passada.
A ordem teria partido diretamente do chefe de gabinete da presidente Dilma Rousseff, Giles Azevedo, para o alto escalão do Itamaraty, segundo apurou a Folha.
Os gastos da Presidência em viagens têm despertado críticas. Reportagem da Folha de 21 de março deste ano revelou que o governo brasileiro desembolsou € 125.990 (R$ 324 mil) com hospedagem e salas de apoio e reunião para a comitiva de Dilma Rousseff em Roma durante a missa inaugural do papa Francisco. O gasto teria sido menor se Dilma tivesse optado pela residência oficial.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência nega que a determinação vá tornar sigilosos os gastos da presidente ou do vice Michel Temer. "O valor total dos gastos com hospedagem das viagens internacionais já foi e continua a ser divulgado, pois esta informação não afeta a segurança."
Mas, segundo o Itamaraty, gastos em viagens vão se tornar, sim, sigilosos. "(Serão reservados) todos os documentos relacionados a visitas da Presidenta e do Vice-Presidente, pois não há como transformar em reservado em um documento apenas o nome do hotel, deixando ostensivas informações sobre aluguel de equipamentos", disse a assessoria do Itamaraty.
Segundo o ministério, a reclassificação dos documentos está sendo realizada como parte da adaptação à Lei de Acesso à Informação. "Com a maior facilidade para o acesso aos expedientes internos do ministério, analisou-se que seria necessário reclassificar documentos que possam pôr em risco a segurança da presidente e do vice-presidente."
"Não há razão para os gastos da presidente em viagens serem sigilosos, eles não são risco à segurança", diz uma pessoa ligada ao processo.
A medida inclui documentos relativos a viagens desde 2011. Segundo o Itamaraty, há retroatividade porque as providências nas viagens presidenciais são parecidas, o que poderia afetar a segurança.
"Há o risco de usar a questão da segurança de forma muito generalizada para tornar documentos sigilosos", diz Camila Asano, coordenadora de Política Externa na ONG Conectas. "A Lei de Acesso à Informação supõe que o ônus de explicar a necessidade de sigilo fica com o órgão público."
A Presidência diz que a determinação sobre as viagens foi uma exigência da lei e não uma decisão do gabinete.

As informações são do Jornal Folha de São Paulo.

Africa do Sul - Com infecção pulmonar, Mandela volta a ser internado

Estado de saúde do ex-presidente de 94 anos é "grave, porém estável"

O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela em Londres
O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela em Londres (Reuters)
O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela voltou a ser internado neste sábado por causa de uma recorrente infecção pulmonar. Mandela foi encaminhado para um hospital de Pretória e seu estado de saúde é "grave, mas estável", segundo um comunicado divulgado pelo governo da África do Sul.

A saúde do líder sul-africano, de 94 anos, vem se deteriorando ao longo dos anos e ele passou por diversas internações nos últimos meses por causa de problemas pulmonares -- um mal que afeta Mandela desde a época em esteve preso na Ilha de Robben por sua oposição ao apartheid. "O ex-presidente está recebendo cuidados especiais dos médicos, que estão fazendo o possível para que ele melhore e esteja confortável", diz a nota do gabinete de Jacob Zuma. O governo sul-africano ressaltou que o atual presidente "deseja a Madiba uma rápida recuperação e pede à imprensa e aos cidadãos que respeitem a privacidade de Mandela e sua família".

No final do mês de março, Mandela passou dez dias em tratamento intensivo por causa de uma pneumonia, até receber alta em 6 de abril. Em dezembro, o ativista ficou dezoito dias hospitalizado por problemas no pulmão. Mandela vive atualmente entre Johanesburgo e Qunu, a cidade onde passou sua infância, sob permanente vigilância medica. Sua última aparição pública aconteceu na final da Copa do Mundo de 2010, sediada na África do Sul.

Biografia - Primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela foi eleito em 1994 depois de lutar por mais de quatro décadas contra o regime de segregação racial do apartheid, imposto pela minoria branca sul-africana. Perseguido pelo governo racista, passou 27 anos preso até ser libertado durante as reformas democráticas no país em 1990. Figura essencial na transição após o fim do apartheid, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993 por seus esforços na conciliação entre brancos e negros. Após o fim do mandato, concentrou suas energias em ações junto a organizações sociais e de direitos humanos, promovendo campanhas como a de combate à aids. Em 2003, aos 85 anos, anunciou sua aposentadoria da vida pública, alegando problemas de saúde.

(Com agência EFE)
As informações são da Veja.

São Paulo - Revoltados manifestantes fecham as pistas da Marginal Pinheiro

Turba que deixou um rastro de destruição e vandalismo na Avenida Paulista volta às ruas nesta sexta-feira e bloqueia as faixas da Marginal Pinheiros

Manifestação organizada pelo movimento 'Passe Livre', em São Paulo
Manifestação organizada pelo movimento 'Passe Livre', em São Paulo - Eduardo Biermann
















O grupo de manifestantes que deixou um rastro de depredação na Avenida Paulista na quinta-feira bloqueou as pistas da Marginal Pinheiros, no sentido Castello Branco, e provocou caos no trânsito da cidade de São Paulo na noite desta sexta-feira. A Polícia Militar teve de usar bombas de gás lacrimogênio para conter novos atos de vandalismo.

Os protestos são organizados pela internet por um grupo chamado “Passe Livre”, encabeçado por radicais de alas radicais de partidos de esquerda, para criticar o aumento das tarifas de ônibus e metrô – foram reajustadas de 3 reais para 3,20 reais no último dia 2. No entanto, os atos acabaram marcados por cenas de vandalismo protagonizadas por jovens encapuzados. De acordo com a Polícia Militar, quinze pessoas foram detidas e três ficaram feridas na quinta-feira. 
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), às 19h a cidade registrou 226 quilômetros de vias congestionadas, índice acima da média para o horário numa sexta-feira. Alguns dos piores trechos eram as Avenidas Faria Lima e Rebouças e a Marginal Pinheiros, percurso da manifestação – o ato começou no Largo da Batata, em Pinheiros, na Zona Oeste. As pistas da Marginal só foram liberadas às 19h40, quando o protesto invadiu as ruas do bairro de Pinheiros. O ato reuniu cerca de 4.000 pessoas, segundo PM.

Um dos gritos de ordem dos manifestantes é justamente a promessa de travar a cidade: "Se a tarifa não baixar, São Paulo vai parar". Além de parar, interferindo com a vida de milhares de pessoas, a turba tem causado prejuízo aos cofres públicos e para comerciantes que tiveram seus estabelecimentos apedrejados e pichados.

Prejuízo – O Metrô contabilizou um prejuízo de 73 000 reais com as estações depredadas nesta quinta-feira: 68 000 reais pelos vidros quebrados, e 5 000 reais pelas luminárias danificadas. A companhia afirma que irá responsabilizar e acionar judicialmente os autores dos danos ao patrimônio público, "para que os contribuintes e demais usuários não tenham que arcar com o custo desse lamentável episódio".
As estações Brigadeiro e Trianon-Masp, da Linha 2-Verde, tiveram os vidros de seus acessos quebrados e, assim como a estação Consolação, foram fechadas enquanto os manifestantes passavam pelo entorno. A Estação Vergueiro, da Linha 1-Azul, teve um de seus acessos fechado em razão de depredação em seu interior e um agente de segurança do Metrô foi ferido sem gravidade.

As informações são da Veja.