sábado, 3 de agosto de 2013

PF abre inquéritos para investigar formação de cartel em licitações do Metrô e da CPTM

Polícia irá apurar a ocorrência de crimes praticados por empresas nacionais e estrangeiras nos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra


Vera Rosa - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A Polícia Federal abriu dois inquéritos para investigar a formação de cartel em licitações do metrô e de trens metropolitanos nos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB. O primeiro inquérito já foi relatado e está no Ministério Público. O segundo foi aberto há cerca de um mês, quando o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) fez busca e apreensão de documentos nas empresas investigadas.
"Foram abertos inquéritos, a partir desses fatos, para apurar a ocorrência de eventuais crimes", disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, à reportagem do Estado. "A Polícia Federal acompanhou a busca e apreensão."
Cardozo definiu como "lamentável e descabido" o comportamento do governo de São Paulo, que acusou o Cade de atuar como "polícia política" do PT. Subordinado ao Ministério da Justiça, o Cade apura um conluio entre empresas nacionais e estrangeiras para licitações de obras do metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
"É chegada a hora de os agentes públicos perceberem que é descabido aplaudirem uma investigação quando os investigados são seus adversários e acusarem o Cade de perseguição política quando quem eles são seus parceiros", reagiu Cardozo. "É lamentável que se tente politizar uma investigação séria, feita por um órgão isento, reconhecido internacionalmente por sua qualidade técnica."
Foi a empresa alemã Siemens quem revelou ao Cade a conivência de agentes do Estado para a formação de um cartel para a compra de equipamento ferroviário, construção e manutenção de linhas de trens e metrô em São Paulo e no Distrito Federal, conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
Documentos obtidos pelo Estado mostraram que o superfaturamento das obras provocou prejuízo de R$ 577,5 milhões aos cofres públicos, em São Paulo e no Distrito Federal. A suspeita é de que agentes públicos tenham recebido propina das empresas para fazer vista grossa ao cartel, que teria agido de 1998 a 2008, durante os governos de Covas, Alckmin e Serra, em São Paulo. No Distrito Federal, a suspeita atinge o governo de José Roberto Arruda, que teve o mandato cassado em 2010.
Cardozo disse que, se for comprovada a lesão aos cofres públicos "todos os envolvidos terão de responder nos termos da lei" e previu a possibilidade de sanções pesadas. "O Estado brasileiro não pode ficar complacente com a situações ilícitas", insistiu.
As informações são do ESTADÃO

O dia em que Joaquim Barbosa foi reprovado no Itamaraty. Saiba o que consta no relatório sobre o presidente do STF

Barbosa: prova oral
Em entrevista a Miriam Leitão, em O Globo, no dia 28, Joaquim Barbosa acusou o Itamaraty de ser “uma das instituições mais discriminatórias do Brasil”. Disse que depois de passar nas provas escritas para a carreira diplomática, foi barrado por racismo nas provas orais.
Ficou a dúvida: afinal, que provas orais eram essas?
No exame psicotécnico, feito no dia 7 julho de 1980, a questão da cor de fato aparece. No relatório, o avaliador relata que Barbosa “tem uma auto-imagem negativa, que pode parcialmente ter origem na sua condição de colored”. Mais: diz que suas atitudes eram agudas demais para alguém da carreira diplomática.
Barbosa enfrentou ainda uma banca em que cinco diplomatas deram notas inclusive para a sua aparência — descrita como “regular”. Alguns desses diplomatas são hoje embaixadores.
A propósito, desde meados dos anos 80 as provas do Itamaraty são apenas escritas. As provas orais começaram a ser feitas no final dos anos 70.
Tinham como objetivo detectar “subversivos”  (o Brasil estava sob uma ditadura, enfatize-se) e a condição sexual dos candidatos.
Ou seja, se eram homossexuais. “Qual é o nome de sua namorada?”, chegava a perguntar um dos psicólogos incumbidos do psicotécnico para, em seguida, mostrar ao candidato a ilustração de uma vagina e lhe perguntar o que via, de acordo com o relato de um diplomata que fez o teste em 1981.
As entrevistas também serviam, claro, a  idiossincrasias dos avaliadores. O próprio item “aparência”, no qual Barbosa, obteve um “regular”, é uma prova disso.
Por Lauro Jardim (RADAR ONLINE)

As informações são da Veja

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

'Preferi sair a roubar', diz médico prefeito que renunciou

Márcio Faber (PV) abriu mão de um salário bruto de R$ 5.8 mil por mês para se dedicar à ginecologia e obstetrícia, onde diz ganhar vezes mais


José Maria Tomazela - Agência Estado

Casado, 35 anos, pai de duas filhas, Faber contou que sua situação financeira se complicou com a redução de salário e ele não estava conseguindo dar à família o mesmo padrão de vida. "O prefeito que quer ficar milionário na prefeitura, ele fica, mas não nasci para isso. Meu pai não me ensinou a ser assim, por isso preferi deixar o cargo", disse. O agora ex-prefeito já conseguiu trabalho. Nesta quinta-feira (1), ele passou a atender em unidades de saúde na região de Itapetininga.

Sorocaba - O salário cinco vezes menor que o de médico levou o prefeito Márcio Faber (PV), de Paranapanema, no sudoeste paulista, a renunciar ao cargo, nesta quarta-feira (31). Ele abriu mão de um salário bruto de R$ 5.850,00 por mês e voltou a se dedicar à ginecologia e obstetrícia, suas especializações médicas. "Eu tinha duas opções, ou voltava a trabalhar como médico e ganhava meu dinheiro honestamente, ou tirava isso da prefeitura. Preferi sair a roubar o cofre público", disse.
Eleito em outubro de 2012 com 55% dos votos válidos, Faber ficou à frente da prefeitura apenas sete meses. Antes de ser prefeito, ele atendia os pacientes no Hospital Municipal de Paranapanema e em unidades de saúde da região, obtendo ganhos de R$ 30 mil mensais. Ao sair candidato, Faber sabia qual seria o salário como prefeito. "Achei que pudesse conciliar com a medicina, mas não deu. Como há uma indefinição jurídica, preferi renunciar a correr o risco de uma possível cassação."
Na cidade, de 17.999 habitantes, sua decisão divide opiniões. "Ele não estava conseguindo cumprir as promessas de campanha e havia indícios de que continuava atuando como médico. Ele acabou saindo porque a Câmara começava a investigar", disse o presidente do Legislativo, Leonardo de Araújo (PSDB). "Ele pegou a cidade destruída e estava ajeitando, é um político honesto", defendeu o servidor municipal Flávio Dias.
Faber garantiu que seu governo ia bem e o único fator que pesou em sua decisão foi mesmo a questão salarial. "Deixo a prefeitura arrumada e em boas mãos, com pessoas honestas nos lugares certos." Ele foi eleito em outubro de 2012 com 5.873 votos. Era a primeira vez que o médico concorria a um cargo público. Com a renúncia, o vice-prefeito Antonio Hiromiti Nakagawa (PV) assumiu a prefeitura. 
O conteúdo é do ESTADÃO

18 são presos em protesto na Paulista

Cerca de 400 pessoas se reuniram na Prefeitura e seguiram para a avenida, onde grupo tentou depredar farmácia, provocando tumulto

Bruno Paes Manso e Thiago Mattos
Cerca de 400 manifestantes fizeram uma passeata tensa pelo centro de São Paulo, na noite desta quinta-feira, 2. O grupo tentou depredar uma farmácia na Avenida Paulista, mas as portas já haviam sido fechadas, justamente para prevenir danos durante o protesto. Dezoito pessoas foram detidas e uma mulher, ferida, após ser atingida por um PM com um cassetete na Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Lanchonetes e até uma viatura da Polícia Civil foram pichadas.
Após os dois últimos protestos, na terça e na sexta-feira, terminarem com um rastro de agências bancárias depredadas, os PMs decidiram fazer cordões de isolamento na frente dos bancos. O protesto teve a participação dos anarquistas do grupo Black Blocs. O policiamento reforçado não conseguiu impedir que alguns manifestantes jogassem pedras na farmácia Onofre, na esquina da Paulista com a Rua Bela Cintra.
Os suspeitos foram detidos depois da tentativa de vandalismo e podem ser soltos nesta sexta-feira, 3. Um deles foi acusado de tentar invadir o local e outro teria agredido um policial, segundo o major da PM Genivaldo Antônio. Dos detidos, a polícia divulgou o primeiro nome de três: Vinícius, Igor e Cleiton. No grupo também está um adolescente. Uma mulher chegou a ser arrastada até um camburão. Na confusão, os dois sentidos da Avenida Paulista chegaram a ser bloqueados. A via só foi completamente liberada às 21h45.
Quando as prisões começaram, a maior parte dos manifestantes cercou as viaturas e hostilizou os policiais, exigindo a liberação dos suspeitos, mas sem sucesso. Os detidos foram levados para o 78.º DP (Jardins) e a maior parte do grupo que participava do protesto decidiu seguir até a delegacia, na Rua Estados Unidos. No caminho, um McDonald’s e um Habib’s foram pichados.
Até as 23h30, cerca de 30 manifestantes ainda protestavam na frente do 78.º DP. Com o impasse na frente da delegacia, o grupo pichou "Fora PM" em um carro da Polícia Civil.
Hostilizados. Durante todo o protesto, as palavras de ordem eram contra a polícia ("PM assassina, chega de chacina") e os governos estaduais do Rio e de São Paulo. A pergunta "Cadê Amarildo?", que questiona o desaparecimento do pedreiro carioca se tornou um "meme" estampado em faixas e entoado em gritos de guerra.
Na concentração do protesto, na frente da Prefeitura, por volta das 18 horas, um dos manifestantes abordava pedestres e perguntava: "Sabe quem é Amarildo?" Se a pessoa não sabia, vinha a explicação: "Ele é um pedreiro que desapareceu no Rio, depois de ser abordado pela polícia na Rocinha. Ajuda a gente a divulgar essa história..."
Com medo de vandalismo, muitos comerciantes fecharam as portas. Antes de a marcha sair do Executivo paulistano, o major Antônio havia conversado com representantes do protesto e pedido para que não houvesse depredação. Caso contrário, avisou, seria necessário o uso da força.
Além da polícia, alguns repórteres foram hostilizados durante o protesto. "Eles me deram uma canelada, mas está tudo bem", disse o jornalista Fábio Pannunzio, da TV Bandeirantes. Bruno Torturra, da Mídia Ninja, foi alvo de críticas e acusações de ligação com o PT.
Trânsito. Às 18h45, o grupo saiu em passeata e, 15 minutos depois, bloqueou a Avenida 23 de Maio no sentido zona sul. Nesse horário, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 180 quilômetros de lentidão na capital paulista - índice acima da média para o horário (162 km).
O protesto seguiu na direção da Paulista pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio, onde começou uma correria de alguns manifestantes. Um policial militar tentou parar o grupo e atingiu com um cassetete uma das mulheres. Ela teve um corte no supercílio, que sangrou. Os participantes do protesto então reclamaram com PMs, que usaram cassetetes mais uma vez. Os manifestantes seguiram então pela Avenida Paulista, fecharam o sentido Consolação e atacaram a farmácia.
COLABOROU FERNANDO OTTO
O conteúdo é do ESTADÃO

Siemens diz que governo de São Paulo deu aval a cartel no metrô

CATIA SEABRA
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO

A multinacional alemã Siemens apresentou às autoridades brasileiras documentos nos quais afirma que o governo de São Paulo soube e deu aval à formação de um cartel para licitações de obras do metrô no Estado.
A negociação com representantes do Estado, segundo a Siemens, está registrada em "diários" apresentados pela empresa ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
No mês passado, a gigante da engenharia delatou ao órgão a existência de um cartel --do qual fazia parte-- para compra de equipamento ferroviário, além de construção e manutenção de linhas de trens e metrô em São Paulo e no Distrito Federal.
Em troca, a empresa assinou um acordo de leniência que pode lhe garantir imunidade caso o cartel seja confirmado e punido.
A formação do cartel para a linha 5 do metrô de São Paulo, de acordo com a Siemens, se deu no ano de 2000, quando o Estado era governado pelo tucano Mário Covas, morto no ano seguinte.
Segundo o Cade, o conluio se estendeu ao governo de seu sucessor, Geraldo Alckmin (2001-2006), e ao primeiro ano de José Serra, em 2007.
Secretário de transportes no governo Covas, entre 1995 e 2001, Cláudio de Senna Frederico afirmou que não teve conhecimento da formação de cartel, mas não o descartou. "Não me lembro de ter acontecido uma licitação, de fato, competitiva", disse.
Editoria de arte/Folhapress
O governo Alckmin diz que, se confirmado o cartel, pedirá a punição dos envolvidos. Serra não foi localizado.
Documento entregue pela Siemens aponta o suposto aval do governo em favor de um acerto entre empresas para a partilha da linha 5, em trecho hoje já em operação.
Chamado de "grande solução", o acerto era, segundo os papéis, o desfecho preferida pela "secretaria" [de transportes] por oferecer "tranquilidade na concorrência".
Consistia em formar um consórcio único para ganhar a licitação e depois subcontratar empresas perdedoras, o que, de fato, ocorreu.
No documento, de fevereiro de 2000, os executivos da Siemens descrevem reuniões para a costura do cartel.
Numa delas, é relatado que "o fornecimento dos carros [trens] é organizado em um consórcio 'político'. Então, o preço foi muito alto".
"Consórcio combinado, então, é muito bom para todos os participantes", relata um executivo da Siemens.
A Siemens diz que um acordo permitiu ampliar em 30% o preço pago em outra licitação para manutenção de trens da CPTM.

As informações são do Jornal Folha de S. Paulo

Ameaça faz EUA fecharem embaixadas no Oriente Médio

Precaução vai afetar representações americanas em diversos países árabes

Consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, em chamas na madrugada desta quarta-feira. O embaixador dos Estados Unidos na Líbia, J. Christopher Stevens, e três funcionários americanos morreram no ataque
Consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, em chamas na madrugada desta quarta-feira. O embaixador dos Estados Unidos na Líbia, J. Christopher Stevens, e três funcionários americanos morreram no ataque (AFP)
Uma ameaça terrorista fez os Estados Unidos tomarem a decisão de fechar diversas embaixadas e consulados do país no Oriente Médio, no Norte da África e no Sudeste Asiático nos próximos dias. As autoridades americanas não deram mais detalhes sobre a precaução, mas um funcionário do Departamento de Estado disse para a rede CNN que as ameaças são “sérias e críveis”. A imprensa americana especula que o perigo de atentados realizados por células regionais da Al Qaeda teria motivado a decisão.

Entre as representações que devem ser afetadas pela medida estão as embaixadas e consulados americanos em Israel, Egito, Arábia Saudita, Kuwait, Iêmen, Iraque, Bahrein, Jordânia, Afeganistão, Argélia, Emirados Árabes Unidos e Bangladesh. Em um primeiro momento, as missões diplomáticas fecharão apenas no próximo domingo, mas o período pode ser ampliado para os dias seguintes. No mundo islâmico o domingo é um dia útil e por isso os consulados e as embaixadas instalados lá já não abrem as portas na sexta e no sábado.

A porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, declarou na noite de quinta-feira que a decisão havia sido tomada como uma medida de precaução para preservar funcionários e visitantes dos consulados.

Histórico - Os Estados Unidos busca aumentar a segurança de suas embaixadas no mundo islâmico depois que um ataque contra o consulado do país em Bengasi, na Líbia, no ano passado, expôs falhas graves na avaliação de riscos das missões diplomáticas americanas na região. O atentado, realizado no dia 11 de setembro, provocou a morte de quatro funcionários do consulado, incluindo o embaixador Christopher Stevens.
As informações são da VEJA

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Facebook retira do ar página que facilitava doação ilegal de crianças no Brasil

Prática constitui infração ao Código Civil, afirma juiz da Vara da Infância e da Juventude de São Paulo

Renata Honorato
Adoção
Adoção (Thinstock)
O Facebook está sendo usado no Brasil para facilitar a doação ilegal de crianças. Umas das páginas, a comunidade "Quero doar meu bebê", já foi retirada do ar pela administração da rede social após denúncias de usuários. A prática — ainda que não envolva transação financeira ou qualquer outro tipo de recompensa — constitui infração ao Código Civil, segundo Reinaldo Cintra, juiz da Vara da Infância e da Juventude do Foro Regional da Lapa, em São Paulo. "O poder familiar é irrenunciável. Os pais não podem entregar seu filho para uma terceira pessoa sem intermediação da Justiça", diz Cintra. 
Criada no dia 27 de junho, a página "Quero doar meu bebê" foi curtida por quase 150 pessoas. Nela, usuários que se identificaram como mulheres se diziam dispostas a doar seus filhos. "Meu nome é Gisele, tenho um filho de quatro meses e não tenho condições de criá-lo", contava um post, de 29 de junho.
No mesmo dia, a dona da página, que se identifica como Lays Cristina Ferreira Nunes, pediu que interessados em adotar crianças divulgassem seus e-mails para facilitar a operação. A reportagem tentou entrar em contato com a proprietária da página, mas não obteve resposta às mensagens enviadas.
Muitas pessoas responderam o post de Lays, divulgando seus endereços eletrônicos. "Sou da Europa, mas moro no Brasil. Estou muito interessado em adotar um bebê. Tenho 42 anos e tenho preferência por uma criança do sexo feminino e negra", dizia um dos comentários. "Casal branco, com vida estável. Não posso engravidar e sou de São Paulo. Quero adotar um bebê", afirmava outra publicação.
Segundo o juiz Reinaldo Cintra, a facilitação da doação não assistida pela Justiça torna-se crime se envolver transação financeira ou outros benefícios. Em todos os casos, havendo dinheiro ou não, cabe à Justiça tomar a guarda da criança para, em seguida, incluí-la em uma nova família que esteja no cadastro oficial de adoção.
Para Fernanda Beatriz Gil da Silva Lopes, assessora da Infância e da Juventude do Ministério Público do Estado de São Paulo, todos os agentes envolvidos na negociação (quem entrega, quem adota e quem facilita) infringem a lei. A especialista chama a atenção ainda para o fato de alguns pais registrarem essas crianças recém-nascidas como seus filhos. "Essa prática é ilegal. Trata-se de um crime contra o estado de filiação ou falsa paternidade", diz.  
Recife — Outros casos de páginas no Facebook para facilitar a adoção foram registrados no Brasil. O delegado Adenir Oliveira, do Departamento de Proteção da Criança e do Adolescente (DPCA), de Pernambuco, investiga um caso de suposta negociação de bebê realizada através da rede social. Uma das páginas sob investigação é "Quero doar — Quero adotar seu bebê Recife-PE". O delegado afirmou que pediria ao Facebook a remoção da página do ar, além de uma cópia de todo o conteúdo veiculado ali.
A denúncia foi feita ao Ministério Público pela mulher que iria receber o bebê para adoção. De acordo com o delegado, ela decidiu entrar em contato com a Polícia quando percebeu que a negociação envolveria dinheiro. A mãe da criança pediu 50.000 reais, alegando que o valor seria usado para pagar despesas hospitalares com UTI, pois o bebê nasceu prematuro de seis meses e precisou de tratamento intensivo. Foi descoberto, porém, que a mulher tinha plano de saúde.
Apesar de o bebê ter morrido na última sexta-feira, Oliveira afirmou que ainda se trata de um crime. A mãe foi ouvida, mas não foi presa. A infração, segundo o artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pode levar a reclusão de um a quatro anos e multa.
(Com Agência Estado)
As informações são da VEJA

terça-feira, 30 de julho de 2013

Rede Abercrombie é acusada de discriminação

Órgão de direitos humanos da França investiga processo de seleção baseado na aparência

Economia & Negócios
Atendentes da Abercrombie: discriminação contra os feios - NYT
SÃO PAULO - A rede varejista americana Abercrombie & Fitch, famosa por seus modelos masculinos sem camisa, está sendo acusada de discriminação na Europa. A empresa é acusada de contratar jovens apenas pela boa aparência.

NYT
Atendentes da Abercrombie: discriminação contra os feios
O órgão de defesa dos direitos humanos da França anunciou na semana passada que está investigando a cadeia que tem sede em Ohio, nos Estados Unidos.
A Abercrombie, especializada em roupas de jovens, é conhecida por suas lojas com iluminação tênue, música alta e funcionários atraentes. Os atendentes exibem a boa forma física na porta de entrada das maiores lojas nas grandes cidades do mundo.
Em uma declaração por escrito à rede americana CNBC, um porta-voz Abercrombie disse: "Nossa intenção é cumprir com as leis de cada país em que operamos, e estamos comprometidos com a diversidade e inclusão em toda a nossa força de trabalho."
Leon Glenister, advogado especializado em direito discriminação em Londres, disse à rede de notícias CNBC que o crescente interesse do público no processo de contratação da empresa poderia levar a mais desafios contra a empresa.
"O interesse na forma de recrutamento da empresa é movido mais por razões morais do que legais", disse ele. "Se a empresa diz que só quer contratar pessoas de boa aparência, eles estão em águas perigosas."
Embora não seja ilegal, a contratação de pessoas pela sua aparência pode configurar discriminação no Reino Unido e na União Europeia. A legislação proíbe as empresas de discriminar pessoas no processo de seleção por idade, raça ou deficiência.
Em uma entrevista em 2006 ao site de notícias salon.com, citado pelo órgão de direitos humanos da França, Mike Jeffries, presidente da Abercrombie, admitiu que recrutava pessoal atraente por razões de marketing.
"É por isso que contratamos pessoas de boa aparência em nossas lojas", disse ele na entrevista. "Porque as pessoas de boa aparência atraem outras pessoas de boa aparência, e queremos vender para pessoas de boa aparência", disse.
Em 2009, a estudante de Direito Riam Dean, que tem um braço protético, ganhou uma ação trabalhista contra a empresa depois de ter sido transferida para trabalhar no almoxarifado, porque ela não se encaixava imagem da marca. Na época ela recebeu indenização de US$ 12,3 mil.
A cadeia também é criticada por sua política de dimensionamento das roupas. Ativistas argumentam os tamanhos 'discrimina' os clientes mais gordos. Quase 80 mil pessoas já assinaram uma petição online no Change.org convidando a empresa a oferecer tamanhos maiores.
O conteúdo é do ESTADÃO

Pesquisadores sugerem mudanças na definição de câncer

Com a criação de novas nomenclaturas para os diferentes tipos de tumor, o número de tratamentos excessivos e desnecessários poderá ser reduzido

Guilherme Rosa
Célula cancerígena
Com as melhorias nas técnicas de exame, os médicos têm descoberto cada vez mais casos de câncer em seus estágios iniciais. O problema é que algumas das lesões descobertas poderiam nunca atacar outros tecidos do corpo (Thinkstock)
Durante os últimos trinta anos, novas técnicas para a detecção do câncer levaram a um aumento substancial do número de diagnósticos precoces. Ao identificar tumores antes que cresçam e se espalhem pelo corpo, os médicos aumentam as chances de cura do paciente. O grande número de exames realizados e o diagnóstico dos tumores em estágios cada vez mais iniciais também favorece a detecção de lesões pré-malignas — que ainda não são cânceres, mas podem vir a ser. Essas lesões frequentemente são enfrentadas como se fossem tumores malignos, mesmo aquelas de crescimento lento e baixo risco. Como resultado, muitos pacientes passam por tratamentos pesados para uma doença que poderiam nunca desenvolver.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Overdiagnosis and Overtreatment in Cancer: An Opportunity for Improvement

Onde foi divulgada: periódico Journal of the American Medical Association 

Quem fez: Laura J. Esserman, Ian M. Thompson e Brian Reid

Instituição: Universidade da Califórnia, EUA; entre outras

Resultado: O Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, órgão que coordena o programa nacional de tratamento da doença, reuniu um grupo de três especialistas com o objetivo de elaborar um plano para melhorar os diagnósticos de câncer. O principal problema detectado pelos pesquisadores é o grande número de tratamentos desnecessários, voltados a lesões que ainda não tinham se tornado malignas
Por causa disso, um grupo de pesquisadores americanos publicou nesta segunda-feira um artigo na revista Journal of the American Medical Association em que propõem uma atualização da própria definição do que é — e o que não é — câncer. Segundo os cientistas, nos últimos anos houve um grande avanço no conhecimento da biologia e do desenvolvimento dos vários tipos de câncer. Isso possibilitaria uma mudança no modo como os diversos casos são encarados pelos médicos. “Hoje, reconhecemos que o câncer não é uma doença, mas um grande número de doenças diferentes. Temos que individualizar o tratamento baseados na biologia do tumor, evitando o tratamento desnecessário”, diz Laura J. Esserman, pesquisadora da Universidade da Califórnia e uma das autoras do artigo.
Os autores argumentam que a palavra câncer invoca a ideia de um processo comum a todos os tipos da doença e que leva inevitavelmente à morte. “Apesar de o entendimento da biologia do câncer ter mudado dramaticamente, a percepção por parte do público e entre muitos médicos ainda não mudou: ele ainda é percebido como um diagnóstico com consequências fatais, caso não seja tratado”, diz Esserman. Na verdade, há muitos tipos de câncer, e alguns tumores podem ficar inertes durante toda a vida do paciente. Os pesquisadores sugerem que esse tipo de tumor tenha outro nome: lesão indolente de origem epitelial (IDLE, na sigla em inglês).
Reunião de especialistas — As recomendações foram elaboradas por um grupo de três especialistas formado após reuniões do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, com o objetivo de traçar uma estratégia para melhorar as abordagens atuais de diagnóstico. Segundo os pesquisadores, os tratamentos desnecessários costumam acontecer, principalmente, nos casos de cânceres de mama, pulmão, próstata, tireoide e melanoma.
Entre as sugestões elaboradas pelos cientistas está a de reconhecer que os exames realizados hoje em dia vão detectar tanto cânceres graves quanto os indolentes e elaborar, de modo interdisciplinar, um critério para reclassificar as condições da doença. A chave seria melhorar as técnicas de diagnóstico existentes, identificando apenas os tumores que mereçam atenção médica. “Devemos individualizar os exames, focando os casos que podem levar a doenças agressivas e à morte”, diz Esserman.
As soluções elaboradas pelos especialistas ainda estão longe de chegar aos consultórios. Atualmente, na maioria das vezes, os médicos não têm como saber se um câncer vai se desenvolver ou não, e, com a vida do paciente ameaçada, acabam adotando a estratégia mais segura: combater os tumores que surgirem. “Nenhum médico quer fazer diagnósticos e tratamentos excessivos, mas, no atual estágio do conhecimento, a decisão de não tratar um paciente tem que ser muito bem pesada”, diz Maria do Socorro Maciel, diretora do núcleo de Mastologia do Hospital A. C. Camargo. O documento serve, no entanto, como um indicador do que deve acontecer com as pesquisas e os tratamentos do câncer nos próximos anos, cada vez mais voltados ao combate de tipos específicos de tumores.

Opinião da especialista

Maria do Socorro MacielDiretora do Núcleo de Mastologia do Hospital A. C. Camargo.

“A pesquisa aponta um problema comum: os médicos detectam os cânceres de forma cada vez mais precoce, mas acabam descobrindo também lesões que não terão impacto na sobrevida do paciente. Com as melhorias na mamografia, por exemplo, temos uma detecção cada vez mais precoce dos tumores, mas descobrimos lesões que ainda não sabemos completamente como vão se desenvolver. Ninguém quer tratar desnecessariamente um paciente, mas, a partir do momento em que não sabemos como o câncer vai evoluir, a decisão de não tratar alguém é muito delicada.
“Nesse sentido, uma mudança na nomenclatura poderia até ser bem vinda, pois o paciente pode estranhar o fato de um médico decidir não tratar, mas apenas acompanhar um caso de câncer. O problema é que essa mudança na nomenclatura não pode vir antes de entendermos melhor como funcionam essas lesões. Os pesquisadores precisam estudar mais as heterogeneidades do câncer e dos pacientes, para decidir o que deve ser tratado ou não. Quando pudermos entender a evolução dessas lesões, aí sim veremos uma reviravolta nos tratamentos.
“Em seu artigo, os pesquisadores citaram o carcinoma ductal da mama in cito como um exemplo de câncer que deveria passar a ser chamado de IDLE. Ele é uma lesão formada por células que cresceram dentro do canal do leite. Só uma parcela deles vai realmente se transformar em um tumor invasor, mas ainda estamos apenas começando a entender sua biologia e não temos condição de saber quais podem acarretar metástase. Ele pode nunca se desenvolver e causar danos ao paciente, mas, ao fazer o diagnóstico, qual deve ser a decisão do médico? Hoje em dia, o tratamento mais utilizado tem sido retirar a lesão por meio de cirurgia. Enquanto os conhecimentos sobre a biologia desse tipo de tumor não aumentarem — e houver marcadores celulares que ajudem a saber quais têm maiores de condições de evoluir — o tratamento é a decisão que submete o paciente a menos risco.”
O conteúdo é da VEJA

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Desfecho do Crime - Justiça de Pilar do Sul condena os assaltantes Everton Dias o "Evinho" e Jhony Willian o "Bigú"


A Justiça de Pilar do Sul mandou para à prisão o criminoso Everton Dias de Andrade conhecido por “Evinho” e seu comparsa Jhony Willian Alves de Souza apelidado de “Bigú”, acusados de praticarem assalto duplamente qualificado (artigo 157 incisos I e II do Código Penal).

 O crime ocorreu no início de março do ano passado, quando os dois chegaram em um carro e um deles sacou uma arma de fogo, surpreenderam duas pessoas que conversavam defronte uma residência, na Rua Antonio Paulista, no Centro de Pilar do Sul.

 O criminoso apontou a arma e roubou a carteira com documentos e dinheiro, um capacete da vitima e uma motocicleta Honda XRE – 300 placa ECJ 0627, e em seguida montou na motocicleta e fugiu; o outro indivíduo fugiu no automóvel.

A polícia de Pilar do Sul afirma que naquela mesma semana Jhony ajustou-se novamente com Everton e o elemento Lucas Arquila de Almeida o “Luquinha) e com informações passadas pelo vendedor Rafael Tadeu Toledo, morador de Pilar do Sul (coautor), praticaram tentativa de latrocínio contra o comerciante de veículos César Carvalho, em Pilar do Sul.

 O julgamento da tentativa de latrocínio está em curso na mesma Comarca. Todos acusados estão presos: Jhony foi capturado pela Delegacia de Investigações Gerais no ano passado em Sorocaba, e Everton também foi preso naquele mesmo ano, em uma cidade do Paraná.

 A imprensa de Sorocaba noticiou que Everton planejava sequestrar um empresário do cantor Luan Santana. Rafael esteve preso em Pilar do Sul em 2012 e depois foi transferido para o CDP de Sorocaba. Luquinha foi detido em Sorocaba, em 07 de janeiro deste ano, quando tentava uma segunda via de documento no Poupatempo.

Decisão sobre o assalto

 Everton está condenado por causa do roubo da motocicleta a cumprir 05 anos e 06 meses de reclusão, no regime inicial fechado e Jhony está condenado a ficar preso por 06 anos e 02 meses no mesmo regime. A sentença foi decretada no dia 19 de julho deste ano. Quando a polícia prendeu os acusados cessaram os roubos em Pilar do Sul e isso reforçou a tese levantada pela polícia pilarense que essa quadrilha era responsável pelos assaltos na cidade.

Todos elementos que formaram o conjunto de acusação convenceram a Justiça: o relatório da investigação, o reconhecimento dos acusados pelas vitimas por meio de álbum fotográfico, e o reconhecimento pessoal não restaram dúvida. A lei brasileira recomenda pena para assaltante de até 10 anos de reclusão, mas a Justiça concede-lhes atenuante porque eles confessaram o crime durante a instrução criminal.


Quem comete crime está sujeito a “pão de angústia” e “água de amargura”. 

O conteúdo é do blogue do jornalista Toni Silva

Segurança pública desagrada 51% dos sorocabanos

Pesquisa mostra que 33% dos moradores de Sorocaba já foram vítima de algum tipo de violência


     Carolina Santana
carolina.santana@jcruzeiro.com.br
Cinquenta e um porcento dos sorocabanos estão insatisfeitos com a segurança pública na cidade. É o que mostra a pesquisa sobre a Percepção da Violência em Sorocaba, levantamento realizado pelo Instituto São Paulo contra a Violência em parceria com a Universidade de Sorocaba (Uniso). A pesquisa ainda mostra que 33% dos moradores da cidade já foram vítima de algum tipo de violência e 67% dos munícipes aumentaram os cuidados com a segurança pessoal e da família nos últimos três anos. Com relação à sensação de insegurança na cidade, em uma escala de um (pouco medo) a dez (medo extremo), a nota dada pelos entrevistados ao município foi 5,97. O levantamento foi feito entre os meses de março e maio deste ano. O questionário foi aplicado a 450 pessoas. A margem de erro da pesquisa é de 5%.

Como forma de melhorar a segurança pública em Sorocaba, 48% dos entrevistados apontam o reforço no policiamento como uma necessidade atual. Além da aplicação dos questionários fechados, a pesquisa também realizou uma dinâmica com um grupo de 22 sorocabanos, sendo 11 homens e 11 mulheres. A atividade serviu para que os pesquisadores conhecessem com maior profundidade a percepção dos cidadãos em relação à violência e à criminalidade na cidade. O resultado das análises, diz o estudo, deve auxiliar no desenvolvimento de projetos locais de prevenção e redução da violência e da criminalidade na cidade.

No grupo masculino, as causas da violência são definidas de maneira focalizada em dois grandes eixos: fatores econômicos e questões político-institucionais, como a falência do sistema de segurança pública, impunidade, corrupção, prisões superlotadas e ineficiência das leis brasileiras. Entre as mulheres, o conceito de violência é mais amplo, sendo considerado tudo o que atinge a integridade de uma pessoa. Para elas, até a falta de acesso a serviços básicos de saúde ou um mau atendimento por parte da polícia são fatores geradores da violência.
 
Comportamento humano 
A violência é um comportamento humano e a sensação de insegurança gerada pelo aumento no número de crimes não é exclusividade de Sorocaba. A fala é do delegado assistente da Delegacia Seccional de Sorocaba, Fábio Laíno Cafisso. "A violência é um fenômeno social e ela cresce de tempos em tempos. Percebemos que, de uns 15 anos para cá, houve uma retomada da violência por parte do cidadão", comentou Cafisso. As causas para esse cenário, continua, não são levantadas pela Polícia Civil que trabalha na investigação e solução dos casos após a ocorrência dos delitos.

Apesar da sensação de insegurança relatada pelos sorocabanos, Cafisso afirma que os índices de esclarecimento dos crimes em Sorocaba, sobretudo os de natureza violenta, são constantes. "O narcotráfico está sendo reprimido de forma excelente. O trabalho desenvolvido pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais), pela Delegacia de Entorpecentes e da Defesa da Mulher, por exemplo, é excelente", afirma o delegado. 

Sobre possíveis ações para reduzir a sensação de insegurança dos sorocabanos, Cafisso acredita na continuidade de ações preventivas com maior efetivo policial nas ruas e da instauração de inquéritos policiais. A investigação realizada pela Polícia Civil fornece elementos probatórios para o Poder Judiciário trabalhar na condenação dos delitos ocorridos.
 
Sensação de segurança 
Responsável pelo policiamento preventivo, a Polícia Militar (PM) de Sorocaba afirma ter havido redução nos índices criminais entre o ano passado e agora, sobretudo na área patrimonial. De acordo com o comando do 7º Batalhão de Polícia Militar do Interior, a instituição vem realizando diversas operações que, além de reduzir a criminalidade, também tem como objetivo aumentar a sensação de segurança do cidadão sorocabano.

Por meio de nota, a PM informou que são empregadas, todas as modalidades de policiamento, direcionadas de forma estratégica, para regiões de maior índice criminal. Na nota, a Polícia Militar lembra a importância do cidadão também ter uma postura cuidadosa com a segurança e denunciar os infratores e autores de crimes. Todas as ocorrências devem ser registradas no Distrito Policial.
 
Assalto à mão armada 
Vindo de São Paulo há cinco anos, o técnico em informática, Júlio Cezar Reginato Júnior, 20, foi assaltado à mão armada na avenida Barão de Tatuí. "Em São Paulo, eu achava que fosse mais complicada essa questão de segurança pública, mas, lá, nunca fui assaltado. Acho que aqui eu andava mais relaxado", pondera. O assalto aconteceu há um ano e o jovem estava acompanhado por outros três amigos. "Levaram nossos pertences. Chamamos a polícia e logo tinha quatro viaturas para nos atender. Pegaram os bandidos logo depois", relembra.

Apesar do episódio, Júlio acredita que a segurança pública de Sorocaba está boa se comparada com outras cidades do mesmo porte. "Se o assalto tivesse sido em São Paulo, acho que a polícia não teria conseguido pegar os bandidos", afirma o jovem. Para o analista de sistemas André Felipe dos Santos, 24, a sensação de segurança em Sorocaba é boa. "Claro que acontecem crimes, é inevitável que aconteçam. Mas acho que, de forma geral, a segurança pública de Sorocaba está boa", afirma.

Quais os principais problemas de violência na cidade?
Problemas %
Acidente de trânsito 14%
Assassinato 7%
Estupro 4%
Roubos e assaltos 26%
Tráfico de drogas 27%
Crime organizado 4%
Crueldade contra os animais 6%
Violência nas escolas 6%
Violência doméstica 7%
Outros 0%

Quais as principais causas da violência e da criminalidade?
Causas %
Bebidas alcóolicas 20%
Drogas 30%
Ciúmes 3%
Preconceito 5%
Falta de emprego e dinheiro 11%
Influência negativa da mídia (TV, internet, etc) 5%
Falta de educação escolar 9%
Mau exemplo da família 11%
Falta de religião 7%
Outros 0%

O conteúdo é do Jornal Cruzeiro do Sul

Dinheiro de licitações pode ser devolvido, diz Siemens

CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA

Em reunião com promotores de Justiça na semana passada, a multinacional Siemens admitiu devolver aos cofres públicos parte do valor que teria sido superfaturado no fornecimento de equipamentos de trens e metrô ao governo de São Paulo.
Há duas semanas a Folha revelou que a Siemens delatara às autoridades antitruste a existência de um cartel -do qual fazia parte- em licitações para compra de equipamento ferroviário, construção e manutenção de linhas de trens e metrô em São Paulo e no Distrito Federal.
Empresas acusadas de cartel podem ser impedidas de participar de licitações
Multinacionais acusadas de formação cartel dizem colaborar com investigação
O esquema envolve subsidiárias das empresas Alstom, Bombardier, CAF e Mitsui, e as empresas TTrans, Tejofran, MGE, TCBR, Temoinsa, Iesa e Serveng-Civilsan.
As combinações podem ter aumentado em 20% os preços. Mas o cálculo dependerá ainda de um levantamento de contratos assinados pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e pelo Metrô de São Paulo.
Na semana passada, a Promotoria pediu à CPTM e ao Metrô a lista de contratos com as empresas apontadas como integrantes do cartel.
A Siemens fez um acordo que pode garantir à empresa e a seus executivos imunidade administrativa e criminal e diz que "coopera integralmente com as autoridades". A empresa afirma que enfatiza a importância de uma concorrência leal e "obriga todos os funcionários a cumprir regulamentos antitruste".
As demais empresas também dizem estar colaborando com as investigações.
Se for confirmado e condenado o cartel, as empresas ficam sujeitas à multa que pode chegar a 20% do faturamento bruto no ano anterior à abertura de processo -o que poderia chegar a R$ 1 bilhão no caso da Siemens, segundo cálculos oficiais.
Editoria de arte/Folhapress

O conteúdo é do Jornal Folha de S. Paulo

Grupos Publicis e Omnicom anunciam fusão

União das duas empresas de publicidade cria grupo com valor de mercado de US$ 35 bilhões 

Tanzina Vega e Liz Alderman, do The New York Times
NOVA YORK - Duas das maiores empresas de publicidade, Omnicom Group e Publicis Groupe, anunciaram neste domingo uma fusão que criará a maior família de agências do mundo, com valor de mercado de US$ 35,1 bilhões e 130 mil funcionários.
Inicialmente, o novo grupo terá dois diretores executivos: John Wren, da Omnicom, e Maurice Lévy, da Publicis. Mas depois de 30 meses, Wren, que tem 60 anos, se tornará o único diretor executivo, e Lévy, 71, poderá exercer a função de presidente do conselho.A associação da Publicis, sediada em Paris, com a Omnicom, de Nova York, suplantará a atual líder do setor, a WPP, de Londres. Embora a Omnicom seja um pouco maior do que a Publicis, o acordo é considerado uma fusão de empresas de igual porte, cujo faturamento total foi de US$ 22,7 bilhões no ano passado. A nova companhia se chamará Publicis Omnicom Group.
Se aprovada pelas autoridades antitruste dos Estados Unidos e da Europa, e se receber sinal verde do governo francês, a fusão unirá redes de agências de publicidade atualmente separadas – como BBDO, TBWA e DDB sob a Omnicom, e Leo Burnett e Saatchi & Saatchi sob a Publicis.
Ao todo, os conglomerados representam algumas das maiores marcas mundiais, como AT&T, Visa e Pepsi na Omnicom, e McDonald’s, Coca-Cola e Walmart na Publicis.
Lévy e Wren abriram a coletiva à imprensa com a assinatura do acordo na cobertura da sede da Publicis, na Avenida Champs-Elysées, em Paris.
Os acionistas de cada uma das companhias serão detentores de 50% do capital acionário da nova empresa, que será listada na Bolsa de Nova York, na Euronext Paris e incluída no índice das 500 da Standard & Poor’s, e na CAC 40 em Paris. Haverá um único conselho diretor com Wren e Lévy e sete representantes de ambas as companhias.
Em comunicado, Lévy disse que a fusão foi motivada pelos avanços tecnológicos em publicidade e pelos chamados Big Data – a capacidade de acumular volumes muito maiores de informações sobre os consumidores, que permitirão lucrar de várias maneiras.
"O panorama atual do marketing passou por drásticas mudanças nos últimos anos, com o surgimento exponencial de novas gigantes da mídia, a explosão dos Big Data, a indefinição dos papéis de todos os participantes e com profundas modificações no comportamento do consumidor", disse Lévy.
"Essa evolução deu origem a grandes desafios e a imensas oportunidades para os clientes. John e eu concebemos esta fusão a fim de beneficiar os clientes proporcionando-lhes uma oferta mais abrangente de serviços analógicos e digitais."
Na coletiva, Lévy detalhou a questão. "Os bilhões de pessoas que agora estão online e fornecem dados às companhias oferecem uma oportunidade para a utilização de novas tecnologias na área de publicidade na coleta e análise de dados com uma mensagem relevante para um público muito menor."
Wren salientou também a importância da tecnologia digital para o futuro da publicidade. "Daqui a três anos, a partir de agora, tudo será digital", afirmou. "Até os outdoors hoje são digitais ou se tornarão digitais."
A Omnicom, que, segundo os analistas, até agora se preocupou mais com uma expansão de suas operações digitais de maneira orgânica, e não mediante aquisições, se beneficiará com o poder aquisitivo da Starcom MediaVest Group, uma divisão da Publicis e uma das maiores agências de mídia do mundo. Em abril, a Starcom assinou um acordo plurianual com o Twitter que combina recursos usados por ambas para medir e monitorar dados e publicidade. Este acordo foi avaliado em centenas de milhões de dólares.
Em 2012, o faturamento da Publicis aumentou 14% para US$ 8,8 bilhões, enquanto o faturamento da Omnicom cresceu 2,5%, para US$ 14,2 bilhões. / TRADUÇÃO ANNA CAPOVILLA  
As informações são do ESTADÃO

Começa hoje o segundo júri do massacre do Carandiru

Julgamento de 27 policiais militares tem início na manhã desta segunda; eles são acusados da morte de 73 presos, dos 111 mortos durante rebelião em 1992

Jean-Philip Struck
Vista aérea de um dos pavilhões do complexo penitenciário do Carandiru com lençóis brancos nas janelas pedindo paz após a invasão da PM. Cerca de 27 mil presos se rebelaram simultaneamente em 24 presídios de 19 cidades paulistas. O motim, o maior do país, começou no complexo penitenciário do Carandiru
Vista aérea de um dos pavilhões do complexo penitenciário do Carandiru com lençóis brancos nas janelas pedindo paz após a invasão da PM. Cerca de 27 mil presos se rebelaram simultaneamente em 24 presídios de 19 cidades paulistas. O motim, o maior do país, começou no complexo penitenciário do Carandiru - Evelson de Freitas/Folhapress
Começa nesta manhã o segundo júri do massacre do Carandiru. Desta vez, 27 PMs que faziam parte das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) à época da chacina, em outubro de 1992, serão julgados pela morte de 73 presos no segundo andar do pavilhão nove. O júri vai ocorrer no plenário dez do Tribunal do Júri da Barra Funda, em São Paulo, a partir das 9 horas.
Em abril, outros 26 PMs, também membros da Rota, já haviam ido a julgamento pela morte de quinze presos no primeiro andar do mesmo pavilhão. Vinte e três deles acabaram sendo condenados a 156 anos de prisão cada um. A Justiça fixou pena de doze anos de prisão por treze das quinze mortes – a pedido do Ministério Público, duas mortes foram retiradas pelo processo. Os condenados recorrem da decisão em liberdade.
Ao todo, 111 presos morreram no massacre. Também estão programados outros júris para o restante das mortes, que ocorreram no terceiro e quarto andares, cuja retomada foi feita pelo Comando de Operações Especiais (COE) e pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). 
Também está previsto um julgamentos apenas para o ex-tenente-coronel Luiz Nakaharada, que comandava o 3° Batalhão de Choque, e que responde sozinho por cinco mortes.
Acusação – Inicialmente, o júri desta segunda-feira deveria ter 28 réus, mas um morreu na época que a denúncia foi oferecida. Dos PMs que serão julgados a partir desta segunda, nove ainda estão na ativa.
O corpo de sete jurados deve ouvir oito testemunhas de acusação e quatro de defesa. Outras cinco testemunhas que falaram no julgamento de abril vão ter suas oitivas, que haviam sido registradas em vídeo, reaproveitadas e não precisarão comparecer ao julgamento.
O juiz responsável pelo caso será Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, que vai substituir o juiz José Augusto Nardy Marzagão, que atuou no primeiro julgamento, e pediu para ser transferido para a comarca de Atibaia, na região de Bragança Paulista. A previsão é de que o julgamento dure até sábado. 
Um total de 130 PMs chegou a ser denunciado pelo massacre do Carandiru, mas o número foi diminuindo conforme foram prescrevendo muitas das acusações e vários PMs morreram. Hoje, apenas 79 PMs respondem ou responderam pelos crimes.
O massacre – Em 2 de outubro de 1992, cerca de 340 policiais invadiram o pavilhão nove do Carandiru para conter uma rebelião na Casa de Detenção de São Paulo, parte do complexo presidiário. O comandante da operação era o coronel Ubiratan Guimarães. Tudo caminhava para que os mais de 2 000 detentos fossem dominados e tranquilizados, até que os batalhões de choque chegaram ao segundo andar do pavilhão, o foco da revolta. Então, passou-se meia hora de execuções à queima-roupa. Armados com revólveres, escopetas e metralhadoras, os policiais executaram sumariamente 111 presos. Do lado da polícia, nenhuma baixa.
A reação imediata do governo foi atrasar a contagem dos corpos e tentar ludibriar a imprensa por algumas horas para não atrapalhar o resultado das eleições que se realizariam no dia seguinte.
Em setembro de 2002, a Casa de Detenção, a maior da América Latina, foi finalmente desativada. No local, foi construído um parque público com áreas de lazer e cultura. Cerca de 170 000 pessoas passaram pelo presídio em 46 anos. O governador e o secretário de Segurança do Estado na época não foram responsabilizados pelo episódio.
Em 2001, o coronel Ubiratan foi condenado a 632 anos de prisão por comandar a ação no Carandiru, mas, em fevereiro de 2006, o Tribunal de Justiça de São Paulo reinterpretou a decisão do 2º Tribunal do Júri e decidiu absolver o coronel. Ubiratan foi morto em setembro de 2006 com um tiro na barriga, em seu apartamento nos Jardins, região nobre de São Paulo.
Segundo a Defensoria Pública do estado, dos 64 processos de indenização movidos por familiares das vítimas do Carandiru contra o estado, apenas 26 tiveram ordem de pagamento autorizada. A maioria foi paga só em 2011 – e boa parte das indenizações autorizadas segue na fila dos precatórios.
As informações são da VEJA