sábado, 17 de agosto de 2013

Por credibilidade do Supremo, ministros concordam em acelerar o mensalão

Integrantes da Corte consultados pelo Estado admitem pacto para que caso do mensalão não se estenda até 2014; entre as razões, reveladas discretamente, estão o risco de desgaste da imagem


Felipe Recondo, Eduardo Bresciani e Mariângela Gallucci - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) fez um acordo tácito para agilizar o julgamento do mensalão, retomado na quarta-feira para uma segunda etapa, com análise dos recursos dos condenados.
Em conversas reservadas, os integrantes da Corte admitem pelo menos duas razões para não postergar o julgamento até 2014: o desgaste interno que a Ação Penal 470 provocou no tribunal, com discussões acima do tom e troca de acusações entre ministros, e as cobranças da opinião pública explícitas após as manifestações de junho por um Judiciário mais ágil e punições a acusados de corrupção.
O ritmo acelerado que marcou as duas primeiras sessões de julgamento dos recursos, interrompido na quinta-feira pela discussão áspera entre o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, e o revisor do processo, Ricardo Lewandowski, dá sinais de que o calendário passou a ditar os votos e os debates em plenário e pode interferir na decisão da Corte sobre a possibilidade de novo julgamento para 11 dos réus (que apresentaram os embargos infringentes). Porém, a Corte ainda se divide sobre esta possibilidade.
O embate entre Barbosa e Lewandowski na segunda fase do julgamento comprova como o STF está polarizado e tenso, pois o julgamento envolve diretamente questões políticas. Sendo assim, votos divergentes e mudanças de posição acabam alimentando conspirações.
O receio de jogar o fim do julgamento para 2014 e virar alvo de críticas da população quase nunca é verbalizado pelos ministros, mas ficou evidente no julgamento do deputado Natan Donadon (sem partido-RO). O parlamentar foi condenado por peculato e formação de quadrilha e está preso desde 28 de junho.
Os ministros diziam que a demora na conclusão do caso poderia levar para as portas do tribunal as manifestações de rua que, naquele momento, voltavam-se principalmente contra o Congresso e o governo. O receio agora é o mesmo, como admitiram discretamente alguns ministros ao Estado.
Sinais. Sintoma dessa pressa na conclusão do caso foi a declaração do ministro Gilmar Mendes. Ao dizer que os recursos movidos por advogados são meramente protelatórios, Mendes antecipa a possibilidade de execução das penas ao final do julgamento dos primeiros embargos.
Seria a primeira vez que o tribunal determinaria a prisão imediata de um condenado após o julgamento do recurso inicial. Alguns ministros dizem que essa tese "não vai colar" - expressão usada por um deles.
Ao longo das sessões, a discrição de alguns ministros é outra evidência do cansaço do tribunal e da tentativa de celeridade. Se na primeira fase do julgamento os votos foram mais longos, agora, alguns ministros, como Cármen Lúcia e Rosa Weber, resume suas posições à expressão lacônica "com o relator". 
Fila. A sobrevida da ação penal do mensalão traz outra consequência que alguns ministros afirmam ser deletéria: causas urgentes aguardam o fim deste processo para serem julgadas. Dentre elas, a discussão sobre o pagamento parcelado de precatórios, declarado inconstitucional pelo STF e que travou o pagamento das dívidas da Fazenda Pública reconhecidas judicialmente. Outro processo que precisa de definição rápida é o pagamento dos royalties de petróleo.
Nesse rito acelerado, cujo desafio é combinar agilidade com qualidade, como repete insistentemente o ministro Marco Aurélio Mello, as reclamações partem dos advogados dos condenados. Já na primeira sessão, na quarta-feira, alguns deles jogaram a toalha. Afirmavam abertamente que o tribunal já deu mostras de que nada alterará de substancial no acórdão, mesmo reconhecendo erros. 
O conteúdo é do ESTADÃO

Suplementos vitamínicos: você não precisa deles

A febre por suplementos vitamínicos é injustificada. Na maioria das vezes, a alimentação diária dá conta do recado. E doses exageradas de vitaminas podem desequilibrar o organismo e causar problemas que vão de cálculos renais a um risco maior de desenvolver câncer

Aretha Yarak
Suplemento vitamínico: ingestão acima do recomendado pode causar prejuízos no organismo
Suplemento vitamínico: ingestão acima do recomendado pode causar prejuízos no organismo (Thinkstock)
Em 1970, o Nobel de Química Linus Pauling publicou o livro Vitamin C and the Common Cold(Vitamina C e a Gripe Comum, em tradução livre). Na obra, Pauling dava uma solução mágica para erradicar a gripe do planeta: a ingestão diária de 3.000 miligramas de vitamina C — cerca de 50 vezes o recomendado. Mas o britânico não acreditava que a vitamina apenas prevenia a gripe. Segundo ele, ela também curava o câncer. Irritada, a comunidade científica apresentou dezenas de pesquisas — anteriores ao livro e feitas na sequência dele — para provar que Pauling estava enganado: a vitamina C não previne a gripe ou cura o câncer e, em excesso, pode trazer prejuízos ao organismo. No recém-lançado Do You Believe in Magic (Você acredita em mágica?, sem edição em português), o pediatra americano Paul A. Offit, chefe da Divisão de Doenças Infecciosas do Children’s Hospital of Philadelphia, compila uma série de pesquisas científicas que demonstram que a crença no poder da suplementação de vitaminas não se justifica. "Se não há indicação médica, você não está fazendo nada além de produzir uma urina mais cara."

Tipos de vitamina

VITAMINA A
Presente nas células nervosas da retina, também encarregada de manter a pele, o revestimento dos pulmões, o intestino e o trato urinário em bom estado. Fontes: carne de fígado, vegetais de folhas verdes, ovos e produtos lácteos.
VITAMINA D
Armazenada no fígado, promove a absorção de cálcio e fósforo do intestino — assim, necessária para a manutenção dos ossos. Fonte: leite e cereais enriquecidos, gema de ovo, peixes magros, exposição direta ao sol.
VITAMINA E
Protege as células contra lesões provocadas pelos radicais livres. A deficiência dessa vitamina é rara em crianças mais velhas e em adultos. Fonte: óleo vegetal, gérmen de trigo, verduras, gema de ovo, margarina e legumes.
VITAMINA K
Necessária para a síntese das proteínas que ajudam a controlar as hemorragias e, por isso, para a coagulação normal do sangue. Fonte: vegetais de folha verde, soja e óleos vegetais.
VITAMINAS DO COMPLEXO B
Fundamentais para o metabolismo de carboidratos e aminoácidos, funcionamento normal dos nervos e do coração, formação dos glóbulos vermelhos e síntese do DNA. Fonte: cereais integrais, carne, nozes, legumes, batatas, queijo, fígado, peixe, ovos e leite.
VITAMINA C
Ou ácido ascórbico é essencial para a formação de ossos e do tecido conjuntivo. Também ajuda na absorção de ferro e na cura de queimaduras e feridas. Fonte: cítricos, tomates, batatas, couves e pimentões verdes
* Fonte: Manual Merck
O problema é que a pesquisa de Pauling, mesmo refutada, deu origem a uma crença de que os suplementos de vitaminas são uma boa ideia para evitar doenças e prevenir o envelhecimento. Tanto que, de acordo com o IMS Health Institute, que fornece dados para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de junho de 2008 a junho de 2009 foram vendidos mais de 6,1 milhões de suplementos vitamínicos. Quatro anos depois, as vendas saltaram para mais de 7,6 milhões — um crescimento de 25%. O aumento é um reflexo dessa mentalidade em relação às vitaminas, cujas qualidades antioxidantes — capazes de combater os temidos radicais livres e, por isso, afastar cânceres e evitar o envelhecimento — são encaradas como milagres, assim como no tempo de Linus Pauling. Não há, no entanto, nos cursos de medicina das instituições mais conceituadas do planeta nenhuma cadeira que comprove - ou ensine -a indicação de vitaminas, sem existência de uma carência, como algo benéfico à saúde.
"As pessoas procuram um forma simples de ficarem saudáveis e não envelhecer. Mas não existe fórmula mágica", afirma a dermatologista Lucia Mandel, colunista do site de VEJA. "A melhor forma de obter vitamina D, por exemplo, é tomar sol." Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Albert Einstein, é categórico quanto ao uso de suplementos sem que exista uma carência nutricional. "Não há nenhuma evidência científica de que a suplementação vitamínica traga algum benefício em casos em que não haja uma deficiência nutritiva", diz. "E alguns casos, como a ingestão de vitamina A por tempo prolongado sem necessidade, pode levar a uma cirrose." 
Desperdício — Paul Offit prova com facilidade que o uso exagerado de vitamínicos é um desperdício: o corpo é treinado para expulsar o excesso de vitaminas, que são eliminadas pela urina. Não que as vitaminas sejam algo ruim. Elas são essenciais para a manutenção da vida, sendo usadas pelo organismo durante a transformação do alimento em energia. Mas, como apenas quantidades bem pequenas são necessárias, dificilmente uma pessoa que segue uma dieta variada irá sofrer carência de algum tipo. Divididas entre as lipossolúveis (solúveis em gordura) e as hidrossolúveis (em água), a maior parte das vitaminas não é armazenada pelo corpo — por isso, devem ser consumidas em intervalos regulares.
De acordo com especialistas em nutrição, mesmo aquelas pessoas que acreditam não ter uma alimentação ideal estão, em geral, ingerindo as vitaminas das quais precisam. "Pense no escorbuto, uma doença causada pela carência de vitamina C. Os índices são baixos, não se encontram aleatoriamente pessoas com o problema pela rua", diz Offit. Para o especialista, tanta propaganda em torno das vitaminas faz com que as pessoas exagerem. Como há a crença de que algo bom em excesso não faz mal, ingerem-se indiscriminadamente suplementos vitamínicos sem orientação médica. "Na verdade, a primeira opção deveria ser uma mudança na dieta."
Segundo Celso Cukier, do Einstein, o médico americano tem razão. "Os alimentos — verduras, legumes, laticínios — são mais eficientes em fornecer as vitaminas que o corpo precisa do que as formas sintéticas."
Por que pode fazer mal — Quando as vitaminas são consumidas acima da quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), há riscos que vão do surgimento de pedras nos rins a um aumento nos índices de mortalidade. No caso da vitamina C, por exemplo, é indicada a ingestão de 90 miligramas ao dia para homens e 75 para mulheres (ambos acima dos 19 anos) — uma laranja tem cerca de 50 miligramas, e mesmo quem não bebe suco de laranja encontrará a vitamina em alimentos que vão do tomate à couve. Exceder esse limite, no entanto, pode levar à formação de cálculo renal.
Em alguns casos, o resultado pode ser mais grave. Em 2004, pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, revisaram 14 estudos que envolviam mais de 170.000 pessoas que faziam a ingestão de vitaminas A, C, E e betacaroteno (pigmento antioxidante, fonte indireta de vitamina A) para prevenir cânceres intestinais. Ao fim do estudo, descobriu-se que as vitaminas não tiveram nenhum papel protetor. "Pelo contrário, elas aparentam aumentar a mortalidade geral", escreveram os autores. Em uma avaliação dos sete melhores estudos dentro dos 14 selecionados, viu-se que as taxas de mortalidade eram 6% mais altas entre aquelas pessoas que tomavam as vitaminas.
Em outra pesquisa de 2005, cientistas da Escola de Medicina Johns Hopkins, nos Estados Unidos, encontraram um aumento nos índices de mortalidade relacionada com a ingestão de vitamina E. O Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos observou, em 2007, que dentre os 11.000 homens estudados em um levantamento, aqueles que tomavam multivitamínicos tinham duas vezes mais riscos de morrer de câncer de próstata. "Esses problemas todos ocorrem porque o exagero leva ao desequilíbrio do processo de oxidação", diz Vannucchi.
A guerra contra os radicais livres é justa, mas pode ter ido longe demais. São os radicais livres os protagonistas no processo biológico de envelhecimento — pessoas que comem muitas frutas e verduras têm altos índices de antioxidantes e, assim, menos radicais livres e uma saúde melhor. A lógica, então, parece simples: se eu garantir uma quantidade enorme de vitaminas (que funcionam como antioxidantes) serei mais saudável. "O problema é que o exagero de qualquer coisa é prejudicial, e as pessoas precisam compreender isso", diz Hélio Vannucchi, professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto.
Quem pode — Há, no entanto, alguns grupos para quem os suplementos vitamínicos são indicados. Pessoas com dieta vegana, que não comem nada de origem animal, precisam fazer a reposição da vitamina B12. Gestantes devem ficar atentas à suplementação de ácido fólico (uma vitamina do complexo B) — a falta dessa substância pode causar um problema no feto chamado de espinha bífida. Recém-nascidos que são exclusivamente amamentados e não tomam sol também podem precisar de reposição de vitamina D.
Atletas com carga pesada de treinamento precisam de avaliação médica, uma vez que o metabolismo mais acelerado pode exigir uma quantidade maior de vitaminas do que aquelas encontradas na alimentação. "Mas é essencial que tudo isso seja feita com orientação médica, e que a pessoa faça a ingestão apenas da vitamina que necessita, não de um multivitamínico qualquer", diz Offit. Ou seja, optar por um suplemento por conta própria e "engolir as cápsulas de vitamina todos os dias é algo um tanto inútil."
Mercado — No Brasil, nos Estados Unidos e na Europa, as vitaminas com concentração dentro do limite diário recomendado são vendidas como produtos alimentares. Assim, podem ser compradas livremente, sem necessidade de receita médica ou da presença de algum tipo de alerta de saúde na embalagem. "Essa é uma área que deveria ser melhor regulamentada, nos padrões dos remédios. Assim, seria possível evitar a sua banalização", diz Offit. Segundo dados apresentados em seu livro, a alteração na legislação não interessa a forte indústria por trás das vitaminas: em 2010, o setor arrecadou 28 bilhões de dólares — 4,4% a mais que no ano anterior. "É tudo uma questão política."
As informações são da VEJA

Universidade gratuita para aluno rico é aberração brasileira

Em artigo publicado em VEJA desta semana, o economista defende que instituições públicas cobrem mensalidade dos alunos que podem pagar — e concedam bolsas aos que não podem

Gustavo Ioschpe
Alunos do curso de química da USP (Universidade de São Paulo) realizam trote em calouros no primeiro dia de matrícula
Alunos do curso de química da USP (Universidade de São Paulo) realizam trote em calouros no primeiro dia de matrícula ( Alessandro Shinoda/Folhapress)
"Seu Gustavo”, interfonou o porteiro do meu prédio, “o senhor não vai escrever nada sobre esse Mais Médicos?” Perguntei-lhe o que achava de mais essa iniciativa natimorta do governo como resposta às manifestações de junho. “Acho até que os médicos precisam devolver algo à sociedade, mas não sendo forçados a ficar dois anos em hospital público”, respondeu. É uma lógica elementar: em um estado de direito, ninguém pode exercer uma profissão contra a sua vontade. A frase me fez lembrar de uma declaração do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos. Quando um cliente recém-absolvido diz não saber como expressar sua gratidão pelos serviços do advogado, a orientação de Thomaz Bastos é simples: “Depois que os fenícios inventaram a moeda, esse problema ficou simples de resolver”. É isso. Existe um modo fácil de garantir que futuros médicos, engenheiros, advogados e estudantes de outras carreiras ressarçam os cofres públicos: cobrar mensalidades de quem pode pagar. Por que criar planos tão mirabolantes, e circunscritos a médicos, se há um modelo mais simples e aplicável a todos?
Há um argumento apontado por quem vai contra essa ideia: as universidades públicas não podem cobrar mensalidades porque tudo que é público precisa ser gratuito. Nenhuma dessas pessoas vai aos Correios e espera mandar um Sedex de graça nem passa em postos da Petrobras imaginando pagar a gasolina com espírito cívico. O fato de algo ser público não tem relação com gratuidade. Se as universidades públicas cobrassem mensalidades, continuariam defendendo interesses públicos. Na maioria dos países desenvolvidos, as universidades públicas cobram mensalidades. Na OCDE, associação dos países desenvolvidos, dezoito membros cobram em suas universidades, incluindo os “neoliberais” Canadá, França, Itália e Japão.
Algumas pessoas tentam desqualificar a cobrança alegando dificuldades práticas. Esse sistema seria muito difícil de implementar, dizem elas. Criaria um grande risco de deixar gente pobre de fora e ainda renderia pouco aos cofres públicos. Ora, se isso fosse verdade, os países com os melhores sistemas educacionais do mundo não o teriam adotado. Em realidade, o modelo é simples: institui-se a cobrança de uma mensalidade, e quem não tem condições de pagá-la procura a sua universidade em busca de abatimento. O desconto pode, inclusive, ser superior a 100%, dando não apenas gratuidade como auxílio de custo a estudantes pobres. Basta levar a sua declaração de renda e a dos pais/responsáveis para comprovar a ausência de renda. A Receita Federal institui recomendações de valor-limite a ser cobrado de acordo com a renda familiar. Com uma simples regra adicional, para não facilitar ainda mais a vida dos sonegadores: quem cursou o ensino médio em escola privada deve pagar pelo menos a mensalidade que pagava na escola. O esquema não renderia pouco, não. Nas últimas semanas fiz o seguinte exercício: com dados cedidos pela Hoper Educação, descobri as mensalidades das universidades privadas top de linha em oito grandes capitais brasileiras para os quinze cursos com mais alunos na graduação. Tomando como base o perfil socioeconômico dos alunos da USP, estimei a porcentagem de alunos que cursaram o ensino médio em colégios particulares para cada um desses cursos.
Presumi que essas pessoas poderiam continuar pagando mensalidades pelo menos iguais às das melhores universidades privadas (explicações mais detalhadas dos cálculos estão em twitter.com/gioschpe). Provavelmente é até um valor subestimado, já que muitas das universidades públicas têm melhor qualidade que as privadas e, portanto, poderiam cobrar mensalidades mais altas. Mas apenas com esse esquema simples de cobrança seria possível arrecadar mais de 7,4 bilhões de reais por ano. Mesmo em um país de cifras e desperdícios colossais, não é pouca coisa.
Mais decisiva que o valor diretamente arrecadado ou o fim de uma injustiça social em um país tão desigual, a cobrança de mensalidades nas universidades públicas permitiria sanar sérias distorções do nosso modelo de ensino superior. O Ministério da Educação (MEC) poderia cortar o financiamento ao orçamento geral das universidades federais (a mesma coisa para as secretarias estaduais de educação e as universidades estaduais). As universidades seriam responsáveis por obter seu financiamento diretamente dos alunos. Os alunos que não pudessem pagar a mensalidade seriam subsidiados diretamente pelo MEC. Isso forçaria as universidades públicas a cobrar mensalidades de valores compatíveis com os de mercado. Com sua atual estrutura de custos, seria impossível. Nossas universidades públicas viraram cabides de emprego. Há só dez alunos por professor em nossas universidades federais, ante 15,5 nas da OCDE e dezoito nas nossas universidades privadas. Há apenas oito alunos por funcionário, contra 21 nas privadas. Pior: a maioria dos professores é remunerada como se fosse pesquisador de tempo integral, condição real restrita, de fato, a uma pequena minoria. Para fecharem as contas, as universidades teriam de demitir professores e funcionários improdutivos. E talvez baixar o salário fixo dos professores. O MEC e as agências de fomento complementariam sua renda por meio de pagamento por projeto de pesquisa. Estimulariam a produtividade de nossos melhores pesquisadores (e há excelentes pesquisadores em nossas universidades, na maioria dos casos irritados por ter de aturar colegas descompromissados). Outro caminho para as universidades seria o incremento na área de extensão, aquela que lida com empresas e outros públicos externos, fazendo com que suas atividades beneficiassem o setor produtivo brasileiro. Hoje o Brasil produz um número razoável de doutores e papers, mas muito poucas patentes. E é muito difícil para as empresas contarem com pesquisadores de ponta em seus projetos, já que a academia lhes oferece salário bom e estabilidade no emprego.
O que fazer com todo o recurso que seria poupado pelo MEC e pelas secretarias, substituído pelo pagamento de alunos e de projetos em parceria com o setor produtivo? Quando comecei a defender essa ideia, há mais de dez anos, sugeria que o dinheiro fosse reinvestido em educação básica, à época ainda carente. Hoje já gastamos em educação básica o mesmo que países desenvolvidos, e está claro que o gigantismo paquidérmico do estado impede o país de crescer. Nada melhor, portanto, que devolver esse dinheiro à sociedade, via redução de impostos.
Essa seria uma boa defesa para convencer aqueles que esgrimem um argumento canhestro para defender a manutenção da gratuidade até para alunos abastados: “Mas eu pago tanto de impostos e nunca recebo nada de volta do estado, a única coisa que exijo é universidade gratuita pros meus filhos”. Bem, mesmo quem não usa hospitais ou escolas públicas recebe bastante do estado, sob forma de policiamento, estradas, defesa nacional, sistema judiciário etc. E o objetivo de um sistema de tributação justo não é ser um toma lá dá cá, em que você paga de um lado e recebe do outro, mas sim fazer a redistribuição de renda, em que os mais ricos ajudam os mais pobres. Sim, eu concordo: a qualidade do serviço público brasileiro é péssima e deveria melhorar. É uma injustiça. Mas é só em matemática que dois negativos fazem um positivo. Não é com a injustiça de uma universidade gratuita até para gente rica que vamos consertar a injustiça maior de um estado incompetente. Precisamos mudar as duas pontas.
O conteúdo é da VEJA

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Desvio de cotas dos amistosos da seleção continua, indicam contratos

Documentos mostram que Teixeira renovou acordo com a ISE por 10 anos antes de renunciar

Jamil Chade - Enviado especial - O Estado de S. Paulo
BASILEIA - O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, teria blindado o esquema de desvio de renda dos jogos amistosos do Brasil pelo mundo antes de deixar o comando da entidade, em março de 2012. É o que demonstram documentos obtidos pelo Estado. Eles revelam que o esquema para garantir a continuação dos pagamentos realizados no exterior foi até ampliado. E a renda dos amistosos chegou a ser usada entre os próprios cartolas envolvidos no esquema para comprar empresas.

Ricardo Teixeira voltou ao Brasil nesta quinta-feira - Fábio Motta/Estadão - 2011
Fábio Motta/Estadão - 2011
Ricardo Teixeira voltou ao Brasil nesta quinta-feira
Em sua edição desta quinta-feira, o Estadorevelou com exclusividade que um contrato de 2006 entre a empresa que detém os direitos sobre a seleção brasileira, a ISE, e outra com registro nos EUA garantia que mais de 8 milhões seriam transferidos para a americana Uptrend por um pacote de 24 jogos da seleção. A companhia estava registrada em nome de Sandro Rosell, presidente do Barcelona, mas também ex-diretor da Nike no Brasil e amigo pessoal de Teixeira.
Ex-funcionários de empresas que eram responsáveis por operar mais de 40 jogos da seleção afirmaram que jamais ouviram falar na Uptrend e que não saberiam dizer qual serviço prestaria.
Nesta quinta, ainda na Basileia, onde na quarta-feira a seleção enfrentou a Suíça, a assessoria de imprensa da CBF não desmentiu as informações. O atual presidente, José Maria Marin, insistiu que "desconhecia" o assunto.
Novos documentos, porém, revelam que o esquema não acabou com a queda de Teixeira. Antes de renunciar, o dirigente renovou os contratos que tinha com a ISE por mais dez anos, por um valor que seria US$ 100 mil inferior ao acordo anterior.
Mas a parcela que era desviada para outras contas aumentou de cerca de US$ 450 mil para quase US$ 800 mil, também em contas em locais fora do Brasil, principalmente nos EUA.
Diferentes contratos consultados pelo Estado, seguindo sempre o padrão daquele revelado nesta quinta pela reportagem, acabaram sendo assinados para justificar os pagamentos dessas comissões. De um lado, a ISE, com sede nas Ilhas Cayman. De outro, empresas que prestariam supostos serviços.
É a ISE que escolhe os adversários do Brasil nos amistosos. Após o jogo na Basileia o técnico Luiz Felipe Scolari deixou claro que nem ele tinha como opinar sobre as seleções que sua equipe enfrentará na preparação para a Copa. "Não tenho condições de sugerir nada. Quem monta é a empresa que detém os direitos", disse. Até 2014, o Brasil terá sete jogos amistosos para sua preparação.
Quem também se queixou foi Daniel Alves. "Sinceramente, não sei para quem serve esses amistosos", disse. "Não sei quem ganha com isso. Só sei que nós (jogadores) perdemos."
CAIXA 2 
A renda dos amistosos da seleção também foi usada para quitar dívidas e mesmo para comprar empresas, de acordo com fontes que trabalharam na CBF. Uma dessas companhias seria do próprio Rosell.
Antes de assumir a presidência do Barcelona, em julho de 2010, ele teve de se desfazer de suas empresas de marketing, exigência dos estatutos do clube. O obstáculo foi resolvido com a ajuda da seleção brasileira. A ISE enviou recomendação aos organizadores das partidas para que transferissem diretamente ao dirigente o dinheiro que teriam de enviar à empresa - e que seria destinado à CBF. A ISE, em troca, ficou com a companhia de Rosell. O dinheiro foi enviado: cerca de 3 milhões.
A relação entre Teixeira e Rosell ia bem além dos negócios. Fontes que tinham relações com a CBF durante a gestão de Teixeira revelam que o espanhol tinha participação ativa até na agenda do dirigente brasileiro. Chegava a interromper suas atividades como presidente do Barça - às vezes até durante jogos do time - e ligar aos organizadores de amistosos da seleção para pedir que voos de Teixeira, reservas de hotel ou conexões fossem modificadas.
Segundo a imprensa espanhola, Rosell mantém uma disputa com as autoridades fiscais do país por causa de 3 milhões não quitados. A assessoria de imprensa do Barcelona não respondeu aos e-mails do Estado.
O conteúdo é do ESTADÃO

J.P. Morgan prevê ‘abismo’ no PIB do Brasil no terceiro trimestre

Banco refez estimativa de 1,5% para -0,3% no período, citando indicadores de confiança e condições financeiras 'mais apertadas'

Fábio Alves, da Agência Estado
SÃO PAULO - O banco de investimento americano J.P. Morgan revisou fortemente para baixo sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) da economia brasileira no terceiro trimestre deste ano.

Os economistas do banco esperavam uma expansão de 1,5% entre julho e setembro deste ano em comparação ao segundo trimestre, mas refizeram a estimativa e agora dizem que haverá uma contração de 0,3% no período.
+ ampliar
Protesto no centro de São Paulo: manifestações desde junho afetam clima de confiança na economia - Márcio Fernandes/Estadão
Márcio Fernandes/Estadão
Protesto no centro de São Paulo: manifestações desde junho afetam clima de confiança na economia
A revisão está na nota intitulada "Brasil: ajustando para um abismo do crescimento no 3º Trimestre de 2013 seguido por uma recuperação moderada adiante", enviada aos clientes.
Na nota os economistas Cassiana Fernandez e Fabio Akira explicam que a revisão para baixo foi motivada pelas "mudanças nos indicadores de confiança e condições financeiras mais apertadas".
Para 2014, o banco reduziu sua projeção de crescimento do PIB de 2,7% para 2,4%. Os economistas mantiveram a projeção para o PIB de 2013 em 2% - em parte porque a estimativa para o PIB do segundo trimestre deste ano foi elevada de 2,6% para 3,7% ante o primeiro trimestre.
Segundo Cassiana e Akira, um efeito estatístico menor, em meio a incertezas envolvendo o processo eleitoral, levou a revisão para baixo do PIB em 2014.
Os economistas afirmam que a crise de confiança deve gerar crescimento mais baixo à frente. "Apesar de a atividade ter acelerado até junho, deveremos ver os números de atividade em julho desabando", afirmaram Cassiana e Akira no relatório.
Eles citaram a queda em julho nos indicadores de confiança de consumidores e dos setores de serviço e manufatureiro, elaborados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
"Mesmo reconhecendo que parte do declínio no sentimento pode ser temporário, achamos que ele pode ter implicações econômicas duradouras por meio de redução no investimento e no emprego", afirmaram.
"Por enquanto, ainda não temos muitos dados disponíveis em julho para medir o impacto concreto desse choque de confiança, mas nossos modelos sugerem outra leitura negativa do conjunto de dados de atividade em julho."
O conteúdo é do ESTADÃO

Senado apura despesa de R$ 2 milhões com selos

Valor foi gasto em dezesseis meses na compra 1,4 milhão de unidades; funcionários foram afastados após auditoria e não se sabe o destino do material

Plenário do Senado durante sessão deliberativa
Os gastos correspondem a 18 000 selos por senador (Arthur Monteiro/Agência Senado)
O Senado gastou quase 2 milhões de reais com a compra de 1,4 milhão de selos – considerando o valor de 1,20 real para uma carta comum – em um ano e quatro meses, mas não sabe o que foi feito com o material. Uma auditoria, aberta em junho, apura as despesas postais dos senadores e da área administrativa. Funcionários já foram afastados e a distribuição de mais selos, proibida.
O gasto corresponde ao envio de uma correspondência simples para cada morador de Goiânia, com 1,3 milhão de habitantes; ou 18.000 selos por senador. O que intriga os responsáveis pela auditoria é que não há previsão nas normas do Senado para a compra de selos. As correspondências dos senadores e da Casa são seladas por meio de uma máquina franqueadora, equipamento utilizado para imprimir o valor da postagem na correspondência, como um carimbo. Em outras palavras: não há a necessidade de selos em papel.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, parte dos selos foi entregue a senadores que os requisitaram oficialmente, mas não há registro sobre o paradeiro da maior parte do material.
O líder do PTB, Gim Argello (DF), é um dos parlamentares que pediram selos, segundo um dos envolvidos nas investigações. A família dele é dona de agência franqueada dos Correios em Brasília. "Não me lembro, não. Foram quantos? Normalmente, mando carta quando tem aniversário de eleitor, mas não estou lembrado de ter pedido", afirmou o senador. De uma só vez, em dezembro passado, o Senado comprou 360 000 reais em selos.
Moeda corrente – O selo é considerado moeda corrente. É fácil vender para qualquer empresa que faça uso dos serviços dos Correios. O preço de envio de uma carta comercial varia de 1,20 real a 6,40 reais. O ato que proíbe a compra de selos foi editado em julho pelo primeiro-secretário do Senado, Flexa Ribeiro (PSDB-PA), depois de aberta a investigação.
Os senadores não têm limite para gastos com o envio de correspondências. A norma do Senado, de 1991, diz que cada parlamentar pode enviar duas cartas para cada mil habitantes de seu estado, mas não diz qual o volume, o preço ou o peso máximo. O que significa dizer que não faz diferença enviar um envelope ou um contêiner.
O Senado estuda a definição de um limite em reais para o envio de correspondências. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Casa não informou quantos funcionários foram afastados nem os seus nomes. Explicou ainda que só após o fim da investigação interna saberá com exatidão o número de postagens e os gastos com serviços solicitados aos Correios. O contrato da Casa com os Correios é de 10,8 milhões de reais anuais e já teve dois aditivos no mesmo valor.
De 2011 a 2013, a soma alcança 32,4 milhões de reais. O Senado informou que este ano, até julho, ao menos 4,1 milhões de reais foram pagos, "não computadas eventuais despesas anteriores, ainda não identificadas".
(Com Estadão Conteúdo)
As informações são da VEJA

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Peritos preparam exumação de restos mortais de João Goulart

Equipe de peritos da Polícia Federal, da Comissão Nacional da Verdade e do Ministério Público Federal vai na próxima quarta-feira, 21, a São Borja (RS), onde o ex-presidente foi enterrado


Elder Ogliari - O Estado de S. Paulo
PORTO ALEGRE - Uma equipe de peritos da Polícia Federal, da Comissão Nacional da Verdade e do Ministério Público Federal vai a São Borja (RS) na próxima quarta-feira, 21, para preparar a exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart. Os técnicos vão analisar as características do túmulo e do cemitério, verificar se há necessidade de isolar a área próxima e identificar a estrutura existente para o transporte do material até o aeroporto. Com base nos dados que levantarem, farão o planejamento da operação, que não tem data definida, mas que pode ser marcada para a segunda quinzena de setembro, segundo fontes da Polícia Federal.
A decisão de agendar a exumação e de estabelecer todos os passos da retirada e análise dos restos mortais será tomada por representantes de todos os órgãos envolvidos, em Brasília, dia 17 de setembro. É certo que os restos mortais, quando retirados do cemitério de São Borja, serão levados para a capital federal. Além dos técnicos brasileiros, participarão do trabalho peritos argentinos, uruguaios e da Cruz Vermelha. Familiares do ex-presidente acompanharão toda a investigação.
Afastado da presidência pelo golpe de 1964, João Goulart morreu no exílio em Mercedes, na Argentina, em 6 de dezembro de 1976, e foi enterrado em São Borja. A versão do enfarte sempre gerou alguma desconfiança entre apoiadores de Goulart. Em 2002, o ex-agente da repressão uruguaia Mario Barreiro Neira disse ao jornal La Republica que o ex-presidente brasileiro teria sido envenenado. A morte ocorreu no mesmo ano em que o Plano Condor assassinou o ex-senador uruguaio Zelmar Michelini e o ex-presidente boliviano Juan José Torres em Buenos Aires, o que aumentou a suspeita de que Goulart também teria sido vítima de "causas externas" e não dos problemas cardíacos que tinha. O Ministério Público Federal investiga o caso desde 2007. Com autorização da família, a Comissão Nacional da Verdade decidiu fazer a exumação neste ano, na tentativa de acabar com o mistério.
O conteúdo é do ESTADÃO

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Estudo mostra que açúcar, mesmo em doses consideradas normais, pode fazer mal à saúde

Quando alimentados com uma dieta rica em açúcar, camundongos apresentaram uma taxa de mortalidade maior e se reproduziram menos

Açúcar: segundo autores, 13% a 25% dos americanos consomem uma quantidade de açúcar diária igual à utilizada no estudo
Açúcar: segundo autores, 13% a 25% dos americanos consomem uma quantidade de açúcar diária igual à utilizada no estudo (Thinkstock)
Diversos estudos já mostraram que açúcar em excesso é prejudicial à saúde, mas uma nova pesquisa fornece evidências que ele pode ser tóxico também em quantidades consideradas normais por organizações de saúde. Pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, analisaram os efeitos do consumo de açúcar equivalente a três latinhas de refrigerante por dia, acompanhadas de uma dieta saudável e balanceada, em um grupo de camundongos.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Human-relevant levels of added sugar consumption increase female mortality and lower male fitness in mice

Onde foi divulgada: periódico Nature Communications

Quem fez: James S. Ruff, Amanda K. Suchy, Sara A. Hugentobler, Mirtha M. Sosa, Bradley L. Schwartz, Linda C. Morrison, Sin H. Gieng, Mark K. Shigenaga e Wayne K. Potts

Instituição: Universidade de Utah, EUA, e outras

Dados de amostragem: 158 camundongos descendentes de animais que viviam na natureza

Resultado: Dentre os camundongos alimentados com uma dose de açúcar correspondente a 25% das calorias consumidas, as fêmeas apresentaram uma taxa de mortalidade duas vezes maior do que o grupo de controle e os machos conseguiram 26% menos territórios e se reproduziram 25% menos do que os demais.
Apesar de não poderem ser diretamente transpostos para os seres humanos, os resultados são preocupantes: as fêmeas que receberam a dieta açucarada apresentaram uma taxa de mortalidade duas vezes maior do que o normal. Entre os machos, não houve mudança na expectativa de vida, mas sua capacidade de manter territórios e se reproduzir foi afetada. Os resultados foram descritos em um estudo publicado nessa terça-feira no periódico Nature Communications.
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores dividiram 158 camundongos em dois grupos. Os dois foram alimentados de forma balanceada e saudável, mas um dos grupos recebeu 25% das calorias em forma de açúcar – metade glicose e metade frutose.
Wayne Potts, professor de biologia da Universidade de Utah e um dos autores do estudo, explica que o Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos recomenda que não mais do que um quarto das calorias consumidas deve vir de açúcar adicionado – aquele que é acrescentado aos alimentos durante o processo de fabricação. Não entram nessa conta os açúcares naturais, presentes em frutas e outros alimentos não processados. De acordo com o pesquisador, de 13% a 25% dos americanos consomem a dose de açúcar utilizada no estudo, que equivale, por dia, ao açúcar presente em três latas de refrigerante.
Instinto natural – Um detalhe importante deste estudo é o fato de que ele não foi feito com animais de laboratório. Como muitos ratos vivem dentro de casas, eles acabam compartilhando de certa forma os hábitos alimentares dos humanos, o que os torna um bom modelo para estudos relacionados à alimentação. "Eles têm vivido com o mesmo tipo de alimentação que nós desde a revolução agrícola, 10 000 anos atrás", diz Potts.
Os camundongos de laboratório em geral vêm de longas linhagens de animais criados em cativeiro, o que faz com que eles não tenham a mesma necessidade de explorar territórios como a encontrada em camundongos que vivem em liberdade. Por esse motivo, os pesquisadores utilizaram no estudo camundongos descendentes de animais "selvagens", e não animais de laboratório, como acontece na maior parte das pesquisas.
O instinto de explorar território era uma característica necessária devido à configuração do estudo. Os ratos foram colocados em uma sala apelidada de "estábulo de camundongos", contendo diversas caixas que serviam como ninhos. A ideia era criar um ambiente mais próximo da realidade do que as pequenas gaiolas em que eles costumam viver durante experimentos científicos. Dessa forma, os animais puderam competir naturalmente por parceiros e territórios, revelando então os efeitos da dieta em seu desempenho.
"Eles são muito competitivos no que se refere a comida, ninhos e território", afirma Potts. "E essa competição demanda um grande esforço físico, então, se existe um defeito em algum sistema fisiológico, eles tendem a se sair pior na competição", explica o pesquisador.
Antes de serem colocados no "estábulo" para o experimento, os animais foram mantidos em gaiolas por 26 semanas, durante as quais receberam a alimentação designada para o grupo ao qual pertenciam – com ou sem o açúcar adicionado. Quando foram colocados no ambiente de teste, todos passaram a receber a alimentação açucarada, de forma que o estudo avaliasse apenas as diferenças causadas pelas dietas diferentes durante aquelas 26 semanas anteriores.
Resultados – Após 32 semanas no "estábulo", 35% das fêmeas que estavam no grupo da dieta com açúcar morreram – quase o dobro do número de mortes entre fêmeas do grupo que recebeu a dieta saudável, que foi de 17%. Já entre os machos, não houve diferença no número de mortes entre aqueles que receberam ou não o açúcar extra.
Em compensação, os machos que foram alimentados com mais açúcar conseguiram 26% menos territórios do que os demais e se reproduziram 25% menos.
Os pesquisadores não encontraram diferenças entre os dois grupos no que se refere a obesidade e níveis de insulina, glicose e triglicérides em jejum. "Nosso estudo mostra que os efeitos negativos de uma dieta rica em açúcar adicionado não poderiam ser detectados por testes convencionais", afirma Potts.
O conteúdo é da VEJA

O que podemos aprender a respeito de exercícios físicos com as Panicats ?

Muitos alunos de academia hoje perguntam sobre o “treino das panicats”, que consiste em sessões extenuantes de exercícios para fortalecer a região dos glúteos e pernas. Eu conheço algumas mulheres com disciplina espartana, que realizam treinos que só de olhar já cansam.
Será que trabalhar bem pesado pernas e glúteos realmente funciona, ou seja, contribui para aumento da massa muscular e ajuda a queimar mais gordura? Vamos analisar alguns princípios que os especialistas nesta área defendem e vamos compará-los com o treino das panicats:
1-    Enfatizar grandes grupos musculares. Com relação a esse aspecto, sem dúvida nenhuma o ataque a glúteos e pernas faz todo o sentido. Aliás, o maior grupo muscular do corpo humano é justamente o glúteo máximo. E a maioria dos exercícios para estar região acaba recrutando quadríceps (coxas) e ísquitibiais (posteriores da coxa), outros grandes músculos.
2-    Utilizar exercícios multiarticulares. Outro ponto para as panicats! Ao invés dos exercícios mais isolados como o quatro apoios com caneleiras, os agachamentos, afundos e similares tem sido preferencialmente utilizados. Estes exercícios comprovadamente recrutam mais intensamente glúteos e pernas.
3-    Uso de repetições máximas. Independentemente do número de repetições, essas mulheres determinadas não param o exercício até que cheguem à uma real exaustão! Outro componente fundamental para gerar microlesões (estímulo para aumento da massa muscular). Uma hipótese ainda em investigação, o reparo das microlesões acelera o metabolismo e contribui para o gasto calórico.
4-    Divisão do treino por conjunto de grupos musculares. Uma dificuldade para muitos (a maioria não dispõe de tempo para frequentar a academia quatro ou cinco vezes por semana), mas dividir o treino faz todo o sentido:
a) permite a realização de mais séries e o maior estímulo de cada região do corpo
b) diminui o tempo de treino, o que provoca menos desgaste a cada sessão
Abaixo, um vídeo para termos ideia do que é esse treinamento:

Por Renato Dutra

O conteúdo é da VEJA

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Proposta da OAB prevê pena de oito anos de prisão para crimes de caixa dois

Projeto apresentado nesta terça-feira criminaliza linha de defesa de mensaleiros

Marcela Mattos, de Brasília
Brasília - Manifestantes ocupam a cobertura do Congresso Nacional
Congresso Nacional: OAB e entidade de combate à corrupção tentam tornar caixa dois crime (Pedro Ladeira/Folhapress)
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) apresentaram nesta terça-feira um projeto de lei para a reforma política. Entre as principais inovações do texto está a de transformar o caixa dois em crime com pena de até oito anos de prisão. 
O texto, que será apadrinhado pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Décio Lima (PT-SC), foi apresentado um dia antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) retomar o julgamento do mensalão. A tese de caixa dois para campanha eleitoral foi um dos argumentos utilizados na defesa dos réus no processo que julga o maior escândalo de corrupção do país.
Pela proposta, passa a ser crime de caixa dois “dar, oferecer, prometer, solicitar, receber ou empregar” recursos de fora do Fundo Democrático de Campanhas, constituído de verba pública, ou de doações privadas oficialmente registradas. Cometer essa irregularidade implicaria em reclusão de dois a cinco anos. Caso os recursos sejam provenientes de governo estrangeiro, órgão ou entidade pública, concessionária ou permissionária de serviço público, as penas seriam elevadas para o mínimo de três e o máximo de oito anos.
“O nosso projeto criminaliza o caixa dois”, diz Marcus Vinicius Furtado, presidente nacional da OAB. 
A proposta prevê que serão punidos pelo crime de caixa dois o candidato que de qualquer forma participar da movimentação do recurso, o autor da doação ilegal e os integrantes do comitê financeiro.  
Financiamento privado – O projeto de reformulação do sistema político bate de frente com uma das principais bandeiras erguidas pelo PT: a do financiamento de campanhas realizado exclusivamente por meio de recursos públicos. Por trás do argumento dos petistas de que o formato acabaria com doações irregulares, há o interesse claro de beneficiar a sigla, que possui a maior bancada na Câmara dos Deputados. 
As campanhas eleitorais, prevê a proposta, seriam financiadas por doações de pessoas físicas e por um fundo partidário. Para o controle dos custos, a ideia é a Justiça Eleitoral criar um fórum de controle do Fundo Democrático de Campanhas, composto por membros do Ministério Público Eleitoral, da OAB e de organizações da sociedade civil com interesse no monitoramento das eleições. 
Caso o termo seja desrespeitado, os candidatos beneficiados teriam seus registros cassados e o doador jurídico não poderia atuar no poder público pelo prazo de cinco anos e teria de pagar multa no valor de dez vezes a quantia indevidamente doada.  
Nesta quinta-feira, o MCCE e a OAB vão apresentar o texto ao grupo de trabalho que estuda uma alternativa para a reforma política, criado como uma forma de salvar a ideia de reformulação do sistema político apresentada pela presidente Dilma Rousseff em meio às manifestações de junho. A expectativa das entidades é que as mudanças sejam implementadas já nas eleições de 2014.
O conteúdo é da VEJA

'Siemens vai indenizar o Estado centavo por centavo', diz Alckmin

Governador disse que vai abrir processo contra empresa 'por lesão aos cofres públicos


Guilherme Walterberg - Agência Estado
SÃO PAULO - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta terça-feira, 13, que o governo de São Paulo vai abrir um processo contra a Siemens "pela lesão aos cofres públicos" por conta da formação de cartel em licitações da CPTM e do Metrô. "Ontem conseguimos na Justiça acesso aos documentos do Cade, agora vamos fazer um processo contra a Siemens pela lesão aos cofres públicos e ao Estado, exigindo indenização da lesão proferida", disse Alckmin, ressaltando que a empresa é ré confessa de participação nesse processo. "Ela vai indenizar centavo por centavo."
O governador aproveitou o anúncio para emitir um alerta a outros governadores e ao governo federal para que eles também realizem investigações para apurar possíveis ocorrências do gênero.
De acordo com Alckmin, os documentos obtidos na segunda-feira pelo Estado, que antes estavam sob sigilo do Cade, demonstram que não havia a participação de agentes públicos na formação de cartel. "Acordo de leniência não cita nenhum agente público do Estado. Se tiver agente público ele será responsabilizado, seja quem for", afirmou.
O governador afirmou que já há investigação aberta na Controladoria-Geral do Estado (CGE) e voltou a enfatizar que o governo quer "a verdade total, transparência absoluta".
A declaração de Alckmin foi dada nesta terça no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. Ao lado do governador estavam o secretário-chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, secretário de Planejamento, Julio Semeghini, o Procurador-Geral do Estado, Elival da Silva Ramos, entre outros membros da cúpula do governo. 
O conteúdo é do ESTADÃO

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Sorocaba - Novos shoppings preocupam comerciantes

Vendas diminuíram e lojistas acreditam que clientela será dividida a partir de novos empreendimentos comerciais
Cinco lojas fecharam as portas nos últimos meses na rua da Penha 



     Marcelo Roma
marcelo.roma@jcruzeiro.com.br 

Comerciantes da região central de Sorocaba estão apreensivos quanto às inaugurações de shoppings até o fim do ano. Serão dois novos - o Shopping Cidade e Pátio Cianê - e a ampliação do Esplanada, que se chamará Iguatemi Esplanada. A preocupação é que os novos empreendimentos pulverizem as vendas no comércio, que já são consideradas baixas. Há mais um shopping em construção na cidade, o Tangará, que deve ser finalizado em 2015. 

Até o final do ano, Sorocaba terá oito empreendimentos no setor. Atualmente são seis em funcionamento: Esplanada, Granja Olga, Panorâmico, Plaza Itavuvu, Sorocaba e Villàgio. Os investimentos na construção dos três novos shoppings (Cidade, Pátio Cianê e Tangará)
e a ampliação do Esplanada com o anexo do Iguatemi dão um total de R$ 1,38 bilhão. Serão cerca de 900 lojas nos dois novos shoppings e ampliação do Esplanada, que devem ser inaugurados entre setembro e novembro. É o maior investimento em shoppings do Estado de São Paulo, considerando o biênio 2013/2014, conforme informou em julho a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). 


As boas expectativas para o setor deixam os comerciantes já instalados com um pé atrás. Eles acreditam que poderão ser prejudicados pela grande oferta de lojas na cidade. A dona de uma loja de bolsas e acessórios femininos da rua da Penha, Daniele Galli, mantinha duas lojas na mesma rua, mas teve que fechar uma devido ao pouco movimento nos últimos meses. Ela cita 2011 e 2010 como bons para o comércio. Para Daniele, 2013 não tem sido satisfatório. 

A comerciante considera que muitas lojas foram abertas, na região central e também nos bairros, impulsionadas pela melhora na renda do trabalhador e na economia de maneira geral. "Hoje em dia há muitas lojas nos bairros, muitas delas abertas há pouco tempo, que concorrem com o comércio na região central", diz Daniele. Ela acredita que com os novos shoppings, a clientela será ainda mais dividida. A comerciante pensa em mudar a loja da região central para um bairro, onde o aluguel é mais barato. O aluguel de uma loja pequena no Centro custa entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, dependendo da localização. No bulevar Braguinha e ruas de maior movimentação de pessoas é ainda maior. A valorização imobiliária em Sorocaba, de maneira geral, teria refletido nos preços dos aluguéis de pontos comerciais, que agora não estão acompanhando o ritmo da economia de um ou dois anos atrás. 

Segundo o fotógrafo Teófilo Negrão, que tem um estúdio na rua da Penha, cinco lojas fecharam as portas nos últimos meses, apenas no trecho entre os cruzamentos das ruas Professor Toledo e Miranda de Azevedo. Negrão cita como motivos o valor alto do aluguel, a redução das vendas e o grande número de lojas, muitas de um mesmo tipo de mercadorias e próximas uma da outra. "Só de óticas são umas quinze na parte alta do Centro". O fotógrafo acredita que a oferta está sendo maior que a procura, por isso alguns comerciantes estão fechando as lojas ou reduzindo custos, o que resulta em demissões. Para Negrão, a cidade não está uma "maravilha" para o comércio, como se imagina. 

A comerciante Eliane Andrade, dona de uma loja de roupas, calçados e acessórios, não vê a instalação de novos shoppings como prejudiciais ao restante do comércio. Para ela isso é relativo, "pois as lojas da região central têm seu público". Eliane pensa que não haverá grande mudança. "Há pessoas que não gostam de shoppings, comentam comigo. Preferem lojas nas ruas em que é mais fácil chegar." A comerciante ressalta que a maioria dos clientes da sua loja moram ou trabalham perto. Ela lembra que assim como em sua loja, há muitas da região central que mantêm convênio com estacionamentos, a fim de facilitar o acesso. 

Experiências 

O hoje manobrista Daniel Pacheco desistiu de continuar com uma loja de roupas que montou na Galeria Ipanema no ano passado. Foram seis meses tentando fazer o negócio ir para frente, mas não conseguiu. Antes, trabalhava como operador de empilhadeira. Para ele, o lugar não foi uma boa escolha. "Não apareciam clientes e as vendas eram fracas. Além disso tinham os impostos, o aluguel". Pacheco conta que, junto com uma sócia, somou prejuízo de cerca de R$ 50 mil. Sem perspectivas e com despesas que aumentavam, Pacheco entregou o ponto e conseguiu o emprego de manobrista num estacionamento no centro da cidade, onde começou a trabalhar há alguns dias. 

Ricardo Rozendo descreve como péssima a experiência de ter aberto uma loja de roupas no Villàgio Shopping, que já não tem mais. Ele diz que viveu uma ilusão ao acreditar que seria um bom negócio. Investiu grande quantia em estoque, mobiliário, aluguel e decoração da loja, mas não obteve retorno nem para cobrir os custos, segundo Rozendo. Os prejuízos iam se avolumando mês a mês e resolveu deixar o ramo depois de oito meses. Hoje, ele não supõe abrir loja de roupas nem fora de shoppings. 

A empresa de terraplenagem, que Rozendo manteve, serviu como garantia para a família, para a qual ele voltou a dar total atenção. Rozendo conta que para tirar parte do prejuízo com a loja, ele e a mulher vendiam as roupas do estoque em domicílio, oferecendo a amigos e conhecidos por um preço abaixo do custo. Ele ressalta a importância de se avaliar muitos fatores antes de montar uma loja, principalmente em shoppings. "Deve-se analisar a localização, a que público (em termos de poder aquisitivo) se destina, o tipo de comércio, a circulação de pessoas, etc.", aconselha Rozendo.

O conteúdo é do Jornal Cruzeiro do Sul

Salto de Pirapora - Jovem morre ao ser atropelado por viatura da Polícia Militar

Uma viatura da Polícia Militar de Salto de Pirapora atropelou e matou um jovem de 19 anos, na madrugada deste domingo, no bairro São Manuel, em Salto de Pirapora. Weslei Garcia da Silva estaria embriagado, perdeu o equilíbrio quando caminhava com dois amigos na calçada e caiu na rua Petrônio Portela, no momento que os policiais militares passavam com a viatura. Os PMs prestaram os primeiros-socorros até a chegada de uma ambulância, que levou o rapaz para a Santa Casa daquela cidade. Silva, porém, não resistiu aos ferimentos. 

De acordo com a Polícia Militar, os policiais ocupavam uma viatura modelo Palio Weekend, do patrulhamento urbano, e seguiam por aquele bairro para dar apoio a outra viatura que fazia o atendimento de uma ocorrência de furto a uma mercearia. Como não estavam em situação de emergência, os PMs conduziam a viatura com a sirene desligada e em velocidade compatível com a via. Quando passavam pela rua Petrônio Portela, por volta de 1h de deste domingo, Silva surgiu de repente, caindo na frente da viatura. Os policiais tentaram evitar o atropelamento, mas não houve tempo. Os dois amigos que acompanhavam a vítima prestaram depoimento na delegacia de Salto de Pirapora e narraram que Silva estaria embriagado, desequilibrou-se e caiu na rua, não dando tempo de os policiais evitarem o atropelamento.


O conteúdo é do Jornal Cruzeiro do Sul

São Paulo - Rebelião na Fundação Casa: 59 menores fogem

Motim em unidade da Zona Leste terminou por volta de 15h30; 29 reféns foram soltos

Menores da Fundação Casa deflagraram na manhã desta segunda-feira (12) uma rebelião na unidade Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo
Menor pula muro da unidade da Fundação Casa no Itaquera. Cinquenta e nove fugiram - Danilo Verpa/Folhapress
Cinquenta e nove menores fugiram nesta segunda-feira da unidade da Fundação Casa (antiga Febem) do Itaquera, Zona Leste de São Paulo. É mais da metade do número de internados na unidade, que abriga 103 menores.
É  a maior fuga de menores internados do ano no estado de São Paulo. A última fuga em massa havia ocorrido no dia 30 de julho, quando 32 internos fugiram de uma das unidades de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. 
A fuga em massa ocorreu em meio a uma rebelião, que começou por volta de 12 horas e só terminou às 15h30. Apenas dezessete menores haviam sido recapturados até às 17h30.
Vinte e nove funcionários da unidade chegaram a ser tomados reféns. Segundo a fundação, alguns sofreram ferimentos leves e foram levados para o hospital. Entre eles está o diretor da unidade. Nenhum interno ficou ferido. 
Mais cedo, outra rebelião tomou uma unidade da Fundação Casa na Vila Leopoldina, na Zona Oeste. Doze funcionários chegaram a ser feitos reféns pelos menores, que convocaram a rebelião depois de uma tentativa frustrada de fuga. Colchões foram queimados.
O motim acabou cerca de quatro horas depois, após negociações entre os menores e membros da Corregedoria da fundação e da Superintendência de Segurança e Disciplina. A unidade tem capacidade para 150 internos e, no momento da rebelião, abrigava cem menores.
As duas rebeliões ocorreram menos de um mês após um motim na unidade da Fundação Casa em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, onde 92 menores estavam internados. Na ocasião, dezessete funcionários foram feitos reféns por três horas. Três ficaram feridos.
O conteúdo é da VEJA