sábado, 28 de setembro de 2013

Vitor Lippi e ex-secretários são réus em ação do MP

Empresários também fazem parte de investigação sobre contratos emergenciais
''Emergenciais por 240 dias?'' - Orlando Bastos Filho, promotor de Justiça - Arquivo JCS/Adival B. Pinto


     Wilson Gonçalves Júnior
wilson.junior@jcruzeiro.com.br
O ex-prefeito Vitor Lippi (PSDB) e os ex-secretários Januário Renna (Administração) e Luiz Ângelo Verrone Quilici (Negócios Jurídicos) viraram réus em ação civil pública de improbidade administrativa (desonestidade ou deslealdade) proposta pelo Ministério Público (MP). Os três políticos e mais quatro empresários - proprietários das empresas Pratic Service & Terceirizados e Obragem Engenharia e Construções Ltda - são acusados de firmar contratos com a Prefeitura de Sorocaba, sem licitação, no valor de R$ 3,05 milhões, para execução de serviços de tapa-buraco entre maio de 2005 e junho de 2006. Em seu despacho, o juiz da Vara da Fazenda Pública, José Eduardo Marcondes Machado, acatou a ação proposta pelo promotor Orlando Bastos Filho. "Há indícios da ocorrência de graves fatos, tudo a levar à verticalização da cognição e aprofundamento da controvérsia. Nessa conformidade, e considerando que as partes são legítimas e existem indícios de prática de ato de improbidade a reclamar análise profunda no curso da ação, defiro o processamento."

Caso sejam condenados, Lippi e os demais citados (os ex-secretários e os empresários Marcelo Fongaro Beranger, Paulo Stefanius Lopes, Carlos Eduardo Calcaterra Rinaldi e Wilian Roberto Souza Ferreira) podem perder os direitos políticos por oito anos, a função pública que ocupam e serem proibidos de firmar contrato com o Poder Público. O custo da causa está arbitrado em R$ 34,457 milhões, entre multas, valores do contrato e dos aditivos firmados. 

O inquérito civil do caso foi aberto pelo promotor Jorge Alberto Marum e teve sequência com o promotor Orlando Bastos Filho. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o contrato recebeu um aditivo, em maio de 2005, no valor de R$ 1,02 milhões para cada uma das empresas (Pratic Service & Terceirizados e Obragem Engenharia e Construções Ltda.) e a prorrogação dos serviços por mais 90 dias. Entretanto, explicou o MP, nesse período houve a realização dos serviços e pagamento por eles sem cobertura contratual. Entre agosto e novembro de 2005, ainda segundo o MP, houve novo aditamento com a prorrogação de mais 60 dias.

Um novo compromisso foi firmado em dezembro, no valor de R$ 506,9 mil para cada empresa e mais 90 dias de prorrogação do contrato. Novamente, alegou a promotoria, os serviços e o pagamento foram realizados antes do contrato ter sido firmado. Outro aditamento foi celebrado, para mais 60 dias, entre os meses de março e junho de 2006. Ainda de acordo com o MP, em sua denúncia oferecida à Justiça, o então prefeito Vitor Lippi (PSDB) fez questão de expressar que a decisão de contratar emergencialmente foi exclusivamente dele.
 
Na ação, o promotor citou que a dispensa de licitação só é permitida por lei em casos de emergência ou calamidade pública, e que, serviços de tapa-buraco são atividades consideradas normais, regulares e corriqueiras, realizadas de forma permanente. "Pior que não estamos falando de chuvas excessivas em determinada época do ano, mas de contratos que vigoraram por todas as estações do ano, por 240 dias, somados os contratos. Emergenciais por 240 dias?", questionou. 

Ontem, pelo Twitter, o promotor completou: "Para o MP, tapa-buraco é atividade contínua do Estado não permitindo contratação emergencial sem licitação. Chuva em janeiro não é inusitado." Ainda pelas redes sociais, Orlando Bastos Filho lembrou que esses contratos foram prorrogados, sem licitação, desde 2003, na gestão do ex-prefeito Renato Amary (PMDB). "Para agravar, a suposta situação emergencial vinha de 2003, sendo que, para esse contrato, os réus já foram condenados em duas instâncias", citou, ao falar das condenações das ações anteriores ao caso em que envolve Vitor Lippi. 

Defesa 
Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba, o ex-prefeito Vitor Lippi se defendeu: "No esclarecimento ao Ministério Público, informamos que na época, no primeiro mês de governo, a Prefeitura não tinha nenhum contrato de 'tapa-buraco' e a única forma de manter o serviço que deve ser contínuo, foi contratação emergencial. Esclarecemos também que as duas empresas contratadas foram as vencedoras da última licitação, dois anos antes, e prestavam este serviço até aquele momento para a Prefeitura. Foram contratadas pelo mesmo valor por metro quadrado de dois anos antes. Esclarecemos também que fizemos tudo que era possível ser feito, iniciando logo no primeiro mês do governo o processo licitatório que teve um período de aproximadamente 10 meses para ser concluído, onde demonstramos todas as etapas da licitação. Neste período até a conclusão da licitação, realizamos a contratação emergencial. O ex-prefeito Renato Amary responde por ação exatamente nos mesmos termos por ter feito contratação emergencial, porém no final de seu governo. Faremos a defesa junto ao juizado da 1ª Fazenda de Sorocaba, demonstrando que não houve prejuízo ao erário público, pois o serviço foi prestado, houve zelo ao erário, e que algumas falhas apontadas se deram por falhas formais do processo. Defenderemos também a importância da contratação emergencial que era a única, digo a única, forma possível de contratação naquela situação. Demonstramos ainda a importância do serviço para evitar acidentes com vítimas, danos e prejuízos econômicos aos proprietários de veículos, bem como os prejuízos ao poder público, pois quando não há manutenção a sequência de chuvas provoca aumento de prejuízo com a soltura do pavimento por infiltração das chuvas, bem como perdas ainda maiores por danos as camadas inferiores do pavimento com custos muito maiores ao poder público. Portanto, tratou-se de ação necessária para segurança das pessoas para evitar prejuízos a população cuja responsabilidade é do poder público, bem como evitar maiores prejuízos aos cofres do município pela deterioração do pavimento. Teremos a oportunidade de ampla defesa e que esperamos esclarecer os questionamentos da ação proposta."

O advogado Rodrigo Benedito Tarossi, que defende o ex-secretário Januário Renna, disse que ainda não foi informado oficialmente da decisão e só irá se manifestar após notificação da Justiça.

O jornal Cruzeiro do Sul entrou em contato por telefone com o escritório Pinheiro da Silva, que defende a Pratic Service & Tercerizados e até o fechamento desta edição não foi dado retorno da solicitação feita por e-mail. O ex-secretário Luiz Angelo Verrone Quilici também não foi localizado na secretaria de Habitação da Prefeitura de Sorocaba, na tarde de ontem e a reportagem entrou em contato também com a Secretaria de Comunicação para tentar localizá-lo. Até o fechamento da edição, não houve retorno. A Obragem Engenharia e Construções Ltda. não foi localizada para comentar a decisão.

Sorocaba - Vereadores da CPI comprovam faltas de médicos

Visita surpresa constata que de 23 médicos que deveriam estar trabalhando em quatro unidades, sete faltaram
No Pronto-Socorro, Izídio e Crespo não encontraram quatro médicos - Luiz Setti


     Giuliano Bonamim
giuliano.bonamim@jcruzeiro.com.br
Praticamente um terço dos médicos escalados ontem para o trabalho na rede pública municipal não compareceu ao plantão em quatro unidades de saúde de Sorocaba. Os flagrantes ocorreram no período da manhã e foram feitos pelos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, criada na Câmara de Vereadores. Foram constatadas as ausências de sete profissionais em um grupo de 23 funcionários. Dois não foram encontrados na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da zona oeste, um na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Barão e quatro no Pronto-Socorro Municipal da Santa Casa. Já o Posto de Saúde da Vila Santana contou com todo o efetivo.

Além dos sete médicos faltantes, outros dois coordenadores não foram encontrados durante o horário de trabalho: um de pediatria na UPH da zona oeste e outro na UBS da Vila Barão. As visitas surpresas foram comandadas pelos vereadores Izídio de Brito (PT) e José Crespo (DEM), que pretendem elaborar um relatório e encaminhá-lo ao titular da Secretaria Municipal da Saúde, Armando Martinho Bardou Raggio. "Para mim, tem que afastar e punir. Se não querem trabalhar, manda embora", afirma Brito.

A primeira visita da CPI ocorreu às 9h57 na UPH da zona oeste. Os vereadores entraram nas dependências do prédio, visitaram todas as salas e constataram as presenças de dois pediatras e de outros dois clínicos gerais. No local, os parlamentares também foram avisados que o coordenador da pediatria havia ido embora para casa, apesar de estar escalado para o plantão da manhã. O aposentado José Carlos de Souza, 67 anos, aproveitou a presença dos vereadores na UPH da zona oeste para desabafar. 

"O atendimento é péssimo. Minha filha está com dor nas costas e ninguém descobre o que é, além de eu ficar rodando pela cidade para tentar achar um lugar mais vazio e com menos fila", comenta. Já o carpinteiro Tiago Rodrigues, 27, não precisou enfrentar filas. Ele sofreu um acidente de trabalho, teve prioridade no atendimento e todo o procedimento demorou cerca de 20 minutos. "Foi tudo muito rápido", diz Sérgio Luís de Oliveira, 41, que acompanhou o paciente até a UPH da zona oeste.

Na sequência, a comissão de vereadores se encaminhou à UBS da Vila Barão. O grupo chegou ao prédio às 10h30 e não encontrou a coordenadora responsável pelo turno da manhã. "Por isso não soubemos quantos médicos exatamente faltaram", diz Izídio. Na lista de funcionários havia quatro nomes, mas apenas três profissionais estavam efetivamente no trabalho. O médico ausente na UBS da Vila Barão era um pediatra, cujo horário de trabalho era das 7h às 13h. A falta do profissional atrapalhou a manhã da dona de casa Valeska Cristina de Lima, 24, que levou o filho de seis anos para ser atendido. "A consulta estava marcada para as 7h, mas só fomos atendidos duas horas depois", conta.

O terceiro local visitado foi o Posto de Saúde da Vila Santana, às 11h04. A comissão circulou pelo prédio e não encontrou nenhuma irregularidade. A última parada ocorreu no Pronto-Socorro da Santa Casa. Os vereadores chegaram ao local às 11h24 e flagraram a ausência de quatro médicos ¿ dois clínicos gerais e dois ortopedistas. Apenas sete estavam no trabalho.

Os vereadores entraram nas dependências do pronto-socorro e observaram pacientes distribuídos pelos corredores. Alguns estavam deitados em macas e outros sentados em cadeiras. O filho da aposentada Isabel Cristina Fernandes dos Santos Rodrigues, 49, aguardava há duas horas para ser medicado e amenizar as dores provocadas por uma cólica renal. "Ele está deitado em uma maca no corredor e ninguém mexeu nele ainda", conta. "Agora que os vereadores chegaram, vieram me falar que existem três internações na frente dele ainda", desabafa.

A assessoria de imprensa da Santa Casa de Sorocaba explicou a ausência dos quatro médicos. Segundo a entidade, dois ortopedistas estavam em cirurgia e dois clínicos gerais em horário de almoço. Na opinião de Izídio, falta uma melhor coordenação por parte da Secretaria Municipal da Saúde para o controle dos médicos e demais funcionários. "Há uma desorganização geral. A Prefeitura precisa urgente de um choque de gestão mais austero, com rigidez no horário, na presença, no revezamento", diz.

A mesma opinião foi compartilhada por Crespo, que ressaltou o problema da falta de médicos. "E a Câmara não está sequer tentando verificar a qualidade do serviço médico. O problema nosso é que quase um terço dos médicos não estava trabalhando. Alguns nem foram escalados, pois a jornada não é respeitada", relata. Na opinião de Crespo, as coordenadorias das unidades de saúde não devem ficar com os médicos. "É para evitar corporativismo. É preciso ter o fiscal do fiscal", completa.

Os integrantes da CPI da Saúde pretendem fazer uma nova blitz surpresa na próxima semana. A primeira ocorreu em 16 de setembro na UPH da zona oeste, no Pronto-Atendimento do Parque das Laranjeiras e no Pronto-Socorro da Santa Casa. Na ocasião, os vereadores detectaram a ausência de sete médicos. 

Resposta da SES 
A Secretaria da Saúde de Sorocaba (SES), em resposta a questionamento da reportagem, limitou-se a dizer que toda e qualquer denúncia fundamentada é apurada, bem como são adotadas as medidas cabíveis. Afirmou ainda que o registro dos profissionais é feito por biometria e que há controle da coordenação das unidades. Em relação à ausência do coordenador de pediatria da UPH da zona oeste, disse apenas que o mesmo fez o plantão da noite/madrugada e saiu do local por volta das 8h, retornando ao trabalho no período da tarde. Além disso, disse que aquela unidade tem um médico em férias e que o outro faltou.

Sorocaba - Ladrões levam oito veículos em um prazo de 24 horas

Além dos carros, os bandidos levaram objetos pessoais e dinheiro das vítimas

    Amilton Lourenço
amilton.lourenco@jcruzeiro.com.br
Entre 12h30 de quinta-feira e 13 horas de ontem, a Polícia Civil de Sorocaba registrou quatro furtos e quatro roubos de veículos em várias regiões da cidade. Além dos carros, os bandidos também levaram equipamentos eletrônicos, objetos pessoais, dinheiro e documentos das vítimas. Em um dos casos, a dona do veículo ainda foi agredida pelos ladrões. Ontem, o Cruzeiro do Sul publicou matéria com dados estatísticos da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, que indicam que o número de roubos de veículos cresceu 95% nos últimos dois anos. 

O caso mais violento aconteceu por volta das 20h de quinta-feira, na rua Dr. Fernando Santos, na Vila Progresso. A vítima, a auxiliar de marketing, L.B.S., tinha acabado de fazer uma visita a uma familiar, quando foi surpreendida por dois marginais. Um deles estava armado e começou a fazer ameaças à vítima. Em seguida, o bandido deu uma gravata na proprietária do veículo e começou a estapeá-la até ela cair no chão. Neste instante, o ladrão entrou no carro com o comparsa e fugiu. Além do veículo roubado, um Ford Ka, cor prata, ano 2003, placas CSY-9183, a vítima também perdeu diversos objetos pessoais que estavam no interior do carro. 

Momentos de pânico também foram vividos pelo autônomo, S.G.S., na noite de quinta-feira, na rua Galileu Pasquinelli, na Vila Fiori. Eram 22h20, quando a vítima estacionou seu carro, um Corsa, ano 98, vermelho, placas CVD-1252, em frente à garagem de sua residência. Foi quando um indivíduo armado se aproximou e anunciou o assalto. O bandido estava acompanhado por uma mulher, que pedia para ele não cometer o assalto. Mesmo assim, o ladrão exigiu as chaves do carro e a carteira da vítima. O casal entrou no carro e fugiu em alta velocidade. 

A técnica em enfermagem, A.N.S. trafegava com seu Palio, ano 2012, prata, placas FLL-5317, pela avenida Roberto Simonsen, na quinta-feira, às 22h30. De repente, a vítima notou que estava sendo seguida por um gol branco com três indivíduos. O carro parou ao lado da vítima e um dos passageiros lhe mostrou uma arma de fogo, anunciando o assalto. A motorista desceu do carro, dando lugar para um dos homens que estava no gol. O homem deu a partida e arrancou com o veículo.

Outro roubo de veículo ocorreu na quinta-feira, às 19h30, na alameda das Azaleas, no Jardim Simus. O gerente M.J.S.P. estava saindo de uma lanchonete e foi surpreendido por dois homens armados. Os elementos anunciaram o assalto, pediram a carteira da vítima e as chaves de seu veículo, um Toyota Corolla, 2013, prata, placas FFG-0590. Os homens fugiram em alta velocidade. 

Falso comprador 
Na última quinta-feira, a funcionária de uma loja de veículos da zona norte teve um dia para ser esquecido. Na tentativa de vender um Honda Fit, placas DSN-9651, cor cinza, ano 2007, para um suposto comprador, ela foi convidada pelo "cliente" a acompanha-lo até uma oficina mecânica para avaliação do carro. A vendedora concordou e entrou no carro com o bandido. "Durante o trajeto, ele agiu naturalmente e até parou em um posto de combustível para colocar um pouco de gasolina. Seguimos até uma oficina mecânica, localizada na alameda Dálias, no Jardim Simus. Quando chegamos lá, desci do carro, mas ele (o ladrão) acelerou e fugiu com o veículo", relatou a vendedora à polícia. 

Em outro caso, o motorista E.S.R estacionou seu carro, um gol 94, placas BIR-8973, cor prata, em frente a uma igreja, localizada no Jardim Toledo e teve seu veículo furtado. "Eu estava dentro da igreja e fui avisado que havia alguém mexendo no meu carro. Quando cheguei no local onde havia parado, o veículo já havia sido furtado", conta a vítima. 

O dentista G.A.V. também teve seu carro furtado na noite de quinta-feira. Por volta das 20h, ele estacionou o Palio, cor preta, ano 2009, placas EIR-0997, na rua Professor Ossis Salvestrini Mendes, em Santa Rosália. Duas horas depois, quando retornou, não encontrou mais o veículo. Dentro do carro, estavam alguns pertences pessoais da vítima como notebook, máquina fotográfica e aparelho GPS. 

Ontem, às 13h30, o aposentado F.A.S. estacionou seu carro na rua Agenor Leme dos Santos, no Jardim Maria Eugênia. O carro, um Gol, ano 84, placas BHN-6498, estava com uma placa de "vende-se". Por essa razão, um homem se aproximou e começou a negociar com o aposentado. Pouco depois, o suposto comprador pediu para dar uma volta para experimentar o veículo. O aposentado permitiu a saída e não viu mais o veículo.

Aécio critica militância petista e diz que PSDB vai dar outro rumo 'ético' ao País

Discurso foi feito neste sábado, 28, durante encontro do PSDB em Curitiba


Julio Cesar Lima, Especial para O Estado
CURITIBA - O senador mineiro e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, fez duras críticas ao governo federal e em especial ao PT neste sábado, 28. Durante encontro regional do PSDB Sul, em Curitiba (PR), que reuniu cerca de dois mil participantes, disse que "a militância do PT acabou, pois todos estão empregados" e disse que cabe ao PSDB dar um "rumo ético" ao País.
Acompanhado do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), os senadores tucanos Paulo Bauer (SC), Alvaro Dias (PR) e Aloysio Nunes (SP), além de outras lideranças, Aécio, provável candidato da sigla em 2014, também criticou possíveis manobras do governo federal para impedir a criação de novas legendas, em especial a da ex-senadora Marina Silva, que ainda está com seu processo indefinido.
Em um rápido discurso para a ala jovem do partido, Aécio disparou as primeiras críticas ao PT. "Quem tem postura é o PSDB, a militância do PT está empregada entre os mais de 20 mil cargos comissionados do governo", disse. Ele afirmou ainda que seu partido vai dar outro rumo "ético" ao País. "Vamos falar de ética e eficiência para nos contrapormos a esse desvio ético que o governo do PT tem mostrado ao Brasil e ao mesmo tempo a ineficiência que é sua principal marca", disse.
Sobre os novos partidos, Aécio lamentou a indefinição política de Marina Silva, que tenta registrar a Rede para entrar na corrida presidencial.
"Nós defendemos que nessa legislatura houvesse um tratamento isonômico, seja para a Marina criar o seu partido, seja para que outras forças também se consolidassem, mas eu defendo que, encerrado agora esse prazo de filiações partidárias haja, por parte do Congresso Nacional, uma rediscussão desse tema para que o mandato disputado por um partido político pertença àquele partido político”, disse.
Giba. O governador Beto Richa disse que o encontro marcaria uma nova fase dentro do PSDB e comemorou a entrada do jogador de vôlei Giba ao partido, que assinou a ficha de filiação neste sábado. "Há um clima de entusiasmo com esse novo projeto do PSDB. O Giba vai agregar muito ao partido, com sua juventude", afirmou.

Estudo sobre arrastões em restaurantes

Estudo mostra que este é o tempo máximo de duração de um arrastão num restaurante, bar ou casa noturna de São Paulo

Branca Nunes
Câmera de segurança registra um arrastão no restaurante Astolpho
Câmera de segurança registra um arrastão no restaurante Astolpho (Reprodução)
Quatro minutos correspondem a metade do tempo que a luz solar demora para chegar à Terra. É o tempo que um adulto leva para andar três quadras. Quatro minutos bastam para ferver meio litro de água, preparar um ovo poché ou uma pipoca de microondas. E é esse também o tempo máximo de duração de um arrastão em um bar, restaurante ou casa noturna de São Paulo.
“Os criminosos descobriram que este é um limite seguro entre a entrada e saída do local antes da chegada da polícia”, explica Ricardo Chilelli, diretor-presidente da RCI First – Security and Intelligence Advising, empresa especializada em análise e gestão de risco que atua em 18 países, entre eles o Brasil. A conclusão foi extraída da análise de 122 arrastões ocorridos na capital paulista.
Em 27 de maio de 2012, por exemplo, os criminosos levaram 3 minutos para roubar os clientes da Pizzaria Bráz, em Higienópolis. Em 30 de maio de 2013, a ação no restaurante Ruella durou menos de 5 minutos. E foi assim no Kaminari (4 minutos), no Empório Alto de Pinheiros (1 minuto e 30 segundos), na Pizzaria Emiglia (4 minutos) e, no dia 15 de setembro, um domingo, no restaurante Astolpho. Exatos 4 minutos. A polícia demorou o dobro para chegar ao local.
“Passei o modelo, a cor e a placa do veículo para a polícia enquanto o arrastão ainda estava acontecendo”, conta Hélio Saraiva Júnior, dono do Astolpho. Ele percebeu o que se passava logo depois de chegar em casa, ao checar pela última vez antes de dormir o sistema de segurança, usando um programa que permite acessar pelo celular as câmeras de vigilância do restaurante. “A polícia disse em todas as entrevistas que vai investigar por que as viaturas demoraram tanto para aparecer, mas até agora ninguém me ligou. O poder público é omisso”.
O arrastão no Astolpho exibiu outras características que, segundo o estudo da RCI, obedecem a um padrão nesse tipo de crime. Na escolha do alvo, os criminosos evitam locais com iluminação externa e pública abundante, muitas câmeras do lado de fora e sem rotas de fuga facilmente acessíveis. Paredes envidraçadas, serviço de valet, segurança na porta, outros restaurantes e bares nas proximidades e mesas na calçada são outros fatores que costumam afugentar os bandidos. Mas mesmo estabelecimentos com tais características já sofreram ataques. Quase todos, por exemplo, oferecem serviço de valet. O Astolpho tem portas e paredes de vidro, o Ruella é provido de câmeras externas e há mesas na calçada do Empório.
Vítima de um arrastão em 2011 na Pizzaria Emiglia, no Jardim Paulistano, o comerciante Rogério Inati passou a escolher os restaurantes com base nesses detalhes. “Hoje só vou a lugares envidraçados”, diz. “Um amigo que é dono de restaurante me contou que os criminosos evitam lugares expostos”. A mãe e a irmã de Inati, também presentes no dia do assalto, são mais radicais: “Elas ficaram realmente traumatizadas e agora só frequentam restaurantes dentro de shoppings”.
No dia do arrastão, Inati e a família ocupavam uma mesa perto da porta de entrada ─ lugar que, segundo o estudo da RCI, não escapou dos assaltantes em 93% dos arrastões. “Como os criminosos têm pouco tempo para agir, abordaram no máximo quinze mesas em 92% dos casos”, informa Chilelli. “As vítimas invariavelmente estavam sentadas próximo à entrada, perto do caixa, ou no caminho entre a entrada e o caixa".
O levantamento também constatou que 88% dos arrastões foram cometidos por grupos de três criminosos – um cuidou do caixa, outro abordou os clientes e o terceiro permaneceu em um veículo do lado de fora. Em 75% dos casos, os bandidos não pareceram preocupados com as câmeras internas nem procuraram esconder o rosto e agiram depois das 21h. Em 89%, uma moto deu apoio logístico com o monitoramento das ruas mais próximas.
Em praticamente todos os arrastões os bandidos levaram pacotes de cigarro, dinheiro, computadores e tablets dos estabelecimentos. Dos clientes, foram roubados carteiras, bolsas pequenas, notebooks, celulares, joias, relógios, alianças e dinheiro.
Armas – Nada é mais preocupante para Chilelli do que a progressiva substituição de pistolas e revólveres por fuzis e submetralhadoras. “Isso mostra que algumas quadrilhas estão migrando de outros crimes, como arrastões a condomínios de luxo e assalto a caixas eletrônicos para os arrastões a bares e restaurantes”, explica o especialista.
Entre as dicas de segurança, Chilelli sugere que sejam feitos acordos de cooperação entre restaurantes e bares próximos: instalação de “botões de pânico” – espécie de alarme que avisa os vizinhos sobre os assaltos, facilitando a chamada da polícia – e a contratação de “seguranças velados”, incumbidos de monitorar estabelecimentos comerciais à distância.
Saraiva Júnior optou por contratar um segurança particular que disponha de uma moto potente. “Acho que vou conseguir pelo menos reaver alguns itens roubados”, acredita o empresário, que atua no ramo há 31 anos e já teve 27 casas em São Paulo. “Mas me sinto lesado", ressalva. "É uma afronta ter que pagar para ter segurança privada”.
Alguns donos de bares e restaurantes da Rua José Jannarelli, no Morumbi, foram além da segurança privada: contrataram agentes de segurança pública. Há mais de três anos, cada proprietário paga cerca de 1 400 reais mensais para contar com a proteção de policiais militares, além de 300 reais a 1 500 reais para policiais civis. “No dia em que sofremos o segundo arrastão, dois policiais civis entraram aqui 15 minutos depois da saída dos bandidos oferecendo o serviço”, contou um dono de restaurante da região. “Desde então, só os estabelecimentos que não colaboram com a 'caixinha' são assaltados”.
Procurada pela reportagem, a PM afirmou que levará a denúncia ao conhecimento da corregedoria do órgão. “Se os policiais prestam esse tipo de serviço durante a folga, é transgressão. Se for no horário de serviço, é crime”, afirmou o capitão Eder Antonio de Araújo, porta-voz do centro de comunicação social da instituição.
Há menos de três meses, a PM desencadeou a Operação São Lourenço. Assim denominada em homenagem ao padroeiro dos donos de bares e restaurantes, a ação pretende coibir esse tipo de crime com o reforço do policiamento em três bairros: Itaim, Moema e Jardins.
Estatísticas – Embora garanta que esse tipo de ocorrência esteja “próximo do zero” desde o começo dessa operação, a PM não sabe “precisar os números”. Uma das causas da carência de estatísticas confiáveis é a maneira de catalogar tais crimes. “Pelos nossos registros e tratamento técnico legal, trata-se de ocorrência de roubo a estabelecimento comercial”, explica o coronel Leonardo Torres Ribeiro, do Comando de Policiamento da Capital (Copom). “O emprego do termo arrastão tem promovido um alarde na população, que muitas vezes não tem a dimensão divulgada", imagina o coronel. "Quanto menos se fala, menos acontece”.
Com isso, os arrastões são enfiados no mesmo balaio que abriga qualquer tipo de assalto a bares e restaurantes, estejam ou não em horário de atendimento a clientes. Outro fator que acaba maquiando dados é que nem todas as vítimas se deslocam até a delegacia para fazer o Boletim de Ocorrência. Essas distorções ajudam a entender porque, embora a polícia continue agarrada a zeros imaginários, a população concorde com o diagnóstico feito por Hélio Saraiva Júnior ao ver na tela do celular as cenas daquele 15 de setembro: o poder público é omisso.


DICAS PARA OS COMERCIANTES

► Fazer acordos de cooperação entre bares e restaurantes nas proximidades: instalação de “botões de pânico” – espécie de alarme que avisa os vizinhos sobre os assaltos, facilitando a chamada da polícia – e a contratação de “seguranças velados”, responsáveis por monitorar os estabelecimentos à distância
► Reivindicar iluminação pública
► Disponibilizar iluminação abundante na fachada
► Optar por portas, janelas e paredes de vidro
► Colocar câmeras de segurança externas ostensivas
► Instalar o caixa longe da porta de entrada
► Ter o número mínimo de pacotes de cigarro e a menor quantia em dinheiro disponível no caixa

DICAS PARA OS CLIENTES

► Preferir estabelecimentos com bastante movimento na rua, próximos a outros bares e restaurantes, longe de grandes avenidas e com serviço de valet (mesmo que não forem utilizar)
► Sentar longe da porta, do caixa e do trajeto entre os dois
► Mulheres devem colocar bolsas e mochilas embaixo da mesa e, se possível, carregar carteiras ou bolsas menores sem objetos de valor para deixar à vista. Preferir bijuterias a joias
► Homens devem carregar carteiras falsas com pouco ou nenhum dinheiro e cartões sem validade

COMO AGIR DURANTE UM ARRASTÃO

► Deixar as duas mãos sob a mesa ou em local visível
► Não fazer movimentos bruscos
► Jamais olhar os criminosos nos olhos
► Nunca iniciar uma conversa com os bandidos
► Responder de maneira sucinta o que for perguntado



Atropelamento durante racha provoca 6 mortes em Mogi das Cruzes

Motorista preso não tinha habilitação; testemunhas afirmaram que ele estava alcoolizado

Seis pessoas morreram após serem atropeladas por um carro na Estrada do Rio Grande, no bairro Conjunto Residencial Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes
Seis pessoas morreram atropeladas por um carro na Estrada do Rio Grande, no bairro Conjunto Residencial Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes (Avener Prado/Folhapress)
Um racha entre dois veículos resultou na morte de seis pessoas na madrugada deste sábado em Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, as vítimas, que tinham entre 13 e 22 anos estavam no acostamento de uma rodovia quando foram atropeladas por um dos veículos que ficou sem controle e capotou. Outras duas pessoas que estavam no acostamento ficaram feridas.
O motorista do veículo acidentado, identificado como Reginaldo Ferreira da Silva, de 41 anos, foi preso em flagrante. Segundo a Polícia Civil, ele não tinha habilitação. Quatro passageiros que estavam no veículo no momento do acidente contaram que ele havia consumido bebida alcoólica antes de assumir o volante. O resultado do teste do bafômetro não foi divulgado. Silva e os passageiros sofreram apenas ferimentos leves.
O pedreiro foi indiciado por homicídio doloso, embriaguez ao volante e lesão corporal. O motorista do outro veículo que disputava o racha fugiu após o acidente. De acordo com a polícia, na tarde deste sábado o advogado dele entrou em contato e disse que seu cliente, que tem 23 anos, vai se apresentar à polícia na segunda-feira.
O acidente ocorreu por volta de 0h30. As oito pessoas atropeladas estavam conversando e fumando narguilé na avenida Japão, no bairro Conjunto Residencial Santo Ângelo. Segundo testemunhas, Silva, que conduzia um Monza, foi chamado para um racha pelo motorista de um Palio. Os dois veículos saíram em disparada na avenida. Em um determinado momento, os dois veículos tocaram e Silva perdeu o controle, atingindo o grupo que estava no acostamento.
A velocidade máxima permitida na via é de 50 quilômetros por hora, mas o velocímetro do Monza, que ficou travado no momento da colisão, apontou que o veículo estava a 120 km/h.
Na tarde desta sábado, uma das vítimas do atropelamento, um adolescente de 15 anos, ainda permanecia internado em um hospital de Mogi das Cruzes. Segundo a polícia, ele está fora de perigo. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Um embaixador americano explica porque seu governo espiona Dilma


Fonte: Miami Herald
Carlos Alberto Montaner é um jornalista e escritor cubano, autor do clássico e imperdível Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano, em parceria com o peruano Alvaro Vargas Llosa e o colombiano Plinio Apuleyo Mendonza. Em sua coluna no Miami Herald, ele conta que um antigo embaixador americano lhe confidenciou porque o governo Dilma é espionado pelo governo americano.
Sua resposta não poderia ser mais franca e direta:
Do ponto de vista de Washington, o governo brasileiro não é exatamente amigável. Por definição e história, o Brasil é um país amigo que ficou do nosso lado durante a II Guerra Mundial e na Coréia, mas seu atual governo não é. 
O embaixador pediu para não ter seu nome revelado, pois isso iria gerar um grande problema para ele. Mas autorizou que o jornalista, de quem é amigo, transcrevesse a conversa, sem citar a fonte. O embaixador conhece mais o nosso governo do que nossa imprensa, pelo visto. Diz ele (tradução livre):
Tudo que você tem a fazer é ler os registros do Foro de São Paulo e observar a conduta do governo brasileiro. Os amigos de Luis Inácio Lula da Silva, de Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores são os inimigos dos Estados Unidos: a Venezuela chavista, pela primeira vez com (Hugo) Chávez e agora com (Nicolás) Maduro; Cuba de Raúl Castro, Irã, a Bolívia de Evo Morales, Líbia nos tempos de Kadafi; Síria de Bashar Assad.
Em quase todos os conflitos, o governo brasileiro concorda com as linhas políticas da Rússia e da China, em oposição à perspectiva do Departamento de Estado dos EUA e da Casa Branca. Sua família ideológica mais parecida é a dos BRICS, com quem ele tenta conciliar sua política externa.
A grande nação sul-americana não tem nem manifesta a menor vontade de defender os princípios democráticos que são sistematicamente violados em Cuba. Pelo contrário, o ex-presidente Lula da Silva, muitas vezes leva os investidores a ilha para fortalecer a ditadura dos Castros. O dinheiro investido pelos brasileiros no desenvolvimento do super-porto de Mariel, próximo a Havana, é estimado em US $ 1 bilhão.
A influência cubana no Brasil é secreta, mas muito intensa. José Dirceu, ex-chefe de gabinete e o ministro mais influente de Lula da Silva, tinha sido um agente dos serviços de inteligência cubanos. No exílio em Cuba, ele teve o rosto cirurgicamente alterado. Ele voltou para o Brasil com uma nova identidade e funcionou nessa condição até que a democracia foi restaurada. De mãos dadas com Lula, ele colocou o Brasil entre os principais colaboradores com a ditadura cubana. Ele caiu em desgraça porque ele era corrupto, mas nunca recuou um centímetro de suas preferências ideológicas e de sua cumplicidade com Havana.
Algo semelhante está acontecendo com o profesor Marco Aurélio Garcia, atual assessor de política externa de Dilma Rousseff. Ele é um contumaz anti-ianque, pior do que Dirceu mesmo, porque ele é mais inteligente e teve uma melhor formação. Ele fará tudo o que puder para frustrar os Estados Unidos.
Mas isso não é tudo. Há outras duas questões sobre as quais os Estados Unidos querem ser informados sobre tudo o que acontece no Brasil, pois, de uma forma ou de outra, elas afetam a segurança dos Estados Unidos: a corrupção e as drogas.
O Brasil é um país notoriamente corrupto e tais práticas afetam as leis dos Estados Unidos de duas maneiras: quando os brasileiros utilizam o sistema financeiro americano e quando eles competem de forma desleal com empresas norte-americanas, recorrendo a subornos ou comissões ilegais.
A questão das drogas é diferente. A produção de coca boliviana se multiplicou cinco vezes desde que Evo Morales assumiu a presidência, e a saída para essa substância é o Brasil. Quase tudo acaba na Europa, e os nossos aliados nos pediram para obter informações. Essa informação, por vezes, está nas mãos de políticos brasileiros.
A pergunta final feita por Montaner foi se o governo americano continuaria espionando o brasileiro. A resposta do embaixador não poderia ser mais objetiva: “Claro, é nossa responsabilidade para com a sociedade americana”.

Sorocaba - 'Flanelinhas' e moradores de rua tomam a cidade

Motoristas sentem-se intimidados com abordagem em semáforo

 

Um grupo se reúne às margens do rio Sorocaba, próximo à praça Dom Tadeu Strunck, esperando o fim de tarde e anoitecer para começar a agir nos semáforos da região (Foto: Fernando Rezende)
 
 
A população já se acostumou a encontrar `flanelinhas' pedindo para olhar os veículos estacionados pelas ruas da cidade, principalmente em corredores viários e locais de maior movimento. Porém, se acostumar a vê-los não quer dizer que concordam com sua permanência e atuaçäo irregular e à margem da lei. Muitas vezes aceitam o `serviço' por receio de voltar e não encontrar mais o carro ou haver riscos, pneus furados e/ou partes danificadas. 

Alguns chegam a cobrar um valor fixo de R$ 5,00 e até R$ 8,00 ou R$ 10,00 para olhar o veículo, como acontece nas ruas Dr. Nogueira Martins, Manoel José da Fonseca, Miranda Azevedo, Santa Clara e tantas outras do Centro, regiäo do Fórum Velho e do largo Santa Cruz e até em bairros de maior movimento, como região da rua Aparecida e da praça Pio XII, no bairro de Santa Rosália, sem contar ainda as cercanias do Parque-Zoológico Municipal "Quinzinho de Barros". E, ainda por cima, insistem em querer receber o dinheiro assim que o motorista acaba de estacionar... Os `flanelinhas' também costumam tomar conta, como `proprietário', de outras áreas públicas, explorando criminosamente vagas de estacionamento em ruas das imediaçöes do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), no bairro do Vergueiro, e também no Parque Campolim. 

A prática chega, inclusive, a ter uma certa `organização', pois os `olhadores' têm suas áreas fixas de atuaçäo demarcadas e, como acontece nas ruas ao entorno do Conjunto Hospitalar, há até um chefe-gerente que fiscaliza a ação e cobra `comissöes'. 

SEMÁFORO - Nas últimas semanas, por outro lado, voltou a ocorrer diariamente uma prática que pouco se via na cidade, sobretudo nos cruzamentos próximos à praça Dom Tadeu Struck, nos entroncamentos com a ponte de Pinheiros, avenidas Juscelino Kubitschek de Oliveira, Dom Aguirre e Juvenal de Campos e rua Paulo Setúbal. Basta chegar o cair da tarde ou anoitecer para que `moradores de rua', em sua maioria jovens e adolescentes, ocupem esses movimentados cruzamentos semafóricos, oferecendo-se para limpar os parabrisas dos veículos - ou limpando mesmo sem autorização -, exigindo e até `extorquindo' dinheiro dos inseguros motoristas - e, na maioria das vezes, mesmo sob os olhares beneplácitos e omissos dos `amarelinhos' e guardas municipais a serviço da Urbes - Trânsito e Transportes. Eles costumam chegar em dupla, um de cada lado do carro, intimidando os motoristas que, muitas vezes, perigosamente até diminuem a velocidade para não precisar parar no semáforo. Relatos dão conta ainda de que agentes de trânsito da Urbes inclusive já presenciaram cenas conflitantes, mas também nada fizeram. Poucas vezes, porém, quando abordados pela Guarda Municipal, tais indivíduos vão embora, mas pouco tempo depois estäo de volta.

Cansados de ver a ação dos `flanelinhas', tanto nas ruas, pedindo para `olhar' veículos, quanto nos semáforos, a população  muitas vezes não sabe a quem recorrer ou não entende por que nenhuma providência é tomada para acabar de vez com tais abordagens. Questionada, a Prefeitura informa que conforme o artigo 254 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e a lei municipal 4.828, de 1995, é proibida a permanência e passagem de pedestres nas pistas, exceto nos locais destinados à travessia (caso dos pseudos-limpadores de parabrisas). Também é proibida qualquer atividade em grupo que perturbe o trânsito. A lei municipal ainda proibe distribuição de folhetos, ajuda financeira, propaganda ou qualquer ato nos cruzamentos da cidade. 

Ao se deparar com alguma dessas situações, a Prefeitura, a quem cabe fiscalizar e coibir tais abusos por sinal, orienta que a população pode ligar para a Urbes, através do telefone 118, ou à Guarda Civil Municipal (GCM) pelo 199 e fazer sua denúncia. Em caso de `moradores de rua', a Prefeitura orienta informar a abordagem social pelo número 9.9101-4772. A Secretaria de Cidadania (Secid), de sua parte, informa que, em casos de permanência de pessoas nos semáforos e ruas pedindo dinheiro, os agentes de trânsito da Urbes e a GCM devem abordar os indivíduos e informar sobre a proibição do ato. Quanto aos motoristas que têm receio de parar no sinal vermelho, a Urbes desaconselha que desrespeitem as leis de trânsito, o que pode resultar em acidente e multa. 

Também em casos de moradores de rua, a Secid ressalta que realiza a abordagem social com o objetivo de fazer encaminhamento a serviços públicos, que podem ser aceitos ou não. Os agentes sociais tentam obter o máximo de informações do morador de rua, como escolaridade, cidade de origem e se é dependente químico. A pessoa, então, é convidada a ir ao Albergue SOS, onde, além de alimentação, säo oferecidos um banho e roupa de cama para passar a noite no local. "Caso contrário, as agentes sociais insistem para que a pessoa, então, vá ao Centro de Referência para a População em Situação de Rua (Centro POP)", destaca nota da Pasta, acrescentando que, no local, uma equipe multiprofissional proporciona alimentação e higiene pessoal, entre outros serviços. 

O Centro POP está localizado na avenida Comendador Pereira Ignácio, 763, próximo à Rodoviária e funciona de segunda à sexta-feira, das 8 às 17 horas.
 
DENÚNCIA POLICIAL - Os motoristas e munícipes que se sentirem intimidados com ações dos `flanelinhas' e/ou `moradores de rua' säo também orientados pela Polícia Militar, por outro lado ainda, a ligar ao 190 e registrar a denúncia junto à PM. "Pedir dinheiro não é crime, mas se houver ameaça a pessoa comete crime de extorsão. Só podemos agir se a pessoa sentir-se obrigada a pagar", explica o capitão PM Vanclei Franci, acrescentando a informaçäo de que o denunciante precisa permanecer no local para que haja a identificação do indivíduo que o intimou. 

O capitäo Vanclei Franci declarou ainda ontem, ao DIÁRIO, que há registros dessa natureza na cidade, mas que o número é baixo. O mesmo ocorre no caso de moradores de rua, que não cometem crime ao permanecer nas vias, e a PM só pode agir se alguém for obrigado a dar dinheiro. "Ocorre que em algumas abordagens a pessoas que se dizem moradores de rua, obtemos êxito ao encontramos procurados pela Justiça", salienta o militar, orientando que a população também pode denunciar pontos de concentração de usuários de drogas, que serão levados à delegacia de Polícia e autuados. Se comprovado que o produto seja para consumo próprio, o individuo é liberado em seguida, porém. 

‘Economist’ pergunta se o Brasil ‘estragou tudo’

Hugo Passarelli

Fernando Nakagawa, correspondente
De um foguete que apontava para o alto para uma aeronave desgovernada nos céus. Essa é a comparação feita pela capa da revista britânica The Economist ao tratar da evolução do Brasil nos últimos quatro anos. A edição distribuída na América Latina, que chega às bancas neste fim de semana, tem na capa uma imagem do Cristo Redentor fazendo piruetas no céu do Rio de Janeiro com a pergunta: “Has Brazil blown it?”. A questão pode ser traduzida como “O Brasil estragou tudo?” ou “O Brasil se perdeu?”.
A reportagem especial de 14 páginas sobre o Brasil é assinado pela jornalista Helen Joyce, correspondente da revista no País. “Na década de 2000, o Brasil decolou e, mesmo com a crise econômica mundial, o País cresceu 7,5% em 2010. No entanto, tem parado recentemente. Desde 2011, o Brasil conseguiu apenas um crescimento anual de 2%. Seus cidadãos estão descontentes – em julho, eles foram às ruas para protestar contra o alto custo de vida, serviços públicos deficientes e a corrupção dos políticos”, diz a revista.
“Pode Dilma Rousseff, a presidente do Brasil, reiniciar os motores?”, pergunta a publicação. “Será que a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos oferecerão ajuda para a recuperação do Brasil ou simplesmente trarão mais dívida”, questiona a revista. O conteúdo da revista ainda não está disponível na íntegra na internet.
Na capa, a Economist fez uma auto referência a uma capa da própria publicação que ficou conhecida no Brasil ao mostrar o mesmo Cristo Redentor decolando como se fosse um foguete. “O Brasil decola” foi capa da edição de 12 de novembro de 2009, quando a revista rasgava elogios ao País que, naquele momento, crescia rapidamente a despeito da crise financeira global.
Interferência. A reportagem afirma ainda que Dilma Rousseff tem sido relutante ou incapaz de enfrentar problemas estruturais do Brasil e interfere mais que o antecessor na economia, o que tem assustado investidores estrangeiros para longe de projetos de infraestrutura e mina a reputação conquistada a duras penas pela retidão macroeconômica.
Para a revista, a falta de ação do governo Dilma é a principal razão para o chamado “voo de galinha” do País, em referência ao baixo crescimento econômico. “A economia estagnada, um Estado inchado e protestos em massa significam que Dilma Rousseff deve mudar de rumo”, resume o editorial da publicação.
O texto reconhece que outros emergentes também desaceleraram após o boom que teve o auge em 2010 para o Brasil. “Mas o Brasil fez muito pouco para reformar seu governo durante os anos de boom”, diz a revista. Um dos problemas apontados pela reportagem é o setor público, que “impõe um fardo particularmente pesado para o setor privado”. Um dos exemplos é a carga tributária que chega a adicionar 58% em tributos e impostos sobre os salários. Esses impostos são destinados a prioridades questionadas pela The Economist. “Apesar de ser um país jovem, o Brasil gasta tanto com pensões como países do sul da Europa, onde a proporção de idosos é três vezes maior”, diz o texto que também lembra que o Brasil investe menos da metade da média mundial em infraestrutura.
Problemas antigos. A publicação reconhece que muitos desses problemas são antigos, mas Dilma Rousseff tem sido “relutante ou incapaz” de resolvê-los e criou novos “interferindo muito mais que o pragmático Lula”.  “Ela tem afastado investidores estrangeiros para longe dos projetos de infraestrutura e minou a reputação conquistada a duras penas pela retidão macroeconômica incomodando publicamente o presidente do Banco Central a cortar a taxa de juro. Como resultado, as taxas estão subindo atualmente mais para conter a inflação persistente”, diz o texto. “A dívida bruta subiu para 60% ou 70% do PIB – dependendo da definição – e os mercados não confiam na senhora Rousseff”, completa o texto.
Apesar das críticas, a revista demonstra otimismo com o futuro a longo prazo do Brasil. “Felizmente, o Brasil tem grandes vantagens. Graças aos seus agricultores e empresários eficientes, o País é o terceiro maior exportador de alimentos do mundo”, diz o texto, lembrando que o País será um grande exportador de petróleo até 2020. The Economist elogia, ainda, a pesquisa em biotecnologia, ciência genética e tecnologia de gás e petróleo em águas profundas. Além disso, a revista lembra que, apesar dos protestos populares, o Brasil “não tem divisões sociais ou étnicas que mancham outras economias emergentes, como a Índia e a Turquia”.

Prefeitura sai, e viciados cercam 'casarão do crack' em São Paulo

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Até dezembro de 2011, um imóvel na alameda Dino Bueno conhecido como "casarão do crack" era considerado o coração da cracolândia paulistana. Era lá que centenas de usuários se agrupavam para consumir a droga.
A feira do crack, que atravessou a madrugada por mais de uma década no mesmo lugar, foi quebrada no começo de 2012, após operação conjunta de Estado e prefeitura que tinha a promessa de acabar com o tráfico e levar dependentes para tratamento.
Pouco mais de um ano depois, o cenário voltou ao que era antes ao redor da construção que era um símbolo da tentativa do poder público de recuperar o controle da área.
O motivo foi a retirada de uma tenda do CAT (Centro de Apoio ao Trabalho) que havia sido instalada no terreno do imóvel da Dino Bueno.
O equipamento municipal visava atender moradores de toda a cidade e ajudar a reinserir no mercado de trabalho usuários de drogas do centro, enquanto eram tratados.
Nesta semana, a Folha foi três vezes ao local e constatou que, apesar de não terem invadido o antigo casarão, os viciados tomaram conta da entrada e de seus arredores.
Segundo a prefeitura, a tenda do CAT foi removida de lá em março deste ano devido à baixa demanda.
"Não saímos daqui porque é daqui que a gente gosta. Ninguém incomoda", disse um usuário, de 29 anos, morador de rua há oito.
A qualquer hora esse trecho da Dino Bueno está tomado por dependentes. Às tardes, ouvem música alta de um bar e de uma pensão.
Editoria de arte/Folhapress
Alguns vendem roupas antigas em uma van que funciona como brechó. Com o dinheiro, vão até um dos vários traficantes da rua e compram novas pedras de crack.
"Essa região da cidade é uma experiência de legalização e liberação da droga. Ninguém impede o consumo lá", disse Ana Cecília Marques, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas.
outras ações
O CAT não é a única ação que não deu certo para a região. Outros planos de Estado e prefeitura emperraram.
O projeto Nova Luz, anunciado em 2005, foi engavetado pela gestão Haddad. A PM, que antes reprimia usuários, inclusive com bombas de gás, agora passa por eles e, vez ou outra, prende traficantes.
A própria prefeitura constatou que a situação é praticamente a mesma que precedia a operação de 2012. Na época, as autoridades diziam que de 800 a 1.500 pessoas circulavam por lá. Agora, diz a prefeitura, são 1.300.
Para especialistas, as idas e vindas em projetos são um retrocesso na tentativa de reduzir a epidemia do crack.
"Quase nada mudou porque as ações não são continuadas", disse o psiquiatra da Unifesp Thiago Fidalgo.
Editoria de arte/Folhapress


http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/09/1348194-prefeitura-sai-e-viciados-cercam-casarao-do-crack-em-sao-paulo.shtml

Concentração de CO2 na atmosfera é a maior em 800 mil anos, diz IPCC

Relatório afirma que temperatura média da Terra sobe 1,5ºC até o final do século


Andrei Netto, enviado especial - O Estado de S. Paulo
ESTOCOLMO - A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera da Terra é a maior em pelo menos 800 mil anos. A advertência sobre o grau de contaminação pelo principal gás causador do efeito estufa foi divulgada no começo da manhã desta sexta-feira pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o grupo de experts das Nações Unidas reunido em Estocolmo, na Suécia. Após uma madrugada de trabalhos, os especialistas decidiram advertir mais uma vez, agora com 95% de certeza, para a responsabilidade do homem no aquecimento global, no derretimento de geleiras, no aumento do nível dos oceanos e nos eventos climáticos extremos.
Derretimento de geleira no Polo Norte; consequência do aquecimento global - Estadão
Estadão
Derretimento de geleira no Polo Norte; consequência do aquecimento global
Foram necessários cinco dias de diálogos para que os representantes da comunidade científica e de governos encerrassem, na manhã de hoje, a nova edição de seu relatório sobre o estado do planeta - o quinto desde 1990.
De acordo com o documento de síntese de 31 páginas apresentado por experts e delegados governamentais, a concentração de CO2 na atmosfera aumentou 40% desde a era pré-industrial em razão das emissões oriundas da queima de combustíveis fósseis. Deste total, 30% foram absorvidos no período pelos oceanos, que por essa razão se tornaram mais ácidos e menos capazes de regular o clima.
Como efeito, a temperatura média da Terra vem subindo e vai atingir no mínimo mais 1,5ºC até o final do século em relação à média diagnosticada entre 1850 e 1900. E esse será o melhor dos cenários, advertiu Thomas Stocker, um dos coordenadores do relatório sobre as bases físicas das mudanças climáticas. "Ela provavelmente vai subir 2ºC nos dois piores cenários", advertiu. "Ondas de calor muito provavelmente ocorrerão com mais frequência e durarão mais tempo. Com o aquecimento da Terra, nós esperamos que regiões úmidas recebam ainda mais chuva, e regiões secas ainda menos."
O IPCC também decidiu manter o ponto mais polêmico do relatório, que fazia menção à suposta "desaceleração" do aquecimento entre os anos de 1998 e 2012. O tema foi alvo de cientistas, políticos e jornalistas negacionistas nas últimas duas semanas, que usaram a constatação do painel para atacar sua suposta incoerência.
Depois das negociações, o artigo que fazia referência ao assunto foi modificado, incluindo ponderações para a irrelevância científica de projeções de curto prazo e sobre a ocorrência de El Niño, o fenômeno que resulta no aquecimento das águas do Oceano Pacífico.
"Além do robusto aquecimento de várias décadas, a média global de temperatura na superfície exibe uma variação substancial interanual e a cada cinco décadas. Em razão da variação natural, tendências baseadas em apenas seis registros são muito sensíveis às datas de início e fim e em geral não refletem tendências de longo termo", diz o texto final, que exemplifica: "A taxa de aquecimento dos últimos 15 anos (1998-2012, de 0,05ºC por década), que começa com um forte El Niño, é menor do que a taxa calculada desde 1995 (1951-2012, de 0,12ºC por década).
O texto explica ainda que, se a sequência de 15 anos for medida a partir de 1995, 1996 ou 1997, o aumento da temperatura média da Terra no período seria de 0,13ºC, 0,14ºC e 0,07ºC por década, respectivamente.
Um dos destaques do primeiro dos quatro relatórios do IPCC a serem divulgados entre 2013 e 2014, segundo experts do painel ouvidos pelo Estado ao longo da semana, é a precisão e o tecnicismo do texto - uma resposta às críticas por erros pontuais encontrados no relatório de 2009.

CPI das Obras Paradas aponta falhas administrativas do Governo Lippi

Conclusões serão encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores apontados pela Comissão Parlamentar de Inquérito

 

Coube ao relator, Marinho Marte, a apresentar da tribuna ao Legislativo sorocabano o relatório final da CPI das Obras Paradas (Foto: Divulgação)
 
 
LEGISLATIVO

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI das Obras Paradas, instalada no primeiro semestre pelo Legislativo sorocabano e presidida pelo vereador José Antônio Caldini Crespo (DEM), foi lido em Plenário pelo seu relator, vereador Mário Marte Marinho Júnior (PPS) na sessão ordinária desta quinta-feira (26) da Casa, um dia antes do prazo final regulamentar para seu encerramento. O documento, agora, deverá ser encaminhado pela CPI ao Ministério Público. A Comissão é composta ainda pelos vereadores Irineu Toledo (PRB), Carlos Leite (PT), Francisco França (PT), Izídio de Brito (PT) e Jessé Loures (PV). 

Após a leitura e as manifestações, os vereadores aprovaram a `questão de ordem' levantada pelo vereador Fernando Dini (PMDB), que pediu a dispensa da votação do relatório final pelo Plenário com base no artigo 26 da Lei Orgânica do Município, sob a justificativa de que não houve prazo para estudar e se aprofundar nas questões. Segundo esse artigo da LOM, as comissões especiais de inquérito, constituídas no âmbito legislativo para apuração de fato determinado e por prazo certo, "terão suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que este promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores".

RELATÓRIO - O relatório final da chamada CPI das Obras Paradas foi apresentado inicialmente pelo relator Marinho Marte aos demais membros da Comissäo no último dia 19, na Sala de Reuniões da Câmara Municipal, quando foi aprovado por unanimidade. A Comissão concluiu, entre outras irregularidades, que procedimentos administrativos irregulares da Prefeitura e do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), no governo do ex-prefeito Vitor Lippi (PSDB), que terminou a 31 de dezembro do ano passado, deram causa aos atrasos nas obras contratadas. 

Durante 180 dias, a CPI investigou 48 obras e realizou 32 oitivas, além de diligências, fiscalizações e análise de documentos. Prestaram depoimentos secretários de governo atuais e da gestão anterior, empresários e o próprio ex-prefeito Vitor Lippi, entre outros. Entre as obras atrasadas, com previsão de entrega indefinida, estão - segundo esse relatória final da CPI de Obras Atrasadas - a Estação de Tratamento de Esgoto do bairro de Aparecidinha; a ponte da avenida Juvenal de Campos sobre o rio Sorocaba, no bairro de Pinheiros; a pavimentação da avenida 3 de Março, no Alto da Boa Vista; o Centro de Educação Infantil (CEI) do Jardim São Paulo e a construção de reservatório de detenção de cheias.

O relatório da CPI fez um minucioso levantamento de todas as obras, elencando o valor de cada contrato (inclusive eventuais aditivos), a data de início da obra, a previsão de término e o tempo de atraso. Também foram feitos registros fotográficos das referidas obras. O critério adotado pela CPI para considerar uma obra como não concluída foi o seu `uso social', isto é, mesmo que o prédio esteja fisicamente pronto, se ele não tiver sendo usado pela comunidade, por falta de mobiliário, equipamento, licenciamento ou outras questões afins, então ele foi incluído no relatório entre as obras paradas.

MANIFESTAÇÕES EM PLENÁRIO - O relator Marinho Marte, ao ler da tribuna ontem pela manhä o documento final preparado pela CPI das Obras Paradas, ressaltou que todos os atos da Comissäo foram impessoais. "Tive a cautela de antes da conclusão dos trabalhos pedir ao assessor de imprensa de Crespo, jornalista Gustavo Ferrari, que visitasse, por cautela, as obras da lista entregue pelo atual secretário de Governo da Prefeitura, João Leandro. Duas estão prontas, mas não foram entregues; outras totalmente paralisadas e outras ainda andam vagarosamente", afirmou Marinho, lembrando que as obras foram registradas através de fotografias um dia antes da entrega do relatório.

O relator e o presidente da CPI também ressaltaram que o atual prefeito, Antônio Carlos Pannunzio (PSDB), herdou essa situação que não foi ele que causou. "Tentaram desqualificar a planilha. Todas as 48 foram visitadas `in loco', assim como foram alvo dos depoimentos juramentados", completou Caldini Crespo, acrescentando que se trata de um grande volume e que a cópia dos DVDs, assim como toda a documentação levantada, que estão arquivadas na Câmara, "poderão ser disponibilizadas para quem se interessar, inclusive ao Ministério Público". Também anunciou ele que o complemento ao relatório apresentado pela bancada do PT e aprovado pelos seis membros da CPI foi igualmente incorporado ao processo.

De sua parte, o presidente da Câmara Municipal, José Francisco Martinez (PSDB), explicou as dificuldades que impossibilitaram a contratação de assessoria técnica especializada para auxiliar nos trabalhos da CPI, entre eles a necessidade de licitação e a falta de tempo hábil. Já o vereador Irineu Toledo ressaltou que, ao decidirem por investigar o Executivo, os vereadores assumem o papel fundamental do Legislativo, sugerindo, inclusive, uma nova CPI, agora para investigar o Sistema de Transporte Coletivo Urbano do Município, gerenciado pela Urbes - Trânsito e Transportes.