sábado, 19 de outubro de 2013

Manifestantes incendeiam carros da TV Tem e viatura da PM em São Roque

Defensores de animais querem protestar em frente ao Instituto Royal e pedem que comissão tenha entrada permitida para verificar a possível presença de mais cães usados em testes
Viatura da PM foi depredada por integrantes do manifesto - Carolina Santana


A Tropa de choque da Polícia Militar foi reforçada em São Roque e voltou a atacar manifestantes que protestam contra o uso de animais em testes promovidos pelo Instituto Royal. Dois carros da TV Tem e uma viatura da PM foram depredados e incendiados. Policiais dispararam tiros com balas de borracha e bombas de gás contra o grupo. Várias pessoas foram atingidas e passaram mal devido ao efeito do gás lacrimogêneo, inclusive profissionais da imprensa. Às 10h30, a polícia estimava que 200 pessoas participavam do protesto. Acredita-se que esse número tenha triplicado em cerca de uma hora depois. A Rodovia Raposo Tavares chegou a ser interditada e agora segue com trânsito normal. Ao menos duas pessoas foram presas.

O confronto começou depois que alguém atirou uma pedra na direção dos policiais, enquanto a apresentadora Luisa Mell negociava uma reunião entre ativistas e representantes do laboratório. A repórter Carolina Santana, do Cruzeiro do Sul, acompanhava a manifestação quando também foi atingida pela bomba lançada pelos PMs. Um carro da Rádio CBN foi cercado e conseguiu escapar. Os repórteres da afiliada da TV Globo de Sorocaba conseguiram se afastar, mas o veículo deles foi depredado e depois incendiado. Horas depois, manifestantes queimaram outro carro da TV Tem. Entre os integrantes do movimento, há quem aprove os atos de violência e quem defenda um protesto pacífico.

A Rodovia Raposo Tavares (SP-79) foi fechada por volta das 11h50 no sentido interior, altura do quilômetro 56. O movimento exige que os militares liberem a passagem em uma via para que o protesto possa ser feito em frente ao centro de pesquisas. Também pede que uma comissão tenha entrada permitida nas dependências da empresa, para inspeção em dois porões que, segundo eles, poderiam confinar mais animais. A falta de acordo com os PMs fez uma parte do grupo interditar a rodovia, por volta das 11h20. O trânsito voltou a fluir horas depois.

O protesto começou às 10h e antes deste horário policiais já estavam posicionados a 1 quilômetro do instituto, de modo a impedir que alguém chegasse perto do local invadido na madrugada de sexta-feira, quando ativistas levaram 178 cães da raça beagle e danificaram equipamentos.

Os líderes do movimento temiam pela segurança dos manifestantes, devido ao risco de atropelamento na rodovia. Eles pediam que a passagem fosse liberada. A polícia negociou e pediu que uma comissão de cinco pessoas fosse formada para uma reunião com representantes do lnstituto. Antes de qualquer negociação, porém, integrantes do movimento romperam a fita de isolamento.

Após formada a comissão, ativistas escolhidos para representar o protesto foram se aproximar para conversar com os policiais e o segundo cordão de isolamento foi rompido por manifestantes que avançaram. Com isso, a tropa de choque se posicionou e deixou a situação mais tensa. Luisa Mell pedia calma aos ativistas e manifestantes enquanto negociava com policiais. Assim que terminou de falar com o grupo, uma mulher gritou: "vamos esperar até quando? Vamos invadir!" Em seguida, uma pedra foi atirada contra a o bloqueio montado pelos policiais, atitude que gerou o revide com bombas.

Por volta das 13h30 a tropa de choque recebeu reforço para desocupar as pistas da rodovia. Policiais passaram a ordenar que manifestantes se mantivessem sentados no chão. Mesmo atendendo ao comando, ficaram de frente para os disparos. Um grupo de jornalistas, incluindo a repórter do Cruzeiro, foi perseguido por militares que miraram e atiraram balas de borracha, mesmo com os avisos de que estava trabalhando. Uma repórter do jornal O Globo, que preferiu não ter o nome divulgado, foi atingida no braço esquerdo enquanto tentava se proteger com os demais jornalistas atrás de um ponto de ônibus. Após encurralar os jornalistas na entrada de uma chácara, outro policial pediu aos colegas que os profissionais não fossem agredidos. Um fotógrafo do jornal O Estado de S. Paulo também foi atingido por uma bala de borracha no abdome.

As duas pessoas presas tiveram fiança arbitrada no valor de R$ 678. Ativistas se uniram para pagar o valor e conseguir a libertação. Manifestantes permanecem em frente à delegacia, que está de portas fechadas.

Para mais informações e detalhes com fotos e vídeos acesse o link do Jornal Cruzeiro do Sul:

Caso instituto Royal - "Nunca tinha ouvido um grito de dor igual", diz Luisa Mell

A apresentadora fala ao site de Veja sobre sua participação na ação de ativistas que retirou animais de um laboratório no interior de São Paulo

Leticia Cislinschi
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Grupo de ativistas invadiu o Instituto Royal, em São Roque, São Paulo na madrugada desta sexta-feira em protesto ao uso dos animais para realização de testes em laboratório
Grupo de ativistas invadiu o Instituto Royal, em São Roque, São Paulo na madrugada desta sexta-feira em protesto ao uso dos animais para realização de testes em laboratório - Avener Prado/Folhapress

















A apresentadora e defensora dos animais Luisa Mell falou ao site de VEJA sobre sua participação na invasão ao Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo, para retirar animais usados em testes. Ela diz que na noite de quinta-feira foi convidada por ativistas dos direitos animais a participar de uma "reunião" com representantes do instituto para discutir supostas irregularidades, como descarte clandestino de lixo hospitalar e maus-tratos praticados contra cães da raça beagle, gatos e roedores. Depois de permancer por horas em frente ao instituto, os ativistas invadiram o prédio e Luisa os acompanhou. Segundo ela, a polícia não reprimiu a ação. "Foram coniventes com o ato", diz a apresentadora. Leia trechos da entrevista.

Reprodução/Facebook
A apresentadora Luisa Mell
Desespero: "A polícia estava querendo prender os ativistas e ninguém negociava com a gente. Logo em seguida ouvimos [sic] 'gritos' muito altos de animais. Nós estávamos lá fora e não sabíamos o que fazer. Foi assustador, quase um filme de terror. Eu trabalho com isso todos os dias e nunca tinha escutado um 'grito' de dor igual. A gente não podia ficar ouvindo aquilo sem fazer nada. Eu mesma fui até a delegacia e não tinha delegado. Depois eu descobri onde morava um juiz e fui até a casa dele. Expliquei a situação por telefone e ele não quis nem saber. Disse que estava tarde demais para a gente procurar o Ministério Público, que também não foi encontrado na hora".
Ambiente: "Estava tudo muito escuro e nós estávamos sem equipamento nenhum. Quando eu ia imaginar que precisaria de uma lanterna para uma reunião? O lugar estava totalmente sujo, cheio de fezes no chão. Fica difícil até descrever como era horrível aquilo tudo. Todo o espaço estava muito imundo. Andamos um pouco e logo encontramos os cachorros presos em gaiolas".
Animais multilados: "Encontramos alguns cachorros que estavam sem pata, sem olho, em um estado deplorável. Teve um cachorro, cuja foto inclusive circulou na internet, que morreu congelado com nitrogênio. É muito triste ver essa situação".
Choque: "Quando os resgatamos, os cachorros não se mexiam. Eles ficaram imóveis. Eu imagino que eles devam ter ficado desesperados pela experiência com humanos que tinham vivido. Os cães que eu consegui resgatar entraram apáticos no meu carro, totalmente calados e ainda sem se mover. Durante a viagem até São Paulo eu fui brincando com eles, cantando músicas, dando carinho, até que eles começaram a confiar e se soltar".
Polícia: "A policia tentou impedir a invasão, mas depois que entramos, desistiram. Um policial me viu saindo de lá segurando os cachorros e ainda me deu um tchauzinho. Estão falando que a gente furtou, mas não fizemos nada escondidos da polícia. Os policiais que estavam lá viram o que estava acontecendo e foram coniventes com o ato."
Black blocs: "Eu vi na internet acusações de que os ativistas depredaram o lugar e roubaram computadores. Sinceramente, eu fiquei lá até as 5h da manhã e não vi isso. Falaram que pode ter sido o pessoal do black blocs. De fato, tinha um pessoal mascarado lá, mas eu não posso afirmar que foram eles e nem apontar quem foi porque eu não vi".
Fonte:



Ética - "Nenhum país do mundo proíbe pesquisas com animais"

Marcelo Morales, especialista em experimentação animal, explica que testes com cães são intermediários entre estudos com camundongos e humanos

Juliana Santos
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Grupo de ativistas invadiu o Instituto Royal, em São Roque, São Paulo na madrugada desta sexta-feira em protesto ao uso dos animais para realização de testes em laboratório
Grupo de ativistas invadiu o Instituto Royal, em São Roque, São Paulo na madrugada desta sexta-feira em protesto ao uso dos animais para realização de testes em laboratório - Avener Prado/Folhapress


















A ação dos ativistas que resgataram na madrugada desta sexta-feira cães utilizados como cobaias em estudos científicos no Instituto Royal, em São Roque (SP), comoveu a opinião pública. Mas, do ponto de vista da ciência, testes com animais – desde que de acordo com as normas éticas – são necessários para garantir que os medicamentos cheguem com segurança ao ser humano.
"Experimentos com cães são uma ponte entre as primeiras pesquisas, geralmente feitas com roedores, e estudos com humanos", explica o médico Marcelo Morales, coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea). "Nenhum país do mundo proíbe pesquisas com animais." 
Para Morales, o episódio do Instituto Royal é preocupante. "Esses animais não são de companhia. Eles foram criados dentro de biotérios, ou seja, locais onde são conservados para serem posteriormente utilizados em experimentos científicos", afirma. Os bichos, segundo Morales, correm o risco de serem infectados pelo ambiente externo, pois podem não possuir as mesmas defesas dos animais domésticos.
A ação colocou em risco os próprios participantes, uma vez que as cobaias poderiam estar infectadas com vírus ou bactérias causadoras de doenças em humanos. O ato prejudicou também as pesquisas que estavam sendo realizadas. "Anos de estudo e milhões de reais investidos foram jogados fora, infelizmente", diz Morales.
Beagle – O beagle é considerado uma raça padrão para pesquisas científicas. O repertório de estudos com eles é grande. "Cientistas preferem trabalhar com raças cuja resposta já é conhecida", afirma Francisco Javier Hernandez Blazquez, vice-diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.
Outro motivo para a ampla utilização do beagle é o fato da raça ter uma genética estável, com pequena variação entre indivíduos. Essa característica permite que o pesquisador tenha mais certeza de que o resultado obtido na pesquisa decorreu da droga testada, e não de alguma alteração daquele animal específico em relação à sua raça.
Bem-estar – A regulamentação das pesquisas com animais foi feita no Brasil em 2008. Desde então, os laboratórios precisam submeter o projeto à regulamentação de um conselho de ética antes de dar início ao estudo. Especialistas avaliarão a necessidade do uso do animal, alternativas à sua utilização e formas de minimizar seu sofrimento.
"A legislação do mundo inteiro, inclusive do Brasil, impõe que os cientistas forneçam as melhores condições possíveis aos bichos", diz Gilson Volpato, especialista em bem-estar animal e professor do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu.
Para o pesquisador usar um animal em um experimento ou em uma aula prática, explica Volpato, é preciso que a cobaia permaneça em um laboratório limpo e agradável. Se o procedimento for machucar o bicho, é recomendável não fazê-lo. "Ninguém hoje quer causar sofrimento às cobaias, nem barrar avanço da ciência", diz Volpato.
Cosméticos – A pressão pelo fim do uso de animais em experiências científicas recai não apenas sobre a indústria farmêutica, mas também sobre a cosmética. Morales explica que a legislação que regula testes com bichos no Brasil não diferencia medicamentos de produtos de beleza. Porém, os cosméticos apresentam uma gama maior de métodos que tornam possível, em muitos casos, evitar o uso dos animais.
Algumas dessas alternativas incluem ovos de galinha embrionados ou um tipo de pele artificial, utilizados para estudos de irritabilidade. “Acredito que os medicamentos estão em primeiro plano, mas nós precisamos ter segurança em ambos os casos. Uma tinta de cabelo pode causar uma reação alérgica e leva à morte, assim como um medicamento”, afirma o médico.
Fonte:

Sorocaba - Vítima de roubo de celular segue e atira nas costas de ladrão


Uma vítima de roubo de celular saiu atrás do ladrão e o feriu com um tiro nas costas. O caso aconteceu quinta-feira à noite, no Jardim Maria Antonia Prado. O assaltante foi preso em flagrante e está internado com escolta da Polícia Militar, e a vítima teve o celular devolvido. A ocorrência, registrada no Plantão Norte, não faz nenhuma menção sobre as implicações da vítima do roubo portar uma arma que não lhe pertencia e ainda ter atirado contra o assaltante.

Segundo consta no boletim de ocorrência feito apenas sobre roubo, em torno das 22h20, um casal de namorados - ele de 31 e ela de 18 anos, estava numa lanchonete na rua Andrelino de Souza, quando surgiu um rapaz armado, que anunciou o assalto e levou os celulares do casal de namorados e também do dono da lanchonete. O ladrão fugiu e o homem saiu logo atrás com seu carro, se deparando com o assaltante, de 20 anos, na rua Santiago Hidalgo Ruiz, naquele mesmo bairro. Naquele momento, o homem atirou, atingindo o ladrão nas costas, e fugiu, indo por conta própria depois na unidade policial registrar os fatos.

Conforme foi detalhado pelo homem, o assaltante o teria reconhecido como sendo a vítima do roubo e teria então feito menção de sacar a arma que estava na cintura, motivando ele a atirar. Porém, depois do disparo e antes de ir à polícia, o homem devolveu o revólver que estava com ele há dois dias, ao verdadeiro dono da arma. Ele pretendia comprar o revólver, mas ao devolver a arma, não contou para o dono o que havia ocorrido. O dono da arma, um vigilante, tem toda documentação necessária para ter e portar o revólver.

Com suspeita de lesão na medula, o assaltante não foi ouvido pela polícia, e está internado sob escolta da PM. Quando receber alta médica irá para o Centro de Detenção Provisória (CDP), no bairro da Aparecidinha. Mas apesar do relato da vítima de que o ladrão estava armado no momento do assalto e também quando atirou contra o acusado, a ocorrência não menciona nenhuma apreensão de arma em poder do preso.


Fonte:
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/509777/vitima-de-roubo-de-celular-segue-e-atira-nas-costas-de-ladrao

Polícia Civil e Ministério Público procuram cães retirados de laboratório

Saúde dos animais e das pessoas envolvidas preocupa autoridades. BOs apuram maus-tratos e prática de furto
Na madrugada de ontem, ativistas invadiram o laboratório e retiraram quase 200 cães da raça beagle - Cortesia/São Roque Notícias


     César Santana
cesar.santana@jcruzeiro.com.br
     programa de estágio

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP) trabalham na localização dos animais soltos de dentro do Instituto Royal por ativistas durante a madrugada de ontem, em São Roque. Para isso, serão solicitadas as imagens do circuito interno de câmeras do laboratório de onde quase 200 cães da raça beagle foram retirados após vários dias de protesto. No local, os animais eram submetidos a testes de produtos farmacêuticos e cosméticos. Os ativistas invadiram o prédio alegando que havia práticas de crueldade e maus-tratos com os bichos. O caso foi registrado na Delegacia de São Roque em dois boletins de ocorrência: um dando conta da averiguação de maus-tratos aos animais e o outro de furto, pela retirada deles do laboratório.

O MP investigava o caso desde o fim do ano passado e, de acordo com o promotor de Justiça Wilson Velasco Júnior, a prioridade neste momento é encontrar os cães, já que não são sabidos os riscos que eles correm ou mesmo que possam representar a outros animais ou seres humanos devido aos testes que eram feitos na sede do instituto. O promotor lamentou ainda a atitude dos ativistas, que segundo ele, comprometeu todo o trabalho do órgão. "As investigações estavam em andamento desde o fim do ano passado, mas agora todas as provas de eventuais irregularidades estão prejudicadas, pois os animais foram retirados e o local depredado", diz.

O promotor revela ainda que, durante reunião com membros do grupo de ativistas na última quarta-feira, 16, havia pedido para que nenhuma atitude contra o instituto fosse tomada. "Na ocasião, o grupo informou que apresentaria documentos que comprovariam as irregularidades, então pedi que tivessem paciência e informei sobre a investigação em andamento", diz Velasco Júnior. Ainda segundo ele, o MP tentará identificar e localizar os participantes da invasão ao laboratório. O promotor revelou ainda que a primeira denúncia, que deu origem às investigações do MP ainda no fim do ano passado, foi feita por um "ex-colaborador" do Instituto Royal.

Durante a retirada dos cães, nenhum funcionário da empresa estava no local. Alguns dos ativistas, além de retirar os animais do laboratório, depredaram algumas instalações. De acordo com o delegado de São Roque, Marcelo Sampaio Pontes, a Polícia Civil investiga tanto a denúncia de maus-tratos aos animais quanto o furto que aconteceu na sede da empresa. Segundo Pontes, a Polícia Científica teve acesso ao laboratório e fez um laudo no qual não é apontado nenhum indício de abusos ou crueldade contra os cães.

Funcionários do Instituto Royal receberam na manhã de ontem as primeiras equipes de imprensa a chegar à sede, localizada no bairro Mailasque, em São Roque, porém, muitas outras, dentre as quais a equipe do jornal Cruzeiro do Sul, foram impedidas de ter acesso ao local. A reportagem tentou contato com a empresa de várias formas durante o período da tarde, porém, não obteve êxito. Ainda ontem, a empresa cancelou compromissos que tinha com o Sindicato dos Pesquisadores em Ciência e Tecnologia (SINTPq).
 
Riscos 
Embora o MP mostre uma grande preocupação com os riscos que os beagles retirados do laboratório do Instituto Royal possam representar a outros animais e seres humanos, de acordo com a presidente da Comissão de Cooperação Internacional e docente da Universidade de São Paulo (USP), Denise Schwartz, é impossível saber se existe a possibilidade de transmissão de doenças sem ter ciência sobre quais testes os cães foram submetidos. "Se os animais são criados oficialmente, dentro dos padrões de saúde, eles devem ser vacinados. Não há como saber se eles receberam agentes infecciosos ou se podem eliminar resíduos com potencial tóxico sem saber o que receberam", diz.

Entretanto, segundo informou a uma emissora de televisão a gerente geral da empresa, Silvia Ortiz, os próprios cães retirados do Instituto Royal é que correm risco de morte. "São animais especiais que tinham cuidados e com certeza não conseguirão se adaptar sendo tratados como pets", disse. Ela garantiu ainda, na mesma entrevista à tv, que a empresa atende a todas as normas da Vigilância Sanitária e está com a documentação regularizada.
 
O caso 
O protesto teve início na madrugada do sábado passado, quando o primeiro grupo de ativistas se reuniu em frente ao laboratório do Instituto Royal para se manifestar contra as atividades da empresa. Desde então, alguns membros do grupo permaneceram no local até a madrugada de ontem, período em que os ativistas chegaram a se acorrentar aos portões do prédio e fazer greve de fome. Durante a semana, o assunto foi debatido entre o grupo, o instituto e instâncias do poder público, como o MP e a própria Prefeitura de São Roque, porém, não houve nenhum acordo entre as partes.

No final da tarde da última quinta-feira, o número de manifestantes cresceu quando vans começaram a deixar o laboratório. Manifestantes acreditavam que era uma tentativa de retirada dos animais de dentro do local e foi necessária a intervenção da Polícia Militar. Segundo testemunhas, no momento da invasão que culminou com a retirada dos animais, já na madrugada de ontem, mais de 100 pessoas se concentravam no local, o que impossibilitou um controle por parte da PM. (Colaboraram Carolina Santana e Giuliano Bonamim).(Supervisão: Armando Rucci Filho)

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Estado vai investir em tecnologia e formação técnica


O secretário de Educação do Estado, Herman Voorwald, participa hoje e amanhã de encontro com educadores de Sorocaba e região (Foto: Fernando Rezende)
 
 
O secretário de Educação do Estado de São Paulo, o professor Herman Voorwald, esteve ontem em Sorocaba onde se reuniu com profissionais da área e prefeitos da região, discutindo investimentos e política educacional. Nos últimos meses, Voorwald visitou diversas cidades do Estado e ontem fez o último encontro regional com os profissionais da educação, totalizando 74 reuniões. Entre as novidades apresentadas está o investimento em instrumentos de informática como base para o aprendizado das crianças, concurso para 59 mil professores e mudança do currículo didático. Ao final da reunião, realizada no gabinete do Paço, o prefeito Antônio Carlos Pannunzio (PSDB) pediu que o secretário estude a possibilidade de estender o ensino técnico às escolas da cidade, permitindo, assim, que o aluno obtenha as duas formações conjuntas. “É uma ideia muito boa para sermos parceiros. Tenho depoimentos emocionantes de jovens que estão no mercado de trabalho graças ao programa de formação técnica. Precisamos trabalhar a questão pedagógica, pois o importante é a serenidade do projeto”, disse o secretário. 

INVESTIMENTOS - Na presença de secretários municipais e representantes de 53 municípios da região, como Araçoiaba da Serra, Piedade e Votorantim, o secretário de Educação ressaltou que cabe ao Estado capacitar os profissionais para trabalharem com alunos de diferentes realidades. “Há aqueles sem base familiar, com algum tipo de deficiência ou déficit, todos estão na sala de aula.” Voorwald também afirma que não vai descansar enquanto não houver profissionais da saúde nas diretorias de ensino, como psicólogos. Classificou como inédito o concurso que terá provas aplicadas no próximo mês para contratar 59 mil professores, e o projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que prevê uma política de salário de quatro anos aos profissionais, além de reajuste em todo 1º de julho. “Isso permite uma correção de 45,1% nos salários durante os quatro anos. Estamos ainda fazendo reuniões com cinco sindicatos e até o final do ano será concluída a nova estrutura de carreira.” Dos 59 mil professores estimados após a aplicação da prova, 20 mil serão chamados em janeiro e o restante até dezembro de 2014. Para os diretores escolares, haverá concurso com 1.452 vagas em janeiro. 

ENSINO – Entre as novidades aos alunos está aulas de Inglês para os primeiros anos do Ensino Fundamental e escola em tempo integral para o ciclo II, que compreende de 6º ao 9º ano, sendo estendido em 2015 para o ciclo I, de 2º a 5º ano. “Temos também um novo modelo de escola integral onde o professor tem uma carreira na instituição com correção salarial de 75%”, afirma o secretário. No Centro de Estudos de Línguas (CEL), os melhores alunos, escolhidos por meio de um processo seletivo, também têm oportunidade de estudar por 20 dias em outro país. Neste semestre, 356 jovens irão para a França, Inglaterra e Argentina.  

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Pannunzio concede redução de jornada dos auxiliares de Educação

 

Auxiliares de educação se emocionam ao receber a notícia da redução da jornada (Foto: Alexandre Lombardi/Secom)
 
 
Os auxiliares de Educação da rede municipal de Ensino conquistaram, nesta sexta-feira (18), um dos seus maiores anseios enquanto profissionais, a redução da jornada de trabalho de 40 horas para 32 horas semanais, com duas de formação. Diante do secretário da Educação, José Simões de Almeida Junior, do presidente da Câmara, José Francisco Martinez, e de representantes da categoria, o prefeito Antônio Carlos Pannunzio anunciou a medida, que passa a vigorar a partir de 2014.

Explicando os caminhos que levaram o Executivo a acatar o pedido dos auxiliares, o prefeito disse que chegar a essa situação significou cumprir estágios imprescindíveis como a colocação de auxiliares administrativos em todas as creches – já que algumas auxiliares exerciam tal função, assim como completar o quadro de professores que, também a partir do próximo ano, vão atuar no Berçário e na C-I. "Se não tivermos pessoas vocacionadas, e motivadas e valorizadas, não conseguiremos dar a qualidade que a educação na primeira infância exige", referiu-se alegando que encerrava, então, o passo que faltava para a valorização da categoria.

Sorocaba conta com 1.200 Auxiliares de Educação, atuando em 56 creches, mas a expectativa é de que o número seja aumentado. De acordo com Pannunzio, além de chamar aquelas pessoas que prestaram concurso para a função ou abrir novo processo neste sentido, a Secretaria da Educação dará oportunidade àqueles auxiliares que estão em outras funções para que retomem ao cargo de origem. Até porque somente terá direito à redução da jornada o auxiliar que estiver exercendo suas atividades em sala de aula.

De acordo com o secretário José Simões, que esteve no comando das negociações com os auxiliares, os horários desses servidores será reorganizado por cada gestor de unidade, de modo que o serviço não perca em qualidade.

COMPROMISSO CUMPRIDO - Para a auxiliar Débora Bonna, uma das mais emocionadas com o resultado das negociações mantidas com a Sedu, a notícia não poderia ser melhor. Esta conquista se traduz para a categoria não apenas em um avanço na qualidade do serviço que prestam, pois terão condições de se recuperar da exaustiva tarefa de cuidar de crianças pequenas, mas também em ter mais tempo para a própria vida, a própria família. "Teremos mais tempo, também, para nos preparar para cuidar ainda melhor das crianças nas creches. O que nós fazemos é por amor, somos todas comprometidas com nossa missão", garantiu. 

Para Leda Maria dos Santos, a formação continuada direcionada ao atendimento de crianças foi outra vitória de peso. Isso porque a qualificação dos profissionais permitirá que os auxiliares tenham capacidade de prestar novos concursos e ascender dentro da profissão, que tem 18 níveis no serviço público. "No decorrer do tempo, conquistamos algumas coisas, mas a redução era o que nos faltava. Estamos muito gratas ao secretário José Simões, porque ele cumpriu com aquilo que havia assumido com a gente", reiterou.

O projeto de lei que trata da redução será enviado ao Legislativo para apreciação e votação.

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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

País pode perder até R$ 331 bilhões com Libra, diz ex-diretor da Petrobrás

Ildo Sauer protocolou na Justiça ação contra o regime de partilha usado no leilão; segundo ele, modelo ameaça a soberania nacional e favorece a China
Wladimir D'Andrade e Gabriela Vieira - Agência Estado
SÃO PAULO - O ex-diretor de Gás e Energia da Petrobrás Ildo Sauer disse que a ação protocolada por ele e pelo advogado Fábio Konder Comparato mostra que há ilegalidades técnicas e ameaça à soberania nacional na realização do leilão de Libra, marcado para segunda-feira, 21. De acordo com ele, o modelo de partilha pode levar o governo a deixar de ganhar de R$ 176,8 bilhões a R$ 331,3 bilhões. Os cálculos estão no processo que pede a suspensão da disputa e leva em conta diferentes cenários com o preço do barril de petróleo entre US$ 60 e US$ 160.
Para Sauer, o Brasil deveria adotar um modelo em que a Petrobrás seja a única sócia da exploração do pré-sal e, com isso, possa controlar a produção com o objetivo de manter o preço em patamares desejados. "É uma defesa de cartel mesmo, mas cartel de interesse do povo brasileiro", disse Sauer, ao ser questionado se o seu modelo não se assemelha às ações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). "Não há nada de ilegítimo nisso, só não pode haver cartel dentro do País", completou.Sauer afirmou que o modelo de Libra atende ao interesse da China de baratear o preço do petróleo no mercado internacional ao aumentar suas fontes do produto. O país asiático está muito próximo de se tornar o maior importador mundial de petróleo.
Ele defende um modelo em que a Petrobrás seja a única sócia mas que possa adotar parceiros estrangeiros para exploração, a quem caberia o financiamento da operação. "Converter o petróleo em dinheiro agora significa risco de ver o preço do produto diminuir, além do risco financeiro ao converter o petróleo em moeda estrangeira", declarou. "Me sinto mais seguro com o petróleo embaixo do mar", finalizou.
O ex-diretor, professor titular de energia e atual diretor do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP), afirmou também que é ilegal a realização do leilão em um momento em que a Petrobrás está "fragilizada" pela política do governo para combustíveis e "presa" ao seu plano de investimentos. "A Petrobrás tem capacidade técnica e demonstrou interesse em extrair o petróleo do pré-sal."
Ele disse estar confiante de que a Justiça vá aceitar o seu pedido e o de outras ações semelhantes. Sauer contou que ações estão sendo protocoladas em várias partes do País, entre eles os Estados de Paraná, Distrito Federal, Amapá e Rio de Janeiro. Sauer protocolou a ação na quinta-feira, 17, e falou com a imprensa na tarde desta sexta, 18.
Fonte:

Segurança do leilão do pré-sal fechará parte da praia da Barra da Tijuca

Exército estuda interditar trecho da areia e bloquear todo o entorno do hotel onde acontecerá o evento na segunda-feira. Manifestação de petroleiros está marcada para o mesmo dia e local

Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
Petroleiros fazem paralisação contra leilão do Campo de Libra
Petroleiros fazem paralisação contra leilão do Campo de Libra (Guto Lacaz/Folhapress)
O local do primeiro leilão do pré-sal, com a oferta do Campo de Libra ao mercado, na segunda-feira, será totalmente isolado. Por causa do evento, todo o entorno do hotel Windsor, na Avenida Lucio Costa, na orla Barra da Tijuca, será interditado e terá acesso controlado. As forças de segurança estudam fechar um trecho da areia da praia aos banhistas. A operação será montada com 1.100 homens das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança, da Guarda Municipal e das Polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro. Na primeira hora de segunda, deverão ser montados postos de controle para permitir a entrada na área bloqueada apenas por pessoas cadastradas e moradores com o comprovante de residência.
O forte esquema de segurança se deve à manifestação prevista para acontecer no local onde ocorrerá o leilão. Petroleiros, apoiados por sindicatos, agendaram um protesto contra o evento na porta do hotel. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a greve dos petroleiros, que começou na quinta-feira, tem a adesão de 90% a 100% da categoria.  Entre as reivindicações estão o pedido de 5% de aumento real e melhores condições de trabalho. De acordo com o coordenador geral da FUP, João Antônio de Moraes, um trabalhador morre por mês em refinarias, plataformas ou terminais. No Rio, os black blocs também são uma ameaça no horizonte para os participantes do leilão.
O Exército afirma, em nota, que a solicitação de reforço dos militares na segurança do leilão partiu do governador do Rio, Sérgio Cabral. O apelo foi atendido pela presidente Dilma Rousseff e o Exercito atuará através do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A operação só terminará no fim da segunda-feira. A área de atuação está delimitada pela Avenida Lúcio Costa, Avenida Érico Veríssimo, Avenida Armando Lombardi, Canal de Marapendi e Avenida Afonso Arinos de Melo Franco.
“O Exército empregará os recursos operacionais militares necessários, para garantir a realização do leilão do Campo de Libra, que ocorrerá no Hotel Windsor”, informa o Comando Militar do Leste (CML), em nota. A Marinha também será acionada para cuidar da defesa do litoral. O CML pede que os motoristas evitem a região.
A Secretaria de Segurança do estado do Rio informou, esta tarde, que a Polícia Militar fará o policiamento ostensivo no entorno do perímetro determinado como área para a atuação das Forças Armadas. Serão montados quinze pontos de interceptação na Barra da Tijuca, com reforço também em pontos considerados sensíveis, como prédios públicos e pontos de aglomeração de público. A Polícia Civil estará mobilizada, nas delegacias da região, para atender o volume maior de ocorrências esperado para o dia.
Fonte:

Quadrilha que atuava no Detran do Rio negociava eliminação de multas

Escutas telefônicas realizadas com autorização da Justiça flagraram despachantes falando sobre a possibilidade de apagar infrações do sistema do estado

Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Operação da Corregedoria do Detran-RJ prende 89 acusados de participar de quadrilha especializada em fraudes no Detran-RJ
Operação da Corregedoria do Detran-RJ prende 89 acusados de participar de quadrilha especializada em fraudes no Detran-RJ  (Divulgação)
A Corregedoria do Detran-RJ investiga se a quadrilha especializada em fraudes de documentos e vistorias obrigatórias de veículos desbaratada nesta sexta-feira apagava multas de trânsito e infrações aplicadas na Operação Lei Seca. Segundo o delegado corregedor do órgão, David Anthony Alves, funcionários com acesso ao sistema de registro de multas estão entre os 181 denunciados por participação na quadrilha.
De acordo com o corregedor, nas escutas telefônicas realizadas com autorização judicial, despachantes discutem sobre multas e falam em apagar infrações do sistema do Detran. Outro dado indica que a quadrilha tenha ampliado sua atuação para a cobrança de propina em troca da alteração de registros de irregularidades, como avanço de sinal e excesso de velocidade: entre o material apreendido com os acusados de participar do esquema criminoso – o maior já descoberto no Detran-RJ - está a impressão de uma relação de multas de um veículo. O documento, afirma Anthony Alves, foi impresso por um funcionário com senha para alterar o cadastro. 
“Queremos saber qual é o grau de proximidade do funcionário com a quadrilha. Ele usou a senha para consultar informações sobre um veículo, imprimiu a tela do computador que exibia os dados e entregou a impressão a um dos integrantes da quadrilha”, afirma Anthony Alves.
Quadrilha – Dos 181 denunciados, 122 tiveram a prisão preventiva decretada por associação criminosa, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, falsificação de documento público, inserção de dados falsos e supressão de documento público. Até o início da tarde, 89 pessoas foram presas, entre funcionários e prestadores de serviço, despachantes e representantes de empresas que utilizavam o esquema fraudulento. Outras 59 pessoas podem ser presas caso não paguem o valor da fiança estabelecido pela Justiça.
A operação, realizada pela Corregedoria do Detran-RJ, Ministério Público e Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), cumpriu 35 mandados de busca e apreensão. Em uma das casas, que pertence a um policial civil aposentado, foram encontrados documentos do Detran-RJ originais em branco, placas e lacres. O grupo criminoso também contava com a atuação de um falsário que providenciava a adulteração de documentos públicos como o Certificado de Registro de Veículo (CRV) e o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV). Com ajuda de um produto químico, ele apagava informações dos proprietários e dos veículos. No fim do processo, tinha um documento original do Detran-RJ em branco.
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