sábado, 2 de novembro de 2013

SP: protesto fecha Marginal do Tietê por uma hora

Tropa de Choque usou bomba para dispersar manifestantes que resistiam a uma reintegração de posse; criança ficou ferida no tumulto


Foto: Alex Silva/ESTADÃO
Marina Azaredo - O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Um protesto na tarde desta sexta-feira, 1º, fechou a Marginal do Tietê por uma hora. Cerca de 100 pessoas bloquearam a via nos dois sentidos, na altura da Ponte Orestes Quércia, conhecida como Ponte Estaiadinha, no Bom Retiro, região central de São Paulo, às 16 horas, para protestar contra a reintegração de posse de terreno onde formou-se uma favela.

Protestou contra reintegração de posse bloqueou Marginal do Tietê por uma hora - Márcio Fernandes/Estadão
Márcio Fernandes/Estadão
Protestou contra reintegração de posse bloqueou Marginal do Tietê por uma hora
A Tropa de Choque da Polícia Militar usou bombas de gás para dispersar os manifestantes, que liberaram as pistas por volta das 17 horas. Uma criança foi atingida por uma pedra na cabeça atirada durante o tumulto.
Os manifestantes, que carregavam faixas e cartazes, atearam fogo em pneus e fizeram barricadas nas pistas. Além dos policiais da Tropa de Choque, helicópteros da Polícia Militar também sobrevoaram a área onde houve o protesto, motivado por um pedido de reintegração de posse para remover os moradores do terreno que pertence à Prefeitura de São Paulo.
Alguns manifestantes chegaram a jogar pedras nos policiais, que revidaram com bombas de gás. No tumulto, uma criança que estava no colo da mãe foi atingida na cabeça por uma pedra. Os moradores alegam que o objetivo do protesto não era "fazer vandalismo".
Às 17 horas, a capital registrou 171 quilômetros de congestionamento nas vias monitoradas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Só a Marginal do Tietê tinha 12,2 quilômetros de lentidão nas pistas expressa e local, da Rodovia Castelo Branco ao Rio Tamanduateí.
Rodovias. Antes de a pista ser liberada, motoristas se arriscaram a passar pelas barricadas de pneus em chamas. O bloqueio influenciou também o congestionamento das rodovias que chegam à capital. As Rodovias Castelo Banco e Bandeirantes tinham no final da tarde dois quilômetros de lentidão no sentido São Paulo. Segundo a Polícia Militar, uma pessoa foi detida durante o protesto para averiguação e depois, liberada.
A área da Prefeitura foi invadida em junho de 2013. Em 24 de outubro, a Prefeitura conseguiu reverter a decisão do Tribunal de Justiça paulista que adiou em 90 dias a reintegração de posse do local.
Como o mandado de reintegração foi expedido pela Justiça na quinta-feira, 31, a retirada dos moradores poderia ser feita a qualquer momento. Em setembro, os moradores já haviam protestado contra o pedido de reintegração.
Reivindicação. De acordo com um dos líderes do protesto, Luciano Nascimento, haverá tentativa de novo diálogo com a administração municipal. "Vamos negociar com a Prefeitura e pedir que atendam à reivindicação de moradia", afirmou Nascimento.
Ele alega que, das 594 famílias que ocupavam o local inicialmente, 150 não foram cadastradas para receber atendimento habitacional. "Eles falaram que voltariam para atender as famílias que faltavam e nunca mais voltaram", disse.
Ainda segundo os moradores da favela, eles solicitaram à Prefeitura a transferência para um terreno próximo ao Shopping Center Norte, mas a reivindicação foi negada porque a área tem o solo contaminado.
A Prefeitura alega que as famílias não cadastradas já haviam recebido atendimento habitacional anteriormente e foram para a área apenas com o objetivo de receber outro atendimento, por isso ficaram de fora do cadastro.
Número. De acordo com os moradores, existem 245 famílias no local. A Prefeitura afirma que, em sua última checagem, havia 80 famílias ocupando a área, mas admite que o número pode ser ainda maior, porque o terreno tem recebido novos moradores.
Apesar da reintegração expedida na quinta-feira, 31, a Subprefeitura da Sé afirmou não ter recebido nenhuma notificação - o órgão é responsável por acompanhar as reintegrações de posse na sua jurisdição.
Fonte:

Contra a vontade de Mantega, Dilma dá aval a ‘gatilho’ para preço da gasolina

Discussão sobre reajuste criou tensão dentro do governo: presidente da Petrobrás tornou público modelo de reajustes automáticos, mas ministro resistia e disse que ideia não poderia sair ‘de afogadilho’ 

Mauro Zanatta e Débora Bergamasco - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Na disputa interna aberta no governo em torno da dimensão e da forma do reajuste do preço da gasolina, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, ganhou o embate com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Graça defendia exatamente um mecanismo que desse previsibilidade às correções da gasolina e do diesel, mas Mantega resistia. Tanto é que, na quarta-feira, ocorreu um curto-circuito: a presidente da Petrobrás divulgou um fato relevante explicando em linhas gerais o novo mecanismo de preços, e o ministro disse que a medida ainda estava em estudo e não poderia ser feita "de afogadilho".A presidente Dilma Rousseff avalizou a concessão de um "gatilho" para reajustar os preços dos derivados de petróleo, "duas ou três vezes por ano", e garantir "previsibilidade" aos planos de negócios da Petrobrás, informou ao Estado um auxiliar presidencial.
A medida aprovada por Dilma, segundo o Palácio do Planalto, será calibrada em detalhe para tentar não pressionar a inflação, ainda a principal preocupação macroeconômica da presidente. Objetivo declarado do governo até aqui, a manutenção dos índices de inflação abaixo daqueles registrados no ano passado, é um ponto de honra para Dilma.
Ao reforçar o caixa da estatal para evitar novas "punições" do mercado, como um eventual rebaixamento de nota pelas agências de classificação de risco, Dilma também "premia" os esforços feitos por Graça Foster para recuperar as finanças da empresa e blindar as operações de ingerências e nomeações políticas. "Depois do que ela fez, o Mantega não poderia ganhar essa", disse a fonte.
Embora considere "excelente" o resultado obtido por Graça na petroleira, Dilma também decidiu que o "gatilho" não será exatamente como quer a Petrobrás, atrelado a cotações internacionais do petróleo e a fórmulas complexas de indexação a produtos no exterior.
O País não pode, segundo a avaliação do Palácio do Planalto, "importar" inflação derivada da flutuação das cotações e da instabilidade típicas do mercado de petróleo. O uso do câmbio como indexador dos preços internos também é considerado potencialmente perigoso pelo governo. A ideia é que o efeito das oscilações do petróleo e do dólar sejam calibrados.
Caixa. Dilma considera justo dotar a Petrobrás de instrumentos de recomposição do caixa, bastante afetado pelo alto endividamento, para suportar o volume de investimentos requeridos nos próximos anos para a operação do recém-concedido campo de Libra.
Dilma também considera que Graça fez "ótimo trabalho" ao desinflar a empresa, saindo de negócios incertos ou duvidosos, livrando a Petrobrás de problemas em ativos complicados, como a sociedade com a venezuelana PDVSA na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
No Planalto, há um reconhecimento de que a petroleira atrasou, e segurou o quanto foi possível, a pressão do mercado financeiro por reajustes robustos. Mas avalia-se, ainda, que há pressões exageradas em termos de índices de reajuste.
A Petrobrás tem sofrido severas críticas por submeter seus resultados aos planos do governo para controlar a inflação. Teve seu rating reduzido por três das principais agências de classificação de risco justamente por aceitar a intervenção do governo, seu principal acionista.
Fonte:

Corpo de homem é jogado em poço por amásia e enteada

Após briga doméstica, ele foi atingido por pauladas e facadas
Mãe e filha teriam assassinado o homem e jogado o corpo no poço para ocultar o cadáver - CORTESIA/ SÃO ROQUE NOTÍCIAS


     Amilton Lourenço
amilton.lourenco@jcruzeiro.com.br

José Vieira da Cruz, 59 anos, foi assassinado a pauladas e facadas, em um sítio no município de São Roque. O corpo foi encontrado dentro de um poço com 30 metros de profundidade no bairro Pavão. O crime aconteceu no último sábado e foi motivado por uma briga com a amásia e a enteada.

De acordo com a Polícia Civil de São Roque, Vieira costumava ingerir bebidas alcoólicas e quando ficava bêbado, tinha o hábito de cortejar sua enteada, Silvani Rocha, 32 anos. No sábado, a vítima teria repetido a ação. A enteada acabou revelando a história para sua mãe e amásia de Vieira, a dona de casa Marilene Rocha, e para o seu companheiro, Levi Leite. 

"Pelo que levantamos, houve uma grande discussão, que acabou em agressão física. Na briga, os acusados se armaram com pedaços de madeira e facas. Vieira foi atingido várias vezes e morreu no local. Os três (a amásia, a enteada e seu companheiro) jogaram o corpo em um poço", informou um investigador da Polícia Civil de São Roque. 

Desaparecido

Desde o último sábado, Vieira não era visto por amigos e familiares. Os irmãos da vítima começaram a desconfiar e começaram a questionar a amásia e a enteada, que acabaram confessando o crime. A Polícia Militar foi acionada e constatou que o corpo estava no fundo do poço.
Na manhã de ontem, o Corpo de Bombeiros também foi chamado para a retirada do cadáver, em local de difícil acesso. Uma equipe da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) também foi acionada para diminuir o nível de água, o que estaria dificultando os trabalhos. Após a remoção do corpo, ele foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) de Sorocaba.
A amásia e a enteada foram conduzidas à Delegacia de São Roque, onde foram autuadas por homicídio. Já o companheiro da enteada encontra-se foragido da Justiça.



SÃO ROQUE NOTÍCIAS/CORTESIAPOO3_2~1
Bombeiros foram acionados para retirar o corpo do homem de poço
Fonte:

Sorocaba - Interrupção no abastecimento de água atingirá 95% da cidade

Saae faz manutenção na ETA/Cerrado e deve faltar água nos próximos dias
Após a intervenção na ETA, restabelecimento do sistema será gradativo ao longo da semana - Arquivo JCS/Divulgação


Sthefany Lara
sthefany.lara@jcruzeiro.com.br

programa de estágio 

O abastecimento de água será interrompido em 95% dos imóveis de Sorocaba durante todo o dia de amanhã. Das 6h às 16h, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae) realizará intervenções para a ampliação da capacidade de bombeamento da Estação de Tratamento de água Dr. Armando Pannunzio (ETA/Cerrado). Sorocaba tem aproximadamente 200 mil ligações de água (residencial, comercial e industrial). Somente os bairros Éden, Cajuru, Aparecidinha e Brigadeiro Tobias não enfrentarão o problema da falta de água, pois são abastecidos por outro sistema produtor - a Estação de Tratamento de Água Engenheiro Celso Eufrásio Monteiro (ETA/Éden). 

As intervenções do Saae acontecerão com a troca dos quatro transformadores da estação e seus cabos aéreos, que atualmente são de 500 quilowatts cada um, enquanto que os novos terão potência de mil quilowatts. Com isso, a capacidade de instalação de 2 mil será ampliada para 4 mil quilowatts. "Essas intervenções se fazem necessárias nesse momento para darmos início ao processo de substituição de todo o sistema de bombeamento da ETA/Cerrado, composto por transformadores, painéis, cabos e cinco grandes conjuntos de bombas de recalque, permitindo que ampliemos a capacidade de bombeamento da unidade em 48%, fato que vai refletir em melhorias no abastecimento da cidade como um todo", explica o diretor-geral da autarquia, Wilson Unterkircher Filho. 

Durante a operação, a ETA deixará de funcionar e, consequentemente, haverá total interrupção no processo de tratamento e distribuição de água. De acordo com o Saae, nos dias seguintes às intervenções programadas o abastecimento de água também permanecerá prejudicado em alguns períodos do dia, até que seja restabelecidos o sistema como um todo, o que deverá acontecer gradativamente ao longo semana. As bombas da ETA/Cerrado precisam ser acionadas, novamente, uma de cada vez, para que não haja risco de rompimento das tubulações. Além dessa paralisação total nas operações de tratamento e distribuição, haverá necessidade de interromper o funcionamento da ETA por mais outras duas vezes, para a continuidade da ação de substituição de equipamento. Porém, as datas para realização deste trabalho ainda não estão definidas. 

O Saae orienta que os moradores mantenham os reservatórios de seus imóveis em sua capacidade máxima até a noite de hoje e procure fazer uso da água com a máxima economia. A autarquia irá deixar os 51 reservatórios de distribuição existentes na cidade em sua capacidade total neste sábado, o que significa mais de 86 bilhões de litros de capacidade instalada de reserva de água. (Supervisão: Eduardo Santinon)

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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Balança comercial acumula pior déficit no ano desde 1998

No dado mensal, a balança comercial também registrou saldo negativo, de 224 milhões de dólares, o pior resultado para os meses de outubro desde 2000

Vista de guindastes de conteiners e navios cargueiros no Porto de Santos, no litoral paulista
As exportações somaram 22,822 bilhões de dólares e as importações, 23,046 bilhões de dólares em outubro. (Ivan Pacheco)
A balança comercial brasileira acumula um déficit de 1,832 bilhão de dólares no ano, entre os meses de janeiro e outubro, ante um superávit de 17,350 bilhões de dólares em igual período de 2012. O déficit no acumulado do ano é o pior do Brasil em dez meses desde 1998, ano em que foi registrado déficit no período de 5,080 bilhões de dólares.
No acumulado do ano, as exportações somam 200,472 bilhões de dólares e as importações, 202,304 bilhões de dólares. Os números foram divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
No dado mensal, a balança comercial também registrou déficit, de 224 milhões de dólares, o pior resultado para outubro desde 2000, quando foi verificado saldo negativo de 546 milhões de dólares. Segundo o governo, o saldo negativo foi resultado da diferença entre os 22,822 bilhões de dólares em exportações e as importações, no montante de 23,046 bilhões de dólares.
O resultado veio abaixo do esperado pelos especialistas consultados pela Reuters, com projeção de saldo positivo de 1,5 bilhão de dólares. O resultado negativo ocorre depois de dois meses de superávit. Em setembro, a balança comercial havia registrado saldo positivo de 2,147 bilhões de dólares.
Itens — Dados do MDIC mostram que as exportações de todas as categorias de produtos registraram queda nos dez primeiros meses do ano quando comparado ao resultado de igual período de 2012. Os produtos semimanufaturados apresentaram a maior retração, de 8%. O resultado se deve, segundo o governo, principalmente às quedas nas vendas de óleo de soja em bruto, semimanufaturados de ferro/aço e ferro fundido. No sentido oposto, cresceram as vendas de catodos de cobre, couros e peles e celulose.
A exportação de produtos básicos caiu 0,7%, puxada principalmente por algodão em bruto, petróleo em bruto, café em grão e carne suína. Cresceram as vendas de milho em grão, soja em grão, carne bovina e minério de ferro. A queda dos manufaturados foi de 0,1%, principalmente devido à retração nas vendas de aviões, óleos combustíveis e laminados planos. Nessa categoria, cresceram as vendas de plataforma para exportação de petróleo, automóveis de passageiros e hidrocarbonetos e derivados.
Mercados — A exportação para os Estados Unidos ficou 9,2% menor no período devido a motores e geradores elétricos, petróleo em bruto e máquinas para terraplenagem. Para a África, as vendas caíram 8,3% devido à venda menor de trigo em grão, arroz em grão e veículos de carga. Para o Oriente Médio, a queda foi de 7,5%, puxada pelos óxidos e hidróxidos de alumínio e óleo de soja em bruto. Para a Europa Ocidental, a retração foi de 6,2%.
Para América Latina e Caribe, exceto Mercosul, a queda foi de 6,2% e para a União Europeia, diminuição de 2,5%. Cresceram 4,8% as exportações para o Mercosul. Só para a Argentina, houve crescimento de 10,3%. Para a Ásia, o crescimento foi de 4,5%. Só para a China, o crescimento foi de 11,8%.


(com Estadão Conteúdo e Reuters)
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Modelo lança livro que desmistifica o glamour da profissão

Com 12 anos de passarela, Michelli Provensi revela, com muito bom humor, as agruras da cobiçada carreira fashion

Raquel Carneiro
A modelo Michelli Provensi
A modelo Michelli Provensi  (Bruno Torturra/ Divulgação)
Depois de muitos altos e baixos, Michelli Provensi pode dizer que encontrou o equilíbrio profissional – e emocinal. Sem ter chegado a top model, apenas a modelo “real”, como ela mesmo diz, a garota de 28 anos, 1,77 de altura e 52 quilos, não se importa mais se será ou não escolhida para um trabalho, garante que está longe de ser milionária e resignadamente admite que “Gisele só existe uma”.
Natural do pequeno município de Maravilha, em Santa Catarina, Michelli se tornou modelo por acaso. Sua mãe morreu na mesma época em que ela participou do concurso que a levaria a trabalhar em São Paulo, cidade em que vive até hoje. A profissão abraçada na mudança foi tanto uma fuga para as dores do luto como uma via para realizar o sonho de viajar o mundo.
As histórias acumuladas em sua bagagem desde então deram origem ao livro Preciso Rodar o Mundo, editado pela Da Boa Prosa e lançado na última terça-feira durante a São Paulo Fashion Week (SPFW). Habitué da semana de moda paulistana, a modelo desfilou em todas as edições desde que entrou para a profissão, aos 16 anos.

Apesar da aura de glamour que envolve a carreira mais chamativa do mundo da moda, Michelli garante que a vida de modelo não é fácil e que a autoestima das garotas nem sempre é tão elevada quanto indicam os rostos sisudos sobre a passarela. “Meu ideal de beleza na infância era a Carla Perez. Eu queria ter curvas”, diz a catarinense em tom bem-humorado, o mesmo usado nas páginas de seu livro e na entrevista concedida ao site de VEJA.

O que a motivou a escrever Preciso Rodar o Mundo? Sempre gostei de escrever. Quero fazer um livro de ficção, mas antes quis relatar os bastidores da vida de uma modelo. Não sou e nunca fui top model, sou uma modelo real. Não cheguei ao patamar de uma Gisele Bündchen, não abri desfile da Chanel ou pousei para a capa de grandes revistas de moda europeia. As pessoas têm a mania de jogar todo mundo no mesmo pacote. Essa vida de glamour acontece para poucas. E mesmo as que chegam lá ralaram muito para isso. Sem desmerecer ninguém, minha intenção era levar as pessoas a ter uma visão mais humana da profissão. Somos humanas e não apenas “cabides”.
A ideia de ser cabide a incomoda? Não mais, pois aprendi que nessa carreira você não deve levar nada para o lado pessoal. Porque você é julgada pelo que é por fora e não pelo que pensa. Ponto final. Sempre gostei de ter opinião, de ser escutada, de participar, mas ser modelo, na maioria das vezes, é viver de imagem.
Existe um preconceito de que modelos são burras. Isso atrapalhou quando você decidiu fazer um livro? Não, pelo contrário, serviu como incentivo. Queria provar o contrário. Conheço muitas modelos inteligentes e interessantes. Como jogadores de futebol. No livro, até comparo as duas carreiras, no capítulo “Gisele Bündchen e Pelé só tem um”, frase que meu pai costuma dizer quando perguntam se eu estou milionária. Porque a maioria das crianças quer ser ou modelo ou jogador, e engraçado que são as profissões em que as pessoas são mais apontadas como ignorantes. No entanto, uma modelo precisa ser esperta para durar na profissão.

Começar a carreira tão cedo não dificulta a rotina de estudos? Sim, principalmente pela agenda de viagens. Então, a maioria tem que abandonar os estudos. Como sou filha de professores, meu pai sempre pegou no meu pé para que eu terminasse o colégio. Ele também me ensinou a aproveitar as viagens pelo mundo como maneira de aprender. Quando viajo, tento ao máximo absorver a cultura local. Aprendi inglês e francês sozinha. Por causa da agenda corrida, tento fazer cursos curtos. Recentemente, fiz um de roteiro, um de jornalismo esportivo e outro de escrita criativa.

Qual a maior dificuldade da vida de modelo? Tive que aprender a não viver a personagem da modelo 24 horas por dia. E a lidar com as frustações. Quando um cliente não gostava de mim, eu ficava arrasada. Mais tarde, compreendi que uma modelo nunca vai agradar a todo mundo. As pessoas têm gostos diferentes e a moda muda muito, exigindo corpos distintos de uma estação para a outra. Para um cliente, você é perfeita. Para outro, não.​
Apesar de ser referência de beleza, uma modelo pode ter problemas de autoestima?Sim, até porque a maioria de nós não costuma ser referência de beleza na infância. Meu apelido na escola era Olívia Palito. Quando cheguei a São Paulo, ouvia que eu era exótica. E pensava: “Então, as pessoas gostam de mim por que sou esquisita?”. Eu me sentia bem em frente à câmera. Mas com os meninos eu era péssima. Minha psicóloga teve que me ensinar a flertar. Ela me levou até a avenida Paulista um dia para me mostrar como fazer isso. As pessoas me olhavam e ela dizia: “Viu só? Os garotos olham para você”. E eu respondia: “Porque sou esquisita, por isso eles me olham” (risos). A dificuldade era tão grande que só dei meu primeiro beijo aos 18 anos.
Hoje se sente melhor em relação a si mesma? Sim, minha autoestima melhorou. Quando você se aceita, se sente mais bonita. O problema é que, para ser modelo, você tem que ter o corpo que agrade aos estilistas. Porém, você é mulher e também quer agradar o namorado. Quer ser admirada pelos homens. Quando eu era criança, meu padrão de beleza era a Carla Perez (risos). Queria ter o corpo dela, com muitas curvas. Hoje a mulher mais bonita para mim é a Fernanda Tavarez, que é magra, mas tem um corpo, digamos, normal.
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IPTU de Haddad pune cidadão e evidencia anomalia tributária

Ao reajustar o valor venal dos imóveis usando como argumento a valorização do mercado imobiliário, prefeito petista amplia disparidade e injustiças

Ana Clara Costa
Vista dos prédios da região da Avenida Paulista, São Paulo
Vista dos prédios da região da Avenida Paulista, São Paulo (Antônio Milena/AE)
O aumento do imposto predial e territorial urbano (IPTU) de São Paulo, aprovado pela Câmara dos Vereadores em segunda votação na quarta-feira, penaliza de forma injustificada o bolso do contribuinte paulistano e evidencia o expediente irresponsável que alguns municípios usam para tentar equilibrar suas contas. O prefeito Fernando Haddad (PT-SP), autor da 'facada', chegou a dizer que sente "alegria" em pagar o tributo — e que ele trará benefícios para a população. A decisão de reajustar o IPTU ocorreu, coincidentemente, depois que a prefeitura cancelou o aumento das tarifas de transporte público — os famosos 20 centavos que foram estopim para as manifestações de junho. Os paulistanos que se sentiram aliviados à época, agora terão de arcar com uma mordida mais dolorida: o aumento será de 20% para imóveis residenciais e 35% para os comerciais.
Aumentar o IPTU é rotina para as administrações municipais porque muitas cidades dependem dessa arrecadação para sobreviver. A questão é que um aumento tão expressivo afeta de maneira súbita o poder de compra do contribuinte não só porque as parcelas do imposto ficam mais caras, mas também porque o comércio — que já vivenciou dias melhores — tende a repassar o seu próprio aumento para os preços dos produtos. Diante da expectativa ruim, as principais associações comerciais do município se uniram à Ordem dos Advogados de São Paulo (SP) na assinatura de um ofício contrário ao aumento do imposto — e que foi, em vão, enviado ao prefeito no início da semana. 
Distorções - No jargão tributário, o IPTU é classificado como um imposto 'real'. Isso significa que ele incide sobre coisas, não pessoas. Assim, o seu reajuste progressivo cria distorções, já que não é baseado na evolução da renda de quem paga (como é o caso do imposto de renda), mas no valor venal do bem a ser tributado. Isso significa que indivíduos que recebem imóveis como herança e não têm, necessariamente, uma renda compatível com o valor do bem, acabam sendo prejudicados na hora da cobrança. 
Há casos de disparidade mais extremos e que podem se tornar corriqueiros caso o prefeito aprofunde os reajustes até o final de sua gestão. Ocorrem quando a valorização do imóvel é tanta que o imposto se torna um fardo insustentável para o contribuinte a tal ponto que a única alternativa é desfazer-se do bem. Nestes casos, tais reajustes podem ser considerados inconstitucionais segundo o artigo nº 150 da Constituição Federal, que prevê que os governos não devem utilizar tributos "com fins de confisco".
Orçamento - O reajuste de Haddad se torna ainda mais irresponsável pelo fato de onerar em até 20% o bolso do contribuinte, enquanto aumentará em apenas 2% a arrecadação do município. A conta é do vereador tucano Andrea Matarazzo, que votou contra o aumento. “Será um impacto mínimo no orçamento com um imenso sacrifício da sociedade”, afirmou. Na proposta orçamentária enviada ao Legislativo em setembro, Haddad estimava uma alta de 1,3 bilhão de reais na arrecadação com IPTU, contando com um aumento de 30% no imposto para residências e 45% para o comércio. A proposta foi revista para baixo, mas a expectativa é que o aumento residual de 10% que não será praticado em 2014, fique para 2015 e 2016. Com isso, a arrecadação prevista para o ano que vem com o novo imposto teve redução de 150 milhões de reais em relação à proposta de setembro, segundo a prefeitura.
Um estudo do economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) John Norregaard, publicado em maio deste ano, aponta os benefícios que um aumento progressivo do IPTU podem trazer para os municípios em termos de segurança e melhorias de serviços públicos. O relatório afirma que, em geral, países desenvolvidos cobram impostos mais altos sobre as propriedades e tal receita garante uma maior descentralização política. Ou seja, os municípios se tornam financeiramente mais independentes e ficam menos suscetíveis às amarras políticas que se formam na dinâmica dos pedidos de recursos a governos estaduais e federal.
Contudo, os reajustes no valor venal dos terrenos, aponta o FMI, devem ser justificados pela melhoria dos serviços públicos no entorno da residência. Isso significa que as melhorias devem ocorrer antes de haver o aumento. Mas, tanto a descentralização política quanto a qualidade dos serviços públicos são argumentos que não se sustentam no caso de São Paulo.
Ações coletivas - Diante do aumento abusivo do imposto na capital, o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, recomenda que os contribuintes que se sentirem lesados procurem as associações de bairro para que uma ação pública coletiva seja movida contra a prefeitura de São Paulo. "É um método mais eficiente que as ações individuais. O aumento proposto por Haddad se justifica por lei, mas a população pode alegar que houve prática abusiva", alerta.
Em Recife, uma ação movida em 2012 contra um aumento de 64,7% no IPTU teve decisão favorável da Justiça. O juiz Sérgio Paulo Ribeiro da Silva reconheceu o direito de um contribuinte cujo IPTU havia subido de 5.646,43 reais para 9.287,09 reais em menos de um ano. À época, outras ações individuais tiveram decisões favoráveis em caráter liminar, que reduziam o aumento abusivo tomando por base a inflação de 6,9% verificada no período. "O brasileiro é muito pacífico e é justamente por isso que os governos se aproveitam. Agora, todos estão pensando nas férias de fim de ano. Só vão se preocupar com o IPTU em janeiro do ano que vem", diz Olenike. 

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Pesquisa mostra que é possível enxergar o próprio movimento no escuro

Durante experimento, metade dos voluntários foi capaz de acompanhar a movimentação de suas mãos enquanto estavam com olhos vendados

vendado
Pesquisadores mostraram que a visão pode contar com a ajuda de outros sentidos na hora de formar sua imagem do mundo. Assim, mesmo quando o indivíduo está vendado, ele pode enxergar seu próprios movimentos (Thinkstock)
Um novo estudo sugere que metade dos seres humanos é capaz de enxergar os próprios movimentos mesmo na mais absoluta escuridão. Cerca de 50% dos voluntários analisados pelos cientistas conseguiram ver sua própria mão se movendo enquanto estavam com os olhos completamente vendados — o que foi comprovado por rastreadores que mediram a posição de seus olhos. A pesquisa, que foi publicada nesta quarta-feira na revista Psychological Science, sugere que a visão não é formada apenas pelas informações absorvidas pelos olhos, mas a partir de sua fusão com os outros sentidos do corpo.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Kinesthesis Can Make an Invisible Hand Visible

Onde foi divulgada: periódico Psychological Science

Quem fez: Kevin Dieter, entre outros pesquisadores

Instituição: Universidade de Rochester, EUA, entre outras

Dados de amostragem: 129 voluntários, que tiveram seus olhos vendados. Os pesquisadores pediram para que eles movimentassem suas mãos em frente à cabeça, e tentassem acompanhar o movimento com os olhos

Resultado: Metade dos voluntários afirmou ter conseguido enxergar os movimentos de suas mãos. Rastreadores oculares confirmaram que os olhos desses indivíduos estavam, de fato, seguindo suas mãos
"Se levássemos em conta o que sabíamos sobre o funcionamento da visão, poderíamos concluir que não é possível enxergar na escuridão total. Essa pesquisa mostra o contrário: os nossos próprios movimentos podem transmitir sinais sensoriais que criam percepções visuais no cérebro, mesmo na ausência total de dados ópticos", diz Duje Tadin, professor de ciência cognitiva na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, um dos autores do estudo.
A pesquisa confirma um fenômeno relatado por exploradores de cavernas profundas, que dizem ser capazes de ver as próprias mãos mesmo sem nenhuma luz por perto. “O que acabamos percebendo como visão, na verdade, é uma função tanto de nossos cérebros como de nossos olhos", afirma Kevin Dieter, pesquisador da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, que também participou da pesquisa.
Olhos vendados — Segundo os cientistas, descobrir se alguém é capaz de enxergar seus movimentos no escuro não é uma tarefa simples. Não basta perguntar ao voluntário, os cientistas precisam ter uma maneira objetiva de medir essa experiência que é, em sua essência, subjetiva. "Como poderíamos determinar se outras pessoas estavam realmente vendo a sua própria mão em movimento ou se estavam apenas respondendo o que pensavam que os cientistas queriam ouvir?", questiona Randolph Blake, pesquisador da Universidade Vanderbilt.
Para responder à questão, os pesquisadores desenvolveram um novo tipo de experimento, que foi aplicado em 129 voluntários humanos. O primeiro teste criava uma falsa expectativa nesses indivíduos. Eles foram levados a acreditar que deveriam acompanhar os movimentos de suas mãos em condições de baixa luminosidade, usando uma venda com pequenos furos. Acontece que os furos eram falsos, e eles estavam, na verdade, no escuro.
No segundo teste, os mesmos voluntários tiveram os olhos fechados com vendas semelhantes, mas dessa vez sem os "furos". Um terceiro experimento pediu para os voluntários acompanharem os movimentos das mãos de um dos cientistas enquanto estivessem com os olhos vendados.
Como resultado, cerca de metade dos indivíduos relatou ter conseguido enxergar sua própria mão se movimentando na frente de seus olhos — tanto na venda “furada” quanto na normal. O número de voluntários que viram os movimentos do pesquisador foi muito baixo — quase nulo —, o que mostrou a importância do próprio movimento nessa experiência visual.
J. Adam Fenster, Universidade de Rochester
Os pesquisadores usaram rastreadores oculares para descobrir se os olhos dos voluntários estavam realmente seguindo os movimentos de suas mãos
Movimentos no escuro — Para confirmar que os voluntários estavam realmente enxergando suas mãos, os pesquisadores equiparam em cada uma das vendas um rastreador ocular computadorizado. Usando luz infravermelha — invisível para os seres humanos — eles eram capazes de acompanhar os movimentos de seus olhos em plena escuridão.
Segundo os pesquisadores, o movimento do olho humano dentro do globo ocular só é suave se ele estiver seguindo um objeto. Se não estiver seguindo nada — o que acontece no escuro total — ele será errático. "Não é possível apenas imaginar um alvo e ter os movimento dos olhos de forma regular", explica David Knill, pesquisador da Universidade de Rochester que também participou da pesquisa. "Se não houver um alvo em movimento, os movimentos oculares serão visivelmente irregulares."
Ao medir a posição dos olhos dos voluntários, os cientistas descobriram que aqueles que afirmavam ver a própria mão no escuro eram justamente aqueles que tinham os movimentos oculares mais suaves e regulares. Esses indivíduos conseguiram acompanhar seu movimento com precisão durante 46% do tempo, ante 20% daqueles que não estavam enxergando nada.

Sinestesia

Por não serem comuns, os pesquisadores tiveram de recrutar voluntários sinestésicos de várias cidades americanas. Uma delas, no entanto, estava logo ao lado, trabalhando como técnica em um dos laboratórios envolvidos no estudo. "Quando criança, eu pensava que todo mundo associava cores a letras. Para mim, a letra A está sempre em amarelo, mas Y é de um amarelo mais alaranjado”, diz Lindsay Bronnenkant, funcionária da Universidade de Rochester, que enxerga B em azul marinho, C em um laranja queimado, e assim por diante.
Na infância, ela pensava que o fenômeno era comum, "como quando você sente o cheiro de torta de maçã e lembra de sua avó." Hoje, ela sabe o que acontece consigo, mas não consegue lembrar de nenhum momento de sua vida onde não associava números e letras a cores. Lindsay se questiona se as cores específicas que associa com números não tem origem nas bolas de bilhar que sua família possuía em sua infância.
Ao participar do experimento, ela foi uma das que relatou ter enxergado os movimentos de sua mão: "O que eu vi foi um borrão. Foi muito fraco, mas era quase como se eu estivesse olhando para uma fonte de luz."
Letras coloridas — Além de realizar os testes em voluntários normais, os pesquisadores também recrutaram indivíduos que experimentavam em seu cotidiano uma mistura de seus sentidos, chamada sinestesia. Esse tipo de fenômeno faz com que a pessoa, por exemplo, veja cores enquanto escuta música e até mesmo sinta o gosto dos sons. O estudo se focou em um tipo específico de sinestesia, conhecida como de grafema-cor, que faz com que os indivíduos sempre enxergam as letras e os números em cores específicas.
Como resultado, os sinestésicos relataram ver a sua mão no escuro com ainda mais clareza do que os outros indivíduos. Como um exemplo extremo disso, uma voluntária sinestésica exibiu um movimento de olhos quase perfeito — com precisão de 95% —, enquanto seguia sua mão na escuridão. Em outras palavras, sua visão funcionou tão bem quanto se as luzes estivessem acesas.
Segundo os cientistas, isso mostra que as pessoas com maior conectividade entre os sentidos são justamente aquelas que presenciam o fenômeno de forma mais intensa. "A ligação com a sinestesia sugere que a nossa capacidade de ver o próprio movimento é baseada nas conexões neurais existentes entre os diversos sentidos", diz Knill. Ou seja, o ato de ver seu próprio movimento no escuro é, também, um tipo de sinestesia.
Aprendendo a ver no escuro — A pesquisa sugere que a habilidade de enxergar os próprios movimentos no escuro não é inata, mas aprendida. Os humanos são expostos, desde a primeira infância, aos movimentos da própria mão tantas vezes que se tornam capazes de prever a imagem dessa movimentação, mesmo sem os dados visuais reais.
"Nossos cérebros são muito bons em encontrar padrões confiáveis. Uma de suas funções é justamente essa. E esta associação com os movimentos das mãos é tão repetida ao longo da vida que nossos cérebros aprendem sobre ela e a exploram", diz Tadin.
Fonte:

Governo cria grupo para combater vândalos em SP e no RJ

Grupo se reuniu para traçar estratégia contra grupos violentos que atuam em manifestações; encontro, no entanto, não estabeleceu ações concretas

Gabriel Castro, de Brasília
 Secretário de Segurança Pública de São Paulo Fernando Grella, ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e José Mariano Beltrame Secretário de Segurança Pública do Rio, durante reunião sobre ações para coibir os protestos violentos que têm ocorrido nas duas capitais
Da esquerda para a direita, o secretário de Segurança Pública de São Paulo Fernando Grella, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e José Mariano Beltrame Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Pedro Ladeira/Folhapress)
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniu nesta quinta-feira com o secretários de Segurança de São Paulo, Fernando Grella Vieira, e do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, para traçar um plano de ação no combate aos grupos de vândalos que têm atuado em protestos. Após o encontro, o trio anunciou intenções de realizar um trabalho integrado, especialmente na área de inteligência. Mas, de concreto, quase nada foi decidido
Foram duas horas de reunião. No encontro, os secretários de Segurança defenderam mudanças na legislação. Cardozo se comprometeu a agendar um encontro com os presidentes do Conselho Nacional de Justiça, Joaquim Barbosa, e do Conselho Nacional do Ministério público, Rodrigo Janot, para sugerir novas regras que permitam um combate mais duro aos grupos criminosos que atuam em manifestações.

Entre as propostas, estão a elevação da pena para o crime de dano (cuja pena máxima atualmente é de seis meses) e a aplicação de um agravante em caso de agressão a policiais. "O policial precisa ter uma garantia de que, quando ele apresenta alguém em uma delegacia, aquilo termine em uma ação penal", afirmou Beltrame.
Cardozo disse que as autoridades de segurança vão acompanhar de perto as atividades dos grupos violentos para prevenir ataques, e negou que isso signifique um monitoramento de movimentos sociais pacíficos. Os órgãos de inteligência, afirmou o ministro, vão "prevenir práticas ilícitas por meio de sanções legalmente estabelecidas".
O ministro afirmou também que pode acionar a Polícia Federal para coibir a atuação de grupos violentos. "Não podemos concordar com as situações de abuso e de ilegalidade que vêm ocorrendo em  algumas manifestações", disse.
Por outro lado, o grupo concordou em criar um protocolo unificado para padronizar a atuação das polícias do Rio e de São Paulo durante os protestos. O objetivo é impedir abusos e facilitar a negociação com os manifestantes.
Fonte: 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Sorocaba - Prefeitura extingue adicional e médicos cancelam cirurgias

Cirurgiões da rede municipal recebiam do SUS e também da Policlínica
Cirurgias agendadas por médicos da Policlínica estão canceladas - Emídio Marques


     Míriam Bonora
miriam.bonora@jcruzeiro.com.br
Cirurgias agendadas com médicos que atendem pela Policlínica Municipal de Especialidades de Sorocaba estão sendo canceladas. O motivo é o fim de pagamentos adicionais que eram feitos pela Prefeitura aos médicos cirurgiões da rede municipal de saúde, para que realizassem as operações em hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Médicos concursados da Prefeitura, que também são cirurgiões, podiam atender tanto por meio de consultas quanto realizar cirurgias durante sua carga horária. Eles recebiam, então, uma remuneração do SUS e também um valor adicional da Prefeitura, estipulado de acordo com a complexidade e tempo de cirurgia.

O presidente do Sindicato dos Médicos de Sorocaba, Antonio Sérgio Ismael, conta que essa era uma forma de estimular os médicos a realizar as cirurgias pelo SUS, que paga um valor considerado baixo pelo procedimento. "A Tabela SUS não tem reajuste há dez anos. O valor é insignificante".

O vice-presidente da Sociedade Médica de Sorocaba, Eduardo Luis Cruells Vieira, exemplifica que, para uma cirurgia de prótese do joelho, que dura duas horas, o SUS paga apenas R$ 109,63 ao médico. Em uma clínica particular, o valor cobrado seria no mínimo 50 vezes mais. "Além disso, o médico não opera sozinho. Ele teria que tirar do bolso o pagamento de um enfermeiro instrumentador, por exemplo, que seria quase esse valor total da cirurgia".

Vieira comenta que esse valor "adicional" era calculado pela diretoria da Policlínica, considerando a preparação do médico para a cirurgia, o procedimento em si e o pós-operatório. Essa soma de tempo e complexidade determinava quantas horas a mais o médico iria receber. "Agora isso foi cancelado. Essa atitude do prefeito mutilou os serviços de cirurgia da Policlínica, que eram da maior importância para a população", critica. Ele conta que essa remuneração correspondente às cirurgias ocorre há pelo menos cinco anos. "Quando eu entrei na Policlínica, em 2008, já havia esse procedimento".
 
Sem aviso 
Ismael e Vieira apontam que a Prefeitura não avisou antecipadamente os médicos sobre a mudança, percebida pelos profissionais no final de setembro, ao verificarem no holerite a falta dos pagamentos correspondentes às cirurgias realizadas. "Foi uma suspensão unilateral, sem aviso, uma falta de respeito", avalia o presidente do sindicato. "Poderiam ter feito uma transição, uma mudança progressiva, porque muitas cirurgias já estavam agendadas", completa o vice-presidente da Sociedade Médica. O secretário de Governo e Segurança Comunitária, João Leandro da Costa Filho, contesta essa falta de diálogo, dizendo que o diretor da Policlínica na época foi avisado.

Quem também sofreu com a falta de aviso foi o vendedor Sandro Salun Cortijo, 40 anos. Ele tinha uma cirurgia de hemorroidas marcada para ontem, às 7h, no Hospital Santa Lucinda, agendada na policlínica, que foi cancelada sem ele ter sido comunicado. "Eu cheguei lá 5h45, pois pediram para estar uma hora antes, e me falaram que todas as cirurgias da Policlínica, de todas as especialidades, tinham sido canceladas por falta de pagamento aos médicos". 

Cortijo conta que foi orientado a procurar pelo setor de agendamento da unidade municipal, e que ouviu a mesma explicação. "Eu até gravei a conversa. A moça falou que o prefeito mandou cancelar todas as cirurgias e que era para aguardar nova ordem. Não deram previsão de quando vão reagendar. É um descaso com a população", relata.
 
Orientação aos munícipes 
A Prefeitura orienta que os munícipes que tiveram cirurgias agendadas pela Policlínica canceladas devem procurar pela Central de Regulação, na Secretaria da Saúde, que fica no Paço Municipal. Eles terão o procedimento reagendado, como promete a administração municipal.

Remuneração pela tabela SUS
Vesícula por videolaparoscopia - R$ 92,50
Hérnia inguinal - R$ 79,53
Catarata - R$ 57,72
Artroscopia do joelho - R$ 55,64
Prótese de joelho - R$ 109,63

Fonte: Sociedade Médica de Sorocaba
Fonte jornalística:

Iguatemi Esplanada abre no próximo dia 14 com 75% das lojas funcionando

O empreendimento será o maior do interior do Estado
Além de marcas inéditas, o Iguatemi Esplanada terá perto de 20% de suas operações com marcas locais - Divulgação


     André Moraes
andre.moraes@jcruzeiro.com.br
Com a geração de 3,5 mil novos empregos e investimento de R$ 360,9 milhões, a ampliação do shopping Esplanada, que agora passa a ser chamado de Iguatemi Esplanada, abrirá as portas ao público no dia 14 de novembro. Uma nova estrutura, de área bruta locável (ABL) de 40 mil metros quadrados, foi construída ao lado do centro de compras já existente, e fará com que o empreendimento seja o maior do interior do Estado de São Paulo. Duas passarelas interligarão os dois complexos que, juntos, somam 63.890 m2. Além das 20 novas grandes lojas, 162 satélites, 19 operações de alimentação e cinco restaurantes, a ala sul contará com sete salas de cinemas, que serão inauguradas no mês de dezembro, ainda sem data definida.

Os representantes da Iguatemi Empresa de Shopping Centers estiveram em Sorocaba ontem para informar sobre algumas das principais lojas que se instalarão no complexo. De acordo com Charles W. Krell, vice presidente de operações da Iguatemi, a nova ala do Iguatemi Esplanada irá abrir as portas com 75% das lojas funcionando. Entre elas, estão pelo menos 50 marcas inéditas na região, como a Zara, grife espanhola referência no mercado de moda; Cinépolis, quarta maior marca de cinema do mundo; Saraiva Megastore, com mais de 3 milhões de itens em seu portfólio; e a Etna, loja de itens para casa da região. Outras atrações são o Outback e Starbucks, CK Jeans, Fast Shop e o restaurante Coco Bambu, especialista em frutos do mar.

Com isso, a ala sul do Iguatemi Esplanada terá 20 grandes lojas, 162 satélites, 19 operações de alimentação e cinco restaurantes. Somando às lojas em operação, que ficam na ala norte - conhecida como shopping Esplanada - o complexo contará com mais de 400 lojas, sendo 36 grandes lojas, sete salas de cinema, nove restaurantes, 29 fast food, 307 lojas satélites e 80 quiosques e lojas temporárias. Além de marcas inéditas, o Iguatemi Esplanada terá perto de 20% de suas operações com marcas locais, valorizando o lojista da região. Entre as marcas conhecidas da região e que seguem para o shopping, estão a Foka Calçados e Restaurante Yoshi"s.
 
Estrutura 
Segundo Krell, todo o complexo do Iguatemi Esplanada contará com três entradas externas e uma interna, que representa a ligação entre as duas alas. A entrada principal será na avenida Professora Zoraida Marques Peres, porém, haverá ainda duas possibilidades de adentrar ao shopping: uma pela via lateral construída pelo empreendimento e outra que passa por trás do local. O estacionamento contará, ao todo, com 4,2 mil vagas, sendo 2 mil vagas cobertas.

Para os pedestres, a Iguatemi construiu duas passarelas que interligarão as duas alas. Essas estruturas contam com esteira rolante e estão localizadas próximas à loja Riachuelo, da ala norte, e onde funcionava o restaurante Chan Chen, também na ala norte, que agora passará para a ala sul.
 
Já, os cinemas, que terão sete salas no total, serão inaugurados em dezembro. O vice presidente de operações da Iguatemi revela que duas delas serão equipadas com a tecnologia 3D e uma delas terá imagem Imax, ou seja, com uma tela que possui grandes proporções e exibem os filmes em alta resolução. Krell ainda informa que todas as salas terão bancos feitos em couro.

Além disso, haverá também a construção de quatro torres comerciais, com 16 pavimentos cada, sendo a primeira inaugurada em 2016. Duas delas estarão localizadas em frente à entrada principal do shopping e as outras duas na parte de trás do empreendimento.
Fonte:

Sorocaba - Trabalhador morre atropelado por bandidos em fuga

Carro dos assaltantes atingiu moto durante perseguição

     Amilton Lourenço
amilton.lourenco@jcruzeiro.com.br
O trabalhador autônomo Ricardo Massayoshi, de 45 anos, morreu na noite da última segunda-feira, ao ser atropelado por um veículo que estava sendo perseguido pela Polícia Militar. Por volta das 21h, durante patrulhamento, na Vila Melges, a PM deparou com um Honda Civic, placas EJD-0475, ocupado por três indivíduos em atitude suspeita.
 
Ao avistar a polícia, o motorista do veículo acelerou e iniciou a fuga do local. Após passar por vários cruzamentos sem parar, o carro atingiu em cheio uma motocicleta que estava sendo pilotada por Massayoshi. A motocicleta foi lançada a vários metros. Devido à alta velocidade, o Honda ainda voltou a colidir com a moto, passando por cima da vítima. O carro parou e os ocupantes fugiram para um matagal.

Ricardo Massayoshi chegou a ser socorrido e levado em estado grave para o Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu minutos depois. Ao pesquisar a placa do Honda, a PM constatou que o veículo era roubado. 

Esqueceu o celular 
Os policiais realizaram uma revista no interior do veículo e encontraram um celular. O aparelho recebeu uma ligação que foi atendida por um dos policiais. Do outro lado da linha, estava uma pessoa que se identificou como pai de um dos suspeitos e indicou os outros dois supostos acompanhantes do filho. Com as informações, a polícia deu início às investigações para localizar e qualificar os três indivíduos.
Fonte:

Votorantim - PM salva taxista de assaltantes

Motorista foi ameaçado de morte e mantido no porta-malas do carro por meia hora
Dupla de criminosos foi rendida após denúncia - Divulgação


Dois homens foram presos após roubarem um táxi, raptar e manter o motorista no porta-malas, nas proximidades da loja da Leroy Merlin, na rodovia Raposo Tavares, na tarde desta quarta-feira. Os dois bandidos já tinham passagem pela polícia.

O taxista iniciou a corrida com os supostos passageiros na avenida Nogueira Padilha. Os ladrões pediram que fossem levados até o shopping Iguatemi. Ao chegar no local de destino, pediram para mudar o trajeto para a rua Augusto Lippel, atrás da Leroy Merlin. Chegando lá, anunciaram o assalto, apontando um simulacro de arma de fogo para a cabeça do motorista, que inicialmente, foi colocado no banco traseiro do veículo.

Os acusados partiram em direção à Votorantim até a rua Jaziel de Azeredo Ribeiro, próximo ao lixão. No local, eles foram surpreendidos pela equipe da Força Tática da Polícia Militar.

Uma denúncia anônima de alguém que estranhou a a movimentação no táxi ajudou a polícia a chegar ao local exato onde estavam os criminosos e a vítima. A equipe comandada pelo sargento Marcelo Augusto, que estava pelo local, recebeu o comunicado pelo rádio e imediatamente iniciaram as buscas.

"Imaginei que os bandidos iriam procurar um local de pouco movimento para concluir o roubo e me lembrei do lixão. Deu certo. Quando estávamos chegando, já avistamos o veículo do taxista. O indivíduo que conduzia o carro ainda tentou arrancar, mas mudou de ideia e os dois resolveram se entregar. Ao revistar o carro, encontramos o taxista no porta-malas", relata o sargento.

Na Delegacia Central de Votorantim, os bandidos foram identificados como Toni Anderson Modesto Garcia, 31 anos, e Josué Pires, 28 anos. O primeiro possui uma ficha criminal de 38 páginas, que inclui roubo, furto, tráfico de drogas e outros tipos de delitos. O segundo também tem passagem pela polícia por furto e tráfico de drogas. Após serem ouvidos, os criminosos foram autuados em flagrante por roubo com retenção de vítima. 

Bastante assustado com o sequestro relâmpago, o taxista, que não quis se identificar, afirmou que começará a pensar em mudar de profissão. "Não tenho ideia do que pretendiam fazer comigo. Me ameaçaram o tempo todo. Foi assustador. Acho que vou voltar para o comércio", comentou a vítima, se referindo ao antigo trabalho. 

Fonte: