A divisão social por classe profissional no Brasil

Apesar de ser recorrente, o preconceito social com classes profissionais consideradas inferiores, não será um grupo político que mudará isso e sim a educação familiar.



Outro dia estava conversando com um funcionário de empresa de coleta de lixo na cidade onde moro, e ele estava muito chateado por ser constrangido por pessoas que o chamam de lixeiro. Ele teve outras profissões no passado, e como hoje a idade já avançou não vê muitas oportunidades de trabalhar em outro ramo. Conversei com ele a respeito do comportamento da sociedade que hipocritamente despreza profissionais de outras profissões que julgam pertencer a uma classe social de pessoas sem cultura, de pouca inteligência e capacidade profissional. Ele entendeu e se sentiu melhor, não querendo entrar em detalhes sobre nossa conversa com vocês aqui.

Mas você já parou pra pensar sobre as pessoas que varrem o chão nas ruas, que trabalham como agentes de limpeza nas empresas, recolhem o lixo que a cidade e empresas produzem, que ficam nas portarias e vigilância privada e até mesmo policiais? Existem pessoas e não são poucas que ignoram e desprezam essas e outras categorias profissionais, pela pura ignorância a que foram ensinadas pela educação fraca de sua família.

Se pararmos pra analisar, se todas essas profissões deixarem de existir os banheiros das empresas e piso se tornariam chiqueiros, se o lixo não for recolhido viveríamos em cidades tomadas por ratos, baratas, escorpiões e todo tipo de bicho asqueroso que se possa imaginar, e a segurança estaria nas mãos de criminosos e não do Estado. 

As profissões terceirizadas fazem parte de um grupo que sofre com discriminação social nas empresas, devido a falta de educação de alguns grupos que se sentem superiores, assim como alguns orgânicos que trabalham em profissões semelhantes, mas que também são vistos como pessoas inferiores. A falta de educação familiar adequada sugere que, as pessoas que não fazem parte de um grupo profissional elitizado não são dignas de respeito, e que essas profissões onde se ganha uma remuneração inferior não é digna.

Mas engana-se que pensa assim, nossa sociedade é doente e precisa melhorar muito pra se tornar justa. Não existe profissão indigna, o que existe é comportamento indigno, que não denigre a classe profissional a que pertence. Pense nisso se tiver algum desses comportamentos estúpidos para com outras pessoas, e se você se sente infeliz por trabalhar em uma profissão das citadas acima, não fique assim, pois a dignidade de uma pessoa está em seu caráter e não em sua profissão.

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Everton Soares