sábado, 18 de janeiro de 2014

Marta é condenada por improbidade e tem direitos políticos suspensos

Ex-prefeita de São Paulo foi denunciada por irregularidades em contrato de R$ 176 mil com ONG para promover ações de educação sexual;


Lilian Venturini e Luciano Bottini Filho - O Estado de S. Paulo
A ex-prefeita Marta Suplicy (PT) foi condenada pela Justiça de São Paulo por improbidade administrativa em razão de um contrato firmado sem licitação, durante sua gestão na Prefeitura de São Paulo (2001-2004). Em decisão de primeira instância, o Juiz Alexandre Jorge Carneiro da Cunha Filho, da 1ª Vara de Fazenda Pública, condenou a ex-prefeita a suspensão dos direitos políticos por três anos e ao pagamento de multa no valor de 50 vezes a sua remuneração como prefeita.
Ex-prefeita de São Paulo vai recorrer de condenação, sua segunda envolvendo a ONG - Ed Ferreira/Estadão
Ed Ferreira/Estadão
Ex-prefeita de São Paulo vai recorrer de condenação, sua segunda envolvendo a ONG
Na decisão, da última quarta-feira, 9, o Justiça acatou a denúncia do Ministério Público de São Paulo, que apontou irregularidades na contratação, em 2002, de uma ONG para assessorar o desenvolvimento de ações referentes a planejamento familiar, métodos contraceptivos, questões de sexualidade nas subprefeituras de Cidade Ademar e Cidade Tiradentes. O juiz estende a condenação também a então secretária de Educação Maria Aparecida Perez. A defesa de Marta Suplicy informou que vai recorrer, já que contrato semelhante foi considerado legítimo pela Justiça (leia abaixo). A defesa de Maria Aparecida não foi encontrada para comentar o caso.
De acordo com a promotoria, o contrato de R$ 176,7 mil com o Grupo de Trabalho e Pesquisa de Orientação Sexual (GTPOS) é irregular por ter sido firmado sem a realização de licitação. A secretaria teria desconsiderado também os requisitos necessários para a dispensa da pesquisa de preços. "Houve infração do princípio da moralidade, já que a ré Marta Suplicy, prefeita de São Paulo à época da celebração do contrato, era intimamente ligada à entidade contratada", acrescenta o juiz na sentença, de novembro de 2013.
Na ocasião da denúncia, os advogados de Marta Suplicy e da secretária de Educação defenderam a legalidade do contrato. Sustentaram ainda que os serviços foram devidamente prestados pela ONG.
Para o juiz, no entanto, o serviço poderia ser realizado por outras empresas, o que indica a necessidade da realização de consulta de interessados ou de pesquisa de preços, como prevê a lei de licitações. "A ausência de tal consulta, no caso, implicou a violação ao princípio da isonomia, que deve pautar a relação entre particulares prestadores de serviço e o Poder Público com o qual pretendem contratar, além da impessoalidade, já que a entidade contemplada com o contrato questionado fora fundada pela chefe do Executivo em cujo mandato se deu a celebração do respectivo instrumento."
O juiz destacou também o fato de Marta Suplicy ter sido sócia fundadora da GTPOS e, por essa razão, infringir o critério de imparcialidade exigido nesse tipo de contrato. Ele ressalta, porém, que não se verificou indícios de prejuízos aos cofres públicos e os réus não serão condenados a ressarcir o governo municipal. "Por outro lado, ressalvo que a ausência de comprovação de dano ao erário não afasta a configuração de ato de improbidade administrativa", afirma.
A ONG, por sua vez, foi condenada a pagamento de multa no valor de 10% do valor do contrato original e fica proibida de firmar contratos com o poder público ou receber incentivos fiscais por três anos. De acordo com a defesa da GTPOS, que vai recorrer da decisão, a licitação era dispensável em razão da natureza do serviço prestado e pelo fato de a ONG ser entidade sem fins lucrativos, condições previstas na legislação.
Segundo caso. A contratação da mesma organização já foi alvo de outra denúncia do Ministério Público, também envolvendo Marta Suplicy e Maria Aparecida Perez. A petista e a ex-secretária chegaram a ser condenadas por improbidade, mas foram absolvidas em segunda instância, em junho de 2011. O MP questionou a ausência de licitação para um contrato de R$ 2,029 milhões, mas a dispensa foi considerada correta.
Fonte: ESTADÃO

Bando desvia R$ 73 mi da Mega-Sena, a maior fraude da história da Caixa

Operação da PF foi deflagrada em três Estados; segundo o banco, 70% do dinheiro já foi recuperado


Andreza Matais - O Estado de S. Paulo 
BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu neste sábado, 18, em Estreito (MA), o suplente de deputado federal Ernesto Vieira Carvalho Neto, suspeito de integrar uma quadrilha que teria desviado R$ 73 milhões da Mega Sena, jogo de loteria da Caixa Econômica Federal. Uma operação contra o suposto esquema foi deflagrada pela Polícia Federal.
O banco relatou à PF que se trata da maior fraude já sofrida em toda sua história.O dinheiro do "falso prêmio" foi depositado em uma conta bancária aberta no fim do ano passado em Tocantinópolis (TO) no nome de uma pessoa fictícia. Em seguida, o dinheiro foi transferido para diversas contas.
Ernesto Vieira Carvalho Neto disputou a vaga de deputado em 2010 pelo PMDB do Maranhão na chapa da governadora Roseana Sarney (PMDB).
Segundo os investigadores relataram ao Estado, ele teria comprado um avião com o dinheiro desviado da Caixa e teria a intenção de usá-lo numa fuga. A PF não informou os nomes de nenhum dos envolvidos.
Conforme relatos, houve perseguição em alguns locais com pistas falsas sobre o paradeiro dos envolvidos. A Justiça também autorizou o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a prestar depoimento e liberada em seguida) nos Estados de Goiás, Maranhão e São Paulo.
Já foram recuperados 70% dos valores desviados, informou a PF. O gerente da agência onde a conta foi aberta está preso antes da operação batizada de Éskhara (que significa crosta deferida, casca) ser deflagrada. A PF não informou se ele colaborou com a investigação.
Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, receptação majorada, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 29 anos de prisão.
A PF informou que as investigações prosseguem porque há a possibilidade de existirem outros fraudadores. O Estado apurou que a PF, que trabalhou em parceria com o Ministério Público do Tocantins, não tinha a intenção de deflagrar a operação já neste sábado, mas antecipou pra evitar vazamento de informação.
A Caixa divulgou nota na qual informa que foi o banco quem comunicou à PF sobre a fraude. "Em relação à operação Éskhara da Polícia Federal, a Caixa Econômica Federal informa que acionou a polícia logo que constatou a fraude. O banco continua acompanhando o caso e está à disposição da PF para colaborar com as investigações."
A operação da PF ocorre no momento em que a Caixa tenta abafar uma crise após a revelação pela revista IstoÉ de que se apropriou de R$ 719 milhões de saldos de contas bancárias de clientes que foram encerradas por iniciativa do banco.
Fonte:  ESTADÃO

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Polícia Militar vai administrar dez escolas públicas do estado de Goiás

A nova administração é uma forma de combater a violência na sala de aula.
Os pais dos alunos terão de pagar por essa mudança no ensino.

Fred Ferreira
Brasília, DF


A Secretaria de Educação de Goiás decidiu colocar a Polícia Militar para administrar dez escolas públicas, como forma de combater a violência na sala de aula. Os pais dos alunos terão de pagar por isso.

A reforma é geral no Colégio Fernando Pessoa, na cidade Goiana de Valparaíso, a 40 quilometros de Brasília. A partir da próxima semana, a escola será administrada pela Polícia Militar de Goiás.

O diretor será um policial com formação em pedagogia. PMs darão aulas de Educação Física e exigir disciplina dos mais de 200 alunos. As demais matérias continuarão a ser dadas por professores da rede estadual. Valparaíso tem altos índices de violência e os alunos já presenciaram até assassinato em sala de aula.

Em nota, a Secretaria de Educação de Goiás diz que a criação dos colégios é uma medida de segurança preventiva da mais alta eficácia.
Alguns pais apoiam a mudança, como a secretária Rosana Godoy. “Eu estou trazendo meu filho pra cá porque estou apostando no ensino, na segurança, pela disciplina que tem”.
Os alunos vão ter de usar quatro uniformes diferentes e sapatos específicos. Todos são comprados fora da escola e os pais já fizeram as contas. Para vestirem os filhos, vão ter de desembolsar entre R$ 500 e R$ 600. Valor que não cabe no orçamento de algumas famílias.
Os pais também vão ter de pagar R$ 100 de matrícula, R$ 50 de mensalidade e comprar dois livros, que custam R$ 300. Na prática, a escola, antes gratuita, passará a custar pelo menos R$ 1.500 por ano.

Desempregado, o pai de uma das alunas diz que vai tirar a filha da escola. “Eu não tenho condições. Como fica para alguém sem emprego?”.
A Secretaria de Educação de Goiás garante que quem não puder pagar terá vaga garantida em outra escola pública e de graça.

Fonte: Globo.com

NSA vê por dia 200 milhões de SMS, diz jornal

Presidente americano deve anunciar hoje limites para a espionagem e levar debate ao Congresso


Cláudia Trevisan, correspondente em Washington, com EFE - O Estado de S. Paulo
LONDRES - A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) coleta diariamente quase 200 milhões de mensagens de texto (SMS) enviadas por telefones celulares, utilizando-as para descobrir localizações, redes de contato e dados de cartões de crédito dos espionados. As informações foram publicadas ontem no site do jornal The Guardian, com base em informações do ex-agente de inteligência americano Edward Snowden.
Grupo de ‘consultores’ instituído por Obama recomendou mais limites à NSA - Shawn Thew/EFE
Shawn Thew/EFE
Grupo de ‘consultores’ instituído por Obama recomendou mais limites à NSA
Segundo a reportagem - feita conjuntamente com o TV Channel 4 News, com base em documentos secretos fornecidos por Snowden -, o serviço de espionagem do país europeu utilizou os dados da NSA relativos a moradores da Grã-Bretanha.
Hoje, a reforma do sistema de espionagem dos EUA será divulgada pelo presidente Barack Obama, que tentará conciliar a busca de segurança com o direito à privacidade e aplacar o descontentamento de líderes e cidadãos estrangeiros submetidos à vigilância da NSA - entre os quais, está a presidente Dilma Rousseff.
Obama deverá estabelecer critérios mais rigorosos para a espionagem de governantes estrangeiros, mas é pouco provável que ofereça garantia de que ela não ocorrerá. Também deverá prometer a aplicação aos estrangeiros de alguns dos direitos de privacidade respeitados no monitoramento de cidadãos americanos.
Apesar da enorme expectativa, Obama deverá deixar algumas das decisões mais importantes nas mãos do Congresso. Entre elas, a relativa a um dos mais controvertidos programas de espionagem: a coleta em massa de "metadados" telefônicos, que informam números de origem e destino das ligações e duração das chamadas.
O grupo de especialistas nomeados por Obama para revisar a atuação da NSA recomendou o fim do recolhimento indiscriminado de dados telefônicos e sugeriu que essas informações passem a ser armazenadas por entidades privadas e sejam acessadas pela NSA em casos específicos. Segundo o New York Times, essa sugestão tende a ser rejeitada por Obama.
A eventual manutenção dos metadados nas mãos da NSA foi criticada pela American Civil Liberties Union, entidade que está entre as principais defensoras da privacidade.
"O discurso do presidente Obama vai não apenas determinar a direção das políticas e programas de segurança nacional, mas também definir o seu legado de liberdades civis", disse em nota o diretor-executivo da entidade, Anthony Romero. "Se o discurso estiver na linha do que vem sendo reportado, o presidente vai passar para a história por ter mantido e defendido programas de vigilância de George W. Bush, em vez de reformá-los", acrescentou.
Fonte:  ESTADÃO

Sem-teto pegam carona em 'rolezinho' e fecham shoppings

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto se infiltrou no "rolezinho" convocado pela internet; dois shoppings na Zona Sul fecharam as portas

Mariana Zylberkan
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MTST protesta em frente ao Shopping Jardim Sul
MTST protesta em frente ao Shopping Jardim Sul - Mariana Zylberkan/VEJA

Conhecidos por interditar ruas e avenidas da cidade de São Paulo, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) pegou carona nos chamados "rolezinhos" nesta quinta-feira e levou ao fechamento de dois shoppings da Zona Sul da capital, por volta das 17 horas. Com os estabelecimentos fechados, os sem-teto saíram em passeata bloqueando vias.
No Shopping Jardim Sul, o clima era de tensão desde o início da tarde. Lojistas reclamavam que a ameaça de um "rolezinho" afastou o público. Por volta das 17h30, uma falha na iluminação deixou o shopping às escuras. Os lojistas correram para fechar as portas. Em seguida, seguranças lacraram as portas de vidro e não permitiram a entrada de ninguém – apenas a saída. A assessoria do shopping afirmou que o fechamento das portas estava previsto para conter o ato, convocado no Facebook pelos sem-teto.
A marcha comandada pelo MTST ainda estava concentrada no Terminal João Dias, localizado a cerca de três quilômetros do Shopping Jardim Sul, quando foi deflagrada a correria para fechar as lojas. Meia hora depois, o protesto formado por 300 pessoas fechou o trânsito na avenida Giovanni Gronchi no quarteirão ocupado pelo shopping. Provocações aos seguranças se misturavam a palavras de ordem contra o racismo. Uma faixa com os dizeres "rolezão popular contra o preconceito" era carregava à frente da marcha. 
Manifestantes se lamentaram ao encontrar as portas fechadas. "Não é hoje que vou comprar meu tênis de mil reais", disse um deles. Um princípio de confusão foi registrado quando um grupo munido com bandeiras e cornetas subiu as escadas que levam às portas de vidro. Os seguranças tentaram expulsá-los e houve empurra-empurra.
Estarrecidos, frequentadores observavam o protesto pelas portas de vidro. "Vim comprar um presente e levei um susto com essa confusão", diz Jessica Santana, de 31 anos, com a filha Aline, de 7 anos, agarrada em sua perna, amedrontada. 
No Shopping Campo Limpo, segundo alvo do protesto do MTST, a entrada foi bloqueada a partir das 17 horas. O centro comercial obteve uma liminar na Justiça para impedir o "rolezinho". "Não se trata de 'via pública', não se constituindo local próprio e apropriado ao exercício do direito de liberdade de reunião e manifestação", escreveu o juiz Nélson Ricardo Casalleiro da 7ª Vara Cível da Comarca de São Paulo. O centro comercial só voltou a abrir as portas por volta das 20h. 
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego, os manifestantes fecharam os dois sentidos da Estrada de Itapecerica da Serra, na Zona Sul, por volta das 18h30, e seguiram em marcha pela Avenida Giovanni Gronchi.
Intermediação - O Ministério Público de São Paulo anunciou nesta quinta-feira que irá intervir nos "rolezinhos". "As Promotorias de Justiça, de forma articulada, adotarão ações concretas e coordenadas de mediação da questão, buscando compatibilizar harmoniosamente as liberdades fundamentais daqueles que pretendam ingressar nos centros comercias, os direitos do consumidor", disse o MP por meio de nota oficial. 
O documento também informa que o Ministério Público se reuniu com diversas entidades nesta quinta-feira para debater o assunto. 
Fonte:  REVISTA VEJA

Neurociência - Consumo de álcool pode acelerar perda de memória

Resultado foi encontrado em homens de meia-idade que ingeriam mais de duas doses diárias de bebidas alcoólicas

Álcool: consumo excessivo da substância pode provocar prejuízo de memória equivalente a até seis anos de envelhecimento
Álcool: consumo excessivo da substância pode provocar prejuízo de memória equivalente a até seis anos de envelhecimento (Thinkstock)
Os homens de meia-idade que consomem mais de duas doses de bebida alcoólica por dia podem acelerar a perda de memória em até seis anos, revela um estudo publicado no periódicoNeurology.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Alcohol consumption and cognitive decline in early old age

Onde foi divulgada: periódico Neurology

Quem fez: Séverine Sabia, Alexis Elbaz, Annie Britton, Steven Bell, Aline Dugravot, Martin Shipley, Mika Kivimaki e Archana Singh-Manoux

Instituição: University College London, na Inglaterra, e outras

Resultado: O consumo de mais de duas doses de bebida alcoólica por dia pode acelerar a perda de memória em homens de meia-idade
Mais de 5.000 homens de meia-idade (de 44 a 69 anos) participaram do estudo. Eles responderam perguntas sobre seus hábitos de consumo alcoólico em três ocasiões, durante um intervalo de dez anos. Também foram submetidos a testes cognitivos e de memória, repetidos duas vezes nos dez anos seguintes.
"Nosso estudo sugere que beber em alta quantidade está associado a uma queda mais rápida de todas as áreas da função cognitiva nos homens", afirma Severine Sabia, pesquisadora da University College London e uma das autoras do estudo.
Não houve diferenças em perda de memória entre os homens que não bebiam e os que tomavam menos de duas doses (cerca de 20 gramas de álcool) por dia. Acima dessa quantidade, as habilidades mentais dos participantes começaram a declinar de forma mais rápida. Os homens que bebiam 36 gramas de álcool ou mais diariamente – cerca de duas latas e meia de cerveja – tiveram quedas mais acentuadas em sua memória e nas funções cerebrais, podendo chegar a um prejuízo equivalente ao envelhecimento de seis anos.
(Com Agência France-Presse)
Fonte:  REVISTA VEJA

Ônibus ainda desobedecem sinal vermelho na saída de terminal em Sorocaba

Presença de policiais militares no local inibe prática e avanço sobre faixa de pedestres
Presença de policiais inibe a invasão de faixa de pedestres - PEDRO NEGRÃO


     Leandro Nogueira
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br 

Uma parte dos ônibus urbanos que sai do terminal Santo Antônio continua ignorando o semáforo vermelho para ingressar à direita na avenida Dr. Afonso Vergueiro, conforme constatado por volta das 17h30 de ontem pelo Cruzeiro do Sul. Hora esperam o semáforo abrir para fazer essa mesma manobra, hora não. Pela manhã, à obediência ao semáforo era mais constante. À tarde, ao menos dois ônibus entraram à direita com o farol vermelho: um antes da orientação de policiais militares e outro depois que os militares deixaram o local. 

Ao ser consultado por fiscais do transporte coletivo, por volta das 17h45 de ontem, um dos policiais que estava em patrulhamento no terminal opinou que os ônibus não poderiam invadir a faixa de pedestres com o sinal fechado. Os policiais estavam em uma viatura com a inscrição "trânsito", mas a serviço da Prefeitura, já que atuavam contratados pelo convênio Atividade Delegada. Diante da informação dos policiais, enquanto o semáforo estava fechado os ônibus aguardavam antes da faixa de segurança, garantindo a tranquilidade dos pedestres que passavam. 

Uma equipe de fiscais do terminal disse que há anos os ônibus entram à direita com o sinal vermelho, mas a presença dos policiais os deixou em dúvida se poderia haver multas. Assim que a viatura da Polícia Militar deixou o local, às 17h52, um único ônibus transpôs a faixa de pedestres com o farol vermelho. Até às 18h15, enquanto a reportagem permaneceu no terminal, os motoristas continuavam parando antes da faixa. Durante a manhã de ontem chegou a formar uma fila no interior do terminal devido à obediência ao semáforo. 

Na noite do último sábado, dia 11, um ônibus que deixava o terminal para ingressar na avenida Afonso Vergueiro à direita, apesar do sinal vermelho, atropelou e matou na hora a recepcionista Débora Aparecida Ferreira, 39 anos. O motorista disse à polícia que é de praxe os condutores ignorarem o semáforo para virar à direita. Dois dias depois, o presidente da Urbes, Renato Gianolla, afirmou haver orientação para os condutores agirem dessa forma. "O motorista tem razão quando diz que pode entrar. Ele não está entrando no vermelho, tem autorização para fazer uma direita livre", informou Gianolla à rádio Cruzeiro FM. 

Para o técnico eletrônico José Carlos de Sousa Campos, de 40 anos, ficou claro o descuido do motorista ao sair do terminal. "Minha esposa está tirando a carteira de habilitação e eu sempre digo a ela: é preciso olhar por você e pelos outros, tentar descobrir qual vai ser a atitude das pessoas que estão próximas a você no trânsito", ressalta. 

Já a vendedora Mayra Stuchi, 18 anos, relata que tem dificuldades em prestar atenção no trânsito, pois costuma usar o celular enquanto caminha pela rua. "Já fui atropelada por um carro, andando distraída pela rua. Estou sempre utilizando meu celular e por isso não consigo prestar muita atenção ao que está em minha volta", conta. 

José Medeiros, de 53 anos, relata que tem dificuldades em atravessar a faixa naquela saída do terminal, pois o fluxo de ônibus ali é grande. "Quando o ônibus invade a faixa de pedestres, tenho que dar a volta por trás, entrando no terminal", afirma ele. (colaborou Guilerme Maganhato)

Prefeitura assume gestão e controle da Santa Casa de Sorocaba

Conselho gestor terá 90 dias para definir organização social (OS) que irá administrar hospital
Pannunzio vai complementar repasse para manutenção da Santa Casa - Fábio Rogério


     Carlos Araújo
carlos.araujo@jcruzeiro.com.br

O prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) aplicou ontem um "remédio amargo" (expressão usada por ele) na crise da Santa Casa de Sorocaba. A partir da próxima segunda-feira, a Prefeitura assumirá a gestão das instalações, equipamentos e pessoal de toda a Santa Casa, o que inclui o Pronto-Socorro. O plano de saúde da instituição, denominado Santa Casa Saúde, não está incluído neste novo modelo de gestão. Pannunzio nomeou um conselho de gestão para o controle da Santa Casa e seus membros terão 90 dias (prorrogáveis por mais 90) para definir uma Organização Social (OS) que irá administrar todo o hospital.

O anúncio foi feito em entrevista coletiva às 18h05, na Prefeitura, após reunião entre Pannunzio e os diretores da Santa Casa. Ao sair da reunião, o provedor da Santa Casa, José Antonio Fasiaben, disse apenas: "A Prefeitura está requisitando o hospital." O diretor administrativo de relacionamento com cliente da Santa Casa, Newton Tomio Miyashita, solicitado a comentar a decisão do prefeito, disse que todas as informações serão dadas a partir de reunião que será realizada hoje pela manhã (em horário não definido até ontem à noite) entre a provedoria e a diretoria da instituição.

A medida foi anunciada por Pannunzio dois dias após uma greve de dois dias (segunda e terça-feira) dos funcionários da Santa Casa, por atraso de pagamento de parte dos salários de dezembro de 2013. A greve terminou depois que a Prefeitura antecipou R$ 903 mil para o pagamento dos salários.O prefeito assinou o decreto número 20.952 com validade de um ano.

O documento declarou situação de emergência no Sistema Municipal de Saúde e determinou a requisição dos bens, equipamentos, serviços, móveis e utensílios pertencentes à Santa Casa. Pannunzio explicou que o termo "requisição" foi adotado para que, legalmente, a Prefeitura assuma a responsabilidade pela Santa Casa a partir de segunda-feira. A medida, acrescentou, não é uma intervenção, pois essa alternativa significaria assumir pendências como uma dívida de R$ 50 milhões da Santa Casa. "Recebemos os relatórios das auditorias realizadas não só pela equipe da Secretaria Municipal da Saúde, mas também pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) e pelo Departamento Regional de Saúde (DRS-16)", disse Pannunzio. "Todos estes fatores nos levaram a estabelecer a convicção de que não haveria outra alternativa para resolver esse impasse, que perdura por anos no hospital", 

Quanto aos recursos que serão necessários para o novo modelo de gestão, Pannunzio levou em conta o que a Santa Casa recebe atualmente: cerca de R$ 5 milhões por mês, sendo R$ 2 milhões da Prefeitura e R$ 3 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse montante continuará sendo repassado, mas Pannunzio adiantou que é provável que tenha que repassar recursos adicionais, mas ainda não sabe quanto. O chefe do conselho gestor foi nomeado pelo prefeito, mas seu nome não foi divulgado.

De acordo com Pannunzio, o plano de saúde continua a existir e pertence à Irmandade da Santa Casa. Segundo ele, o plano poderá comprar os serviços da Santa Casa ou de outro hospital. Disse que pessoas internadas por meio desse plano continuarão recebendo o tratamento. O presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (SinSaúde), Milton Carlos Sanches, avaliou a medida do prefeito: "É a melhor coisa que poderia acontecer, porque senão dia 20 (os funcionários) poderiam parar de novo por falta de pagamento."

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Dinamarquesa e alemã são vítimas de estupro na Índia

Turista dinamarquesa de 51 anos foi violentada e roubada por oito homens. Alemã de 18 anos foi vítima de violência sexual dentro de um trem

Manifestantes gritam após a condenação de quatro homens pelo estupro e assassinato de uma estudante indiana em um ônibus em dezembro passado. A condenação provocou aplausos dentro do tribunal de Saket em Nova Delhi, na Índia
Manifestantes gritam após a condenação de quatro homens pelo estupro e assassinato de uma estudante indiana em um ônibus em dezembro passado (Manan Vatsyayana/AFP )
Uma turista dinamarquesa denunciou que foi estuprada por oito homens em Nova Délhi, enquanto uma voluntária alemã também apresentou uma denúncia por agressão sexual em um trem no sul da Índia, informou nesta quarta-feira a polícia indiana. Ambas tiveram suas identidades preservadas pela polícia. A mulher dinamarquesa, de 51 anos, denunciou que foi agredida, roubada e estuprada na terça-feira por um grupo de oito homens no centro da capital indiana, disseram fontes policiais à emissora NDTV.
Segundo o relato da turista, um grupo de homens a levou para um local isolado onde a estupraram depois que ela havia pedido informações aos mesmos sobre a localização de seu hotel, após se perder na zona comercial de Connaught Place, no coração de Nova Délhi. Os agressores também levaram dinheiro e um tablet. Após a violência sexual, a dinamarquesa conseguiu chegar ao hotel na área de Paharganj, uma região frequentada por mochileiros e turistas. O próprio diretor do hotel chamou à polícia para denunciar o caso.

Alemã – Em outro caso parecido, uma voluntária alemã de 18 anos denunciou que foi estuprada em um trem que se dirigia à cidade de Chennai, no estado de Tamil Nadu, no sul do país. De acordo com as fontes policiais citadas pela NDTV, o estupro ocorreu na noite do dia 10 de janeiro quando a jovem dormia, mas ela não denunciou os fatos até a última segunda-feira. Nesta terça-feira, as forças de segurança detiveram um suspeito relacionado com o caso. “Detivemos um homem acusado de estupro. A jovem necessitou de vários dias para criar coragem e informar à polícia”, disse nesta quarta-feira à NDTV a inspetora geral de polícia de Chennai, Seema Agarwal.
Nos últimos meses, foram divulgados vários casos de agressões sexuais contra mulheres estrangeiras na Índia. No ano passado, uma jovem irlandesa de 21 anos que realizava trabalho humanitário em Calcutá foi dopada e estuprada por um empresário local. Em meados de março desse mesmo ano, uma turista suíça sofreu abuso de seis homens. Também em março, uma jovem britânica se jogou pela janela do hotel para escapar do assédio de funcionários do estabelecimento. Em dezembro, o homem que estuprou uma espanhola em novembro de 2012 na cidade de Bombaim foi condenado à prisão perpétua por um tribunal.
O estupro coletivo de uma jovem indiana em dezembro de 2012 gerou um debate sem precedentes sobre a situação da mulher no país e levou o Parlamento Nacional a aprovar, em março de 2013, uma lei para endurecer as penas contra agressores sexuais.
(Com agência EFE)
Fonte: REVISTA VEJA

Shoppings estão em estado de alerta

A intenção é evitar que as invasões e agitações provoquem tumultos e incômodos para os consumidores
No Shopping Interlagos, na Capital, policiais militares tentam conter tumulto - AE


     Giuliano Bonamim
giuliano.bonamim@jcruzeiro.com.br 

As administrações dos shoppings centers de Sorocaba estão atentas com os "rolezinhos". O termo designa um encontro de dezenas de jovens nesses centros comerciais, a maior parte deles moradores de áreas periféricas da cidade. A atividade surgiu em São Paulo e geralmente a convocação dos participantes ocorre em páginas criadas no Facebook. 

O Pátio Cianê Shopping, em nota, diz ter sido concebido como um espaço democrático, que valoriza a história e cultura local e confirma a adoção de medidas de segurança preventivas. A ideia é "evitar atos de imprudência e incômodo aos frequentadores". 

O estabelecimento, situado ao lado do Terminal Santo Antônio, foi questionado sobre quais são essas medidas preventivas e se o shopping pretende entrar com uma liminar na Justiça para impedir o "rolezinho" no local. A assessoria de imprensa do Pátio Cianê respondeu que, "por questão de segurança, não será possível atender a solicitação". 

No dia 27 de dezembro ocorreu uma briga no shopping. A empresária Rosália Fragetti, 35 anos, estava no local e presenciou o confronto que envolveu aproximadamente 30 jovens. "O tumulto começou muito rápido. Fiquei com o pé machucado e a minha filha de três anos levou uma cotovelada no rosto. Só deu tempo de pegá-la no colo e sair correndo", diz. Ela não soube informar se a confusão fez parte dos chamados "rolezinhos". 

O Shopping Cidade Sorocaba, situado na zona norte, comenta por meio da assessoria de imprensa que "não foi palco de ações do gênero". Na época, por conta desses eventos, ocorridos em diferentes partes do país, como medida preventiva, o complexo reforçou a segurança, principalmente aos finais de semana. 

O estudante Stephen (ele preferiu não fornecer o sobrenome), 14, diz ter sido abordado em 5 de janeiro por seguranças na entrada do Shopping Cidade Sorocaba. "Eles me pediram a carteira de identidade. Falaram que a administração do local solicitava o documento por medida de segurança", conta. 

Na ocasião, Stephen foi ao shopping para comprar um livro. "Sorte que eu estava com o RG, senão teria perdido a viagem", diz. Ele usava uma camiseta preta da banda de country rock californiana Creedence Clearwater Revival. "Não vi eles barrarem outras pessoas, mas uns dias depois eu voltei e ninguém me pediu o documento", relata Stephen. 

A gerente administrativa do Villàggio Shopping, Valéria de Almeida, diz que o local ainda não teve problemas relacionados com os "rolezinhos". "Mas estamos atentos, pois o intuito de qualquer shopping não é impedir a presença de pessoas. A preocupação é preservar quem está dentro do shopping para se divertir, comer e consumir." 

Já o Shopping Center Iguatemi Esplanada, em nota, comenta "ter como procedimento padrão atuar para garantir a segurança e a tranquilidade de seus clientes, lojistas e colaboradores visando conforto nas compras, lazer, cultura e entretenimento". No Facebook é possível encontrar uma página de convocação para um "rolezinho", mas que não ocorreu em 29 de dezembro do ano passado. O texto, na íntegra e sem correções gramaticais, diz: "Ultimo rolezinho de 2013? vamo q vamo 28/ 29, e para tirar mts com amigos e amigas i pá ! vamos tumultuar esperamos geral na entrada principal do esplanada e vamos andar até o o estacionamento iguatemi, bora? vou encostar cm nargule e pode leva". 

Novos "rolezinhos" em Sorocaba também estão agendados nas mídias sociais. Um deles pode ocorrer no Villàggio Shopping, no próximo sábado. Até ontem, 82 pessoas haviam confirmado presença. 

Especialistas falam sobre o fenômeno 

Os shoppings centers não podem rejeitar a entrada de pessoas em suas dependências. A informação é do presidente da Comissão de Direitos Infantojuvenis da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Estado de São Paulo, Ricardo Cabezón, baseada na Lei de Economia Popular de 1951, que define esses locais como espaços privados com função social de utilidade pública. 

Segundo Cabezón, os proprietários dos shoppings não podem preterir ou preferir freguês. "Essa previsão estava na Lei de Economia Popular, ainda está em vigor e é ratificada pela legislação que trata dos crimes contra as relações de consumo", conta. 

Na opinião de Cabezón, a questão dos "rolezinhos" não é muito simples. "É uma questão comportamental. O jovem gosta de aventura. Para ele, se a turma vai se reunir em algum lugar, curtir outras pessoas, melhor ainda." 

Para o advogado, nesses movimentos, como em qualquer outra aglomeração, sempre têm pessoas de boa e má índole. "Não quer dizer que o "rolezinho" é criminoso. É um movimento onde se cometem excessos e se praticam coisas que sozinha a pessoa não faria", diz. 

Cabezón diz que o Estado precisa oferecer lugares para as pessoas terem esses encontros. "Mas não basta abrir em um canto da periferia. O jovem quer um lugar agradável, que acolha essas pessoas", relata. 

Outro ponto citado pelo advogado é a questão da segurança. "Temos o direito de ir e vir, de manifestação do nosso pensamento, mas esses nossos direitos não podem afrontar os dos outros. Quando eu entro em um shopping e só penso em mim, ouvindo música em alto volume ou causando um tumulto, estou perturbando a ordem pública", completa. 

O promotor da Infância e Juventude de Sorocaba, Antônio Domingues Farto Neto, diz que o que regulamenta o acesso de crianças e adolescentes em locais públicos é uma portaria da Vara da Infância e da Juventude. "Eu quero crer que não haja essa restrição aos shoppings centers e acho muito difícil a concessão de uma liminar pela Vara da Infância e da Juventude restringindo esse acesso com a obrigação de os jovens estarem acompanhados de seus responsáveis", conta. 

O que incumbe a Vara da Infância e da Juventude é proteger as crianças e adolescentes para que ela não vá em um espetáculo público que comprometa a sua formação moral. "Agora, como dizer que um shopping center é um lugar impróprio para o adolescente? Isso não se confunde com a prática do ato infracional. O adolescente que depredar algum lugar, pichar, estragar uma área pública ou privada, pode responder pelo ato infracional. Essa restrição infracional existe independente da portaria do juiz", completa Farto Neto. 

Já o pesquisador Rafael Alcadipani, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, acrescenta que os participantes dos chamados "rolezinhos" geralmente são jovens das periferias das cidades. "Percebo que é um movimento um pouco político para tentar mostrar a falta de acesso a bens de consumo e culturais", conta. 

Alcadipani relata que esses jovens também buscam uma forma de se expressar em um um ambiente onde não costumam ter acesso. "Percebo um momento de ascensão social no país novamente. Isso tem sido bem nítido com os "rolezinhos"", diz. (G.B.) 

Cartolas preferem ver a Copa do Mundo no Brasil de longe

Com medo de protestos nas ruas, dirigentes da Fifa e presidentes de federações não ficarão no País

Jamil Chade - Correspondente - O Estado de S. Paulo
GENEBRA - A "Família Fifa" não vai permanecer no Brasil durante a Copa do Mundo. O Estado apurou com exclusividade que dezenas de cartolas da entidade, presidentes de federações e dirigentes já decidiram que não vão ficar durante todo o mês do Mundial no País por questões de segurança. Eles temem a repetição dos protestos ocorridos durante a Copa das Confederações em 2013, e estão sendo aconselhados pela Fifa a ficar pouco tempo em território brasileiro.

Copa das Confederações foi marcada por protestos - Ed Ferreira/Estadão - 15/6/2013
Ed Ferreira/Estadão - 15/6/2013
Copa das Confederações foi marcada por protestos
Os cartolas chegarão a São Paulo dias antes do Mundial para o Congresso Anual da Fifa. Depois, deixarão o Brasil e voltarão eventualmente apenas para a final.
Durante a Copa das Confederações, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, deixou o Brasil justificando que precisava também acompanhar o Mundial Sub-20 na Turquia. Mas a saída foi vista como uma atitude do cartola de desagrado com a maneira como o governo estava lidando com a crise.
Desta vez, Blatter permanecerá no Brasil, assim como o secretário-geral Jérôme Valcke. Mas cartolas centro-americanos e da América do Norte confirmaram ao Estado que devem voltar a seus países logo depois do Congresso da Fifa e da abertura da Copa. Dirigentes de outras partes do mundo devem tomar a mesma atitude. "Os protestos são uma grande ameaça", disse um dos mais altos funcionários responsáveis pela segurança na Fifa. "Estamos muito preocupados."
Durante a Copa das Confederações, carros da Fifa tiveram suas identidades retiradas para não serem identificados pelos manifestantes. No hotel que servia de quartel-general da entidade no Rio, as bandeiras da Fifa foram também retiradas.
Para 2014, a Fifa, governo, patrocinadores e parceiros comerciais da Copa do Mundo já preparam um plano de contingência caso os protestos ganhem proporções alarmantes durante o Mundial. A meta é conseguir que nenhuma partida seja afetada, além de garantir uma proteção extra para a "Família Fifa" e patrocinadores.
O plano está sendo elaborado em Zurique e Brasília, depois que os serviços de inteligência no Brasil informaram ao governo e aos organizadores do evento que protestos para os meses de julho e julho já começam a ser planejados entre ativistas, ONGs e estudantes.
A Fifa já trabalha com o cenário de que os protestos vão ocorrer, mas quer minimizar ao máximo o impacto no evento. Outra preocupação é a presença de torcedores estrangeiros, o que praticamente não existiu na Copa das Confederações. O cenário de pesadelo seria um eventual incidente de violência com um estrangeiro, o que poderia causar um profundo mal-estar na competição.
A estratégia também envolve uma campanha midiática. A ordem na Fifa é afastar a entidade dos problemas domésticos brasileiros e insistir que os protestos não são contra o futebol nem contra o organismo. O presidente Joseph Blatter deu uma indicação de qual será o discurso da Fifa nos próximos cinco meses ao conceder uma entrevista a um jornal suíço há uma semana.
"Nós sabemos que teremos novas manifestações e protestos. Os últimos, na Copa das Confederações, nasceram nas redes sociais. Não tinham objetivo, reivindicações reais. Durante a Copa serão mais concretos, mais estruturados. Mas o futebol será protegido. Não acredito que os brasileiros atacarão o futebol diretamente. No país deles, o futebol é uma religião."
Do lado do governo, existe ainda uma outra preocupação: a segurança de dezenas de chefes de estado, políticos, líderes mundiais e personalidades que irão ao Brasil para a abertura ou encerramento da Copa.
Fonte:  ESTADÃO

Banco Mundial projeta expansão do PIB brasileiro em 2,4%

Relatório da instituição indica que crescimento do país ficará abaixo da média global em 2014 - e será o menor entre os países que compõem o Bric

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: relatório do Banco Mundial prevê crescimento de 2,4%
O ministro da Fazenda, Guido Mantega: relatório do Banco Mundial prevê crescimento de 2,4% (Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)
Relatório do Banco Mundial divulgado nesta terça-feira eleva a previsão de crescimento econômico global pela primeira vez em três anos – e projeta para o Brasil uma das menores expansões de Produto Interno Bruto (PIB) entre os países em desenvolvimento. De acordo com o documento, o PIB global crescerá 3,2% em 2014. Já a projeção de crescimento da economia brasileira ao final deste ano é de 2,4%, menor do que México (3,4%) e Argentina (2,8%). Entre os Brics, o Brasil é o país com menor previsão de expansão do PIB. A China lidera, com 7,7%, seguida por Índia (6,2%), África do Sul e Rússia, ambas com 2,7%. Em 2013, o Banco Mundial acredita que o Brasil tenha registrado crescimento de 2,2%.
Segundo as novas projeções do Banco Mundial, o PIB dos países em desenvolvimento deve avançar 5,3% este ano, contra 4,8% em 2013. O crescimento econômico dos emergentes deve se intensificar este ano, fundamentalmente sob o impulso da China, mas permanecerá a ameaça da "volatilidade" dos fluxos de capital, adverte a instituição em seu relatório.
"A intensificação do crescimento nos países em vias de desenvolvimento está sustentada por uma aceleração nos países ricos e pela continuidade do forte crescimento na China", afirma o documento. A instituição adverte para a persistência de "ventos contrários" que já se manifestaram em 2013, tendo como pano de fundo os temores de um endurecimento da política monetária dos Estados Unidos.
Vários países emergentes, como Brasil e Turquia, se viram abalados por um refluxo de capitais provocado por investidores impacientes por repatriar seu dinheiro para os Estados Unidos, em busca de melhores rendimentos. "As perspectivas de crescimento continuam sob ameaça de ventos contrários provenientes de uma alta das taxas de juros e de uma potencial volatilidade dos fluxos de capital, agora que o Fed (Federal Reserve) começou a reduzir seu apoio monetário em massa", destaca o Banco Mundial.
Desde meados de dezembro, quando o Fed decidiu reduzir sua injeção de liquidez, sua política de saída gradual ocorreu "sem incidentes", destaca o relatório. Mas uma alta "demasiado rápida" das taxas de juros nos países ricos poderia reduzir brutalmente os fluxos de capital que estão irrigando os países emergentes e que permitem financiar seu crescimento.
Segundo o Banco Mundial, estes fluxos poderão ser reduzidos em "mais de 50%" ao longo de vários meses e um cenário deste tipo afetaria fundamentalmente os países cuja expansão econômica foi financiada por uma explosão do crédito.
O Banco Mundial convoca os líderes políticos a preparar, desde já, suas respostas a estas novas turbulências financeiras, incluindo o abrandamento das regulamentações que limitam os fluxos de capital e a implementação de políticas para atrair investimentos estrangeiros diretos. "Os indicadores econômicos mundiais mostram sinais de progresso, mas não é preciso ser adivinho para prever que existem perigos ocultos", comentou o economista-chefe do Banco Mundial, Kaushik Basu, citado no comunicado.
Na quinta-feira passada, o Fundo Monetário Internacional também advertiu para a persistência de "riscos de volatilidade" nos mercados emergentes.
Economia global - A perspectiva mais otimista sugere que a economia global está finalmente se libertando de uma longa e lenta recuperação após a crise financeira global. Na última estimativa do banco, em junho, a instituição esperava que o crescimento global atingisse 3% em 2014.
(Com agências Reuters e France-Presse)
Fonte:  REVISTA VEJA