sábado, 4 de maio de 2013

14 fogem de cadeia em São Roque



A polícia Militar está a procura de oito criminosos dos 14 que fugiram no início da tarde deste sábado da Cadeia de São Roque. Seis foram detidos na própria cidade.

Para fugir, os criminosos aproveitaram o momento em que o carcereiro abriu a cela para servir o almoço. O funcionário foi imobilizado e amarrado.

Um grupo de cinco presos roubou um carro para fugir. O veículo foi abandonado no conjunto habitacional Ana Paula Eleutério, em Sorocaba.

Quatro detentos foram detidos pela Polícia Militar logo após a fuga. Outros dois tentaram roubar o carro de um lutador de artes marciais, que saía de uma academia no momento em que foi surpreendido. O lutador conseguiu dominar um dos bandidos. O outro correu, mas foi alcançado e detido por outros lutadores que testemunharam a tentativa de roubo.

Policiais de toda região de Sorocaba trabalham para recapturar os criminosos. Os que já foram presos, devem retornar para a mesma cadeia. De acordo com a polícia, um dos fugitivos presos tinha consigo uma passagem de ônibus com destino a Sorocaba.

A cadeia de São Roque foi desativada pelo governo estadual há um mês, com a inauguração do Centro de Detenção Provisória (CDP) em Capela do Alto. O local, no entanto, estaria recebendo presos aos finais de semana, que seriam transferidos todas as segundas-feiras para Capela.

As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

Oposição quer afastamento de ministro após tentativa de blindagem a Rosemary


PSDB e Mobilização Democrática (MD) vão exigir explicações do ministro da Secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, sobre ação paralela para sabotar investigação contra Rosemary Noronha, revelada por VEJA

Laryssa Borges, de Brasília
O petista Gilberto Carvalho, integrante dos governos Lula e Dilma
O petista Gilberto Carvalho, integrante dos governos Lula e Dilma (Beto Barata/Agência Estado )
Os partidos oposicionistas PSDB e Mobilização Democrática (MD) anunciaram neste sábado que vão exigir na próxima semana explicações formais do ministro da Secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e da Casa Civil sobre a instauração de um processo paralelo para investigar a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, revelado por VEJA desta semana. O líder tucano na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (PSDB-SP), chegou a defender o afastamento do ministro após a tentativa de blindagem da ex-servidora.
Como mostrou a reportagem de VEJA, sob o pretexto de “acompanhar e orientar” as investigações sobre as traficâncias de Rosemary, Carvalho articulou para inviabilizar a apuração que estava sendo feita contra a ex-funcionária. Na verdade, a apuração paralela coordenada pela pasta de Carvalho serviria depois como munição para que a defesa de Rosemary Noronha questionasse a competência da Comissão de Sindicância da Casa Civil e tentasse anular no futuro os trabalhos do colegiado.

A partir de segunda-feira, PSDB e MD vão protocolar na Câmara dos Deputados requerimentos de convocação do ministro Gilberto Carvalho. Os oposicionistas pretendem também acionar o Ministério Público para que seja investigado se o ministro Gilberto Carvalho cometeu o crime de improbidade administrativa. “É inadmissível que a presidente Dilma mantenha em seu governo um ministro que atua para atrapalhar a apuração em favor de uma ex-servidora denunciada pela Polícia Federal por tráfico de influência”, afirmou o tucano Carlos Sampaio neste sábado.

Diante das novas revelações de VEJA, o líder da Mobilização Democrática na Câmara, deputado Rubens Bueno (MD-PR), se comprometeu a intensificar as articulações para a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre as atividades criminosas de Rosemary e dos demais integrantes do governo pegos na operação Porto Seguro, da Polícia Federal. São necessárias 171 assinaturas para se criar o grupo de investigação.

“Para provar que não está protegendo uma indiciada pela operação Porto Seguro, Dilma precisa ordenar a seus aliados que assinem a CPI”, disse Bueno.
As informações são da Veja.

Dependentes químicos da cidade terão auxílio do Cratod


Sorocaba pretende instalar o Cratod

Pannunzio disse à comissão que "vai preparar a estrutura para implantar o serviço"

José Antônio Rosa
joseantonio.rosa@jcruzeiro.com.br

Reforço no conjunto de políticas públicas voltadas à prevenção e combate ao uso de drogas, o Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) deve começar a funcionar em Sorocaba, em breve. Ao fazer o anúncio ontem no Paço, o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) disse aos vereadores da comissão criada na Câmara para discutir e encaminhar o assunto que a cidade deverá, antes, "preparar a estrutura necessária para implantar o serviço". 

Localizado no bairro Bom Retiro, na capital, o Cratod é um serviço da Secretaria Estadual de Saúde que atende os dependentes químicos e seus familiares, oferecendo orientação e apoio nos aspectos sociais e jurídicos. No local, também funciona um plantão judiciário, cujo objetivo é avaliar a necessidade de internações involuntárias ou compulsórias. O programa é realizado em conjunto com o Ministério Público, Tribunal de Justiça, profissionais da saúde e da OAB.

Apoiado pelas intervenções da vice, Edith Di Giorgi, Pannunzio disse ao grupo com o qual esteve reunido que é necessário dispor de retaguarda para dar conta da demanda. "Temos o máximo interesse de adotar o sistema, conhecemos o trabalho já que executado pelo governo estadual, mas temos a preocupação de estar minimamente organizados. O processo não se resolve apenas com a internação dos dependentes químicos; vai muito além disso".

O Cratod, explicou o vereador Rodrigo Manga (PP), presidente da Comissão, é a porta de entrada no processo de recuperação de jovens envolvidos com o vício das drogas. Funciona como uma espécie de triagem dos casos encaminhados para internação compulsória, quando esta for determinada. Manga disse que esperava mais do governo. Até chegou a sugerir a criação de um grupo de trabalho e um cronograma para as atividades.

O prefeito respondeu que concordava com a proposta, mas não definiria ali, no gabinete, a composição desse coletivo. Uma nova reunião será agenda nos próximos dias quando, então, a proposta ganhará forma. "Estamos confiantes na sensibilidade política da gestão, e acreditamos ser possível trabalhar em parceria. Vamos agilizar o agendamento e tomar as providências necessárias para que o projeto saia do papel".

Também presente ao encontro, o vereador Saulo do Afro Art"s (PRB) fez um apelo, lembrando que Pannunzio, durante a campanha assumiu o compromisso de encampar a causa. "Convivo de perto com a realidade. Testemunho o drama de famílias que se desesperam por verem os filhos perdidos e sem perspectivas no inferno das drogas. Falaram, aqui, da possibilidade de atenderem 130 pacientes. Isso já seria um avanço; são 130 famílias aliviadas do flagelo do vício", destacou.

O prefeito respondeu que "não tem duas palavras". "Tanto na campanha, quanto neste momento, assumo o que disse. Vamos, sim, trabalhar para resolver o problema. Só que dentro das possibilidades". Representante da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no processo de implantação do Cratod, Cid Vieira relatou que, até o momento, e desde que o serviço entrou em operação no Estado de São Paulo, de um total de 1,3 mil ocorrências atendidas, pouco mais de 130, ou 10%, resultaram em internações.
As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

Dengue avança e Itu recorre ao Exército


Município já registrou 420 casos da doença e terá apoio de 60 militares no combate ao mosquito

Rosimeire Silva
rosimeire.silva@jcruzeiro.com.br
Em apenas quatro meses, Itu já registrou 420 casos de dengue. Deste total, 398 foram contraídos no próprio município (autóctones) e apenas 22 são importados de outras cidades. Esse número está muito acima do ano passado, que somou 31 casos confirmados da dengue, sendo dez deles importados. Para tentar conter o avanço da dengue na cidade, a Prefeitura firmou uma parceria com o Exército, que disponibilizará 60 militares para atuarem em conjunto com os 50 agentes do Controle de Vetores, que participam do programa de combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Embora o número de casos confirmados de dengue ainda não configure uma epidemia, a Secretaria de Saúde de Itu considera que a situação é de alerta e requer cautela por parte dos autoridades em saúde e também da população, para a adoção de medidas preventivas para impedir o aparecimento de novos focos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é configurado epidemia quando o município atinge a proporção de 300 casos por mil habitantes. Itu tem atualmente uma população de 154 mil habitantes.

O número de casos confirmados em Itu neste ano já superou até mesmo o registrado em 2011, quando houve a maior incidência na cidade, com 219 pacientes diagnosticados no primeiro quadrimestre do ano. Atualmente, os bairros com maior casos de dengue estão na região do São Judas e Vila Progresso. De acordo com a Prefeitura, o trabalho de combate à dengue no município é realizado de forma contínua, ao longo do ano, pela equipe do Departamento de Controle de Vetores e do serviço de Vigilância Epidemiológica no controle larvário.

A partir de segunda-feira, essa ação passará a contar com o apoio dos militares do Exército, que atuarão na inspeção de imóveis e terrenos para a eliminação de possível focos do mosquito. A primeira região a ser atendida pelos militares é do Pirapitingui, a mais populosa de Itu, com compreende um total de oito bairros. Em seguida, a ação se estenderá para as demais regiões da cidade.
 
Votorantim 
Em Votorantim, os casos confirmados de dengue nos primeiros quatro meses deste ano também já superaram todos os casos de 2012. De acordo com o último levantamento, até o dia a 29 de abril foram 113 pacientes diagnosticados, sendo 105 autóctones e 8 importados. Em todo o ano passado, houve apenas um caso confirmado na cidade. Já no comparativo a 2011, quando houve a maior incidência da doença, com um total 289 pacientes, o município ainda se mantém abaixo. 

A Secretaria de Saúde do município informou, por meio da assessoria de imprensa, que desde o início do ano, a dengue tem recebido uma grande atenção, com a intensificação dos trabalhos de combate aos focos do mosquito. Apenas no primeiro trimestre deste ano foram realizados mais de 8 mil vistorias em imóveis e 2.693 operações de nebulização. A Prefeitura também aumentou a equipe que atua nos trabalho preventivo, com a contratação de 12 novos agentes de controle de endemias. 

De acordo com a administração municipal, o número elevado de casos em várias regiões do país e também em cidades próximas a Votorantim demonstra que o problema não é isolado. "A dengue é uma doença que causa preocupação, pois o controle não depende apenas do investimento e dos esforços do poder público, sendo que a parte mais importante é a prevenção que é feita nas casas", citou em nota.
 
Sorocaba em alerta 
O avanço da dengue nas cidades da região tem sido motivo de alerta também para as autoridades em saúde de Sorocaba, devido ao risco de importação de novos casos da doença. A diretora da Área de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde de Sorocaba (SES), Daniela Valentim dos Santos, reconhece que o aumento do número de casos da doença em qualquer situação é motivo de alerta e reforça a necessidade de manter as ações semanais de combate ao mosquito transmissor, especialmente nos domicílios. 

Ela destaca também que ações de comunicação, visando principalmente a prevenção, não atingem somente Sorocaba, mas todos os municípios da região, incentivando a participação de todos na campanha de combate ao mosquito Aedes aegypti. De acordo com os dados do último boletim divulgado pela Secretaria da Saúde, desde o início do ano até o dia 26 de abril, foram confirmados 543 casos de dengue em Sorocaba, sendo 453 autóctones e 90 importados.
As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

Legalização das drogas: Estado promove debate com um lado só


Congresso em favor da descriminação e da legalização das drogas em Brasília, com o apoio do governo Dilma, esqueceu de convidar Marcola e Fernandinho Beira-Mar. Abaixo a discriminação! Chega de amadores!

Começou nesta sexta e se estende até domingo, em Brasília, um negócio chamado “Congresso Internacional Sobre Drogas – 2013”. Em tese, é para debater políticas públicas sobre o assunto. De verdade, trata-se de um evento em favor da descriminação das ditas-cujas — na leitura mais generosa — e da legalização de todas as drogas, na leitura mais precisa. Já volto ao ponto. Quero interromper aqui para registrar duas falas de participantes, que ouvi na CBN . Prestem atenção! Saboreiem cada palavra:
“O que tá errado é a ideia de que a lei tem alguma condição de alterar a realidade. As pessoas fazem o uso de substância com ou sem a lei proibindo. Ao descriminalizar, você tem condição, sim, de aumentar o acesso à saúde pública. Agora, tem que ter investimento em saúde, e a saúde tem que chegar aos quatro cantos do país, né?”
Raramente li, ou ouvi, tamanha soma de absurdos em fala tão curta. A autora de raciocínio tão especioso é Luciana Boiteaux, professora, ATENÇÃO!, de Direito Penal da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Agora mais uma intervenção:
“Nós conseguimos avançar no debate no que diz respeito ao consumo de drogas. A descriminalização da conduta do usuário… É isso o que nós temos de discutir. Esse impacto é o impacto mais grave que o proibicionismo traz. E eu não tenho, como policial, outra maneira de observar esse fenômeno sem ser, né?, atuando em favor, né?, da legalização da produção, do comércio e do consumo de todas as drogas”.
A fala é do delegado de polícia do Rio Orlando Zaccone. Voltarei à intervenção desses dois gênios da raça em novo post. Vamos a algumas informações relevantes sobre o evento.
O encontro
O encontro se dá no momento em que as cidades brasileiras são devastadas pelo crack. É explicável. Movimentos de caráter ideológico são assim mesmo: quanto mais a realidade insiste em negar as suas teses, mais eles caminham para o extremo. Vimos isso acontecer com a turma do aquecimento global. Quando ficou evidente a cadeia de fraudes com a qual operavam, eles se tornaram ainda mais apocalípticos. Assim, reitero, trata-se de um evento em favor da legalização das drogas — da descriminação quando menos. Não é “congresso” porcaria nenhuma! Um congresso faria supor algum debate. Onde estão os especialistas contrários à legalização e à descriminação?
Vejam esta imagem.
Traz a coleção de logotipos de patrocinadores e apoiadores. ATENÇÃO! HÁ DINHEIRO PÚBLICO ENVOLVIDO NISSO. Vejam ali o logotipo do governo Dilma. Há dinheiro que deveria estar sendo empregado no ensino superior. Há recursos do Ministério da Saúde. Há representantes de movimentos que fazem a clara e aberta apologia das drogas. VALE DIZER: OS BRASILEIROS ESTÃO ARCANDO COM OS CUSTOS DE UM SEMINÁRIO EM FAVOR DA LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS. Houvesse oposição digna do nome no Brasil, isto seria um escândalo. Mas não há. Ao contrário: FHC poderia ser um guru do encontro. Logo, Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência, deve deixar o tema de lado, como se houvesse um consenso no Brasil sobre o tema. Boa parte da imprensa, igualmente, acha legítimo que se use dinheiro público num evento desta natureza.
Vou à página do próprio “congresso”. Quem promove o encontro? Eles respondem:
“O encontro é uma iniciativa conjunta da Universidade de Brasília (UnB), Conselho Federal de Psicologia (CFP), Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), Núcleo de Estudos Interdisciplinares de Psicoativos (NEIP) e da Associação Brasileira de Estudos Sociais do Uso de Psicoativos (ABESUP).”
NOTA – Eis aí o Conselho Federal de Psicologia. Já andei escrevendo sobre esses valentes. É raro haver uma ideia ruim no Brasil que não conte com o seu apoio. Ainda voltarei a falar dessa turma, que tem a seu favor a ignorância dos militantes da imprensa.
Quem arca com os custos? Eles também respondem.
“É financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (CAPES)”.
Sim, é dinheiro que deveria estar sendo investido em ensino superior. Mas há mais grana pública no evento, a título de “apoio institucional”.
“(…) e conta com o apoio institucional da Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (Ministério da Saúde), da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento (SBNEC), do Programa de Atendimento e Orientação a Dependentes (PROAD-Unifesp), do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID-Unifesp), da Associação Brasileira de Ensino em Psicologia (ABEP), da Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia (CBDB), do International Centre for Science in Drug Policy (ICSDP), do Centro de Investigación y Docencia Económicas del México (CIDE), da Rede Pense Livre e do Movimento Viva Rio.”
Como se nota, há dinheiro do Ministério da Saúde também e, como não poderia deixar de ser, lá estão as onipresentes “Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia” e o Movimento Via Rio. Voltem à imagem com os logos dos “apoiadores”. Há outras instituições públicas, como a Fundação Oswaldo Cruz. Paulo Gadelha, seu presidente, é um fanático defensor da descriminação de todas as drogas. Logo, por que não meter a instituição que ele dirige nesse troço?
É um despropósito! Ainda que o estado brasileiro fosse leigo a respeito, e a questão, no país, fosse uma gaveta vazia, à espera de conteúdo, o dinheiro público não poderia ser usado em favor de um lados do debate — que é minoritário no Brasil. A esmagadora maioria dos brasileiros é contra a descriminação das drogas. Ocorre que o estado não é neutro. Pune o tráfico e, em certa medida, até o consumo, ainda que de maneira muito leve. Assim, com que legitimidade, com que autoridade política, com que autoridade moral e, sim, com que LEGALIDADE um evento dessa natureza conta com patrocínio estatal?
O Ministério Público vai se calar? É capaz de mobilizar mundos e fundos em favor do seu “direito de investigar”, mas vai se quedar inerme diante de um acinte dessa natureza?
Os palestrantes
Entre os palestrantes, estão André Barros, advogado da Marcha da Maconha do Rio de Janeiro, e Renato Filev, dos Coletivos Desentorpecendo a Razão e Respire Redução de Danos (um só “coletivo” para ele é pouco). Dou destaque a esses dois nomes para deixar claro, mais uma vez, que não se trata de um evento centrado num debate científico, para um eventual choque de opiniões contrárias. Nada disso! Todos lá estão de um lado só, e alguns, como os citados, são ligados a entidades que fazem a defesa aberta do consumo de drogas — especialmente da maconha. Ah, sim: também estarão presentes Pedro Abramovay (aquele…), Rubem Cesar Fernandes, da Viva Rio (como não?), e o deputado petista Paulo Teixeira (SP), aquele que acha que o sujeito que estiver portando drogas para até DEZ DIAS DE CONSUMO deve ser considerado apenas um… consumidor! O Marcola e o Fernandinho Beira-Mar devem concordar com ele . Aliás, é um absurdo um congresso como esse não contar com a participação desses dois especialistas.
“Ah, como o Reinaldo é agressivo! Direitistas são assim mesmo!” Não! Ah, como o Reinaldo defende que o dinheiro público seja usado em favor do público, não do proselitismo de meia dúzia de fanáticos.
É uma ironia estupefaciente que um dos patrocinadores desse troço seja a “Comissão Brasileira Sobre Droga e Democracia”! Sobre “droga”, pode ser. Mas será também sobre “democracia”??? Que democracia é esta, senhores da comissão, que usa dinheiro público para defender uma causa contrária à vontade da esmagadora maioria dos brasileiros?
Será essa, senhores da comissão, uma democracia em que a minoria cala a maioria:
PS – No próximo post, comento o pensamento, por assim dizer, da professora Luciana Boiteaux e do delegado Orlando Zaccone.
Por Reinaldo Azevedo
As informações são da Veja.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Quase 70% dos aprovados na USP são egressos de escolas particulares


Entre os matriculados, 79,1% se autodeclaram brancos. Negros são 2,2%

Os candidatos convocados para a segunda fase da Fuvest 2013 fazem nesta segunda-feira (7) a prova de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês
Entre os inscritos, 35,3% são de escola pública, mas entre os aprovados, os estudantes dessa rede de ensino representam 26,3% (Ivan Pacheco)
Quase 70% dos calouros que ingressaram na Universidade de São Paulo (USP) em 2013 cursaram o ensino médio em escolas particulares. O dado foi divulgado nesta sexta-feira pela Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), responsável pelo processo seletivo da USP e da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo. O índice é um contraponto à realidade educacional brasileira, em que 87,2% dos alunos no ensino médio estão em escolas públicas (Pnad 2011). 
Aqueles que passaram nas duas fases do vestibular e se matricularam até a última chamada também são majoritariamente autodeclarados brancos, somando 79,1%. Os pardos representam 10,9%, enquanto os amarelos são 7,6%, os negros, 2,2% e os indígenas, 0,2%. Chama a atenção o fato de que nenhum candidato autodeclarado negro foi aprovado nos três cursos mais concorridos da universidade – medicina, engenharia civil em São Carlos e publicidade e propaganda.

Ainda segundo a pesquisa, 81,7% dos calouros de medicina são egressos da rede particular de ensino. E, enquanto pouco mais da metade do total de aprovados na USP tem renda familiar mensal de até sete salários mínimos (4.354 reais), 54% dos matriculados em medicina recebem renda superior a dez salários mínimos (6.220 reais). Desses, quase metade (23,7%) possui renda que ultrapassa vinte salários mínimos (12.440 reais). Além disso, os dados mostram que o candidato de medicina faz, em média, um ano de cursinho até ser aprovado.

Candidatos – Entre os que se inscreveram para participar do vestibular da Fuvest 2013, 59,5% tinham cursado o ensino médio completo em escolas particulares e 35,2%, em escolas públicas. Do total, 75,6% se autodeclararam brancos – maioria seguida pelos pardos (14,8%), amarelos (5,3%), negros (4,1%) e indígenas (0,2%).
As informações são da Veja.

Estado de SP prepara pacote contra aumento da criminalidade


ROGÉRIO PAGNAN
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Diante da piora contínua dos principais indicadores da violência no Estado, o governo paulista prepara para os próximos dias um pacote de medidas que incluirá a criação de cargos na polícia e a redução do tempo de formação de PMs para acelerar a ida deles para as ruas.
O objetivo é dar uma resposta à opinião pública devido ao aumento da criminalidade, com ações que podem colocar mais policiais em atividade e melhorar a investigação a médio prazo, além de atenuar as críticas previstas no próximo ano de eleições.
Para aumentar a visibilidade nas ruas, o Estado também divulgou um reforço de policiamento noturno desde ontem na região metropolitana de São Paulo, com a utilização de equipes administrativas de 50 batalhões para atuar em blitze e bloqueios.
Entre as medidas futuras do pacote preparado estará a criação de mais de 2.000 cargos para a Polícia Científica, como peritos e médicos legistas, elevando em mais de 50% a quantidade atual de funcionários do órgão.
A Secretaria da Segurança Pública não informou quando houve a última ampliação desses quadros, mas, de acordo com peritos ouvidos pela reportagem, isso ocorreu nos anos 1980.
Editoria de arte/Folhapress
Outra mudança prevista pelo governo Geraldo Alckmin (do PSDB, partido que está no poder no Estado desde 1995) é a redução, de quatro para três anos, no tempo de formação de oficiais da Polícia Militar. A medida deve colocar mais cedo nas ruas cerca de 200 oficiais todos os anos.
A PM havia elevado de três para quatro anos seu curso para oficiais em 1996 --ano em que contratou a Fuvest para fazer seus vestibulares.
Na prática, a mudança deve reduzir a duração do estágio dos futuros oficiais nos batalhões --para antecipar a entrada deles em atividade.
BÔNUS
O governo também já começou a reduzir a quantidade de companhias da PM e de delegacias (no interior, algumas já foram fechadas).
A justificativa é diminuir a máquina administrativa e ampliar os operacionais.
Deve ser criado ainda um bônus a policiais que conseguirem cumprir metas de redução de índices de violência. Uma empresa trabalha com o governo para definir como será essa bonificação.
O aumento de homicídios no Estado e na capital se repete há oito meses seguidos. Os latrocínios (roubos seguidos de morte) tiveram expansão de 24,7% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2012.

As informações são da Folha de S. Paulo.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

TIM é campeã de reclamações no site Reclame Aqui


Durante a chamada Operação "Tututu", que durou pouco mais de duas semanas, foram contabilizadas 24.461 queixas contra as quatro maiores operadoras de celular

Loja da Tim
Em duas semanas 8.182 queixas foram endereçadas à TIM (Luciano Amarante)
Nas duas semanas de funcionamento da Operação "Tututu", o site Reclame Aqui declarou “guerra” às operadoras de telefonia móvel. Foram contabilizadas 24.461 queixas contra as quatro maiores empresas do setor: TIM, Claro, Oi e Vivo. De acordo com balanço oficial obtido pelo site de VEJA, do total de reclamações, 8.182 foram endereçadas à TIM, seguida por Oi (5.953 queixas), Vivo (5.811) e Claro (4.515). As operadoras de telefonia têm consolidado sua posição entre as mais reclamadas em rankings de Procons de todo o Brasil.

No quesito reclamação por falta de sinal, novamente, a grande vencedora foi a TIM com 3.280 reclamações, mais que o dobro da Oi, Vivo e Claro juntas (1.096, 1.098 e 1.041, respectivamente). Já em relação à cobrança indevida, a operadora Oi assumiu a liderança, com 1.471 reclamações. A maioria dos apontamentos veio dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e de pessoas entre 20 e 34 anos.

Segundo Mauricio Vargas, presidente do Reclame Aqui, a operação chamou a atenção de duas operadoras, cujos nomes ainda não foram revelados pela empresa. Elas entraram em contato com o ReclameAqui demonstrando interesse em começar a resolver as pendências com os consumidores que usaram o site como canal de reclamação. “Sabemos que todas as empresas receberam as reclamações autenticadas, mas não sabemos quem e se vão tomar alguma atitude internamente para atender melhor o consumidor”, explica Vargas. Vale ressaltar que o site, por não ser público, não tem o poder de cobrar uma resolução para os problemas, apenas pode repassá-los às empresas.

A operação, lançada em 15 de abril e terminada dia 30, tinha como objetivo chamar a atenção das empresas e da agência reguladora do setor, a Anatel, para o problema crescente. O site possui mais de 243 mil reclamações cadastradas contra as quatro maiores empresas (TIM, Claro, Vivo e Oi) apenas nos últimos três anos. O nome - "Tututu" faz alusão ao barulho ouvido quando cai a ligação e a pessoa não consegue resolver sua pendência. Todas as queixas feitas durante a campanha foram encaminhadas à Anatel, à Presidência da República, às operadoras e, por meio do site comprova.com, ganharam valor jurídico para serem encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF).

Como o volume de queixas foi grande, a Anatel chegou a ameaçar o site e pediu que parassem de enviar as queixas. A Claro também solicitou a troca do e-mail para o qual estavam sendo enviados os relatos dos clientes. “Certamente a Operação Tututu foi importante para que as operadoras vissem a força do consumidor e repensassem o tipo de tratamento que é dado a eles”, conclui o presidente do Reclame Aqui.
As informações são da Veja.

Adolescente declara que vendia droga em Sorocaba para ajudar nas despesas da casa



Na madrugada de terça-feira (30/04), mais um adolescente foi detido por tráfico de drogas pela Guarda Civil no Bairro João Romão. O fato ocorreu após uma equipe da Guarda Municipal receber a informação de que um jovem estava vendendo drogas na Praça Waldemar Rodrigues, os guardas foram até o local e depararam com um adolescente de 13 anos, o qual ao avistar a viatura, jogou uma sacola plástica e saiu andando rapidamente, mas foi detido.

 Em averiguação, os guardas encontraram R$ 40,00 no bolso do menor, e após recolherem a sacola plástica, a equipe constatou que havia em seu interior, 86 porções de cocaína. Ao ser questionado sobre as drogas, o menor informou que as vendia para ajudar nas despesas da casa.

 Após ser conduzido ao Plantão Policial Oeste, o adolescente foi autuado por ato infracional de tráfico de drogas e em seguida liberado para sua tia. A Guarda afirma que o símbolo desenhado na cabeça do adolescente é da facção PCC.

O segredo da credibilidade é ser fiel ao fato

(Conteúdo do Blog do Toni Silva)

Lobão descasca Dilma e o PT e vira alvo da Al Qaeda eletrônica


Lobão descasca Mano Brown, Dilma, o PT e mais um pouco. E acontece o óbvio: vira alvo da Al Qaeda eletrônica nas redes sociais

Vejam esta imagem com este texto, extraídos da Folha de S. Paulo. Volto em seguida.
 
A fala é do cantor e compositor Lobão, referindo-se a Mano Brown e aos tais Racionais MCs em entrevista concedida à Folha. Ele descascou, como se vê, aquela mistura de Kant, Schopenhauer e Robin Hood putativo dos segundos cadernos dos jornais paulistanos. É bem verdade que Brown, este coroa que se nega a envelhecer, torna, finalmente, a luta de classes compreensível para a imprensa militante de Higienópolis, Vila Nova Conceição. Vila Madalena e Alto de Pinheiros. Daí ser tão apreciado.
Estive com Lobão uma única vez. Ele me convidou para um programa de debates na TV de que era mediador. Não é meu amigo. Discordamos, quero crer, sobre uma penca de coisas. Mas eu já escrevi aqui que admiro a sua coragem. Sei conviver com a divergência. Aprecio, no fim das contas, quem rejeita o pensamento de manada, que fala em seu próprio nome, não no de uma suposta coletividade de “homem bons”.
Lobão falou sobre muitos outros assuntos: criticou Dilma e a comissão da verdade, apontou as imposturas dos petistas, afirmou, no que está correto, que há ditaduras avançando América Latina afora… Mas não deu outra! Está apanhando mesmo nas redes sociais por conta do que afirmou sobre Mano Brown e os Racionais. Há outro trecho a respeito. Leiam:
“Os Racionais são o braço armado do governo, são os anseios dos intelectuais petistas, propaganda de um comportamento seminal do PT. Não acredito em cara ressentido. Emicida, Criolo, todos têm essa postura, neguinho não olha, não te cumprimenta. Vai criar uma cizânia que nunca teve, ódios [raciais] estão sendo recrudescidos por razões históricas que nunca aconteceram aqui. Estão importando Black Panthers, Ku Klux Klan. Tem essa coisa de “branquinho, perdeu, vamos tomar seu lugar”. Como permitem esse discurso?”
Retomo
Já escrevi aqui vários posts sobre as boçalidades habitualmente ditas pelo líder dos Racionais MCs. A cada vez que toco no nome desse sujeito, lá vem uma penca de ofensas e, sim!, de ameaças mesmo. Ele, claro!, não pode ser responsabilizado por isso, mas sabe muito bem os sentimentos que mobiliza, uma vez que a sua fala, com alguma frequência, justifica atos criminosos.
Em setembro de 2007, escrevi o texto mais duro. Ele concedera, então, uma entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura. Diante de um grupo de jornalistas, disse barbaridades que Marcola, o líder do PCC, não teria coragem de dizer. E não é que se tenha feito apenas um silêncio cúmplice. Ao contrário: a reação de boa parte dos que o ouviam, especialmente de Maria Rita Kehl, psicanalista que está na Comissão da Verdade (!?), era de admiração, glorificação, gáudio. Foi um momento asqueroso.
Reproduzo, em vermelho, uma sequência daquele programa. Prestem atenção:
O grande momento do programa veio na seqüência. Numa pergunta oportuna, Paulo Lima quis saber: “E o que está acontecendo em Brasília? É um negócio em que você presta atenção, essa movimentação toda, esses escândalos de corrupção, você se liga nisso, acompanha de perto?
Brown – Não de perto, mas acompanho.
Lima – O que você está achando, por exemplo, da forma como o presidente Lula tem se posicionado diante dessas confusões envolvendo o PT, dessa denúncias de corrupção envolvendo o PT, dessas denuncias de corrupção e tal? Eu vi uma entrevista sua aqui dizendo que, talvez, o Lula estivesse melhor fora daquela cadeira de presidente, que, na sua opinião, é a cadeia mais solitária do país. Queria que você falasse um pouquinho do Lula especificamente.
Brown - É, eu gosto do Lula, sou eleitor do Lula, apóio o Lula, falo bem do Lula em qualquer lugar e não espero benefício por isso. Não conto com benefício do Lula ou que venha do PT. Se vier, firmeza, mas eu não espero por isso. Eu acho que o Lula é um cara que veio de baixo, certo? ELE SABE QUE DAR A CABEÇA DOS AMIGOS DELE PARA OS INIMIGOS, ELE NÃO VAI DAR. ELE VAI ESPERAR A JUSTIÇA SE FAZER POR CONTA PRÓPRIA. ELE ESTÁ SE POSICIONANDO CERTO. ACHO QUE NÃO É DA ÍNDOLE DELE ENTREGAR UM AMIGO DELE QUE DEU MANCADA, ENTENDEU? Ele não faria isso. Ele sabe o que é que é isso. Ele não faria isso. Agora, ele vai deixar descobrir. Se descobrir, é pau no gato, é lamentável.
Na seqüência, o petista Paulo Lins tomou a palavra para lembrar que a corrupção está em todos os Poderes – não só no Executivo, claro, claro – e em todos os lugares, inclusive entre empresários, jogadores de futebol. E Lins queria saber (na verdade, já respondia) se é muito difícil falar a uma criança pobre que ela tem de ser honesta.
Brown – Eu chego a dizer que eu nem considero ele [o ladrão] desonesto. Diante da realidade e das armas que eles têm pra lutar, das armas que eles aprenderam como meio de sobrevivência, eles são honestos. EU TENHO CERTEZA DE QUE, COM OS PARCEIROS DELES, ELES SÃO HONESTOS; COM A FAMÍLIA DELES, ELES SÃO HONESTOS; COM OS MANO QUE TÁ PRESO, ELES SÃO HONESTOS, TÁ LIGADO? Eles são honestos com quem é honesto com eles. QUANDO VOCÊ FALA QUE UM ASSALTANTE DE BANCO É DESONESTO, VOCÊ TEM DE OLHAR PARA A SOCIEDADE… SE A NOSSA SOCIEDADE É HONESTA. EU COSTUMO FALAR PARA OS MANO, QUANDO A GENTE TÁ CONVERSANDO, QUE A NOSSA SOCIEDADE É CRIMINOSA, É OMISSA; ELA É CEGA QUANDO QUER, SURDA QUANDO QUER. Omissão é crime. Na categoria de criminosos, tá todo mundo na mesma, é igual.
Voltei
Comecemos pelo fim. Entenderam? Para Brown, o que importa é que os bandidos sejam “honestos” com os próprios bandidos e com as respectivas famílias. Todo o resto seria permitido já que, segundo o nosso pensador, a sociedade também não é lá grande coisa. Alguém duvida de que o assassino de Victor Hugo Deppman e da dentista Cinthya se enquadram no modelo de Brown? Sobre Lula, a resposta vai acima. Uma das virtudes que ele vê no companheiro é a cumplicidade com os amigos, não é? Brown faz parecer que o governo é um ajuntamento de pessoas que têm de ser fiéis à gangue. Não deixa de fazer sentido.
Lobão está sendo, é claro, demonizado, satanizado, espicaçado na rede. Mas ele conhece bem esse meio e certamente sabia o que o espera. Encerro com outro trecho de sua entrevista:
“Esses que estão no poder, Dilma, Emir Sader, Franklin Martins, Genoíno, estavam na luta armada. Todos esses guerrilheiros estão no poder. Porra, alguma coisa está acontecendo! Em 1991, só tinha um país socialista na América Latina, hoje são 18. São neoditaduras pífias. A Argentina é uma caricatura, o Evo Morales, o Maduro. Vão deixar o comunismo entrar aqui? É a mesma coisa que botar o nazismo. A América do Sul está se tornando uma Cortina de Ferro tropical. Existe uma censura poderosíssima perpetrada por uma militância de toupeiras. Quem está dando golpe na democracia são eles, o PT está há dez anos no governo.
Quando um cantor e compositor enxerga a evidência que os intelectuais do complexo Pucusp se negam a ver, algo está muito errado no… Complexo Pucusp e no país. Não que um roqueiro esteja impedido de ter essa visão da realidade e de fazer avaliações sensatas. Mas convenham: um artista, em essência, é pago para divertir e para se divertir. Eu ainda acredito que a função primeira da arte é a fruição. Como mais elaboração em alguns casos, com menos em outros, acho que é a gratuidade do belo (ainda que do “belo horrível”) o diferencial da dimensão estética. O que quero dizer é que Lobão pode, mas não é obrigado, a pensar. A zerda no Brasil é que os intelectuais, estes sim, estão obrigados a pensar, mas, no momento, não podem porque se tornaram meros esbirros do poder.


Aprovado reajuste em plantões dos profissionais da saúde


Sorocaba
Foi aprovado hoje (2), em unanimidade na sessão ordinária na Câmara Municipal, o reajuste de 31,61% nos valores pagos em plantões de profissionais da rede pública de saúde. O benefício também foi estendido aos enfermeiros, auxiliares de enfermagem e técnicos de enfermagem, com apresentação de cinco emendas parlamantares. O secretário de Governo e Relações Institucionais, João Leandro da Costa Filho, já adiantou, hoje mesmo, que o Executivo deve vetar as emendas aprovadas e irá abrir negociação com as demais categorias da área da saúde. A Associação dos Profissionais de Enfermagem de Sorocaba, que fez uma manifestação durante a votação, não descartou fazer paralisação para que suas reinvidicações sejam atendidas. Participaram também os secretários Armando Raggio (Saúde) e Rodrigo Maldonaldo (Gestão de Pessoas).

O projeto de lei do prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) dispõe sobre melhorias nas condições de trabalho dos profissionais da rede pública de saúde e prevê que os plantões prestados pelos médicos e cirurgiões dentistas na área de urgência e emergência, em finais de semana e feriados, tenham acréscimo de 100% sobre o salário hora, não se constituindo em serviço extraordinário e não integrando a jornada mínima mensal. Com o projeto do Executivo, o valor da hora trabalhada passa dos atuais R$ 41,79 para R$ 55, além disso os médicos irão receber plantão de 100% (R$ 110) aos finais de semana e feriados.

As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

Infanticídio - Ninguém vai dar beijo na boca pra salvar os Curumins?


Os índios, a cultura da morte e os poetas do infanticídio. Ou: Ninguém vai dar beijo na boca para salvar os curumins?

Vivemos dias, como sabem, da mais absoluta inversão moral. Um deputado como Osmar Terra (PMDB-RS), que propõe uma lei mais dura contra o tráfico, é tratado pela imprensa como bandido. É achincalhado, convoca-se um batalhão para dar opiniões e escrever artigos contra a sua proposta e lhe cassam a palavra. Já um outro, como o petista Paulo Teixeira (SP), que acha que um estoque de drogas para até 10 dias de consumo deve ser considerado legal (e isso é tráfico, claro!) é visto como herói, é paparicado, é tratado como pensador. Assim, ninguém aqui vai estranhar muito, embora possa ser estupefaciente, ao saber que uma entidade que salva crianças indígenas do infanticídio está sendo perseguida pelo Estado brasileiro. Vamos ver.
Num dos textos que escrevi textos que escrevi sobre o tal Beto, aquele senhor que, por distração da Igreja, ainda era seu sacerdote, afirmei que a cultura politicamente correta dos nossos dias convive bem com o infanticídio praticado por tribos ianomâmis, mas acha absurdo que a Igreja Católica cultive alguns valores sobre a família. Citei o caso dos ianomâmis, mas atenção!, há pelo menos 20 etnias no Brasil que ainda matam suas crianças, sob o olhar cúmplice da Funai e do Ministério da Justiça. Certa “antropologia” acha que o “homem branco” não tem de se meter. Em nome do multiculturalismo, considera-se um “direito” matar infantes. As situações que “justificam” a sentença são as mais variadas: deficiência física, nascimento de gêmeos (um tem de ser morto), filho de mãe solteira… E vai por aí.
Recebi um comentário enviado por Damares Alves, que é pastora da Igreja do Evangelho Quadrangular, advogada e assessora parlamentar. Ela é fundadora e dirigente de uma entidade chamada Movimento ATINI-Voz Pela Vida, que intervém, salva e cuida de crianças condenadas. Também é preciso dar abrigo às famílias, que, para salvar seus filhos, são obrigadas, muitas vezes, a deixar a comunidade. Resultado: o ATINI está sendo perseguido pelo Estado brasileiro. É isto mesmo: quem salva vidas é obrigado a se explicar!
Damares está diretamente envolvida com o projeto, trabalho que é severamente combatido pela Funai. A fundação e alguns de seus aloprados acham que a intervenção descaracteriza a cultura dos índios. Leiam trecho da mensagem de Damares. Volto em seguida.
Reinaldo,
Não dá mais para viver neste país sem ler seu blog todos os dias. Que bom que você, novamente, tocou no assunto infanticídio em áreas indígenas! Faz tempo que queremos convidá-lo a conhecer alguns pais indígenas que, contando com apoio de pessoas corajosas, lutaram para salvar seus filhos do infanticídio. Então fica registrado o convite. Venha e descobrirá como estão lindas as crianças, algumas já são adolescentes. Venha passar uma tarde conosco, em nossa instituição. Venha jogar bola com elas (se prepare para perder), venha ver como elas estão felizes. Mas venha também degustar comidas indígenas com os adultos — claro que, em nosso cardápio, temos formigas vivas para lhe servir. Tem coragem?
Aproveito para lhe recomendar o documentário “Quebrando o Silêncio”, da cineasta Sandra Terena, onde ela, como indígena, apresenta imagens e depoimentos provando que o infanticídio ocorre também em outras etnias e que os índios amam seus filhos e querem ajuda para não mais eliminá-los, mesmo que alguns “intelectuais” digam que os índios devem continuar matando seus filhos. Por ajudar os indígenas a salvar as crianças o Movimento ATINI-Voz Pela Vida (www.atini.org/), do qual sou uma das fundadoras, responde a inquéritos na Polícia Federal, e algumas pessoas que voluntariamente acolheram crianças em suas casas também estão sendo ameaçadas.
(…)
Reinaldo, mais uma vez parabéns pela sua coragem. Obrigada por sempre lembrar dos pequenos curumins, Que o Grande Tupã o abençoe!
Damares Alves
Sou grato a Damares pelas palavras gentis, mas terei de declinar das formigas vivas… Não rola, assim, uma farinha de mandioca com água, hehe? Brincadeira à parte, Damares certamente cita o caso das formigas para deixar claro que, ao salvar uma criança, ninguém está querendo mudar os hábitos indígenas. Ademais, em nome de que teoria, é sustentável a tese de que as culturas indígenas estão proibidas de operar mudanças?
O direito à vida é um valor universal protegido pela nossa Constituição. Assim, o infanticídio, se praticado em território brasileiro, é crime. E ponto final. Ainda que índios não-aculturados sejam inimputáveis (e é bom deixar claro que o infanticídio persiste mesmo em tribos que já descobriram o mundo moderno…), é evidente que os agentes da Funai não são. Se há conivência — E HÁ — com essa prática, estão praticando crimes.
A comissão antes de Feliciano
A questão chegou à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, nos tempos pré-Feliciano, quando aquilo, a dar crédito aos nossos jornais, era um antro de humanistas de esquerda. Em 2007, o deputado Henrique Afonso, do PV do Acre, apresentou um projeto de lei que punia os funcionários públicos que fossem coniventes com o assassinato de crianças indígenas. Responderiam por crime de omissão de socorro.
A Funai e alguns antropólogos pressionaram. Os esquerdistas da comissão, então, decidiram adiar o debate por quatro anos. Em 2011, a questão voltou. O texto de Afonso foi substituído por outro, da deputada petista Janete Pietá (PT-SP). Acabou-se com a possibilidade de punir os servidores públicos brasileiros que, rasgando a Constituição, forem coniventes com o crime. Janete, com aquela pureza d’alma muito própria dos petistas, deu, então, a seguinte declaração: “A tradição de sacrificar crianças é mantida por poucas comunidades. O Brasil tem mais de 200 povos indígenas. Se isso ainda ocorrer em 20, são apenas 10%.” Entenderam? Para a deputada petista, desde que não seja muito infanticídio, mas só um pouco, então tudo bem.
Ninguém deu bola para a sua declaração. Não teve selinho. Quando a comissão, em suma, nos tempos pré-Feliciano, deu aval branco para matar criancinhas em nome da preservação da cultura indígena (só em 10% das comunidades, né, deputada?), ninguém foi lá invadir a Câmara, subir na mesa, sapatear.
Criancinha assassinada não faz lobby na imprensa.
Por Reinaldo Azevedo