segunda-feira, 29 de abril de 2013

Pagamento do seguro desemprego tem alta de 19,2% na região de Sorocaba


O número de pedidos aumentou em 9,3% passando de 108.507 beneficiados para 118.601 atuais
Carolina Santana
carolina.santana@jcruzeiro.com.br
O pagamento de seguro desemprego durante o primeiro trimestre do ano teve alta de 19,2% na região de Sorocaba, em comparação com 2012. Nos três primeiros meses do ano a Superintendência da Caixa Econômica Federal (CEF) em Sorocaba - formada por mais de 50 cidades - pagou R$ 105,08 milhões para trabalhadores desligados de seus empregos. No mesmo período do ano passado o valor ficou em R$ 88,12 milhões. Com relação ao número de pedidos, de um ano para o outro, houve crescimento de 9,3% passando de 108.507 beneficiados para 118.601 atuais.

Como lembra o gerente regional do Trabalho e Emprego em Sorocaba, Ediclei José de Almeida, para os trabalhadores que ingressam com pedido de seguro desemprego pela terceira vez em um intervalo inferior a dez anos há a obrigatoriedade da realização de cursos profissionalizantes. O programa nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), durante o primeiro trimestre do ano, registrou 49 matrículas de trabalhadores nessas condições. Almeida informa que os cursos com procura foram: Assistente de Planejamento e Controle de Produção; Auxiliar de Pessoal; Desenhista Mecânico; Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão; Mecânico de Veículos Leves; Soldador; Agente de Inspeção de Qualidade e Torneiro Mecânico.

Os cursos do Pronatec são oferecidos na modalidade Formação Inicial Continuada (FIC) com, no mínimo, 160 horas de duração. "Nossa previsão é que até o final do ano esse número cresça consideravelmente porque temos outras unidades ofertantes que poderão disponibilizar cursos no segundo semestre", pondera o gerente regional do Trabalho. As unidades ofertantes dos cursos são os Institutos Federais de Ciência e Tecnologia, unidades do Senai, do Senac e rede estadual de Educação Profissional e Tecnológica. Almeida destaca que frequentar esses cursos é quesito obrigatório para o trabalhador demitido três vezes em dez anos poder ter acesso às parcelas do seguro desemprego.

Mercado aquecido

Apesar do aumento tanto no número de pedidos como no valor de seguro desemprego na região, o cenário não é considerado "preocupante" pelo economista e professor da Universidade de Sorocaba (Uniso), Marcos Canhada. Citando pesquisas feitas pela Secretaria de Relações de Trabalho (Sert) de Sorocaba durante o ano passado, o professor afirma haver um baixo índice de desemprego no município. Fato que deve se repetir também em outras cidades da região. "Acredito que esses números estejam associados a alguns segmentos isolados e com a migração de empregos", comenta ele.

Para o professor, demissões podem ter acontecidos em segmentos determinados como, por exemplo, o de produção de máquinas. "As instabilidades econômicas podem afetar alguns setores mas o nível de emprego deve se manter em crescimento", afirmou o professor. Canhada cita ainda o aquecimento do mercado de trabalho em Sorocaba como causa para o aumento dos pedidos de seguro desemprego. Segundo o economista, a falta de mão de obra, principalmente a qualificada, motiva a migração de empregos pois o trabalhador tem mais segurança para buscar melhores oportunidades no mercado de trabalho. "Estimulado pelo momento de aquecimento a pessoa deixa o emprego e aproveita o período do seguro desemprego para fazer um curso, descansar ou até mesmo buscar uma nova vaga com mais calma", pondera o professor. Foi exatamente isso que fez o o jovem Fabrício Augusto Ferreira Costa de Lima, 20. Depois de trabalhar seis meses como consultor de vendas de uma empresa de bebidas, Fabrício foi desligado do emprego. "Fiz um acordo com a empresa. Eles estavam reformulando a equipe e eu tinha interesse em sair para buscar algo mais adequado para o meu perfil", explicou ele. Na trajetória profissional do jovem essa é a segunda vez que ele recebe o benefício.

Fabrício recorda que da primeira vez havia trabalhado durante um ano e meio em uma metalúrgica. Com o desligamento ele teve direito a receber seis meses do benefício. "Eu estava terminando os estudos e resolvi aproveitar a segurança financeira do seguro desemprego para me dedicar à escola", pondera ele. "Meu objetivo é fazer faculdade de propaganda e marketing e preciso estar trabalhando para pagar os estudos", pondera. O curso foi escolhido por conta da vontade em continuar trabalhando no setor de vendas. O jovem acredita que não será difícil conseguir uma recolocação no mercado de trabalho. A procura de um novo emprego será feita por meio de classificados de jornal e agência de empregos.
As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

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