domingo, 22 de dezembro de 2013

35% das praias estão impróprias para banho no litoral paulista

Nas cidades de Mongaguá, Praia Grande e São Vicente, todas as praias devem ser evitadas
Mongaguá, um dos principais destinos do sorocabano, está imprópria para os banhistas - ARQUIVO JCS


     Sabrina Souza
sabrina.souza@jcruzeiro.com.br 
     programa de estágio 

Destino certo para grande parte dos sorocabanos nos feriados prolongados de fim de ano, as praias do litoral paulista podem não ser só sinônimo de lazer e diversão. Das 170 praias monitoradas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), 35% estão com a qualidade da água imprópria para o banho, o que resulta em um total de 59 locais onde é recomendado que o turista não entre na água. No litoral sul, aquele mais próximo de Sorocaba, três municípios apresentaram resultados preocupantes na avaliação da Cetesb: Mongaguá, Praia Grande e São Vicente, com todas as suas praias classificadas como impróprias. Já as cidades de Ilha Comprida, Iguape e Cubatão estão com todas as praias liberadas para banho, já que foram classificadas como próprias no levantamento, que leva em conta a quantidade de coliformes fecais no mar. A água contaminada pode causar, além de micoses e mal-estar, doenças mais graves, como a hepatite A. 

Ainda no litoral sul, cinco cidades tiveram parte de suas praias consideradas como impróprias. Em Itanhaém, dez de 11 praias apresentaram índice maior que mil coliformes fecais para cada amostra da água do mar (100 ml), parâmetro que indica qualidade imprópria da água. Das seis praias de Peruíbe, quatro não estão balneáveis. O resultado foi parecido nas cidades de Guarujá (cinco de doze impróprias) e Bertioga (cinco de nove impróprias). Diferentemente do ano passado, quando encabeçou a lista das cidades mal avaliadas, neste ano apenas em uma das sete praias de Santos é recomendado que não se entre no mar. Já no litoral norte, os quatro municípios foram melhor avaliados. O resultado mais satisfatório ficou por conta de Caraguatatuba, com todas as 15 praias consideradas próprias. Apenas uma das 33 praias de Ubatuba ficou classificada como inapta para receber turistas, e a qualidade parcial foi notada também em Ilhabela e São Sebastião (seis de 18 impróprias e cinco de 29 impróprias, respectivamente). 

Para realizar esta classificação, os técnicos da Cetesb coletaram amostras entre os dias 16 de novembro e 15 de dezembro. Além da presença de coliformes fecais, outros fatores podem incidir sobre o resultado da classificação, como por exemplo as condições climáticas, aumento da maré, presença de animais, poluição por resíduos sólidos e adensamento urbano nas proximidades das praias. Para a dermatologista Déborah Simis, a avaliação como imprópria das praias é quase como um aviso de "proibido para turistas". "A classificação já diz que a água não possui condições de receber as pessoas", analisa. Ela explica que, além de problemas de pele, outras doenças de transmissão oral podem ser contraídas nesses locais. "Ao mergulhar, a pessoa acaba ingerindo a água e com isso as bactérias infecciosas", afirma. Há, alerta, até o risco de contrair hepatite A. "Os vestígios de fezes presentes na água podem infectar as pessoas pela boca", conta. Mais comuns, prossegue, as micoses superficiais causam danos na pele, cabelo e unhas. As diarreias e febres, além do mal-estar, também são frequentes. O cuidado deve ser redobrado, ressalta Déborah, com as crianças. "A pele é mais frágil nessa faixa etária e a contaminação é facilitada por conta disso", finaliza. 

Na preparação 

Quem sempre visita o litoral durante o fim de ano é a aposentada Maria Júlia Domingues. Ela, que ainda não sabe o destino desse ano, conta que sempre avalia a qualidade e a limpeza das praias. "A preocupação com a saúde vem sempre em primeiro lugar", diz. Filha dela, a estudante Tainara Aparecida Domingues ficou surpresa com a avaliação de Ilha Comprida e por isso já decidiu onde vai passar o réveillon. "Estive em Ubatuba no começo do mês, agora vou com meus tios para a Ilha mesmo", afirma. Tainara declara evitar os locais mais sujos. "Quando sou eu que escolho o local, sempre levo a higiene da praia em conta", finaliza ela, que tem o hábito de hidratar bem a pele no fim da viagem. (Supervisão: Armando Rucci Filho)

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