quarta-feira, 27 de março de 2013

Conquistar carreira começa nos anos iniciais de estudo


O exemplo de estudantes determinados a alcançar suas metas

Daniela Jacintodaniela.jacinto@jcruzeiro.com.br

Ela passou em Medicina, em cinco universidades federais (USP, Unesp, Unicamp, Unifesp e UFRJ), sem precisar fazer cursinho e sem precisar ficar anos tentando, como acontece na maioria dos casos. Apesar de conseguir algo que poucos conseguem dessa forma, Maria Renata Mencacci Costa, 18 anos, não é daquelas pessoas que podem ser consideradas "nerd", que só vivem para os estudos. Ela passeia com os amigos e namora, enfim tem uma vida social e também afetiva.

Renata conta que desde criança ela sabia de uma coisa: que iria ser médica. E para isso teve a possibilidade de estudar em um colégio particular da cidade - o Uirapuru - desde pequena, o que ajudou muito a conquistar o seu sonho. Aluna dedicada, ela lembra que sempre tirou notas boas porque procurava entender as matérias. Nunca saiu da sala de aula com uma dúvida, sempre procurou esclarecer. E quanto tinha dificuldades - como acontecia com Geografia - ela estudava mais. "Mas nunca pensei que iria passar em todas as universidades que prestei o vestibular. A gente vê a prova como um monstro, mas não é tão difícil, o que pesa é o nervosismo mesmo", diz.

Ela conta que para fazer as provas ficava tão nervosa que a pressão subia, mas comemora que no fim deu tudo certo. "Só prestei federal e fiquei com muito medo de não passar de primeira", afirma.

Quando soube do resultado das provas, Renata não acreditava. "Fiquei muito feliz, parecia mentira. A sensação, claro, foi de vitória. Fiquei pulando, chorei bastante e depois comecei a rir que nem boba", conta.

Renata pôde escolher e optou por fazer medicina na USP. Já teve as primeiras aulas e também a certeza de que era isso mesmo que queria.

Profissionais da área de recursos humanos sempre orientam que o ideal para quem tem o sonho de seguir determinada carreira é planejar-se o quanto antes. Quanto mais cedo o estudante souber em que profissão tem vontade de atuar, estará mais propenso a ser melhor sucedido, porque poderá elaborar estratégias e metas para alcançar seus objetivos.

É o que está fazendo Acácio da Silva Júnior, de 14 anos, que pretende ser engenheiro da computação. Ele afirma que gosta bastante da área de exatas e por isso procurou fazer o Ensino Médio em uma escola técnica, onde poderá estudar informática à noite. Esse já é um passo para entender um pouco mais da área que pretende atuar.

Acácio ficou em 12º lugar na escola técnica Fernando Prestes e comemora a conquista, afinal teve de enfrentar mais de mil concorrentes. Aluno de escola estadual, Acácio conta que fez um cursinho que ajudou bastante. "Lá fiz diversos simulados", afirma.

Seus pais estavam preocupados com o desempenho de Acácio por causa de seu costume de ficar horas jogando videogame, mas conforme a psicóloga Ana Laura Schliemann, mestre em Psicologia da Educação e professora da Uniso, essa atitude de Acácio foi muito importante para arejar a cabeça e evitar o estresse. "Já atendi casos de adolescentes com quadro de pânico e depressão porque estudavam 14 horas por dia. Então apesar de ser essa uma fase de dedicação aos estudos, o correto é não esquecer de praticar exercícios físicos, cuidar da alimentação e higiene mental", enfatiza.

Também de olho no futuro, Jéssica Lincoln Pettinatti, de 15 anos, comemora a 11ª colocação na escola técnica Rubens de Faria e Souza.

Jéssica estudou em colégio particular e sua mãe, Sonia Regina, achava que não havia necessidade da filha fazer cursinho por acreditar que ela já tinha tido uma boa base. Mas como as vagas em escolas técnicas são bem concorridas, ela acabou concordando com a vontade de Jéssica em fazer um cursinho, porém a experiência não foi boa. "Consegui conquistar boa colocação por esforço próprio, porque eu estudava à parte", comenta.

Tanta dedicação de Jéssica tem um motivo especial: ela sonha em atuar na área de química. Por isso que escolheu estudar em uma escola técnica, dessa forma conseguirá fazer o Ensino Médio e também o curso de química, para já ir aprendendo sobre a profissão escolhida.

Ela também planeja, depois da faculdade, fazer uma especialização na Alemanha. Para isso quer se dedicar e conseguir uma bolsa para estudar no exterior. Por causa de seus planos, Jéssica começou a estudar alemão, e gratuitamente. "A rede estadual tem um centro de idiomas onde são oferecidos cursos de diversas línguas e as aulas são muito boas", elogia.

O curso de alemão tem duração de três anos e no final dele Jéssica vislumbra a possibilidade de conseguir uma bolsa para ficar na Alemanha por duas semanas. "Meu professor fica sabendo das provas de bolsas para a Alemanha e os melhores alunos são selecionados para fazer os testes. Teve um pessoal de Sorocaba que conseguiu ficar duas semanas lá, com tudo pago, e são alunos desse meu professor", conta, animada.

Conforme a psicóloga Ana Laura, é ótimo superar metas. Isso mostra determinação, coerência e competência. "É importante ter foco, mas também estabelecer metas possíveis de serem realizadas. A verdade é que só consegue quem sonha".
As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

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