domingo, 21 de julho de 2013

Sorocaba - Metarreciclagem tem destinação correta para o lixo eletrônico

 

Computadores e outros aparelhos têm componentes e materiais nocivos como o chumbo (Foto: Arquivo/Secom)
 
 
O incentivo à destinação correta do chamado lixo eletrônico está entre os programas da Prefeitura, por intermédio da Secretaria de Parcerias e o projeto Metarreciclagem. O mercado paralelo é uma ameaça aos programas e pode causar danos ao meio ambiente e à saúde de quem manuseia os equipamentos eletroeletrônicos. Estudo encomendado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Abdi) aponta que a quantidade de lixo eletrônico produzida no Brasil, considerando-se os eletrônicos de grande e pequeno porte, deverá chegar a 918 mil toneladas em 2013. Se não descartado corretamente, esse lixo pode contaminar solo e lençóis freáticos, pois traz mais de 60 tipos diferentes de substâncias; muitas delas são tóxicas e, portanto, nocivas à saúde das pessoas.

Em Sorocaba, o projeto Metarreciclagem, além de ensinar uma ocupação a jovens da comunidade, tem contribuído para a destinação correta de computadores e impressoras. O trabalho do Metarreciclagem consiste em recolher computadores quebrados ou fora de uso, doados por entidades, instituições ou comunidade.

Com isso, a Prefeitura permite a destinação adequada de pelo menos uma parte do lixo eletrônico gerado na cidade. Também trabalha a inclusão digital e a geração de renda, por meio da reciclagem de computadores e cursos gratuitos de informática, montagem e manutenção e web designer. Os equipamentos montados pelos alunos são doados às entidades da cidade.

Só neste ano foram repassados 15 kits (computador e impressora) para a Associação dos Aposentados e Pensionistas de Sorocaba e Região. Desde o início, em 2010, o projeto já formou mais de 2 mil alunos, resultando na entrega de 220 kits a dezenas de entidades assistenciais. A sucata não utilizada pelo Metarreciclagem é enviada à Reviver, uma das Cooperativas de reciclagens que contam com apoio da Prefeitura, que faz a separação dos materiais e equipamentos para processamento, cujos resultados revertem em geração de renda aos cooperados.

Conforme destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo César de Almeida, a atuação tanto do Metarreciclagem quanto das cooperativas que atuam na reciclagem de equipamentos eletrônicos é das mais importantes para a cidade. "Fundamental, porque esse processo garante o descarte correto do lixo eletrônico, evitando-se danos ao meio ambiente, à saúde das pessoas", afirma Almeida.

Um dado interessante no Metarreciclagem é que os alunos, além de terem acesso gratuito à internet, aprendem técnicas de montagem e manutenção dessas máquinas e, principalmente, conscientizam-ser da importância do reaproveitando desse material tecnológico e a destinação correta do lixo. "Essas crianças e jovens aprendem na prática a fazer algo que pode ser uma fonte de renda", explica o secretário.

OS RISCOS DOS ELETRÔNICOS - Computadores, liquidificadores, aparelhos de fax antigos ou qualquer outro material movido a energia elétrica, em desuso na sua casa, pode ser considerado lixo eletrônico e, como tal, precisa ser descartado da forma correta. "Às vezes, as pessoas guardam esses materiais, pois acreditam que um dia irão reutilizá-los, como um videocassete, por exemplo. Na verdade, estão é guardando lixo em casa e, se descartados corretamente, esses materiais podem ser reutilizados", explica Gislaine Vilas Boas, da Secretaria de Parcerias, futura secretaria de Serviços Públicos.

O descarte incorreto de resíduos eletrônicos implica uma série de consequências, já que possuem componentes e materiais nocivos, como o chumbo, que podem poluir o meio ambiente, contaminando a água e o solo. No Núcleo de Gerenciamento de Resíduos Eletrônicos, referência nacional, por ser realizado 100% pelo município, é possível obter informações sobre a maneira correta da destinação, e se o resíduo que o munícipe tem em casa pode mesmo ser enviado à cooperativa.

Com a destinação correta, é possível evitar que os resíduos se misturem ao lixo comum que vai para o aterro sanitário, além de contribuir para o programa de coletiva seletiva de Sorocaba, que é 100% feito por cooperativa de catadores, apoiado pela Prefeitura, e faz a inclusão das pessoas social e economicamente. "Os catadores chegam a gerar uma renda de até R$ 1 mil por mês", afirma Gislaine.  

O Núcleo de Gerenciamento de Resíduos Eletrônicos, que recebe em média 15 toneladas de lixo eletrônico por mês, já chegou a recolher 40 toneladas, e o ideal seria em torno de 50 ao mês. A queda na arrecadação, segundo Júlio César Andrade, responsável pelo setor de eletrônicos da Cooperativa Reviver, tem um motivo, o mercado paralelo que se criou por conta do valor de alguns resíduos do lixo eletrônico.

Computadores e materiais de informática podem ser entregues no Metarreciclagem, na Av. Nove de Julho, 1.066, Vila Barão. Se for mais que um equipamento, é retirado no local. O Núcleo de Gerenciamento de Resíduos Eletrônicos fica na rua Ourinhos, 241, no Jardim Iguatemi, recebe todo tipo de lixo eletrônico. Se for em volume, também retira no local e o telefone para contato é o (15) 3325-5961.

Conteúdo Jornal Diário de Sorocaba

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