sexta-feira, 26 de julho de 2013

SOS é refúgio para quem não tem onde dormir

Albergue acolhe pessoas de passagem pela cidade e moradores de rua. Com o frio, atendimentos aumentam 20%
No albergue é oferecido pouso, refeição e kit para higiene pessoal - Aldo V. Silva



     Sthefany Lara
sthefany.oliveira@jcruzeiro.com.br
     programa de estágio

Toda noite, várias pessoas que estão na cidade de passagem, após desembarcarem na rodoviária e também moradores de rua, são levadas para o Serviço de Obras Sociais (SOS). Esse albergue, único de Sorocaba que atende 24 horas, recebe em média 45 pessoas por noite e possui um Programa de Atendimento ao Migrante, Itinerante e Homem de Rua, com capacidade de 95 leitos. Com a queda das temperaturas, o número de procura aumenta em torno de 20%.

Na estação rodoviária, um centro de triagem foi colocado de forma estratégica para poder orientar as pessoas que desembarcam e não têm onde passar a noite. "Uma assistente social recebe esses passageiros e depois de uma entrevista, ela os encaminha para o SOS. Quando é a primeira vez que passam pelo albergue, uma ficha é preenchida. E eles conversam novamente com a assistente social, para que ela os oriente sobre o trabalho e para que possamos saber no dia seguinte como e para onde cada um será encaminhado", explica Vanderlei da Silva, gerente do SOS.

Depois que é feita essa conversa, os hóspedes recebem um kit que contém pijama e produtos de higiene pessoal. "Então todos tomam banho e por volta das 19h é servido o jantar. No outro dia, depois do café, a assistente social volta a conversar com eles. Se a pessoa precisa ir para outra cidade ou bairro, ela recebe gratuitamente essa passagem. Se precisa passar pelo médico também é encaminhado a um hospital."

O albergue também recebe moradores de rua. Segundo Silva, muitos munícipes ligam para o SOS informando que pessoas estão dormindo nas calçadas. "Uma van vai até o lugar e oferece pouso e alimentação. Vale lembrar que a pessoa é livre para aceitar ou não essa ajuda. Recebemos sempre ligações e quem entra em contato acha que temos que obrigar aqueles que estão nas ruas a vir para o albergue, mas não temos esse poder." 

Segundo Valcilene de Carvalho assistente social do SOS, algumas pessoas que chegam ao albergue possuem família, mas preferem morar nas ruas. "Elas, em sua maioria, são usuárias de drogas, e preferiram sair de casa para não precisar se encaixar nas regras domésticas. Outros são alcoólatras, que passam a noite e depois saem à procura de bebidas."

Ela conta que já entrevistou várias pessoas que chegam ao SOS. "Recebemos muitas pessoas que chegam em Sorocaba em busca de emprego, desembarcam, não têm onde passar a noite e depois saem a procura de uma vaga. Depois alugam algum quarto para passar as demais noites." Ela ainda lembra que a Guarda Civil Municipal e veículos da Prefeitura também encaminham pessoas para o albergue.
 
Frio da madrugada 
A equipe de reportagem do jornal Cruzeiro do Sul conversou com uma família que está morando em uma rua de Sorocaba. Eles contam que chegaram há 15 dias e já estão viajando há pelo menos seis meses, quando saíram do estado de Minas Gerais, a pé. Com temperatura de 7° os migrantes, que pediram para não serem identificados, contam que as últimas madrugadas foram as mais difíceis desde que saíram do local de partida.
 
"Essa noite (anteontem) sofremos com o frio e com a garoa da noite, algumas de nossas roupas molharam e infelizmente não temos onde lavá-las e colocá-las para secar." Em meio a cobertas e roupas espalhadas, a família formada por dois irmãos e suas esposas, esperavam o dia esquentar para seguir a viagem.(Supervisão: Armando Rucci Filho)
As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul

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