domingo, 18 de agosto de 2013

No Egito, Promotoria acusa 250 partidários da Irmandade Muçulmana de terrorismo e tentativa de assassinato

Mais de 1.000 membros da Irmandade foram presos. Conflitos chegam ao quarto dia seguido

Promotores egípcios acusaram oficialmente 250 partidários da Irmandade Muçulmana de tentativa de assassinato e terrorismo, afirmou neste sábado a agência estatal de notícias Mena. A acusação inicia uma investigação contra os opositores do governo.
O Egito completou neste sábado quatro dias consecutivos de conflitos violentos entre polícia e manifestantes contrários à deposição do presidente Mohamed Mursi, membro da Irmandade. Os confrontos tiveram início na quarta-feira, quando mais de 600 pessoas morreram, segundo o Ministério da Saúde do Egito.

Entenda o caso


  1. • Na onda das revoltas árabes, egípcios iniciaram, em janeiro de 2011, uma série de protestos exigindo a saída do ditador Hosni Mubarak, há trinta anos no poder. Ele renunciou no dia 11 de fevereiro.
  2. • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em confronto com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de ordenar os assassinatos.
  3. • Uma Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse de Mohamed Mursi, eleito em junho de 2012.
  4. • Membro da organização radical islâmica Irmandade Muçulmana, Mursi ampliou os próprios poderes e acelerou a aprovação de uma Constituição de viés autoritário.
  5. • Opositores foram às ruas protestar contra o governo e pedir a renúncia de Mursi, que não conseguiu trazer estabilidade ao país nem resolver a grave crise econômica.
  6. • O Exército derrubou o presidente no dia 3 de julho, e anunciou a formação de um governo de transição, que não foi aceito pelos membros da Irmandade Muçulmana.
O Ministério do Interior egípcio já havia informado que as forças de segurança detiveram 1.004 membros da Irmandade Muçulmana neste sábado, além de terem apreendido uma considerável quantidade de armas e munição. Em comunicado, o governo afirmou que as detenções foram realizadas em todas as províncias do país, em operações para fazer frente às "tentativas terroristas de elementos da Irmandade Muçulmana, que deseja empurrar o país para um ciclo de violência".
Mesquita — Também neste sábado, a polícia egípcia retirou à força, em meio a um intenso tiroteio, centenas de manifestantes islamitas que permaneceram durante várias horas dentro da mesquita Al-Fateh, localizada na praça de Ramsés, no centro do Cairo. A informação foi dada pelo porta-voz do Ministério do Interior, Hani Abdel-Latif. Os manifestantes haviam desrespeitado o toque de recolher e se escondido dentro da mesquita durante a noite de sexta-feira, dia em que osconfrontos entre as forças de segurança do Egito e os manifestantes causaram 173 mortes em todo o país – 95 delas na capital.
Segundo a CNN, a polícia egípcia chegou a pedir que os manifestantes deixassem a mesquita. No entanto, os simpatizantes da Irmandade Mulçumana, mesmo estando sem comida ou suprimentos médicos, rejeitaram o pedido com medo de sofrer represálias mais violentas. A situação piorou quando as forças de segurança começaram a atirar contra a mesquita, alegando que os manifestantes dispararam tiros contra a polícia. A polícia conseguiu tirar todos os manifestantes da mesquita e, no final da tarde deste sábado, não se ouvia mais tiros no Cairo.
O conteúdo é da VEJA

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