sábado, 24 de agosto de 2013

Sorocaba - Partidos perdem 1,8 mil filiados em seis meses

Levantamento do TSE vai de outubro do ano passado a março deste ano

Rodrigo Gasparin
rodrigo.gasparin@jcruzeiro.com.br

O número de filiados a partidos políticos em Sorocaba caiu 8,4% entre a eleição do ano passado e março deste ano, data do último levantamento divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesse período, mais de 1,8 mil pessoas deixaram de ter vínculo com algum partido. Em outubro de 2012 (mês em que ocorreram os dois turnos da eleição municipal), 21.336 pessoas eram filiadas a algum partido na cidade. O número caiu para 19.528 em março. Os dados estão publicados na página do TSE na internet.

Em termos proporcionais, o PDT foi o partido que mais perdeu filiados, com 19,9%. Na sequência, aparecem PSDB (16,9%), PMDB (14,4%), DEM (13,1%) e PPS (12,8%). De acordo com os apontamentos do TSE, nenhum dos 27 partidos políticos presentes em Sorocaba ganhou mais gente para seus quadros. Seis deles estavam, em março, com o mesmo número de filiados que tinham em outubro: PC do B, PPL, PRTB, PSC, PSL e PSTU. Todos os demais perderam ao menos um integrante.

A situação é diferente da registrada em março de 2009, cinco meses após a eleição municipal do ano anterior. Naquele período, apenas 83 pessoas se desfiliaram de suas legendas, o equivalente a 0,4% do total. Além disso, oito partidos haviam ganho mais filiados na época (PRB, PSTU, PSOL, PV, PT do B, PC do B, PR e PDT).
 
Justificativas 
Os presidentes dos diretórios municipais dos partidos ouvidos pelo Cruzeiro do Sul relataram motivos diversos para a perda de filiados desde outubro. O presidente sorocabano do PDT, Ruy Amorim, atribui o problema às constantes campanhas de filiação realizadas por outros partidos, principalmente os que têm um público-alvo específico. "A queda é normal, pela pressão da propaganda dos partidos ligados a igrejas evangélicas", disse.

Já, para Maria Lúcia Amary, presidente do diretório municipal do PSDB, o partido foi afetado com vários casos de dupla filiação (pessoas que se filiam a duas legendas e têm seu registro vetado em ambas). Ela vê a atuação dos filiados como sendo algo mais importante do que o número de pessoas. "O que importa é a militância, o partido ativo."

Terceiro partido que mais perdeu filiados em termos proporcionais, o PMDB lidera o ranking em números absolutos, com 641 desfiliações. "Para mim é uma surpresa", afirmou Renato Amary, presidente do diretório municipal. Ele disse que deve procurar o TSE para entender os números. Por sua vez, o presidente do DEM em Sorocaba, José Crespo, diz não se preocupar com a diminuição no número de filiados. Para ele, um quadro mais enxuto facilita a realização de convenções (que dependem de quórum) e agrega militância. "Se a gente for em praça pública fazer campanha de filiados, não é difícil conseguir mais gente. Mas essas pessoas não serão necessariamente militantes dos partidos", comentou.

Já para o PPS, a redução de partidários se deve a pessoas que mudaram de cidade, faleceram ou tiveram os direitos políticos cassados por não terem votado. "O número de filiados é importante, mas é mais importante que eles estejam militando", ressaltou João Paulo Correia, presidente do diretório municipal.
O conteúdo é do Jornal Cruzeiro do Sul

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