sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Acusados de estupro coletivo são condenados à morte

Sentença de quatro dos seis autores do crime que comoveu a Índia e forçou o governo a modificar a legislação foi anunciada nesta sexta-feira

Manifestantes comemoram sentença diante de tribunal de Nova Délhi nesta sexta-feira
Manifestantes comemoram sentença diante de tribunal de Nova Délhi nesta sexta-feira (Roberto Schmidt/AFP)
Quatro dos seis acusados pelo estupro coletivo e morte de uma estudante em dezembro do ano passado em Nova Délhi, na Índia, foram condenados nesta sexta-feira à pena de morte. O juiz Yogesh Khanna afirmou que o crime, que revoltou a Índia e provocou um debate sem precedentes sobre a situação das mulheres no país, "é um caso extraordinário entre os extraordinários" - o que justifica a condenação à morte. "O tribunal não poderia fazer vista grossa a este ato espantoso", afirmou.
A vítima, uma estudante de fisioterapia, retornava com um amigo do cinema no dia 16 de dezembro do ano passado e foi estuprada e torturada pelos seis homens após entrar em um ônibus em Nova Délhi. A mulher morreu treze dias depois em um hospital de Singapura. O pai da vítima disse à imprensa que ficou satisfeito com a condenação. "Estamos felizes. A Justiça se pronunciou."
Na terça-feira, a Justiça indiana já havia declarado culpados de 13 crimes os quatro acusados: Mukesh Singh, Vinay Sharma, Akshay Thakur e Pawan Gupta. As sentenças, contudo, só foram anunciadas nesta sexta-feira. Um forte esquema de segurança foi montado em torno do tribunal, onde se reuniram centenas de pessoas.
Um quinto envolvido no crime, que é menor de idade, foi condenado em outro julgamento a três anos de prisão em uma unidade correcional, uma decisão que causou indignação na família da vítima e em grupos de ativistas que reivindicaram que o rapaz fosse julgado como um adulto e condenado à morte. Um sexto acusado, maior de idade, se suicidou na prisão, segundo a versão oficial.
Repercussão - O estupro coletivo provocou uma onda de protestos no país asiático e levou a um profundo debate sobre a discriminação e a violência que as mulheres sofrem na Índia. Diante dos protestos, o governo foi forçado a modificar a legislação, endurecer as penas contra os crimes sexuais e criar cortes de via rápida para os casos de estupro, entre outras medidas.
Os manifestantes acusaram a polícia de omissão nos casos de violência sexual e os tribunais de não condenarem os estupradores. Desde o caso da jovem em dezembro, a Índia vive uma série de denúncias com contínuas acusações de violência sexual, que aparecem na imprensa local e internacional. As notícias afetaram o turismo no país, segundo dados oficiais e das agências de turismo.
(Com agências Efe e AFP)

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