sábado, 22 de junho de 2013

Sorocaba - Atendimento demorado gera queixas de pacientes em UPH

Problema concentrou-se no horário de almoço, das 11h às 13h


       Leandro Nogueira
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br
Atendimento pré-hospitalar paralisado na hora do almoço. Essa foi a queixa de pacientes e acompanhantes que estavam no início da tarde de ontem na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da Zona Norte. Disseram que vários deles que chegaram às 8h ou 9h foram atendidos apenas às 13h porque das 11h às 13h ninguém foi chamado. Reclamaram que sequer dava para saber se havia médicos presentes, já que o quadro em que deveriam constar os nomes dos profissionais presentes, como previsto em lei, estava em branco. 

A Secretaria da Saúde de Sorocaba (SES) alegou que na troca das placas entre um plantão e outro, que é feita manualmente, é necessário esperar todos os profissionais escalados efetivamente chegarem às unidades e, neste espaço de tempo, a placa fica sem os nomes dos profissionais. Às 14h30, quando a reportagem deixou o local a placa continuava sem nomes. "Uns profissionais entram às 19h e saem à 1h; outros entram às 19h e saem às 7h", divulgou a SES, deixando de informar quais foram os exatos horários das trocas durante a manhã de ontem, mas seguindo a lógica da carga horária dos médicos pode-se prever que as substituições deveriam ter sido feitas às 7h e às 13h.

Evandro Rodrigures Barbosa, 25 anos, disse que chegou com a noiva de 33 anos às 9h da manhã. Ela ficou aguardando com fortes dores no estômago às 13h, quando foi atendida pelo médico. "Ela estava muito mal e então ao meio-dia eu abri a porta e entramos. Falaram que ela tinha que esperar e ela ficou tomando soro no corredor enquanto aguardava", declarou Barbosa. Jhonys Willian da Silva, 26 anos, disse que quando chegou havia uma senhora que reclamava de dor de cabeça e estava esperando desde às 8h e apenas foi chamada às 13h. "De quando cheguei, às 10h45 até às 13h não chamaram ninguém", reclamou. 

Por volta das 14h, o vendedor autônomo Paulo Moura, 54 anos, a aposentada Maria Inês Queiroz, 60 anos e Jhonys da Silva, 26 anos, queixavam-se da espera desde às 11h. Enquanto a reportagem estava na unidade, várias pessoas passaram a ser chamadas. "Quando o jornal chega parece que agilizam", comentou Maiara Núbia Lancia Anhaia, que acompanhava o namorado. "A gente espera três horas e o médico nos atende em um minuto", afirmou Maria Queiroz. Na parte da pediatria, segundo as mães consultadas, a espera estava sendo de cerca de uma a duas horas, o que consideraram muito, devido ao estado febril. "Chegamos ao meio-dia, passou pela triagem e falaram para esperar", disse a artesã mãe da pacientes de quatro anos de idade, Joelma Gonçalves da Silva, 42 anos. Inês Miranda, 46 anos reclamava que há uma hora estava aguardando o médico atender o sobrinho dela de dez anos de idade, que estava com 39,1º de febre, mesmo após ter sido medicado em casa. 

A SES informou que todos os casos de urgência e emergência são prontamente atendidos nas UPHs. Sobre o atendimento aos adultos, divulgou que a média do tempo de espera na manhã e início de tarde de ontem dos casos não urgentes foi de três horas, devido ao elevado número de urgências e também pelas transferências hospitalares que precisam ser realizadas. Explicou que os pacientes são avaliados conforme a classificação de risco e os não são urgentes, esperam mais pelo atendimento. "Nas UPHs o atendimento é feito por ordem de gravidade através de classificação de risco, não importando a ordem de chegada, portanto os casos menos graves podem ter um tempo de espera maior", respondeu em nota.

Em relação aos atendimentos infantis, a SES informou que todas as crianças que chegam são acolhidas pela equipe de enfermagem (acolhimento), que faz uma avaliação do estado geral de saúde, não considerando apenas um único sintoma, como a febre. Dados da Secretaria apontam que cerca de 70% das crianças que chegam às UPHs apresentam febre e o atendimento é priorizado conforme a classificação de risco. A SES informou ainda que havia cinco médios clínicos e quatro médicos pediatras de plantão. 

Divulgação obrigatória 
A divulgação dos nomes dos profissionais de saúde para os pacientes que aguardam é obrigatória em Sorocaba pela lei 8.288/2007. Além de nomes ela prevê que conste os horários e especialidades desses profissionais. Tal exigência deve ser cumprida nos Postos de Saúde, unidades de Pronto-Atendimento, unidade de Saúde Mental, Santa Casa de Misericórdia, ou qualquer outro órgão direto ou indiretamente administrado pela Prefeitura. Os quadros com tais informações devem ser colocados em local de fácil visualização e livre acesso ao público.

As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul

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