terça-feira, 18 de junho de 2013

Sorocaba - Ladrão que roubou celulares de mulheres é apresentado

Nove assaltos foram esclarecidos com prisão de mecânico Jefferson Motta


       Adriane Mendes
adriane.mendes@jcruzeiro.com.br
Com a prisão em flagrante do mecânico Jefferson Fraga Motta, 31 anos, no início do mês, a equipe do 3º Distrito Policial esclareceu nove assaltos a mulheres, abordadas sempre nos períodos da tarde e noite enquanto caminhavam ou estavam paradas em pontos de ônibus. O assaltante se aproximava de bicicleta e, com faca ou revólver, exigia a entrega dos celulares das vítimas. O delegado titular da unidade, José Augusto de Barros Pupin, destacou a importância dos registros policiais, bem como a forma da Polícia Civil em trabalhar com o cruzamento de informações, para que se pudesse chegar à prisão do acusado, já condenado por outros casos. Ao deixar o 3º DP para retornar à prisão em Guareí, demonstrando comportamento agressivo, Jefferson chegou a ameaçar as vítimas dizendo que logo estará de volta às ruas.

Em entrevista coletiva ontem pela manhã, ao lado da delegada assistente Marta Ayres Cardum e dos investigadores, José Barros Pupin destacou que o esclarecimento de todos os casos só foi possível porque as vítimas registraram a ocorrência, informando as características físicas do assaltante, que se destacavam pela tatuagem tribal na panturrilha direita, pelas luzes nos cabelos e pelas sobrancelhas grossas. Para esconder a coloração capilar Jefferson utilizava um boné, mas se esqueceu que a tatuagem também poderia identificá-lo, e em alguns casos fez os roubos usando bermuda. O fato de assaltar sempre de bicicleta fazia com que os investigadores desconfiassem que o ladrão seria morador das proximidades, o que realmente se confirmou: Jefferson residia na rua Visconde do Rio Branco, na Vila Jardini.

Ainda sobre a elaboração dos boletins de ocorrência, Pupin frisou que é também por meio deles que a Polícia Militar tem como mapear os locais mais problemáticos da cidade, a fim de reforçar o policiamento preventivo. Outro fator é que, de acordo com os números de crimes elencados, a pena, em caso de condenação, também pode ser maior. De acordo com Pupin, após a prisão em flagrante de Jefferson na noite do dia 1 de junho, quando também foi possível identificar outro roubo ocorrido na data anterior, os dados foram confrontados e as demais vítimas foram chamadas ao 3º DP, reconhecendo-o fotograficamente. Ontem porém, as vítimas puderam também fazer o reconhecimento pessoal.

O delegado também atentou que, de acordo com os relatos das vítimas, Jefferson se mostrava agressivo, sendo que num dos casos a vítima teve uma faca encostada na barriga e ele ainda simulou ser seu namorado. Tal comportamento inclusive foi confirmado ontem, diante da imprensa, quando, ao ser colocado de volta para a viatura que o levaria para Guareí, Jefferson encarou as vítimas que estavam em frente ao DP, e disse: "Não se preocupem, daqui a pouco estou na rua de novo".

Agora, com a divulgação da foto do mecânico, Pupin acredita que possam surgir outras vítimas, e ele pede para que se alguém mais reconhecer Jefferson, para ir até o 3º Distrito, que fica na avenida Presidente Kennedy, 150, no Jardim Paulistano, próximo ao Colégio Salesiano.
 
Mudança de rotina 
As sete vítimas que ontem reforçaram o reconhecimento vendo o mecânico pessoalmente, disseram que suas vidas mudaram a partir do momento em que foram assaltadas. Elas são unânimes em afirmar que mudaram seus trajetos, e em alguns casos até mesmo os horários. Há ainda as que agora têm medo de sair às ruas no horário noturno se não estiverem acompanhadas. O trauma, segundo elas, ainda é muito presente, conforme destaca a jovem que teve a faca encostada na barriga, às 18h25 do dia 12 de maio, quando estava num ponto de ônibus da avenida General Carneiro. Foi nesse caso que ele simulou ser namorado da vítima, sentando-se ao seu lado e a abraçando para que ninguém percebesse a existência da arma. Segundo a vítima, "naquele momento passa pela nossa cabeça, em segundos, toda nossa vida". 

Outra vítima do mecânico, uma advogada que foi roubada em plena tarde, por volta das 15h do dia 28 de abril, quando caminhava pela rua Gustavo Teixeira, também relembra com detalhes o medo que passou: "Ele disse que se não entregasse o celular eu morreria, e ainda me mandou correr". Nesse caso ele estava com revólver. Os roubos aconteciam na área do 3º DP, em ruas diversas, como na Barão de Tatuí, Luiz da Silva Rodrigues, e outras.
 
Prisão em flagrante 
Por volta das 20h30 de 1 de junho, uma balconista de 17 anos foi roubada próxima ao Posto de Atendimento "Zona Oeste" e repassou as características do acusado, detido logo depois por policiais militares na rua Evaristo da Veiga. Na ocasião, além do celular recém-roubado, o mecânico portava outro celular, que verificou ser de uma estudante de 23 anos, assaltada na véspera, por volta das 18h, na praça 9 de Julho.

As duas vítimas então o reconheceram no plantão policial e Jefferson foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP), no bairro da Aparecidinha. Entretanto, por já ser condenado a 5 anos e 6 meses por roubo praticado em Sorocaba e a 8 anos, 9 meses e 18 dias por uma tentativa de roubo em Votorantim, Jefferson Fraga Motta foi encaminhado para a penitenciária de Guareí.

As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

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