segunda-feira, 15 de julho de 2013

Quadrilha explode caixa eletrônico e sete são presos

Entre os acusados está uma estudante de Direito, que cursava o segundo ano na Uniso
Bandidos tinham armas pesadas para eventual confronto com policiais - Aldo V. Silva


     Marcelo Roma 
marcelo.roma@jcruzeiro.com.br 

Sete acusados de fazer parte de uma quadrilha especializada em furtos a caixas eletrônicos em bancos da região de Sorocaba estão presos. Eles foram pegos em Sorocaba e Itapetininga após explosão na agência do Bradesco de Campina do Monte Alegre. São quatro homens e três mulheres. O furto aconteceu no início da madrugada deste domingo (14) e a quadrilha utilizou armas pesadas para eventual confronto com policiais, o que não ocorreu. Campina do Monte Alegre, assim como outras cidades menores da região, como Capela do Alto, Iperó e Sarapuí, tinham sido alvo de explosões a caixas eletrônicos - algumas agências duas ou três vezes - este ano. 

Entre os acusados presos neste domingo está uma estudante de direito, Ana Paula Alves Moreira, 22 anos, que cursava o segundo ano na Universidade de Sorocaba (Uniso). Ela dirigia uma Mitsubishi Pajero parada por policiais militares da Força Tática na avenida Barão de Tatuí, em frente à capela de João de Camargo, às 9h. No veículo estavam outros três: Wagner Antônio Ribeiro Castro, 27 (marido de Ana Paula), Roger Antunes Teixeira, 22, e Lucas Rodrigues de Freitas, 27. 

Mais três acusados de participar do furto haviam sido presos por policiais rodoviários em Itapetininga, à 1h: Luciano Viana de Oliveira, 31, Cristiane Teodoro, 30, e Fernanda Constante Barcelli, 30. Luciano dirigia um Astra, que foi parado no quilômetro 151 da rodovia Raposo Tavares (SP-270). No carro estavam Cristiane e Fernanda. Os policiais rodoviários seguiram o Astra depois de receber informação pelo rádio de que o carro e mais em Gol e um Kia Sportage tinham sido usados na explosão e furto do banco em Campina. 

Luciano, Cristiane e Fernanda teriam dito que receberam dinheiro para simular um crime em Campina, em lugar distante do centro da cidade, a fim de atrair PMs e facilitar a realização do furto. O delegado Luís Carlos Fogaça, de Itapetininga, autuou os três em flagrante de furto, formação de quadrilha e também porte de entorpecente, pois Luciano e Cristiane tinham três frasconetes de cocaína. 

Armamento pesado 

Em Sorocaba, os PMs do 2º Pelotão da Força Tática acharam na Pajero R$ 22.994 e quatro armas: dois fuzis e duas pistolas. Segundo o cabo Douglas Silva, o fuzil 762 com mira telescópica havia sido roubado de uma chácara em Araçoiaba da Serra. Outras armas eram um fuzil M16 e as pistolas calibre 380 e 9 milímetros. Os fuzis e as pistolas têm grande poder de fogo. 

O grupo admitiu que o dinheiro foi furtado do banco em Campina, conforme Silva. O levantamento sobre a quantia total que havia nos caixa seria informado à polícia hoje. Na casa de Wagner e Ana Paula, num condomínio localizado na avenida Ipanema, em Sorocaba, os PMs apreenderam um Chevrolet Cruze roubado em Piedade no dia 31 de dezembro de 2012, além de 12 cartuchos calibre 12. 

Ana Paula faria o controle financeiro da quadrilha. Os quatro presos em Sorocaba respondem por furto, formação de quadrilha, porte ilegal de arma (inclusive de uso restrito) e receptação. Foram autuados em flagrante pelo delegado Carlos Lourenço de Souza, na delegacia do plantão sul. 

Relação com tráfico 

Outros integrantes da quadrilha fugiram em outros três veículos. Não se sabe quantos eram no total. Eles podem ser responsáveis pela maioria de explosões de caixas eletrônicos na região, o que vai ser investigado pela Polícia Civil. Há suspeita ainda de relação com o tráfico. O dinheiro conseguido com os crimes pode ter sido empregado na compra de droga e outros tipos de crime. 

As explosões a caixas eletrônicos se tornaram comuns em cidades menores da região nos últimos meses. O efetivo policial também é pequeno nesses municípios e falsas denúncias de crimes conduzem PMs a pontos distantes da região central, como aconteceu mais uma vez em Campina. 

Quadrilhas agiram em Alumínio no dia 10 de junho, em Sarapuí no dia 5 do mesmo mês, Capela do Alto no dia 30 de abril e em Campina do Monte Alegre, no feriado de 1º de maio. Em Alumínio, os criminosos explodiram caixas em duas agências - Santander e Bradesco - e fizeram um homem de refém, liberando-o depois.

O conteúdo é do Jornal Cruzeiro do Sul

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