quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sorocaba - Pacientes se desesperam com a demora do atendimento no P.A. da Zona Oeste

 

Um homem que chegou com um ferimento na cabeça foi conduzido ao interior do P.A. por guardas municipais após uma paciente que também aguardava atendimento intervir (Foto: Fernando Rezende)
 
 
UMA ESPERA SEM FIM
 
A demora de atendimento e a possível falta de médicos fizeram com que pacientes que estavam no Pronto Atendimento da Zona Oeste reclamassem mais uma vez. Muitos alegaram que estavam desde às 10 horas da manhã de ontem aguardando ser atendidos por um médico e o atendimento só teve início por volta das 15 horas. No momento em que a reportagem do DIÁRIO estava no local, um homem chegou segurando um pedaço de tecido na parte de trás da cabeça, que estava com ferimento sangrando. Ele se dirigiu ao balcão de atendimento para preencher o cadastro e, somente após a vendedora Fátima Caruso, que também aguardava atendimento, intervir e alterar o tom de voz, um guarda civil municipal (GCM) conduziu o homem para o interior da unidade. “É vergonhoso, um atendimento de saúde que não presta! Teve gente que desistiu de ser atendido e foi embora. A gente vem com dor e acaba passando nervo com essa situação”, afirma Fátima. “Se vocês não estivessem aqui e ela não tivesse falado nada, ele ficaria esperando”, disse a secretária Letícia Padovan, que também estava desde as 10 horas no P.A. A secretária afirmou que perdeu o dia de trabalho e estava sem comer, mas ficaria esperando o atendimento. 

DEMORA – Não suportando mais a dor de cabeça e febre, o jardineiro Anderson Luís Santos ficou nervoso e chegou a dar um soco numa mesa da unidade. Por conta disso, ele afirma que um GCM chegou a segurá-lo pelo braço e outros pacientes, vendo a situação, pediram para que o largassem. Em seguida, Anderson foi chamado para ser atendido, mas conta que não ficou nem cinco minutos com o médico. “Eu entrei, ele perguntou o que estava sentindo e receitou os medicamentos. Agora ainda vou ter que comprar porque não tem no posto.” 

A equipe de reportagem do DIÁRIO acompanhou por alguns minutos a chamada de pacientes e verificou que muitos já não estavam no saguão, haviam desistido do atendimento. “Só havia dois médicos que desceram e não subiram mais. Agora que começamos a reclamar apareceu até um coordenador. Eu não fui ao P.A. da Zona Norte, que é mais perto da minha casa, porque achei que aqui estaria melhor”, comenta Fátima. 

O mesmo aconteceu com a camareira Rosângela dos Santos, que ficou mais de cinco horas com dor na coluna esperando ser atendida. O médico receitou medicamentos e uma injeção, que ela tomou no próprio local. Enquanto aguardava ser chamada, a camareira chegou a cobrar explicações de funcionários sobre a demora. “Disseram que era o sistema dos médicos. Mas eles não recebem tão mal assim, nós é que recebemos mal e ainda pagamos o salário deles.” Há poucas semanas, pacientes indignados com o atendimento do mesmo P.A. chegaram a paralisar a avenida General Carneiro em uma manifestação. A Prefeitura de Sorocaba foi procurada para comentar o caso, mas não retornou até o fechamento desta edição.

As informações são do Jornal Diário de Sorocaba

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