quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sorocaba - Comerciante perde R$ 8,7 mil em golpe de falso gerente

Estelionatário teria pedido o dinheiro para recontagem


     Amilton Lourenço
amilton.lourenco@jcruzeiro.com.br
Saidinha de banco, golpe do cartório, falso boleto, pagamento com envelope vazio, troca de cartão e chupa-cabra. Esses são alguns exemplos de armações arquitetadas por bandidos para lesar os cidadãos. Mas quando todos imaginam que o estelionatários já esgotaram a criatividade, eles surpreendem novas vítimas com a improvisação de mais uma nova trama. Ontem, no início da tarde, dentro da agência do banco Itaú, da rua São Bento, infelizmente, a comerciante Neiva Dias Ferreira, 56 anos, foi alvo de uma nova modalidade deste tipo de crime (o estelionato), que devido as circunstâncias em que aconteceu pode ser chamado de "golpe do falso gerente". 

Por volta das 13h30, Neiva recebia no caixa do banco a quantia de R$ 8.752, referente ao pagamento do sinistro de um veículo segurado com perda total. Assim, que recebeu o dinheiro, ainda dentro dos biombos instalados justamente para oferecer maior segurança aos correntistas, a comerciante foi abordada por um senhor, aparentando 60 anos, bem vestido e que se apresentou como um dos gerentes da agência. 

Neiva conta que o indivíduo afirmou que precisava contar o dinheiro novamente porque a funcionária do caixa havia pago uma quantia menor do que a prevista. Neste instante, Neiva acompanhou o suposto gerente até uma das mesas de atendimento. "Ele me disse que a moça do caixa já havia cometido dois erros na contagem de dinheiro e que era para eu conferir meu pagamento. Ele me chamou para sentar em uma mesa da gerência, a de número 15, onde começou a contar o dinheiro junto comigo. Ele me disse que realmente faltava dinheiro e que iria resgatar o restante no caixa", relata a comerciante. 

O problema é que enquanto ela esperava o "gerente", o estelionatário já havia fugido sem que ela percebesse. "Fiquei sentada na mesa por dez minutos. Foi quando desconfiei de que algo estava errado e me dirigi ao caixa. Lá, a funcionária, me alertou que eu havia sido vítima de um golpe", informa Neiva, que é hipertensa e começou a passar mal. 

Socorrida inicialmente por uma segurança feminina da agência, a comerciante afirma que permaneceu mais de 40 minutos na agência sem que algum colaborador do banco lhe prestasse atendimento. "Não recebi nenhuma atenção. Deu tempo de ligar para a polícia, localizar meu marido e esperar ele vir de Votorantim para Sorocaba. Só depois que ele chegou é que uma mulher, que se identificou como gerente geral da agência, veio conversar comigo. Ela me disse que precisava de uma cópia do boletim de ocorrência para verificar as imagens internas e tomar as providências cabíveis."
 
Vai processar 
Profundamente chateada com o fato de ter sido lesada dentro da agência bancária, a comerciante e seu marido Carlos Alberto Nunes Ferreira, proprietários de uma pequena fábrica do ramo alimentício, afirmaram que iriam processar o banco. "O mínimo que esperamos é que o banco ofereça segurança aos clientes. Além disso, estou desapontado com a forma com que ela (Neiva) foi tratada após a ocorrência. Segundo ela, somente a segurança feminina lhe prestou atendimento imediato. Já orientamos nosso advogado para que ele acione o banco por danos morais e pelo ressarcimento da quantia que nos foi levada", disse Carlos Alberto. 

"Se alguém for roubado dentro da minha casa, o mínimo que eu posso fazer é ser solidário com a vítima e tentar repor seus prejuízos. Vamos buscar o caminho judicial porque não quero que outras pessoas sofram e sejam lesadas da mesma maneira", completou o comerciante. 

O Cruzeiro do Sul tentou, sem sucesso, ouvir o banco Itaú sobre a ocorrência. O telefone da agência (3003-4828), obtido por uma gravação do próprio banco, não atendeu. A reportagem também enviou e-mail pelo próprio site do banco, solicitando o contato da assessoria de imprensa da instituição, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno. 

Cuidados 
É possível tomar uma série de providências para evitar cair nas mãos de um estelionatário, orienta a Polícia Civil. O delegado Fábio Cafisso explica que em virtude do aprimoramento das técnicas utilizadas pelos bandidos, que agem principalmente no centro da cidade, todo cuidado é pouco ao ingressar em bancos, lojas e comércio em geral. "Infelizmente, as pessoas de bem têm de desconfiar de tudo e de todos nesses locais." O delegado também diz que é preciso evitar fornecer dados pessoais a estranhos ou por telefone e não colocar números de RG e CPF em cupons de sorteio.

Na internet, ele aconselha que as pessoas não se cadastrem em sites que não tenham o cadeado na barra inferior e que não postem números de documentos em redes sociais, além de manter o antivírus do computador sempre atualizado. Em situações como viveu a vítima (dona Neiva), Cafisso aconselha buscar sempre a identificação do funcionário no momento do atendimento.

O conteúdo é do Jornal Cruzeiro do Sul

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