quarta-feira, 28 de agosto de 2013

BC eleva Selic para 9% ao ano e regra da poupança muda

Foi a quarta alta do juro básico desde abril; caderneta volta a render 0,5% ao mês mais TR

Célia Froufe e Eduardo Cucolo, da Agência Estado
Conteúdo ESTADÃO
BRASÍLIA - O Banco Central elevou nesta quarta-feira, 28, a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,5 ponto porcentual para 9% ao ano, sacramentando o ciclo de maior aperto monetário do governo Dilma Rousseff. A decisão foi unânime e aciona o gatilho que recupera o antigo rendimento da poupança (0,5% ao mês mais a TR). A autoridade afirmou, em comunicado, que a elevação do juro deve contribuir para colocar a inflação em declínio e assegurar essa trajetória de baixa em 2014. O texto deixa em aberto a possibilidade de outra alta idêntica ser observada no próximo encontro do colegiado.
Levantamento realizado pelo serviço AE Projeções da Agência Estado, revelou que 33 de 76 instituições financeiras consultadas já preveem uma taxa maior para o final do ano - e 16 casas acreditam até em uma taxa de 10% ao ano ainda em 2013, o que joga por terra a promessa do governo de que os juros não voltariam ao patamar de dois dígitos.Analistas do mercado financeiro já esperavam a decisão e agora aguardam mais um aumento de 0,5 ponto porcentual na reunião marcada para o início de outubro, segundo a pesquisa semanal Focus, feita pelo BC com mais de 100 instituições. Se for confirmado esse prognóstico, a Selic terminará 2013 em 9,5% ao ano. Nos últimos dias, porém, têm crescido as apostas por uma dose maior de juros diante do impacto da alta do câmbio na inflação.
O receio de economistas com o impacto do dólar na inflação ocorre ao mesmo tempo em que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), termômetro oficial da inflação no País, já se encontra em patamar alto, acima de 6%. O BC precisa perseguir uma inflação de 4,5% ao ano, com uma tolerância de dois pontos porcentuais para mais ou menos, para acomodar choques.

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