Polícia Militar orienta sobre perigo de roubos de celular

publicado em: 28/08/2013 às 21h20

O capitão PM Ubiratã fala sobre os dados que cresceram entre 2012 e 2013 (Foto: Fernando Rezende)     MAIS CUIDADO Quatro adolescentes foram recolhidos à Fundação Casa ontem pela manhã, depois de roubarem o telefone celular de uma camareira de 29 anos, no centro da cidade, na noite de terça-feira. Esse caso ocorreu na rua Barão do Rio Branco e foi o segundo registrado nesta semana na área central. O primeiro aconteceu na praça Nove de Julho, na manhã de segunda-feira, onde um estudante de 16 anos teve o celular roubado por um rapaz de 27. Um policial à paisana viu o delito e atirou na perna do bandido para conseguir detê-lo. Em vista do índice criminal por esse tipo de roubo que vem crescendo, a Polícia Militar, por meio do capitão Ubiratã Marques da Silva, divulgou dados comparativos entre 2012 e 2013 e passou orientações para evitar mais vítimas. No entanto, com a tecnologia surpreendendo a cada dia aos adolescentes, jovens e adultos, está fácil ter um aparelho celular nas mãos. Assim, acessar as redes sociais tornou-se uma necessidade diária para muitas pessoas, e isso elas têm feito pelas ruas e áreas publicas sem qualquer preocupação. Está comum também ver pessoas com aparelhos avaliados em cerca de R$ 1 mil pelas vias. Seja conversando com alguém ou acessando alguma rede social, a cena chama a atenção de quem está disposto a roubar. “Esse celular na mão de um marginal é dinheiro”, frisou Ubiratã. Segundo o capitão, se a população não tomar mais cuidado, ficará muito difícil conter a criminalidade. “Não existe polícia no mundo que consiga conter esse tipo de crime se a população não tiver certos cuidados.” ESTATÍSTICA DO CRIME – De acordo com o capitão Ubiratã, o Comando de Policiamento do Interior (CPI-7) registrou em junho, julho e agosto de 2012, um total de 54 roubos e desses, 33 foram contra pessoas caminhando pelas ruas da área central da cidade. Já nos mesmos três meses deste ano, foram 58 roubos, dos quais 39 contra pedestres. “E nós temos constatado que grande parte desses roubos tem acontecido pelo descuido das pessoas.” COMO FOI O ROUBO – A PM foi acionada pela própria camareira, por volta das 22h30 de terça-feira, que relatou ter sido abordada por três indivíduos, logo após sair do trabalho, na rua Barão do Rio Branco. Conforme a vítima, os três chegaram pedindo dinheiro e um deles estava armado, mas, como ela disse que não tinha, eles exigiram o vale-transporte e o telefone celular.  Em diligências pela região central com a vítima na viatura, o cabo Leonardo e o soldado Nascimento acabaram encontrando dois dos três adolescentes. Ao perceber que seriam abordados, os garotos, ambos com 16 anos, tentaram fugir, mas foram alcançados. Após revista, com eles foram localizados um telefone celular e um simulacro de pistola. Um deles negou participação no roubo. Momentos depois, o tenente Oliveira informou à equipe que tinha capturado mais dois suspeitos pelo roubo, no Largo do Líder. Com um deles, de 16 anos, estava o celular da vítima e com o outro, de 17, outro aparelho. Ambos admitiram a prática do roubo à mão armada. De acordo com o capitão Ubiratã, os menores estavam com os outros telefones celulares, possivelmente de roubos praticados horas antes. “O intuito é vender o celular. Eles querem dinheiro e conseguem”, disse Ubiratã sobre a finalidade dos roubos de celular. Os menores foram autuados por ato infracional de roubo e formação de quadrilha. FORA DO CENTRO – Também uma estudante de 16 anos foi surpreendida por um indivíduo sobre uma moto, por volta das 23 horas de terça-feira, no Jardim Santa Bárbara. Ela saía da escola e estava na companhia do pai voltando para casa, pela rua Daria Galvão da Silva. O indivíduo desceu do veículo ainda de capacete e exigiu que a jovem entregasse o celular que ela levava na mão. O bandido fugiu. Conforme a estudante, a moto é de pequeno porte e estava com as placas dobradas. CUIDADOS QUE SALVAM – Atualmente, por conta dos riscos de roubos de celular, empresas estão vendendo seguros contra esse crime, além de vários tipos de bloqueadores caso o aparelho seja levado por algum bandido. Com designers diferenciados e atrativos, não só os celulares, mas também os smartphones, são os preferidos dos assaltantes. “Os celulares atraem os bandidos primeiro por causa do preço, segundo porque são produtos facilmente vendidos no mercado ilegal.” No roubo ocorrido na praça Nove de Julho, o adolescente que perdeu o celular tinha saído da escola e estava na companhia de amigos na praça. Para o capitão da PM, esse é um prato cheio para bandidos. “É muito comum esses indivíduos ficarem nas portas das escolas porque sabem dos descuidos dos adolescentes. O importante é que os pais ensinem seus filhos a terem mais cuidado ao manusear seus celulares.” Inconformado com o roubo, o adolescente saiu correndo atrás do bandido e acabou sendo agredido com um soco no rosto. Acerca dessa iniciativa da vítima, Ubiratã alerta para que não haja qualquer reação diante de um assalto. “O correto é nunca reagir numa situação dessa e procurar manter a calma. Se o indivíduo estivesse armado, era perigoso dar um tiro no garoto.” E prosseguiu: “Nós estamos preocupados com os índices criminais, mas, muito mais que isso, estamos preocupados com a vítima que sofre uma agressão”. Para aumentar a segurança durante o uso do telefone celular, a PM sugere que a pessoa não saia falando distraidamente, mas, sim, preste atenção, e se perceber alguma atitude suspeita, mude de caminho e avise a polícia. Outra dica importante é não identificar os parentes nos contatos do telefone, pois, se o aparelho for roubado ou furtado, os criminosos podem usar inadequadamente os dados para a prática do falso sequestro.  OUTROS BENS PESSOAIS – Os bandidos também estão de olho em bolsas, carteiras e dinheiro fácil. Com a aproximação do final do ano, a PM orienta para cuidados que poderão evitar muitos crimes desse tipo. Andar com a bolsa virada para frente, sempre colada ao corpo é uma das dicas. “Sair do banco contando dinheiro, sair de uma loja cheio de sacolas e o celular na mão, só facilita o crime, pois o ladrão vê a oportunidade”, destaca o capitão.  Ubiratã enfatizou ainda que a polícia está trabalhando pela cidade com equipes divididas em operações como a “Delegada”; além de agentes que atuam no Tático Móvel, helicóptero Águia, Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam), Cavalaria e com bicicletas. “Mas se a população não fizer a parte que lhe compete, fica difícil conter os índices criminais”, apontou. “Quanto mais discreto for, menos chama a atenção.” O conteúdo é do Jornal Diário de Sorocaba