quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Sorocaba - Ainda faltam leitos em PS na Santa Casa


Ontem, Lenita dos Santos temia pelo atendimento médico de sua mãe - Luiz Setti


     Sthefany Lara
sthefany.oliveira@jcruzeiro.com.br
     programa de estágio


Mais uma vez pacientes que procuraram atendimento no Pronto-Socorro da Santa Casa de Sorocaba, administrado pela Prefeitura, ontem sofreram com a falta de leitos. Pela manhã, quem chegava ao local em busca de auxílio era atendido nos corredores, deitado em maca ou sentado em cadeira de rodas. Todos os 48 leitos estavam ocupados, bem como os 27 para pacientes em observação, também destinados a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Dentro do Pronto-Socorro a equipe de 11 médicos do plantão diurno se desdobra para atender os pacientes que estavam nos leitos e outros 39 espalhados pelos corredores. Do lado de fora, ambulâncias com mais pacientes faziam fila, somadas aos carros particulares onde eram trazidos outros por conta própria.

A dona de casa Lenita Ana dos Santos contou que desde domingo a sua mãe, Maria Ana dos Santos, está doente. "Minha irmã trouxe ela aqui, mas agora ela está sozinha, e não permitem que eu entre e fique com ela. Além de ser idosa, ela é cega e usa fraldas. Eu sei que ela está no corredor e está sozinha. Meu medo que ela seja mal atendida e acabe falecendo." Já a doméstica Amélia Prestes esperou por mais de uma hora para ser atendida. 

"Estou com muitas dores de cabeça e ânsia. Cheguei faz mais de uma hora e estou esperando. Meu caso ainda é simples, caso comparado aos que estou vendo chegar aqui." Contou ter visto uma senhora, que chegou num táxi, ser colocada numa cadeira de banho. "Não tem onde mais colocar as pessoas e mesmo assim toda hora chega gente. Dá até medo de pegar algo mais grave. Não tem nem como andar pelo corredor. É doente, médico e enfermeiras, todos dividindo o mesmo espaço", complementa o motorista João Pedrico, motorista.
 
Impasse 
A assessoria de imprensa da Santa Casa admite o problema da falta de estrutura. A solução seria a ampliação da estrutura física, pela Prefeitura, uma vez que o Pronto-Socorro é municipal, complementou. Na tarde de ontem, a Secretaria da Saúde de Sorocaba (SES) enviou uma equipe até a Santa Casa para realizar auditoria no local. Em nota, a SES reafirmou que é do seu interesse resolver a falta de leitos para internação e que "está se empenhando ao máximo para isso". Está contatando hospitais da cidade, dentro do processo de contratualização, visando a ampliação de leitos. A SES informou que casos que têm condição de serem atendidos pela Unidade Pré-Hospitalar (UPH) ocorrem ali mesmo, e que aqueles encaminhados para a Santa Casa passaram por triagem e não tinham condições de atendimento na UPH.

A SES destacou que a Santa Casa de Sorocaba, enquanto Pronto-Socorro Municipal, deve sempre acolher o paciente e, no caso de não existir leitos disponíveis para internação, tem a responsabilidade de acionar a Central de Regulação de Vagas do Estado de São Paulo, para encaminhar o paciente a outro hospital. "É ainda da Santa Casa a responsabilidade em adquirir equipamentos para o PS Municipal, inclusive macas." A Santa Casa rebateu, disse que todos os pacientes que chegam ao PS são atendidos, pois está sempre de portas abertas, no entanto, quando esses mesmos pacientes chegam na maioria das vezes não há mais leitos. O hospital disponibiliza um determinado número de leitos, acertado com a Prefeitura por meio de convênio, o que não é suficiente. 
(Supervisão: Eduardo Santinon)
O conteúdo é do Jornal Cruzeiro do Sul

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