sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Funcionários do McDonald's fazem greve e vão às ruas por melhores salários

Movimento já atinge 50 cidades americanas e tem como principal demanda o aumento de 100% nos salários pagos por hora aos trabalhadores de redes de fast-food

Funcionários fazem protesto por melhores salários em frente a um restaurante da rede de fast food McDonald's na Quinta Avenida em Nova York
Funcionários fazem protesto por melhores salários em frente ao McDonald's, em Nova York (Richard Drew/AP)
Milhares de funcionários do McDonald's e de outras redes de fast-food nos Estados Unidos entraram em greve nesta quinta-feira, pedindo melhores salários. De acordo com os organizadores da paralisação, trabalhadores em 50 cidades aderiram à greve reivindicando salário de 15 dólares por hora - o dobro do que a maioria deles recebe atualmente - e o direito de formar um sindicato sem ter retaliações. Há até mesmo um site criado para estimular a adesão de mais trabalhadores ao movimento.
Em comunicado, os organizadores disseram que esta é a maior paralisação já realizada no setor. O movimento teve início em novembro, em Nova York, com a adesão de 200 empregados, mas se espalhou rapidamente pelo país. Em julho, houve greves em Chicago, Detroit, Flint, Kansas City, Milwaukee e St. Louis.
O movimento iniciado nesta quinta-feira deve atingir cerca de mil lojas de outras redes de fast-food, além do McDonald's, como Burger King, Wendy's, Taco Bell, Pizza Hut e KFC. Muitos dos 3 milhões de funcionários do setor nos EUA não trabalham em período integral e não recebem gorjetas como funcionários de bares e restaurantes. Na greve anterior, em julho, o McDonald's disse que os contratos individuais de funcionários eram responsabilidade das franqueadas que operam mais de 80% dos restaurantes da rede no mundo todo. 
Quando as manifestações começaram, o McDonald's informou que não poderia dobrar os salários porque impactaria seus resultados e os dividendos pagos aos acionistas. A Universidade do Kansas fez as contas para uma reportagem do site Huffington Post: se o McDonald's dobrar o salário de todos os funcionários, incluindo o do CEO Don Thompson, que recebe aproximadamente 8,5 milhões de dólares por ano, os Big Macs teriam de custar 68 centavos a mais, aumentando de 3,99 dólares para 4,67 dólares.
Scott DeFife, porta-voz da National Restaurant Association (NRA, a associação das redes de restaurante dos EUA), afirmou que os aumentos são inviáveis porque as empresas já têm de lidar com os aumentos dos custos dos ingredientes e gastos com seguro de saúde dos funcionários, que é obrigatório.
O salário mínimo foi reajustado pela última vez em 2009, nos Estados Unidos, para 7,5 dólares por hora. Uma das brigas do presidente Barack Obama é conseguir aprovar no Congresso um aumento de 1,5 dólar por hora.
O McDonald's, rede mais afetada pelos protestos, registrou aumento de 3,7% no lucro do segundo trimestre, para 1,4 bilhão de dólares, ou 1,38 dólar por ação, ante 1,35 bilhão de dólares, ou 1,32 dólar por ação, no mesmo período do ano passado.

O conteúdo é da VEJA

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