sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Prefeitura de Sorocaba recebe 40 pedidos de corte de árvores por semana

 

Técnica analisa árvore para ver se precisa cortar ou podar (Foto: Emerson Ferraz/Secom)
 
 
Em média, 40 pedidos de corte de árvores são feitos por semana na Prefeitura de Sorocaba pelos mais variados motivos. De risco de quedas até o fato de que as folhas fazem "sujeira" e entopem as calhas das residências, já apareceu de tudo nas solicitações. Porém os critérios da Secretaria do Meio Ambiente para autorizar os serviços são muito rigorosos. De acordo com a equipe de Controle Ambiental e Licenciamento da pasta, responsável por analisar os pedidos, aproximadamente 80% das solicitações são indeferidas.

"Acredito que a consciência ecológica do povo sorocabano vem mudando bastante, principalmente porque estão começando a associar as questões ambientais com aspectos que se traduzem em melhor qualidade de vida. Porém, em relação às árvores nas calçadas, é preciso ainda mais conscientização para que o número de solicitações de corte de árvores seja reduzido", destaca Jussara de Lima Carvalho, secretária do Meio Ambiente.

"Sorocaba é uma cidade muito quente, cuja localização geográfica contribui para que seja ainda mais quente, o que faz com que, em determinadas épocas do ano, o calor fique insuportável. As árvores nos proporcionam um grande conforto térmico. Quem nunca procurou a sombra de uma árvore? Esse é um dos vários benefícios que elas nos proporcionam", explica.

Os principais aspectos levados em consideração no deferimento ou indeferimento da solicitação são o estado fitossanitário (a saúde da planta) da árvore, oferecimento de perigo à população (possível queda de ramos sobre pedestres, por exemplo), o grau da interferência da árvore em edificações existentes e a falta de alternativa técnica para implantação de projeto de edificações.

Conforme Dhébora Sanches, fiscal ambiental da Secretaria do Meio Ambiente, os motivos alegados pelos munícipes para a necessidade do corte das árvores são os mais variados; pessoas que se utilizam da árvore para usar drogas ilícitas ou que o exemplar serve de abrigo para morcegos. "As pessoas reclamam até que a árvore balança muito ou que é alta demais", comenta.

No caso de interferência dos galhos na fiação aérea e o entupimento de calha, o problema pode ser resolvidos com a poda do exemplar arbóreo e a manutenção periódica de calhas, respectivamente. Com relação ao cupim, Ana Rita de Cássia Leite, chefe de divisão de Controle Ambiental e Licenciamento da Sema, ressalta que a princípio esse tipo de praga convive harmonicamente com a árvore. "Mas há casos em que ocorrem infestação, o que acaba deixando a árvore oca. Aí, então, é feita uma análise para verificar a necessidade do corte da árvore", declara.

Por último, ressalte-se que toda árvore, assim como os outros seres vivos, tem um ciclo de vida, ou seja, nasce, cresce e morre. Esse processo pode levar décadas ou mais de mil anos, dependendo da espécie. Um exemplo disso foram as 32 árvores da Praça Frei Baraúna, no Centro, que tiveram de ser suprimidas por estarem no final do ciclo de vida. 

PEDIDO NEGADO - O aposentado Arlindo Nunes da Silva, morador do Retiro São João, fez a solicitação de corte de dois exemplares arbóreos da espécie canelinha, que estão em frente a sua casa. O pedido foi feito com um sentimento de tristeza, já que ele mesmo plantou as árvores há 24 anos. "Gosto demais delas, não queria que tivesse que cortar. Se você soubesse a felicidade que tenho de todo dia ter que varrer a 'sujeira' que elas fazem...", brincou.

A solicitação foi feita porque tinham medo de que as árvores caíssem, já que uma está com uma aparência "seca" e a outra apresentava uma lesão. A fiscal ambiental da Secretaria do Meio Ambiente analisou as duas árvores e negou o pedido de corte, porém vai solicitar a poda e fazer o monitoramento delas. 

Segundo Eliana, a família não desejava o corte das árvores. "Agora fico mais tranquila, principalmente porque a funcionária da Prefeitura disse que, quanto mais a árvore balança, melhor é, pois é sinal de que ela está bem", afirmou. De acordo com a fiscal ambiental, enquanto a árvore tem elasticidade, o risco de queda de galhos é menor. "Na medida em que os ramos ficam rígidos, o risco de quebra e consequente queda de galhos são maiores", explica Dhébora.

"Em época de calor essas árvores nos dão sombra e na primavera aqui fica cheio de passarinho. Os vizinhos reclamam e muitos nesta rua não têm árvores em frente as casas, mas muita gente senta aqui em nossa sombra em dias quentes. O grande problema é que as pessoas não sabem o bem que essas árvores fazem para a gente", explicou Eliana.

O CORTE - Para suprimir ou podar árvores no município é necessário obter uma autorização da Secretaria do Meio Ambiente. O corte ou a supressão feitas sem autorização é passível de multa.

Qualquer munícipe que necessita de poda ou remoção de uma árvore deve fazer o pedido no Setor de Protocolo Geral da Prefeitura de Sorocaba, localizado no andar térreo do Paço Municipal. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8 às 16h45.

Quando o munícipe solicita a retirada de árvores localizadas em passeio público e esta solicitação é deferida, cabe ao morador o plantio ou doação de três mudas de árvore ao viveiro municipal localizado no Parque Municipal "Chico Mendes". Nesse caso, o serviço e os custos de retirada são de responsabilidade da Prefeitura de Sorocaba.

A Secretaria do Meio Ambiente explica que o munícipe deve arcar com as despesas pelo serviço contratado para o corte da árvore quando ela estiver no quintal da sua residência. Para realizar o corte de árvore, mesmo em área particular, deve ser obtida uma prévia autorização da Secretaria do Meio Ambiente. 

O conteúdo é do Jornal Diário de Sorocaba

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