sábado, 5 de outubro de 2013

Justiça decreta prisão de PMs acusados de matar Amarildo

Dez policiais, que vão responder por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver, se apresentaram no início da noite no Quartel General da Polícia Militar

O major Edson Santos será substituído no comando da UPP da Rocinha
Major Edson Santos (Alessandro Costa/ Agência O Dia)
O Tribunal de Justiça do Rio decretou, nesta sexta-feira, a prisão preventiva dos dez policiais militares acusados de torturar e matar Amarildo de Souza, na Rocinha, Zona Sul do Rio. O pedreiro desapareceu no dia 14 de julho, após ser conduzido à sede da UPP da Rocinha. O inquérito concluído pela Polícia Civil afirma que os agentes usaram a tortura para conseguir informações de Amarildo sobre o esconderijo de armas e de traficantes na favela.
Todos os agentes se apresentaram no início da noite no Quartel General da Polícia Militar. Eles negam envolvimento no sumiço de Amarildo e afirmam que ele foi liberado pouco depois de chegar à UPP. Mas as câmeras de vigilância que ficam em frente à unidade e poderiam confirmar a versão não estavam funcionando.
Entre os acusados está o major Edson Santos, que era comandante da UPP - hoje coordenada pela major Priscila Azevedo. Também tiveram a prisão preventiva decretada os policiais Luiz Felipe de Medeiros, Jairo da Conceição Ribas, Douglas Roberto Vital Machado, Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Victor Vinícius Pereira da Silva, Anderson César Soares Maia, Wellington Tavares da Silva e Fábio Brasil da Rocha.
Em nota, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame diz que a resolução do caso foi uma prioridade para o governo. "O caso está nas mãos da Justiça, que definirá se os policiais são culpados ou inocentes. Quanto ao crime, houve empenho da Secretaria de Segurança, através da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, que deu prioridade ao caso. Administrativamente, a PM tomará as providências que sempre toma, lembrando que constitucionalmente essas pessoas têm direito a ampla defesa, tanto administrativa quanto criminalmente. O importante agora é manter a integridade da UPP Rocinha, que tem a aprovação da grande maioria dos moradores."

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