quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Representantes dos hospitais Santa Lucinda e Evangélico prestam depoimento

Presidida pelo vereador Izídio de Brito (PT), a CPI contou ainda com a presença dos diretores do CHS e DRS


Presidida pelo vereador Izídio de Brito (PT), a CPI contou ainda com a presença dos diretores do CHS e DRS (Foto: Secom)
 
 
CPI DA SAÚDE
 
A CPI da Saúde, que investiga os problemas de atendimento na rede pública de saúde em Sorocaba, realizou a 4ª rodada de oitivas no plenário da Câmara Municipal na tarde de ontem. Os trabalhos tiveram início pouco depois das 14 horas e prosseguiram até as 18h30. O diretor técnico do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), Luís Cláudio de Azevedo Silva; o diretor do Departamento Regional de Saúde (DRS XVI Sorocaba), João Márcio Garcia; o diretor superintendente do Hospital Evangélico de Sorocaba, Marcello Burattini Serra de Souza; e o diretor superintendente do Hospital Santa Lucinda, Carlos Aparecido Teles Drisostes, foram questionados pelos integrantes da CPI.

O diretor do CHS afirmou que a saúde pública tem sofrido uma forte demanda no atendimento de urgência e emergência, em função do crescimento dos casos de traumatismo. Segundo ele, o complexo realiza cerca de 500 cirurgias por mês, e está com 30 leitos fechados devido a obras, mas garantiu que não há leitos ociosos. Segundo Luís Cláudio, além da revitalização, o Conjunto Hospitalar passa por um processo de recomposição dos seus recursos humanos. Para o diretor, é preciso desafogar o hospital, evitando que os traumatismos simples sejam atendidos lá.

Por sua vez, Marcello Burattini, diretor superintendente do Hospital Evangélico, informou que cerca de 60% do atendimento da unidade é feito pelo SUS. Ele revelou que está sendo firmado com a Prefeitura um processo de contratualização, que, segundo ele, será enviado à Câmara posteriormente pela Prefeitura.

CRÍTICAS AO CHS – Durante os questionamentos, o vereador Marinho Marte (PPS) preferiu abster-se por considerar que o CHS é um “grande monstrengo” e que, a exemplo da Secretaria Municipal de Saúde, só se pronuncia “em termos de futuro sem apresentar nenhuma solução para os problemas presentes”. O vereador, então, dirigiu seus questionamentos ao diretor do Hospital Evangélico, questionando a filantropia realizada pelo hospital e o que chamou de “engodo do Hospital da Mulher”. 

Marcello Burattini respondeu que o hospital procura desenvolver uma política de gratuidade e afirmou que a unidade é referência na área de cirurgias ginecológicas, com cerca de 300 consultas de ginecologia e 50 cirurgias por mês, além de 900 mamografias. Entre as questões feitas ao diretor, estava uma sobre a suposta venda da unidade para a Amil. Sobre isso, ele afirmou que as informações não procedem e que o hospital continua sendo filantrópico.

Opinião semelhante à de Marinho Marte teve o vereador José Crespo (DEM), a respeito do CHS. Para o vereador, a única solução para o complexo é o Estado deixar sua gestão e terceirizá-lo para a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O diretor da DRS, João Márcio Garcia, disse que a lei não permite essa terceirização, que só pode ocorrer nas unidades de saúde novas. Crespo, que era deputado quando a lei foi aprovada, concordou, mas defendeu que o governo do Estado deveria propor uma alteração na lei para permitir a terceirização mesmo de unidades antigas.

DESCENTRALIZAÇÃO DA SAÚDE – O diretor da DRS afirmou que um dos objetivos da gestão estadual de saúde é descentralizar o atendimento. Como exemplo ele observou que há somente quatro serviços de ortopedia que atendem à alta complexidade nos 48 municípios da região, três estão em Sorocaba e um em Itu. Segundo o diretor da regional de Saúde, o Estado está investindo na região de Itapeva, que tem um baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com objetivo de desafogar Sorocaba.

Irineu Toledo (PRB) questionou, então, a construção de um novo hospital regional em Sorocaba e indagou se não seria melhor construí-lo em Itapeva, investindo nos hospitais já existentes em Sorocaba e no novo hospital público municipal. João Márcio Garcia respondeu que o objetivo do governo do Estado é construir um novo hospital em Sorocaba voltado para emergência; com isso, segundo ele, o Conjunto Hospitalar será desafogado do atendimento de emergência, que também presta hoje, e será destinado exclusivamente ao atendimento de alta complexidade.

Em sua explanação sobre o atendimento do hospital Santa Lucinda, Carlos Aparecido disse que a unidade é um campo de estágio da Faculdade de Medicina da PUC-SP e que atende à cerca de 14 mil pessoas por mês, das quais, cerca de 9 mil são pelo SUS. Ele calculou que o hospital realiza 3.600 partos e 800 consultas de gestantes todo mês e é referência em ortopedia, cardiologia, transplante de rim e de córnea. Carlos Aparecido apontou que a tabela do SUS não remunera os custos do hospital, que atende a mais que o teto do SUS em suas áreas de especialidades, tendo a receber da Prefeitura cerca de R$ 1,6 milhão.

PRÓXIMA OITIVA – Os diretores de unidades básicas de saúde do município serão os próximos ouvidos pela CPI. A oitiva seguinte ocorre no dia 15 deste mês e até lá o presidente da CPI garantiu que continuará com as visitas sem prévio aviso às unidades de saúde de Sorocaba.

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