sexta-feira, 31 de maio de 2013

Índios voltam a invadir fazenda onde ocorreu conflito com a PF

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DE CURITIBA
Um dia após serem retirados do local em ação das polícias Federal e Militar que deixou um morto, índios terena voltaram a invadir nesta sexta-feira (31) a fazenda Buriti, em Sidrolândia (72 km de Campo Grande).
Os índios estavam acampados do lado de fora da fazenda, e voltaram a entrar na área em protesto pela morte de Oziel Gabriel, 35, baleado no abdome na manhã desta quinta (30) durante ação de reintegração de posse da área. O corpo do índio, que era um dos líderes terena na região, será enterrado hoje.
De acordo com Jorge das Neves, coordenador regional da Funai (Fundação Nacional do Índio), cerca de 100 índios participam da invasão, que deve receber mais pessoas nesta tarde. Segundo ele, o clima na região é tenso, mas não há presença policial.
Os índios montaram uma barreira na entrada da propriedade e bloquearam uma estrada vicinal que leva à fazenda, que teve instalações queimadas pelos indígenas ainda na quinta-feira.
A posse do local é disputada na Justiça com o ex-deputado estadual Ricardo Bacha (PSDB), que afirma que a área pertence à família dele desde 1927.
A Polícia Federal em Mato Grosso do Sul informou, por meio de assessoria, ter conhecimento da ação dos índios, mas que não poderá cumprir uma nova operação de retirada sem nova ordem da Justiça.
A Polícia Militar foi na mesma linha. "Uma ação isolada da Polícia Militar não pode e nem vai existir", disse o comandante geral da PM de MS, coronel Carlos Alberto David.
Em mais um exemplo da tensão fundiária envolvendo índios em Mato Grosso do Sul, outro grupo de índios terena invadiu, na madrugada desta sexta, uma fazenda na região de Aquidauana (139 km de Campo Grande).
De acordo com a Funai, a área passou por estudos de identificação e delimitação e há um processo em curso no Ministério da Justiça para análise.
O proprietário da fazenda Buriti, o ex-deputado estadual Ricardo Bacha, disse que não irá acionar a Justiça por ora e destacou que já tem decisões judiciais favoráveis a ele. "Eu acho que agora eu não tenho mais que ficar mexendo com isso, porque está demonstrado o vácuo de autoridade no Brasil", afirmou.
"Quando os índios resistem a uma reintegração de posse, armados, contra uma decisão judicial, o que está acontecendo é desobediência civil. Não tem outro nome." Para Bacha, a situação na região é "gravíssima". (ALESSANDRO FIOCCO E ESTELITA HASS CARAZZAI )

As informações são da Folha de São Paulo.

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