quarta-feira, 29 de maio de 2013

Mercado projeta expansão de até 1% para o PIB no 1º tri

IBGE divulga na manhã desta quarta o crescimento do país entre janeiro e março - dado aguardado pelo governo e pelo mercado com ansiedade

Talita Fernandes
Plantação de soja
Agropecuária é a grande aposta do setor produtivo para o PIB. A Conab prevê safra recorde de soja, de 81,94 milhões de toneladas, este ano (Scott Olson/Getty Images)
A divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) na manhã desta quarta-feira é aguardada com ansiedade, tanto pelo mercado financeiro como pelo governo - que teme mais um resultado pífio, como tem acontecido desde o início do mandato de Dilma Rousseff, em 2011.
Desde que assumiu o poder, o maior crescimento trimestral visto por Dilma foi de 0,6%, valor registrado no segundo trimestre de 2011, na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Em termos anuais, o PIB cresceu apenas 2,7% em 2011 e, em 2012, registrou uma sofrível expansão de míseros 0,9%.
Apesar da série de desonerações anunciadas pelo governo nos últimos meses, numa tentativa de impulsionar a atividade econômica, o PIB não deve passar de um expansão de 1% no primeiro trimestre de 2013 - isso, claro, na visão mais otimista dos analistas consultados pelo site de VEJA. As apostas oscilam entre alta de 0,8% e 1%, na comparação com o último trimestre de 2012, e entre 2,3% e 2,5%, ante os primeiros três meses do ano passado. 
O que mais preocupa os analistas não é uma expectativa modesta de crescimento, mas a manutenção desse ritmo ao longo do ano. Para Alessandra Ribeiro, economista-sócia da Tendências Consultoria, os fatores que devem puxar a alta do PIB nos três primeiros meses deste ano são pontuais, ou seja, não devem permanecer nos demais trimestres. Um deles é a agropecuária, apontada pelo mercado como o setor produtivo que terá grande avanço. Alessandra explica que a atividade do campo será beneficiada pelas previsões recordes de produção de grãos, em especial a soja, e pelo clima favorável. Ainda no setor produtivo, a indústria deve ter algum destaque, depois de mostrar uma leve recuperação no início do ano.
Por outro lado, o setor de serviços deve perder força no primeiro trimestre. "Vai haver um fator de baixa no setor de serviços, pressionado pela queda nas vendas no varejo no primeiro trimestre", explica Fernanda Consorte, economista do Santander. Contudo, ela diz que, apesar da queda no varejo, o setor de serviços deve ver algum avanço, ajudado pelos gastos do governo e pelo transporte industrial.
Força - Apesar dos esforços do governo para estimular o crescimento econômico, o modelo baseado em estímulos ao consumo já não surtem mais tanto efeito como nos anos Lula: a renda da população está comprometida com prestações da geladeira, do carro e até da casa própria. De acordo com pesquisa divulgada pelo Banco Central, o endividamento médio do brasileiro correspondia a 44% de sua renda no primeiro trimestre do ano. Além da tomada de crédito, a inflação também reduziu o poder de compra da população.
O governo desliza ainda em suas próprias previsões. Apesar de apostar em crescimento acima de 3% - enquanto o mercado projeta 2,93% para o PIB anual -, fontes da equipe econômica dizem que o Palácio do Planalto "não vai aceitar crescimento inferior a 2,7%" - mesma expansão conquistada em 2011. Ainda assim, a previsão é de que o ritmo de crescimento diminua no segundo e terceiro trimestre deste ano, para uma média de 0,6%.
As informações são da Veja.

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