Conflito indígena - Força Nacional de Segurança chega em MS e aguarda ordem para reintegração

Governo estadual informou que oficiais irão para Sidrolândia só quando houver ordem de reintegração de posse da fazenda Buriti; AGU pediu ampliação de prazo para desocupação pacífica

Leticia Cislinschi

Durante reintegração, dezessete índios foram presos e uma espingarda foi apreendida (Moisés Palácios/Futura Press)

Os 110 homens da Força Nacional chegaram a Campo Grande na manhã desta quarta-feira para aguardar decisão judicial sobre a reintegração de posse da fazenda Buriti, no munícipio de Sidrolândia, em Mato Grosso do Sul. A propriedade foi invadida por índios da etnia terena no dia 15 de maio. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, está no estado e fez um voo sobre a área ocupada. 

De acordo com a assessoria de imprensa do governo estadual, a Força Nacional não deve seguir para a Sidrolândia antes de uma decisão judicial para a reintegração de posse. A Advocacia Geral da União (AGU) protocolou, nesta terça-feira, um pedido na Justiça Federal de Mato Grosso do Sul para ampliação do prazo de desocupação, que termina nesta quarta. O objetivo é garantir a saída pacífica dos índios. Na última quinta-feira, um índio morreu durante conflito com a polícia na primeira tentativa de reintegração de posse da fazenda.

De acordo com a assessoria de imprensa da AGU, a expectativa era que a decisão saísse na manhã desta quarta. Se o pedido for negado, será determinada a reintegração e a Força Nacional poderá se deslocar para Sidrolândia.

O governador do estado, André Pucinelli (PMDB), foi quem pediu o apoio da Força Nacional. Cardozo afirmou que o governo estuda também um reforço no contingente da Polícia Federal (PF) no estado. Os militares permanecerão em Mato Grosso do Sul por tempo indeterminado.

Confronto – A operação de reintegração de posse da fazenda Buriti na última quinta-feira durou seis horas. Os terena chegaram a deixar o local, mas voltaram a invadir a fazenda na sexta-feira, menos de 24 horas depois.

Dezessete índios foram presos e uma espingarda foi apreendida com os invasores. Durante o confronto, os índios atearam fogo na sede da fazenda. A PF também divulgou que dois de seus agentes foram atingidos por tiros, mas as balas se alojaram nos coletes, o que impediu ferimentos mais graves. A origem desses disparos é investigada.

As informações são da Veja.