quarta-feira, 5 de junho de 2013

São Paulo torna-se a cidade mais competitiva dos Brics

Capital sobe 25 posições no ranking elaborado pela unidade de pesquisas da revista britânica 'The Economist'
Guilherme Waltenberg, da Agência Estado
SÃO PAULO - A cidade de São Paulo deve subir 25 lugares e tornar-se a 36ª cidade mais competitiva do mundo em 2025, segundo o Economist Intelligence Unit (EIU) - unidade de pesquisa da revista britânica The Economist.
A chinesa Xangai deve ficar na 40ª posição, a segunda entre os Brics. A cidade de Hong Kong não foi considerada como pertencente aos Brics, já que goza de autonomia em relação ao governo central chinês. A cidade, no entanto, deve chegar em 2025 como a quarta mais competitiva do mundo.A pesquisa em parceria com o grupo Citi divulgada nesta terça-feira, 4, prevê que a capital paulista deve registrar o maior avanço no índice entre as 120 cidades da amostra e assumir o posto de cidade mais competitiva dos países Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, principais mercados emergentes do mundo.
Para a EIU, a evolução de São Paulo será impulsionada pela melhora na maturidade financeira (a cidade será a 9ª do ranking no quesito), caráter institucional (54ª), capital físico (60ª) e capital humano (78ª). Atualmente, São Paulo é a 22ª, 65ª, 73ª e 106ª, respectivamente. Além dessas quatro categorias, o estudo também avalia a força econômica, caráter cultural e social, desafios ambientais e apelo global das cidades.
"Uma força de trabalho jovem e crescente, boa infraestrutura de telecomunicações e melhora da eficiência do governo devem sustentar a onda de crescimento", ressalta um trecho do estudo.
"Outros fatores sustentando a competitividade de São Paulo em 2025 são o crescimento dos portos (nas imediações da capital) e aumento no poder financeiro, a construção de um trem de alta velocidade ligando ao Rio de Janeiro, baixo risco de desastres naturais e a abertura e diversidade gerais da cidade", emenda.
De acordo com o economista sênior da EIU para a América Latina, Robert Woods, mesmo com os gargalos do porto de Santos, a expectativa é positiva. "Essa cercania com portos é um facilitador para São Paulo", disse.
A pesquisa ressalta também a força econômica de São Paulo, que deve manter a 50ª posição no índice nessa categoria. Para Woods, esse quesito seria aprimorado caso o País adotasse uma política de realização de acordos bilaterais de comércio. "O Brasil se fecha no Mercosul e a cidade de São Paulo é afetada por esse isolamento, que impede maior expansão do comércio", diz.
Pelo estudo, um dos dados mais importantes para a cidade será o aumento no capital humano. "Para ilustrar, a população e força de trabalho de São Paulo terão um avanço na casa dos milhões, passando para 23 milhões e 16 milhões respectivamente, quase o mesmo do tamanho e força de trabalho de Délhi atualmente (Délhi atualmente está na 68ª posição e deve chegar a 56ª).
No mesmo período, a população e força de trabalho de Délhi devem cair para 10 milhões e 6 milhões, respectivamente", diz trecho da pesquisa.
Para Woods, no entanto, o País ainda tem que melhorar a educação da sua mão de obra. "Não basta o bônus demográfico. As cidades brasileiras têm que aproveitar mais esse momento dando educação para os jovens, isso aumentará a competitividade", ressaltou.
Entre as cidades da América Latina, São Paulo também terá a posição de liderança, à frente de Santiago, no Chile, que deve chegar a 60ª posição, Cidade do Panamá, 65ª, Buenos Aires, 67ª e Cidade do México, 72ª.
A capital argentina deve cair 11 posição no ranking, já que atualmente está 56ª posição. De acordo com o estudo, essa queda é consequência de um "declínio de seu apelo global, seguido por anos de políticas econômicas erráticas".
O Rio de Janeiro e Porto Alegre também estão entre as 25 cidades que mais devem crescer no período, e chegarão em 2025 nas 76ª e 97ª posições. No total, seis das cidades que mais devem crescer em competitividade pertencem aos Brics. Completam a lista, além das três brasileiras, a russa São Petersburgo (92ª) e as indianas Délhi (68ª) e Mumbai (51ª).
Apesar do crescimento das cidades latino-americanas e, especialmente, das brasileiras, o estudo ressalta que as principais cidades do mundo continuarão a ser aquelas da América do Norte, Europa e Ásia. "Apesar do rápido crescimento da África e América Latina, há uma vasta lacuna entre suas cidades mais bem posicionadas (São Paulo, na 36ª e Johanesburgo, 66ª) e aquelas no mundo desenvolvido."
Ainda de acordo com o estudo, há três fatores que influenciam a competitividade global, sem os quais é complicado tornar-se competitivo no cenário global: nível de renda alto, demografia favorável e acesso a portos de alta qualidade.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, presente ao evento, comemorou a posição da capital paulista. "Recebi hoje a noticia que a Economist publicou um relatório sobrecompetitividade das cidades e são Paulo foi a mais bem colocada na América Latina e a que mais incrementou sua capacidade de competição. Trabalharemos para manter esse patamar", disse Haddad após proferir palestra no evento New Cities Summit.
O primeiro lugar no ranking de competitividade das cidades deve ser mantido pela atual líder: Nova York. A cidade é descrita como um "ímã de oportunidades para as pessoas da América e além". Na sequência aparecem Londres, Cingapura, Hong Kong, Tóquio, Sydney, Paris, Estocolmo, Chicago e Toronto, completando as dez primeiras do ranking.
As informações são do Jornal O Estado de São Paulo.

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