quinta-feira, 6 de junho de 2013

Em ata do Copom, BC aponta alta maior na inflação para 2014

Preocupação motivou aumento de 0,5 ponto percentual na taxa Selic. Técnicos admitem que não há mais o que fazer para conter alta em 2013

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central
Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, é também o líder do Copom (Ueslei Marcelino/Reuters)
A tendência de alta da inflação motivou o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) a subir, por unanimidade, o juro básico (taxa Selic) em 0,5 ponto percentual na quarta-feira passada, para 8% ao ano“O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”, informa a ata da reunião, divulgada nesta quinta-feira. Os integrantes do comitê mostraram-se preocupados com a alta nos preços e admitem que não há mais o que fazer em 2013 para levar o índice para o centro da meta, de 4,5% ao ano.
Perspectivas - A ata apresenta um quadro mais pessimista do que o apresentado na reunião de abril “Desde a última reunião do Copom, a mediana das projeções coletadas pelo Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin) para a variação do IPCA em 2013 elevou-se de 5,68% para 5,81%. Para 2014, a mediana das projeções de inflação elevou-se de 5,70% para 5,80%”, constatou o BC, levando em consideração o cenário de referência (juro a 7,5% ao ano e dólar a 2,05 reais). No mês de abril, o Copom havia constatado uma tendência de queda da inflação para 2013 (que passaria de 5,70% para 5,68%), mas já via uma aceleração dos preços no ano que vem (perspectiva passou de 5,50% para 5,70%). Vale notar que na reunião de abril, este quadro levava em consideração o dólar a 2 reais, ou seja, o BC já havia apontado a tendência de alta do dólar, um novo ponto de preocupação para o governo Dilma Rousseff.
O Comitê também reafirmou na ata o papel do Banco Central no combate à inflação, alvo de críticas da oposição. “Cabe especificamente à política monetária manter-se "vigilante" para garantir que pressões detectadas em horizontes mais curtos não se propaguem para horizontes mais longos.” 
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril a 0,55%, ficando em 12 meses em 6,49%, muito próximo do teto da meta de inflação do governo de 6,50%, ainda pressionado pelos preços dos alimentos. A próxima reunião do Copom será nos dias 9 e 10 de julho. 
Para o BC, é importante antever os riscos futuros de aceleração da inflação, como o observado nos últimos doze meses. O Banco Central também mostrou-se preocupado com o impacto que a aceleração da inflação pode ter sobre os investimentos e o consumo interno do país - importantes fatores para ditar o desempenho da decepcionante economia brasileira  "O Comitê entende ser apropriada a intensificação do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso.”
As informações são da Veja.

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