sexta-feira, 17 de maio de 2013

Brasil e EUA deixam política de lado e se aproximam nos negócios, diz FT


Segundo o jornal 'Financial Times', apoio tardio dos americanos na eleição da OMC mostra que os dois países experimentam um novo tipo de relacionamento

Dilma e Obama após reunião a portas fechadas sobre crise econômica
Para o jornal britânico, Brasil compra produtos que os EUA mais querem vender (Mandel Ngan / AFP)
As relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos estão começando a esquentar. Segundo análise do jornal britânico Financial Times, brasileiros e americanos podem experimentar um novo tipo de relacionamento a partir da escolha recente do brasileiro Roberto Azevêdo para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). O texto menciona o apoio inicial de Washington ao concorrente mexicano de Azevêdo, Herminio Blanco, e diz que o fato de o país ter voltado atrás e respaldado a escolha do brasileiro "representa respeito tanto pelo novo dirigente quanto pelo poder emergente que ele representa".

O jornal lembra que, apesar de a relação entre os dois países ter sido sempre cordial, houve momentos de indiferença em tempos recentes. Em um resgate dos principais pontos de divergência, tanto política quanto econômica, o FT destaca as constantes críticas dos EUA sobre as políticas comerciais do Brasil, por considerá-las protecionistas. No campo político, a matéria resgata um episódio de 2010, quando o então presidente Lula apoiou a Turquia em uma discussão sobre o programa nuclear do Irã. Outro ponto-chave de desacordo na política é a proximidade dos governos Lula e Dilma com regimes que não agradam aos EUA, como os de Venezuela e Cuba.

Interesses comerciais - De acordo com o jornal, apesar destes tópicos, a cordialidade entre os dois países faz todo o sentido agora. Para os EUA, o Brasil parece mais do que nunca um rosto amigável "em um mundo cada vez mais multipolar". Para os brasileiros, os americanos oferecem tecnologia de ponta, educação de alta qualidade e mercado de capitais atraente, o que é importante para tornar o Brasil um país cada vez mais competitivo internacionalmente.

Financial Times observa ainda que o Brasil é o parceiro comercial que os Estados Unidos precisam. Entre outras coisas, por comprar os produtos que ele mais quer vender, como peças para aeronaves, maquinários e plásticos. Além disso, a reportagem lembra que as exportações de serviço dos EUA para o Brasil aumentaram para cerca de 20 bilhões de dólares entre 2002 e 2011. Sobre as relações comerciais, o FT diz que, apesar de o Brasil ter se encantado com Pequim na primeira década deste século, as relações comerciais frustaram o país mais recentemente.
As informações são da Veja.

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