domingo, 12 de maio de 2013

Turquia acusa Síria de vínculo com ataques que mataram 43 pessoas


Pelo menos dois carros-bomba explodiram em Reyhanli, sudeste da Turquia. Vice-primeiro-ministro turco disse que, se comprovado vínculo de governo de Bashar al Assad, a Turquia tomará as 'medidas necessárias'

Local de uma explosões em Reyhanli, na Turquia, que puseram um prédio abaixo e mataram pelo menos 18 pessoas
Local de uma explosões em Reyhanli, na Turquia, que puseram um prédio abaixo e mataram pelo menos 18 pessoas (CEM GENCO/ANATOLIAN NEWS AGENCY/AFP)
Otan e EUA condenam ataque e declaram apoio à Turquia. Tensão cresce na região
O governo da Turquia acusou neste sábado o regime da Síria de ligação com os organizadores do atentado que deixaram pelo menos 43 mortos e mais de 100 feridos em Reyhanli, cidade de cerca de 60 000 habitantes situada no sul da província turca de Hatay. Dois carros-bomba explodiram perto da prefeitura e da sede dos correios do município, que fica a oito quilômetros da fronteira com a Síria, às 13h45 locais (7h45 pelo horário de Brasília). Pouco depois, uma terceira explosão sacudiu a cidade, de acordo com o canal de televisão local NTV. "Os autores dos ataques estão vinculados com o regime sírio", afirmou em comunicado o ministro turco do Interior, Muammer Guler. 
O recrudescimento da tensão pode levar a um conflito direto entre Turquia e Síria, de acordo com analistas ouvidos pela rede americana CNN. Pouco antes, o porta-voz do governo turco, Bulent Arinc, também relacionou o governo de Bashar al Assad aos atentados, mas teve o cuidado de falar em aguardar o resultado das investigações. Arinc afirmou que "os refugiados sírios" recebidos pela Turquia se transformaram em um "alvo do regime" e que Reyhanli não foi "escolhida por acaso". "Acreditamos que a Mukhabarat (o serviço de inteligência da Síria) e outras organizações militares do regime são os suspeitos frequentes no planejamento e na execução destes planos diabólicos", disse. "Se for provado que o regime do presidente sírio está por trás disto, faremos o que for necessário", disse, em declarações divulgadas pela televisão local.
Em comunicado, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, condenou os atentados. No texto, enviou suas condolências aos familiares das vítimas, expressando "plena solidariedade" com toda a população e autoridades da Turquia, país que faz parte dos aliados do bloco militar. O governo americano também condenou o atentado em comunicado assinado pelo secretário de Estado, John Kerry. "Condenamos os atentados com carros-bomba e apoiamos nosso aliado, a Turquia", diz o texto. "'Esta terrível notícia nos toca por conta da aliança com a Turquia, e muitas vezes a Turquia foi uma vital interlocutora no centro do meu trabalho como secretário de Estados nos últimos três meses', afirmou Kerry." 
A Turquia abriga cerca de 190 000 refugiados da guerra civil no país vizinho, que já matou mais de 60 000 pessoas, a maioria deles em acampamentos distribuídos ao longo de seus 900 quilômetros de fronteira com a Síria.
Essa cadeia de explosões ocorre antes do encontro de quinta-feira, na Casa Branca, entre o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente americano, Barack Obama, para tratar sobre a situação da Síria.
Reyhanli está perto de Cilvegözü, uma movimentada passagem fronteiriça com a Síria, na qual em fevereiro a explosão de um carro-bomba deixou 14 mortos. As autoridades turcas mantêm em prisão preventiva quatro sírios e um turco por esse atentado, que disseram ter vínculos com "o Exército e os serviços secretos sírios".
(Com agências France-Presse e EFE)
As informações são da Veja.

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