quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Fiscal que acusou secretário de Haddad será exonerada

A auditora Paula Sayuri Nagamati, que ocupa cargo na Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, afirmou ao Ministério Público que o vereador Antonio Donato teve campanha financiada com fraude do ISS

O Estado de S. Paulo
A servidora Paula Sayuri Nagamati, que acusou o secretário municipal de Governo, Antonio Donato, de receber dinheiro do grupo que fraudava o Imposto Sobre Serviços (ISS), será exonerada. A oficialização da dispensa deve ser publicada no Diário Oficial da Cidade nesta quinta-feira, 7.
Auditora fiscal de carreira, Paula ocupava o cargo comissionado de supervisora técnica 2 da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, pasta comandada por Luciana Temer (PMDB).
A funcionária prestou depoimento ao Ministério Público no dia 31, conforme revelou oEstado na coluna Direto da Fonte, de Sonia Racy, nesta quarta. Ela declarou que ouviu de Ronilson Rodrigues, um dos líderes da quadrilha, que o grupo "apoiou a campanha" de Donato a vereador, financiada "com dinheiro, fruto da fiscalização".
Em reposta, o prefeito Fernando Haddad voltou a defender Donato e desqualificou as acusações da fiscal, dizendo que ela pertence ao "núcleo da quadrilha". A fraude no ISS foi cometida entre 2007 e 2012, durante a gestão de Gilberto Kassab, e pode ter desfalcado a Prefeitura em até R$ 500 milhões.
Outro envolvido com o esquema, Fabio Camargo Remesso, também foi suspenso do cargo na semana passada. Auditor fiscal, ele atuava como assessor na Secretaria Municipal de Relações Governamentais, cujo titular é João Antonio. Remesso foi indicado pelo vereador Nelo Rodolfo (PMDB).
Entenda. Quatro auditores fiscais da Prefeitura de São Paulo foram presos na manhã de quarta-feira, 30, acusados de integrar uma quadrilha que cobrava propina para reduzir o Imposto Sobre Serviços (ISS) devido por construtoras. O rombo estimado de R$ 500 milhões nos cofres do município é o valor que teria deixado de ser arrecadado de 2007 a 2012.
O ISS é um requisito para que os empreendimentos obtenham o habite-se, documento que atesta que a obra pode ser ocupada.
Um dos servidores, Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, foi solto na segunda-feira, 4, após acordo de delação premiada. Eduardo Horle Barcellos, Ronilson Bezerra Rodrigues e Carlos Di Lallo Leite do Amaral permanecem detidos.
A ação é a primeira da "Operação Acerto de Contas", parceria da Controladoria Geral do Município e do Ministério Público Estadual para combater a corrupção dentro das repartições municipais. O esquema é tratado pelo prefeito Fernando Haddad como "um dos maiores escândalos já descobertos na cidade".
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