quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Protesto lembra morte de jovem no Campolim e pede justiça e paz

Carregando cartazes, manifestantes cobram conscientização e punição para crimes no trânsito
Mãe da vítima pede justiça - Aldo V. Silva

 
     Abner Laurindo
abner.laurindo@jcruzeiro.com.br

"Nosso filho foi assassinado aqui! Justiça.", dizia a frase escrita no cartaz carregado pela dona de casa Marta Pará, 59 anos, durante protesto pacífico e silencioso que reuniu perto de 50 pessoas, no final da tarde de ontem, no canteiro central da avenida Antonio Carlos Comitre, cruzamento com a rua Luiz Pessutti, no Parque Campolim. Ela é mãe do músico Fausto Carlos de Madureira Pará Filho, 21 anos, morto naquele local no último final de semana, após uma colisão entre veículos provocada pelo motorista Romualdo Fernando Siqueira Spinoza, 34 anos, preso em flagrante pela polícia por homicídio culposo.

Os manifestantes, compostos por familiares, amigos e por pessoas que atenderam a convocação feita pelas redes sociais, reivindicavam Justiça e atitudes mais enérgicas contra motoristas que infligem as leis do trânsito. Eles não aceitam a tese de que o acidente foi sem querer e de que o autor, segundo eles, possa ficar em liberdade.

"Não tem como ser um acidente culposo (sem intenção). Ele passou pelo sinal vermelho em alta velocidade. Quem arrisca desta forma só pode ter a intenção de matar. É um desrespeito a vida", frisou o engenheiro Fausto Pará, pai do músico morto. Ele disse que o protesto tem como objetivo sensibilizar as autoridades e a sociedade sobre o problema de impunidade no País.

Para não atrapalhar o trânsito no local, os próprios manifestantes esperavam o semáforo fechar para os veículos, para se perfilarem nas faixas de pedestres, mostrando os cartazes para os motoristas com frases de indignação como "Não foi acidente", "Homicídio é crime. Artigo 121 do Código Penal - 6 a 20 anos de reclusão" e de conciliação, tais como "Mais amor por favor" e "Paz no Trânsito". Alguns motoristas que passaram pelo local buzinaram em apoio à manifestação.

Apenas uma viatura da Polícia Militar, uma da Urbes e uma da Guarda Civil Municipal acompanharam o protesto, sem intervenção. "Tenho um filho da mesma idade e que era amigo do Fausto. Não podemos ficar parados com a injustiça. É necessário se indignar", disse a participante do protesto, a vendedora Agda Oliveira Sinkevicius, 45 anos.

Sobre o acidente 

A colisão provocada pelo motorista Romualdo Fernando Siqueira Spinoza, 34 anos, que provocou a morte do músico Fausto Carlos de Madureira Pará Filho, 21, aconteceu na madrugada do último sábado. Spinoza dirigia o Mercedes-Benz C-240, preto, ano 1998, que pertence ao seu patrão e que pegou sem permissão, de Itapevi. Ele teria praticado antes um furto, ao abastecer o carro num posto de combustível da estrada do Lajeado (ligação Sorocaba a Votorantim) e ter saído sem pagar. Ao fugir da polícia, Spinoza teria atravessado o semáforo da avenida Antonio Carlos Comitre no farol vermelho e batido no Honda Fit que era dirigido por Fausto. O acusado estava preso até ontem à tarde, acusado de homicídio culposo (sem intenção), furto e por trafegar em velocidade incompatível.

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