quarta-feira, 12 de junho de 2013

Fogo, bombas e depredação no maior protesto contra tarifa na cidade de São Paulo

Mobilização deixa feridos, 20 presos e rastro de destruição; ônibus, bancos e lojas são atacados; manifestantes picham Faculdade de Direito da USP e outros prédios; PM usa balas de borracha e gás lacrimogêneo; MP marca reunião para esta quarta-feira

Bruno Paes Manso, Bruno Ribeiro, Diego Zanchetta - O Estado de S.Paulo
Após seis horas de uma peregrinação que começou na Avenida Paulista, atravessou o centro de São Paulo e voltou para a Paulista, o terceiro e maior protesto do Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento das passagens de ônibus, trem e metrô terminou em confrontos e destruição. A Praça da Sé teve prédios pichados e depredados. No Parque Dom Pedro, ônibus foram danificados. A Paulista virou praça de guerra. Dezenas de pessoas ficaram feridas, incluindo três PMs, e 20 foram presas.
Manifestantes quebraram lixeiras, pontos de ônibus e vidros de pelo menos nove agências bancárias. No Largo de São Francisco, a Faculdade de Direito da USP foi pichada. Na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, houve confusão quando o professor de uma academia tentou impedir o vandalismo. Uma bomba caseira foi jogada na Estação Brigadeiro do Metrô e a Trianon teve vidros quebrados. 
Entre 10 mil e 12 mil pessoas participaram da manifestação, segundo a PM. A marcha, engrossada por representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e alas jovens de PT e PSOL, além de estudantes de outros Estados, foi marcada por bloqueios da PM em pontos-chave. O protesto começou às 17h, com interdição do sentido Consolação na altura da Praça dos Ciclistas. A intenção inicial - de tomar a avenida, seguir para a Câmara Municipal e terminar no Parque Dom Pedro - foi frustrada pelo cordão de isolamento da PM. A massa seguiu para a Consolação, seguida por Tropa de Choque e bombeiros.
A tensão aumentou quando manifestantes ameaçaram invadir o Terminal Parque Dom Pedro. Ônibus foram depredados e integrantes tentaram queimar trólebus e caçamba de lixo. Foi quando a Tropa de Choque começou a atirar balas de borracha e bombas. Milhares de manifestantes que desciam a Avenida Rangel Pestana voltaram para a Sé, onde houve novo confronto. Na Rua Silveira Martins, o diretório do PT foi apedrejado. Parte do grupo seguiu para a Paulista pela Brigadeiro Luís Antônio.
O acordo de líderes e polícia era que o protesto terminasse no vão livre do Masp. Mas um dos manifestantes foi detido ao tentar agredir um policial, o que provocou novo conflito, com jovens atirando pedras e polícia jogando bombas para dispersar a multidão.
A manifestação se dividiu em vários grupos, que tentavam fechar o trânsito da via. Houve mais confrontos nas Ruas Itapeva, São Carlos do Pinhal - onde uma base da PM foi incendiada - e Augusta. Comandante da operação, o tenente-coronel Marcelo Pignatari informou que a PM usou o helicóptero Águia para identificar focos de conflito e, às 23h, a situação foi controlada.
Fiança. Entre as 20 pessoas presas levadas para o 78.º DP (Jardins), havia um menor de idade. A maioria foi detida por atirar pedras nos policiais. Com elas, a PM apreendeu placas de ônibus, foguete e extintores de incêndio. Segundo o advogado de um dos detidos, foi fixada fiança de R$ 20 mil - no primeiro protesto, na quinta-feira, havia sido de R$ 3 mil. Nessa ocasião, o grupo fechou a 23 de Maio, a Paulista e a 9 de Julho. Na sexta-feira, a Marginal do Pinheiros foi bloqueada.
Ontem, antes da marcha do MPL, a Paulista já havia sido palco de outros protestos. Às 14h40, no vão do Masp, policiais civis pediram aumento, com apoio de docentes, sem-teto e servidores da saúde.
COLABORARAM FELIPE TAU, CLARICE CUDISCHEVITCH E BRUNO DEIRO.
As informações são do Jornal O Estado de São Paulo.

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