quarta-feira, 10 de abril de 2013

Na Europa, racismo deve fechar estádios e afastar atletas


Uefa se antecipa à Fifa e adota punições rigorosas contra discriminação racial

Mario Balotelli na partida contra a Croácia: alvo de racismo
Mario Balotelli, da Itália, foi alvo de racismo na Eurocopa do ano passado (Claudio Villa/Getty)
As manifestações racistas têm crescido no futebol europeu nos últimos anos. Astros como Roberto Carlos, Boateng e Balotelli foram alvos de discriminação dentro de campo
Enquanto a Fifa tenta decidir como combater o racismo no futebol, a Uefa, entidade responsável pela modalidade na Europa, já adota suas próprias providências contra o problema. De acordo com o secretário-geral da Uefa, Gianni Infantino, casos de racismo serão punidos de diversas formas - e tanto os atletas como as agremiações estão sujeitas às penas. Nesta quarta-feira, o cartola participou de um evento em Manchester e revelou que atletas que ofenderem os adversários com provocações racistas serão suspensos por no mínimo dez partidas. Já torcedores que entoarem cânticos racistas serão responsáveis pelo fechamento do setor do estádio que costumam ocupar. Caso as ofensas se repitam, o clube receberá uma multa de 50.000 euros (aproximadamente 130.000) e todo o estádio será fechado, por tempo indeterminado. "Precisamos aplicar sanções que tenham algum tipo de efeito", disse Infantino. O primeiro alvo das punições foi o Dínamo de Kiev, que terá de atuar com portões fechados na próxima partida de competição europeia que disputar.
As manifestações racistas têm crescido no futebol europeu nos últimos anos. Astros como o lateral esquerdo Roberto Carlos, o meia Kevin-Prince Boateng e o atacante Mario Balotelli foram alvos de discriminação dentro de campo. O brasileiro teve uma banana atirada em sua direção, quando atuava pelo Anzhi, em 2011. Os jogadores do Milan, por sua vez, ouviram cânticos racistas em diferentes ocasiões. No fim do mês passado, o presidente da Uefa, Michel Platini, encorajou os árbitros a pararem as partidas caso presenciem cenas de racismo, além de pedir que jogadores e técnicos denunciem atitudes semelhantes, "mesmo que isso prejudique a própria equipe". A orientação contraria a opinião da Fifa a respeito do tema. Na semana passada, o presidente da entidade, Joseph Blatter, afirmou que considera perigoso tirar pontos ou rebaixar equipes por causa de condutas racistas, já que as medidas poderiam fazer com que os torcedores provocassem incidentes desse tipo de propósito. Blatter e Platini têm discordado sobre diversos temas.
Enquanto o secretário-geral da Uefa anunciava qual será a posição da entidade no combate ao racismo, a federação europeia anunciava em sua sede, em Nyon, na Suíça, qual seria o castigo do Dínamo de Kiev, punido por causa da postura de alguns de seus torcedores em duas partidas desta temporada. Segundo a Uefa, os casos de racismo aconteceram nos confrontos diante do Paris Saint-Germain, no dia 21 de novembro do ano passado, pela Liga dos Campeões, e do Bordeaux, no último 14 de fevereiro, pela Liga Europa. A pena do Dínamo ainda pode ser aumentada em mais uma partida se incidentes similares ocorrerem nos próximos três anos. O clube apelou da decisão e a nova audiência ainda não tem data marcada. O Dínamo está em terceiro no Campeonato Ucraniano desta temporada e luta para voltar à Liga dos Campeões. Para se classificar para a fase preliminar da competição, a equipe precisa terminar na segunda colocação, posição atualmente ocupada pelo Metalist Kharkiv, que está dois pontos á frente do time de Kiev.
(Com agência Gazeta Press e Estadão Conteúdo)
As informações são da Veja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário