terça-feira, 9 de abril de 2013

Pyongyang aconselha estrangeiros a deixar Coreia do Sul


Ditadura asiática 'não quer vê-los afetados em caso de guerra', diz comunicado

Sistema antimísseis instalado no Ministério da Defesa japonês: país preparado para eventual ataque norte-coreano
Sistema antimísseis instalado no Ministério da Defesa japonês: país preparado para eventual ataque norte-coreano - Issei Kato/Reuters
A Coreia do Norte deu prosseguimento nesta terça-feira à sua campanha de ameaças quase 
diárias envolvendo um possível ataque à Coreia do Sul, em meio à troca de farpas que já passa de um mês na península coreana. Desta vez a advertência foi feita aos estrangeiros que vivem no país vizinho. Por meio de um comunicado do Comitê da Paz da Ásia-Pacífico da Coreia do Norte, o regime comunista recomendou que eles prepararem planos de evacuação, informou a agência estatal norte-coreana KCNA.
Segundo o texto, a ditadura de Kim Jong-un "não quer ver os estrangeiros da Coreia do Sul afetados em caso de guerra". A advertência desta terça se assemelha à feita na sexta-feira passada, quando a Coreia do Norte recomendou aos funcionários das embaixadas estrangeiras em Pyongyang que abandonem seu território até esta quarta-feira, sob o argumento de uma suposta guerra iminente. O governo norte-coreano afirmou que não garantiria a segurança dos diplomatas depois desse prazo em caso de conflito, mas a grande maioria dos países, incluindo o Brasil, ignorou o aviso e manteve seus funcionários no trabalho.
Japão – Diante da especulação sobre o lançamento de um míssil norte-coreano ainda esta semana, o Japão instalou baterias de defesa nesta terça-feira no centro de Tóquio e também nos arredores da capital a fim de interceptar um eventual projétil da Coreia do Norte, que nas últimas semanas tem ameaçado atacar a Coreia do Sul e ilhas dos Estados Unidos no Pacífico – o que o governo japonês considera um risco também para o seu território.

Foram instaladas unidades antimísseis Patriot Advanced Capability-3 (PAC-3) na sede do Ministério da Defesa, no centro de Tóquio, região cercada por casas e prédios residenciais e de escritórios. Além disso, as baterias também estão operacionais nas cidades de Asaka e Narashino, localizadas na região metropolitana da capital.
O governo japonês não revelou os detalhes do plano de contingência, mas o primeiro-ministro Shinzo Abe afirmou nesta terça que seu país "fará o que tiver que fazer' para garantir sua segurança no caso de as ameaças da Coreia do Norte representarem perigo para o arquipélago". Abe também reiterou que o Japão está em permanente contato com seus aliados, em um momento no qual o regime norte-coreano mantém suas provocações.
Boicote – Ao menos uma ameaça, porém, a Coreia do Norte cumpriu nesta terça-feira. Depois de anunciar, um dia antes, a retirada dos cerca 50.000 funcionários norte-coreanos do complexo industrial de Kaesong, nenhum dos trabalhadores apareceu para trabalhar nesta manhã, obrigando o parque industrial a cessar suas atividades pela primeira vez desde a inauguração em 2004. Localizado dentro do território da Coreia do Norte, Kaesong é o único projeto vigente de cooperação entre as duas Coreias.
"Por enquanto, nenhum funcionário da Coreia do Norte apareceu para trabalhar nesta manhã", afirmou um porta-voz sul-coreano do Ministério da Unificação. De acordo com o departamento, 77 cidadãos do país que ainda estão em Kaesong devem regressar para a Coreia do Sul nesta terça, enquanto outros 479 permanecem no complexo industrial. Em um comunicado, o ministério diz que fará o possível para garantir a segurança dos funcionários sul-coreanos que ainda estão no país vizinho.

O governo de Seul lamentou o fechamento temporário de Kaesong e alertou que o boicote de Pyongyang à indústria afetará ainda mais a credibilidade da Coreia do Norte diante dos investidores. "Quando Pyongyang quebra promessas e regras internacionais e paralisa Kaesong enquanto o mundo todo está vendo, nenhum país do planeta vai querer investir no Norte", declarou a presidente Park Geun-hye. Enquanto isso, Pyongyang acusou Seul de "insultar a dignidade da nação" e declarou que o país vizinho é "completamente responsável" pelo que acontecer ao complexo industrial.

As armas da Coreia do Norte

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Hwasong-5 e Hwasong-6

Réplica de mísseis norte-coreanos Scud-B
O míssil Hwasong-5, desenvolvido na década de 1980 na Coreia do Norte, é uma versão baseada na tecnologia do míssil soviético Scud - que, por sua vez, é derivado de um foguete alemão V2, usado na II Guerra Mundial. Esses mísseis costumam carregar ogivas convencionais, mas também ter capacidades químicas, biológicas e nucleares. À época, Pyongyang realizou vários testes do Hwasong-5, que tem um alcance de aproximadamente 300 quilômetros, até lançar depois o Hwasong-6, com alcance de 500 quilômetros. Assim, passou a ter capacidade para atingir alvos na Coreia do Sul.

Sistemas de defesa contra a Coreia do Norte

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Sistema de defesa antimísseis Aegis

O sistema Aegis pode ser considerado a primeira linha de defesa antimísseis, pois permite aos navios de guerra abater mísseis balísticos lançados pelos inimigos enquanto eles ainda estão no espaço. Seus projéteis interceptores são disparados para acertar os mísseis antes que eles voltem à atmosfera. A Marinha dos EUA e do Japão possuem radares do sistema instalados em destróiers deslocados para a região da península coreana.
(com agência EFE )
As informações são da Veja.

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