 O prefeito Antônio Carlos Pannunzio em entrevista na Rádio Cacique AM (Foto: Paola Caires) | |
O prefeito Antônio Carlos Pannunzio participou ontem de uma sabatina feita por formadores de opiniões na Rádio Cacique AM. Em entrevista ao vivo para o programa 'Jornal da Cidade', que vai ao ar às 7 horas, o prefeito falou sobre o exercício nos primeiros 100 dias de mandato.
Por meio do critério de máxima isenção e credibilidade, na qual o DIÁRIO DE SOROCABA sempre se alinhou, o editor-chefe da Rádio, Oliveira Júnior, fez a moderação da entrevista, que contou com os tradicionais formadores de opinião da cidade, os advogados Ézio Vestina Júnior, Emanuela Barros e Osvaldo Duarte Filho. O programa teve também a participação do diretor de marketing do DIÁRIO, Alberto Cassone, e da diretora-executiva da Rádio Cacique, Patrícia Bismara. Além desses participantes, vários profissionais formadores de opinião de diversos segmentos os quais destacamos, Alexandre Ogusuku, presidente da OAB; o coronel da reserva da Polícia Militar, Washington Luís Gaiotto; Carla Acquaviva, jornalista; Henrique Ferraz, secretário da OAB; Cíntia de Almeida, diretora do CIM Mulher – Centro de integração da Mulher; Thaís Romão, especialista em marketing político pela USP; Claudinei Fernando Machado, representante da 24ª Subseção da OAB; professora Flávia Marius, historiadora; professor José Sarracini Júnior, especialista na área de construção civil; e Antônio Sérgio Ismael, presidente do Sindicato dos Médicos de Sorocaba, que participaram com perguntas que, em certos momentos, demonstraram clara insatisfação com esses primeiros dias de mandato.
Pannunzio respondeu às perguntas demonstrando conhecimento dos problemas citados e, como numa avaliação, suas respostas sempre referiram-se ao cuidado com a administração, sobretudo com as medidas necessárias que visam à mudança de comportamento do secretariado e, com isso, de todos os funcionários da Prefeitura para os desafios. Conforme disse, várias reuniões com todas as equipes foram executadas, visando, sobretudo, ao planejamento para a melhor viabilização de projetos e deixar a Prefeitura apta a dar respostas rápidas às demandas, como foi o exemplo do combate à dengue, que historicamente nunca representou grandes riscos à população, mas que, desta vez, caso não fossem tomadas medidas rápidas e eficazes, a cidade não teria 342 casos até o momento, mas muito mais casos. “Dessa forma tínhamos uma escolha a fazer, reunir todos os recursos de serviços de várias secretarias para uma secretaria - a Secretaria de Serviços Públicos - em detrimento a uma melhor estética da cidade, como sempre foi.” E continuou: “Se nós ficássemos inertes nesse sentido poderíamos atingir quase 6 mil casos; houve um esforço muito grande e aqueles que estão reclamando pela deficiência em algum sentido, estão certos, mas o que fizemos foi absolutamente necessário, poderia ser uma epidemia, e não vamos esmorecer”.
O prefeito afirma que, passado o período crítico da dengue, será possível à Prefeitura dar atenção às demais áreas. "Fico feliz em dizer à população que sacrificamos algumas coisas, mas evitamos que o pior acontecesse. Agora, com certeza, as outras atividades que foram deixadas em segundo plano voltarão ao primeiro plano."
TRANSPORTE - Questionado sobre a promessa do “ônibus rápido” (BRT), Pannunzio esclareceu que o projeto já foi aprovado em Brasília em convênio firmado com o governo federal, na Secretaria da Mobilidade Urbana, tendo, inclusive, participação da presidente Dilma Rousseff na assinatura do contrato. A presidente da República destinou a Sorocaba R$ 128 milhões, que serão investidos em duas linhas-tronco, a norte-sul, da av. Ipanema até a av. Antônio Carlos Comitre e a leste-oeste, de Brigadeiro Tobias até a rodovia Raposo Tavares; e a contratação será feita pela PPP Parceria Público-Privada, podendo participar as atuais concessionárias; ele adiantou, porém, que o prazo é longo, pois são vários itens que devem ser observados, pelo menos dois anos e meio.
REFORMA ADMINISTRATIVA - O prefeito tem o propósito de reduzir secretarias, entretanto algumas alterações têm de ser estudadas, e vários serviços foram realocados na Secretaria de Serviços Públicos. “Não houve aumento de funcionário.” Deverá propor dentro de dez a 15 dias a criação da Corregedoria Municipal, aí, sim, deverá haver aumento de quadro, mas será muito importante na questão da fiel observância dos princípios da administração pública e na transparência da administração pública.
BURACOS NAS RUAS – A Prefeitura encerrou o primeiro processo licitatório para uma empresa para o tapa-buracos. “Foi necessário fazer uma licitação para não termos problemas futuros e mantermos a clareza da administração e evitar ficar aditando contratos e com isso evitar problemas futuros.”
OBRAS INACABADAS E DÍVIDAS – Sobre a questão das obras inacabadas, o prefeito garantiu que cumprirá as promessas com relação às creches e quanto às obras atuais foi taxativo. “Chega da Prefeitura receber obra inacabada e incompleta!”.
Sobre a dívida que a Prefeitura tem com a construtora JHD, veiculada em alguns veículos de comunicação, Pannunzio disse: “O que for devido será pago, porém a empresa deve refazer os serviços que estão incompletos e mal-executados.”
CRECHES – Há uma séria defasagem de creches em Sorocaba. O prefeito garantiu que entregará, até o final do ano, 15 creches, que já estão em construção. “Esperamos conseguir fazer mais cinco ou seis creches por ano e certamente deixaremos Sorocaba com 30 creches a mais e, talvez, consigamos deixar uma situação bastante privilegiada. Inclusive, nos próximos dois anos, a Prefeitura entregará 5 mil unidades habitacionais, e no planejamento, o serviço de creches já será objeto de estudo, e os condomínios deverão prever esse recurso.”
REGULAMENTAÇÃO FUNDIÁRIA – “O secretário de habitação, Hélio Godoy, está atuando nessa área objetivando deixar regularizado o máximo de imóveis. Até o final dos quatro anos de meu mandato, deveremos regularizar 20 mil moradias”, enfatizou Pannunzio.
SAÚDE – Classificando a área da Saúde como prioridade máxima do governo, Pannunzio assinou na semana passada o decreto para desapropriação do terreno onde será construído o Hospital Público da Zona Norte. Com 200 leitos, o Hospital ficará no nº 5.001 da avenida Ipanema, no Jardim Bethânia, e vai beneficiar o sistema de saúde da cidade como um todo, em especial, a zona norte, região mais populosa de Sorocaba.
O prefeito explica que o Hospital Público poderá ser gerenciado com recursos da Prefeitura, do governo federal e estadual, de parcerias com entidades da sociedade civil, razão pela qual vetou o projeto de lei do Hospital Municipal aprovado pela Câmara - iniciativa dessa natureza é inconstitucional. "A finalidade dos dois hospitais é atender gratuitamente à população, mas considero o Hospital Público mais adequado à gestão municipal. Ele estará em um terreno com 36 mil m² de área, fácil acesso por toda a zona norte e possibilidade de expansão futura", acredita.
No prazo de quatro meses, a UPH Zona Leste entrará em funcionamento. Inicialmente, os atendimentos serão prestados em um prédio provisório, até a Prefeitura construir a unidade de saúde definitiva, numa área pertencente ao Saae situada no final da rua Pedro José Senger, na Vila Haro. Ela também irá beneficiar em especial os moradores da Vila Hortência, Barcelona, Parada do Alto, entre outros bairros da zona leste.
A UPH Zona Leste integrará a rede de urgência e emergência da cidade com atendimento 24 horas por dia, assim como a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA 24 Horas), que está em construção no bairro do Éden. Juntas, elas devem desafogar a procura pelas UPHs Norte e Oeste e o Pronto-Socorro da Santa Casa.
Destacando que a Prefeitura contratou 34 novos médicos por processo seletivo, Pannunzio afirma que a Secretaria da Saúde passa por um processo de reestruturação visando a ampliar o atendimento em toda cidade, somando as futuras unidades à Policlínica, Ônibus do Homem e da Mulher e às Unidades Básicas de Saúde já existentes.
A Prefeitura ainda confirmou ao governo do Estado o apoio à construção do segundo Hospital Regional. O projeto de lei para a doação do terreno no bairro Ipanema das Pedras, no quilômetro 106 da Raposo Tavares, está em tramitação na Câmara Municipal.
Com a necessidade de contratar mais de cem médicos e com o anúncio de novas obras, esse assunto deverá merecer atenção, pois os investimentos hospitalares exigirão um número maior de profissionais; entretanto, segundo o prefeito, enquanto há médicos com salários baixos, há, em contrapartida, médicos em Sorocaba que têm vencimentos maiores que o próprio prefeito. “Será necessário, portanto, que todos os envolvidos estejam orientados para a reestruturação da Secretaria de Saúde, com um modelo mais adaptado com a alocação adequada de todos os recursos, visando a um melhor atendimento às especialidades.”
As informações são do Jornal Diário de Sorocaba.
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