sexta-feira, 24 de maio de 2013

Sorocaba - Exportação tem queda de 30,97% no quadrimestre


Por sua vez, a importação caiu 12% no mesmo período

Amilton Lourenço
amilton.lourenco@jcruzeiro.com.br
Sorocaba apresentou queda significativa do volume de exportações no primeiro quadrimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2012. Foram movimentados US$ 382 milhões em vendas externas entre janeiro e abril, enquanto no mesmo período do passado o município exportou US$ 550 milhões. A redução foi de 30,97%, ou seja, US$ 169 milhões. Considerando o saldo dos primeiros quatro meses de 2013, o déficit já atinge US$ 591 milhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 

O índice mostra uma redução acentuada e revela que a crise econômica global está forte e vem trazendo fortes consequências ao Brasil e especificamente às empresas de Sorocaba. No quadrimestre, também houve redução de 12,11% nas importações, já que Sorocaba comprou US$ 973 milhões. Entre janeiro e abril de 2012, o município importou mais de US$ 1,1 bilhão. Por outro lado, o quadro exportador apresentou ligeira reação no comparativo com o mês de março. Em abril, Sorocaba exportou US$ 103 milhões contra US$ 99,97 milhões no mês anterior.

A Argentina segue como principal destino das exportações sorocabanas com US$ 106 milhões no primeiro quadrimestre. Na sequência, estão: Estados Unidos, com US$ 77 milhões, Alemanha, com US$ 37 milhões, Chile (US$ 23 milhões) e México (US$ 15 milhões). Os bens importados que chegam à Sorocaba vêm principalmente da China, totalizando a movimentação de US$ 216 milhões em quatro meses. Os Estados Unidos ocupam a segunda posição com US$ 135 milhões, Alemanha (US$ 115 milhões), Japão (US$ 105 milhões) e Reino Unido (US$ 55 milhões).
 
Mercado interno 
A inserção de componentes externos nos produtos locais, demonstra as estratégias de boa parte das empresas instaladas no município, gerando importações significativas de componentes e de peças oriundas em especial da Ásia. Os itens são utilizados na montagem de produtos, que têm como destino preferencial o mercado interno e alguns países da América Latina. "A diminuição das exportações a outros destinos mostra a dificuldade de se diversificar o destino das exportações para outros países ou regiões em época de crise. Fica claro que o mercado interno ainda apresenta fôlego para absorver os produtos de Sorocaba", comenta o economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Plínio Bernardi Júnior.

O especialista também cita o câmbio como um dos principais obstáculos para as exportações. "Com receio de favorecer a inflação, o governo mantém o Real valorizado, o que dificulta ainda mais as exportações. É evidente que no Brasil não há uma política industrial. O que existe são medidas paliativas para apagar incêndio. No caso da inflação, por exemplo, para resolver o problema, o governo deveria cortar os gastos públicos ao invés de exercer forte influência sobre o câmbio", explica o professor. 

Demonstrando otimismo, o economista e professor da Universidade de Sorocaba (Uniso), Flávio Fávero, acredita que o cenário de balança comercial deficitária de Sorocaba deve se reverter em médio prazo. "O município vem fazendo o que o Brasil deveria estar fazendo a mais tempo. Ou seja, se preparar para ser mais competitivo e ter produtos de qualidade para oferecer no mercado externo. Sorocaba tem condições de oferecer produtos de alto valor agregado. Se a economia externa melhorar um pouquinho, a cidade terá amplas condições de atender as demandas, especialmente, de países asiáticos como a China e o Japão", afirma Fávero.
As informações são do Jornal Cruzeiro do Sul.

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