segunda-feira, 20 de maio de 2013

Temer destitui assessora que cuidava dos seus negócios particulares em SP


Site de VEJA revelou que Gilda Silva Sanchez, secretária do gabinete do vice-presidente remunerada pelo governo, também era diretora da empresa de Temer

Gabriel Castro e Silvio Navarro
O vice-presidente Michel Temer participou de entrevista com a imprensa, após uma reunião com a presidente Dilma Rousseff
O vice-presidente da República, Michel Temer, do PMDB (Gustavo Miranda/Agência O Globo)
O vice-presidente da República, Michel Temer, destituiu de sua empresa a secretária que era paga com recursos públicos, mas também cuidava dos seus negócios privados. Gilda Silva Sanchez, que recebe salário de 7 372,22 mensais do governo e dá expediente no escritório da Presidência em São Paulo, também era diretora e assinava pela Tabapuã Investimentos e Participações, conforme revelou o site de VEJA na última sexta-feira.
Mário Rodrigues
Edifício Spazio Faria Lima, na esquina da Avenida Brigadeiro Faria Lima com a Rua Aspasia, no Itaim Bibi
Spazio Faria Lima, no Itaim Bibi, Zona Sul de São Paulo
Segundo registros da Junta Comercial de São Paulo, Gilda foi substituída no cargo pelo advogado Adib Miguel Elias Temer Lulia, irmão do vice-presidente. Na terça-feira passada, após ser questionada pelo site de VEJA, a vice-presidência afirmou que a nomeação de Gilda na Tabapuã foi um "lapso". A saída dela da empresa foi registrada na sexta-feira e disponibilizada para consulta pública na Junta nesta segunda. Ela acumulou os dois empregos por dois meses.
O Estatuto do Servidor (Lei 8.112/90) proíbe funcionários públicos de "participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário". Apesar de ter permanecido em situação irregular por dois meses, Gilda manteve o cargo na vice-presidência.

A sócia do vice na empresa é sua filha Luciana Temer, atual secretária de Assistência Social da prefeitura de São Paulo. Como ela não é administradora ou gerente da Tabapuã, pode conciliar as duas funções - a de sócia e a de funcionária pública -, segundo a lei brasileira.

A Tabapuã tem capital social declarado de 2,2 milhões de reais. A empresa foi fundada após as eleições de 2010 para administrar um complexo de salas comerciais no luxuoso edifício Spazio Faria Lima, na Zona Sul de São Paulo. As salas, que juntas têm 700 metros quadrados e vinte vagas de garagem privativas com manobrista, estão alugadas para o banco de investimentos BR Partners. Segundo imobiliárias da região, o valor do aluguel mensal varia de 80 000 reais a 100 000 reais e o preço de mercado do imóvel é de 12 milhões de reais. Desde março, Temer alterou o estatuto da empresa para reaplicar os valores recebidos, por exemplo, no mercado financeiro.
As informações são da Veja.

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