sexta-feira, 24 de maio de 2013

Sorocaba - Furtos revelam vulnerabilidade de condomínios fechados

 

No condomínio há mais de 700 casas e ninguém relatou ter percebido movimentação suspeita (Foto: Fernando Rezende)
 
 
Era por volta das 18h30 do último dia 16, uma quinta-feira, quando o supervisor Jânio Mário Mota da Silva chegou a sua casa após um dia de trabalho e deparou com a porta aberta. Assim que entrou, percebeu que as luzes estavam acesas e imediatamente foi ao quarto que divide com a esposa, a auxiliar administrativo Daiane Nogueira Mendes. Os dois televisores de LCD que estavam no cômodo, de 50 e 32 polegadas, foram furtados junto com um notebook, aparelho de DVD, videogame, telefone sem fio, capacete, aparelho elétrico de suco e outra TV LCD de 32 polegadas. Além de ter a casa invadida em plena luz do dia, já que Daiane e a filha foram as últimas a deixar o local por volta das 10 horas, o que mais chama atenção é que a família mora num condomínio fechado, com portaria, na avenida Elias Maluf, no Wanel Ville. “Já compramos nossa casa aqui justamente porque a outra fora furtada três vezes no Jardim Brasilândia, mas agora parece que ficou até mais fácil porque não tem movimento nas ruas do condomínio e quem entrou devia saber”, ressalta a auxiliar administrativo.

Ao se dirigirem ao 9º Distrito Policial para registrar o boletim de ocorrência, o casal teve mais uma surpresa, conheceu outros moradores que também tiveram a casa furtada no mesmo condomínio. A vizinha, que preferiu não conversar com a reportagem, também teria saído do local por volta das 10 horas, assim como Daiane. As casas são distantes, uma fica na rua Três e outra na Seis e, diferente da família, poucos itens foram levados da vizinha. “Eles tiveram tempo pra ficar em casa, porque a televisão de 50 polegadas era pesada e só duas pessoas não conseguiriam levar. Quando compramos, trouxe só ela no carro”, conta Jânio. Para levar o outro aparelho que estava no fundo da casa, os invasores usaram três bancos para subir e pegá-la no suporte, que ficava no alto. 

ENTRADA – No condomínio “Terra Nova” são mais de 700 casas e, para entrar, os visitantes precisam fazer cadastro onde informam documento de identidade e a placa do veículo. Já os moradores utilizam um cartão magnético que, ao encostar num aparelho, libera a entrada. Após os casos de furto, o cartão também passou a ser exigido na saída. A portaria é equipada com câmeras de vídeo e o condomínio tem vigilantes que fazem ronda de moto pelas ruas. Daiane destaca o fato de na frente da casa haver um ponto de ronda eletrônico, que monitora o horário e a frequência com que os vigilantes passam no local. “A primeira coisa que fiz foi ligar na portaria e eles me falaram ‘a sua casa também foi roubada?’ Também disseram que, no horário que acreditamos que houve a invasão, os vigilantes estavam almoçando, já que ficam três horas longe do serviço”, explica Silva. 

O que chama atenção dos moradores é o fato de a casa não ter sido revirada. Mesmo não tendo ninguém na residência durante a ação, a rotina da família mudou após o ocorrido. Eles, que antes tinham planos de viajar, hoje têm receio de deixar a casa sozinha. A filha também não quer mais brincar no parque do condomínio, que fica próximo a uma cerca que separa o local de uma vegetação. “Ninguém da administração nos ofereceu ajuda e chegamos a passar uma noite com a porta aberta, que foi arrombada; depois meu marido arrumou sozinho”, conta Daiane. A família não pretende se mudar, mas pensa em investir em equipamento de segurança, como alarmes. Segundo Silva, o condomínio não permite a instalação de cerca elétrica e grades nas casas. “Mas, se eles não oferecem segurança, nem nós podemos nos proteger?”, indaga. 

A administração do condomínio foi questionada, mas não respondeu sobre o caso. Apenas informou que o síndico está com problemas de saúde e só poderia falar na próxima segunda-feira. Sem a autorização, nenhum funcionário poderia dar declarações. A Polícia Civil investiga o caso, mas ainda não tem suspeitos. 

As informações são do Jornal Diário de Sorocaba.

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